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A Psicologia Frente aos Desafios do Envelhecimento: O idoso no mercado de trabalho contemporâneo.

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A Psicologia Frente aos Desafios do Envelhecimento: O idoso no 
mercado de trabalho contemporâneo. 
 
Psychology Facing the Challenges of Aging: The Elderly in the Contemporary 
Job Market. 
 
Gerlâne de Lira Oliveira – Centro Universitário Maurício de Nassau 
Kamilla Larissa da Silva Nascimento – Centro Universitário Maurício de Nassau 
 
Orientadora: Msc. Rita de Cássia Román da Porciúncula – Centro Universitário 
Maurício de Nassau 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
A Psicologia Frente aos Desafios do Envelhecimento: O idoso no mercado de 
trabalho contemporâneo 
 
Gerlâne de Lira Oliveira – UNINASSAU  
Kamilla Larissa da Silva Nascimento – UNINASSAU * 
Rita de Cássia Román Porciúncula – UNINASSAU ** 
 
Resumo 
A velhice por muito tempo foi compreendida como a idade das perdas, doenças, da 
decadência física, mental, e pela falta de papéis sociais. Porém no contexto atual 
essa visão passa a mudar. Através de uma revisão bibliográfica buscou-se 
compreender o papel da psicologia frente aos desafios do envelhecimento 
populacional, e o mercado de trabalho para o idoso, com o objetivo de compreender 
quais os benefícios psicológicos, e os impactos sociais do idoso se manter 
trabalhando. Esta pesquisa ocorreu no período de fevereiro de 2019 a novembro de 
2019. O estudo foi embasado por artigos, teses e dissertações, dos bancos de 
dados: Scielo, Google Acadêmico, IBGE, BDTD, IPEA, PEPISC, e livros disponíveis 
na biblioteca da Faculdade Maurício de Nassau. Com a compreensão do 
envelhecimento como um processo, e o lugar que o idoso ocupa hoje no mercado de 
trabalho, foi possível compreender os benefícios desta permanência. Benefícios 
esses que melhoram a qualidade de vida do idoso, e beneficiam também a 
sociedade. 
 
 
 
Palavras-chave: Psicologia do envelhecimento, envelhecimento da população, 
mercado de trabalho atual. 
 
Abstract 
Old age has long been understood as the age of loss, disease, physical, mental 
decay, and lack of social roles. But in the current context this view changes. Through 
a literature review, we sought to understand the role of psychology in face of the 
challenges of population aging, and the job market for the elderly, in order to 
understand what the psychological benefits and social impacts of the elderly keep 
working. This research took place from February 2019 to November 2019. The study 
was based on articles, theses and dissertations, from databases: Scielo, Google 
Scholar, IBGE, BDTD, IPEA, PEPISC, and books available at the Faculty library. 
Mauritius from Nassau. With the understanding of aging as a process, and the place 
that the elderly occupy today in the job market, it was possible to understand the 
benefits of this permanence. These benefits improve the quality of life of the elderly, 
and also benefit society. 
Keywords: Aging psychology, ageing population, current job market. 
 
 
 
 Graduanda em Psicologia pelo Centro Universitário Mauricio de Nassau – 
Endereço eletrônico: lanny_lira@hotmail.com; kamilamell@hotmail.com 
** Graduada em Psicologia, Mestre em Psicologia e Professora da Instituição 
Endereço eletrônico: ritacrp2006@gmail.com 
mailto:lanny_lira@hotmail.com
mailto:kamilamell@hotmail.com
mailto:ritacrp2006@gmail.com
3 
 
 
1. Introdução 
 
Por muito tempo a velhice foi compreendida como a idade das perdas, 
doenças, da decadência física, mental, e pela ausência de papéis sociais. Devido a 
essas questões com o avançar da idade, o idoso ia sendo estereotipado como um 
inválido, um dependente, e assim vivendo na exclusão. Essa visão perdura até os 
dias atuais, sempre colocando o idoso nesse lugar de inválido e restando a ele, a 
aposentadoria. 
Recentemente, com o crescente aumento da expectativa de vida e o 
envelhecimento da população, essa visão passa a ser questionada. Esse é um 
fenômeno mundial. Nos dados divulgados pelo IBGE (2002), a parcela da população 
com idade de 60 anos ou acima cresceu significativamente. Em todo o planeta, em 
1950, por exemplo, eram 204 milhões, e em 1998 passou para 575 milhões. 
Esta percepção que se tinha sobre o processo de envelhecimento como 
sinônimo de perdas e doenças com o passar dos anos evoluiu, pois houve 
alterações no desenvolvimento desta realidade, surgindo transformações na 
composição etária da população, decorrentes da redução de natalidade e aumento 
da expectativa de vida. 
 Hoje, já se começa a ter uma compreensão dessa etapa do ciclo vital como 
um momento favorável para novas conquistas, para a continuidade do 
desenvolvimento, produção social, cultural e cognitiva. Os saberes e conhecimentos 
acumulados no decorrer da vida, passam a serem vistos como ganhos que podem 
ser otimizados e aproveitados em prol do próprio indivíduo e da sociedade. 
Diante da expansão deste fenômeno, cabe à psicologia, como área do saber 
que estuda a subjetividade e comportamentos humanos, refletir sobre o seu papel 
no contexto do envelhecimento populacional. 
Tais mudanças também têm impacto no mercado de trabalho, pois, a função 
de se manter ativo no mercado é considerado como um fator decisivo no 
desenvolvimento humano, sendo assim, seu intermédio com o indivíduo implica na 
construção de sua identidade e alcança sentido para sua existência como ser social. 
Dessa forma, o trabalho representa grande importância na qualidade de vida da 
pessoa idosa, visto que executa influência no desenvolvimento cognitivo, físico e 
emocional. 
4 
 
 
Desta forma, a concepção construída a respeito da pessoa idosa como inativo 
e que não produz mais bens de serviços, tem sido substituída por um perfil de 
idosos dinâmicos, juntos muitas vezes em grupo operacionais, como contribuintes 
das finanças domésticas e no suporte para a economia familiar. 
Atualmente os idosos tem um envelhecimento mais ativo, investem mais no 
seu bem-estar, participam de diversas atividades, permanecem mais tempo 
trabalhando, e buscam inserção nas novas tecnologias, por isso, faz-se necessário 
estudos, pesquisas, e novas formas de cuidar e falar, sobre essa geração de idosos. 
É necessário que se repensem o olhar e as atitudes voltadas para essa 
população, e passem a enxergá-los como indivíduos capazes e ativos. Buscando 
formas de promover uma melhor qualidade de vida que não se baseia apenas no 
assistencialismo, mas sim, na autonomia, trabalho, políticas públicas de inserção, 
convívio familiar e social. 
Este artigo tem como finalidade compreender quais os benefícios 
psicológicos, e os impactos sociais do idoso se manter trabalhando, visto que, é 
notório as mudanças que vêm ocorrendo na população do país, o mercado que 
precisa se adaptar, e o social que precisa dispor de um novo olhar para essa 
população. 
Essas questões levantam dúvidas como: O mercado de trabalho está 
preparado para proporcionar condições de inserção e permanência a essa 
população? O país consegue enxergar essa população como ativa, e promover 
políticas públicas que incentivem a permanência dessa população trabalhando? 
Tais questionamentos embasaram o surgimento da pesquisa, que foi 
delineado através de uma revisão bibliográfica da literatura em artigos científicos, 
que foram selecionados através de buscas nos bancos de dados do Scielo, Google 
Acadêmico, IBGE, ERIC, BDTD, IPEA, PEPISC; e livros disponíveis na biblioteca da 
Faculdade Maurício de Nassau. Neste estudo buscaremos entender os benefícios 
da permanência do idoso no mercado contemporâneo, e quais as contribuições da 
psicologia para que essa inserção ou permanência aconteça de uma maneira 
benéfica para essa população. 
 
 
 
 
5 
 
 
2. O Envelhecimento Como um Processo 
 
Na literatura, encontram-se diversos conceitossobre o processo de 
envelhecimento, mas, optou-se por adotar a definição de Neri (2001), pois, engloba 
os aspetos mais relevantes. Nela, o envelhecimento é entendido: 
 
[...] como uma sequência de mudanças naturais previsíveis, com 
repercussões orgânicas e psicossociais que ocorrem através do tempo. 
Entretanto, essa experiência se dá de forma heterogênea, já que pode 
ocorrer de modo diferente para indivíduos que vivem em contextos 
históricos, sociais e culturais distintos. (p. 28) 
 
Neste processo, há o envolvimento das dimensões psicológicas que, sob 
influência de fatores irão contribuir na percepção de aspectos subjetivos, que 
ajudará no enfretamento e na qualidade de vida dos idosos. O processo de 
envelhecimento é marcado pelas peculiaridades de cada indivíduo, fazendo-se 
necessário levar em consideração a capacidade que cada sujeito possui para a 
manutenção funcional ou disfuncional, nas realizações de suas atividades 
cotidianas, considerando que, o modo de enfrentar o processo de envelhecer 
contribui ou prejudica a qualidade de vida na velhice (MORAIS, 2009). 
Morais (2009) traz que, as limitações e dificuldades psicológicas e orgânicas 
podem ser desencadeadas no processo de envelhecimento pois, estão ligadas 
diretamente à maneira que o indivíduo percebe esse processo, interligado por 
valores que foram pré-concebidos durante todo o seu desenvolvimento. Diante 
disso, pode-se considerar, essa percepção como a auto-atribuição das 
características da velhice que se manifestam subjetivamente através das alterações 
sofridas em nível somático e funcional. 
 A visão da velhice tem seu percurso como uma etapa da vida definida pelo 
declínio físico e pela falta de papéis sociais a partir da segunda metade do século 
XIX. O avanço sobre o que se entende por idade se fundamentou atrelada a essa 
ideia negativa, que resultou no desenvolvimento de uma identidade que remete a 
falta de condições aos idosos (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008). 
Sendo assim, mesmo nos dias atuais a ideia que se tem formada sobre o 
envelhecimento se encontra relacionada a perdas e doenças, e é geralmente 
entendida tão somente como um problema médico, pois ainda está associada à 
6 
 
 
degradação do corpo, a decadência e incompetência biológica diante da percepção 
social. Mas, o processo de envelhecimento na sociedade contemporânea se 
caracteriza por uma compreensão que abrange aspectos cronológicos, biológicos, 
sociais e psicológicos (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008). 
Pois, o vínculo que acontece entre esses aspectos se desenvolve a partir das 
condições da cultura da qual o indivíduo faz parte, tendo em vista que sociedade e 
indivíduo estão relacionados diretamente. Desta forma, essas condições se ampliam 
nas questões históricas, econômicas, políticas, culturais e geográficas, que 
estabelecem diversas possibilidades de representações sociais da pessoa idosa 
(SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008). 
Para a sociedade, uma pessoa é considerada idosa a partir dos 60 anos, 
independente do seu estado biológico, psicológico, e social, mas a concepção de 
envelhecimento e idade apresentam diversas definições e conceitos que ultrapassa 
a questão da idade cronológica. Desta maneira, se tornar pessoa idosa é uma 
experiência heterogênea, vivida de forma subjetiva, que pode ser percebida de 
forma negativa ou positiva conforme a história de vida e a compreensão de velhice 
na sociedade (SANTOS; SOUZA, 2015). 
Por conseguinte, entende-se que não significa apenas a quantidade de anos 
que o indivíduo tem, porém o que ele faz com os anos vivenciados e o 
comportamento da sociedade em relação à pessoa idosa. Perante o exposto, se faz 
necessário a explicação dos aspectos cronológicos, biológicos, social e psicológico, 
para um melhor entendimento do processo de envelhecimento (SANTOS; SOUZA, 
2015). 
No que diz respeito ao aspecto cronológico, a idade cronológica é a que 
determina a passagem de tempo ocorrido em dias, meses e anos desde o 
nascimento. Pode ser compreendida como um elemento definitivo, porém o conceito 
de idade é multidimensional e, por esse motivo a idade cronológica não seria uma 
medida ampla da função do desenvolvimento. Logo, ela concerne apenas ao 
número de anos que decorre desde o nascimento, mas não determina o 
desenvolvimento biológico, psicológico e social, uma vez que o aspecto cronológico 
por si só não causa o desenvolvimento (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008). 
A definição do conceito de idade cronológica é a execução de metas 
evolutivas aguardadas por uma estabelecida idade. Que também serve a sociedade 
como maneira de organizar os sentidos da vida, dos indivíduos, e das sociedades 
7 
 
 
em distintas fases, as quais caracterizam diferentes aplicações, direitos, deveres, 
expectativas comportamentais, funcionais e produtivas. Assim, com a crescente 
perspectiva de vida, os indivíduos são levados a se entenderem com mais anos de 
vida prolongados, e esse comportamento leva a transformações no estilo de vida, no 
desenvolvimento social e nas condutas de produtividade e consumo (AMORIM; 
PESSOA, 2014). 
Alguns estudos abordam o aspecto biológico como o conjunto de 
modificações corporais e mentais que acontecem no decorrer do processo de 
desenvolvimento e, o envelhecimento humano, pode ser assimilado como um 
procedimento que começa antes do nascimento do indivíduo e se expande por toda 
a existência, com mudanças físicas desagradáveis, como perda de força, diminuição 
do domínio corporal e do controle (MORAES; MORAES; LIMA, 2010; SCHNEIDER; 
IRIGARAY, 2008). 
Nesse sentido, Amorim e Pessoa (2014), afirmam que a idade biológica é 
construída como uma trajetória de tempo, que resta a um indivíduo para vivência em 
determinado momento de sua vida, assim, o envelhecimento biológico é o 
procedimento que estabelece uma fase que cada pessoa passa, e que com o passar 
dos anos diminui. 
A idade social se conceitua como a designação de papéis que se pode, se 
pretende se deve e se deseja exercer na sociedade. São papéis referidos ao 
comportamento que a sociedade descreve para os seus integrantes. Constituindo-se 
por qualidades que definem os indivíduos e os distinguem por meio do gênero, 
classe social, cultura, condições de vida e de trabalho. Embora essas diferenças de 
condições proporcionem em desigualdades no percurso do envelhecimento, ainda 
assim, é importante o papel da cultura nesse aspecto social, visto que é preciso para 
a sociedade, vê a pessoa idosa no seu envelhecimento (AMORIM; PESSOA, 2014). 
Santos e Souza (2015), apresenta que os grupos sociais estabelecem papéis 
sociais que conseguem adentrar em conflito com aspectos casuais da idade 
cronológica. Deste modo, o envelhecimento social precisa ser entendido como uma 
forma de passar por transformações de papéis sociais, no qual são aguardados 
pelas pessoas idosas comportamentos que representem aos papéis estabelecidos 
para eles. 
A idade psicológica pode ser estabelecida por modelos de comportamentos 
alcançados e preservados ao longo da vida e tem uma atuação direta na maneira 
8 
 
 
que as pessoas envelhecem, uma vez que, o envelhecimento é um resultado de 
uma preparação que o sujeito fez durante toda a vida. Desse modo, o conceito de 
idade psicológica pode ser usado em dois sentidos (AMORIM; PESSOA, 2014). 
O primeiro refere-se à ligação que há entre a idade cronológica e as 
capacidades psicológicas, como aprendizagem, assimilação e memória, que 
prenunciam a potencialidade de desempenho futuro do indivíduo. Enquanto que, o 
segundo está associado ao senso subjetivo de idade, dependendo de como cada 
pessoa analisa a presença ou a ausência de aspectos biológicos, sociais e 
psicológicos do envelhecimento em semelhança com outras pessoas de sua idade 
(BATISTONI; NAMBA, 2010). 
Dessa maneira, Schneider e Irigaray (2008), compreende que o processo de 
envelhecimento se desenvolve por meio de uma construçãosocial, pois para se 
entender a etapa da velhice é necessário que se perceba e entenda a realidade de 
cada indivíduo de acordo com a sociedade na qual ele está inserido, porquê, o 
percurso envolve o entendimento a respeito dos amplos aspectos biopsicossociais 
que foram citados e descritos, constatando-se que cada experiência é singular. 
Diante disso, Morais (2009), traz que, o envelhecimento é um processo que 
possibilita inúmeras oportunidades para se adquirir novos conhecimentos. É comum 
encontrar na sociedade atual idosos saudáveis, ativos em todas as áreas de suas 
vidas, por isso é de extrema importância estudos que rompam com a narrativa da 
velhice como época da inatividade. Precisa-se de uma concepção mais atual, na 
construção de uma velhice positiva. 
 
3. O Idoso e sua Relação com o Mercado de Trabalho 
 
Diante do exposto, percebe-se que a compreensão da idade e do envelhecer 
deve considerar múltiplos fatores, inclusive a capacidade de manter-se ativo. 
Podendo-se perceber que a idade possui amplos conceitos e que não equivale a 
uma única ideia, pois sua definição foi algo construído socialmente, o que leva ao 
entendimento desses aspectos fortalecendo o pensamento da pessoa idosa se 
manter no mercado de trabalho, visto que, a idade não define a capacidade de 
manter-se ou não em plena atividade, uma vez que os benefícios psicológicos 
abarcados por este fator são vários (SOUZA; MATIAS; BRETAS, 2010) 
9 
 
 
Segundo Souza, Matias, Bretas (2010), o trabalho fortalece o meio para 
satisfazer as necessidades humanas, através do salário, o qual opera como parte 
central na conservação da autoestima, qualidade de vida regular, com renda 
adequada para manter um estilo de vida conforme as idealizações, apresentando 
um bem-estar e estado psicológico saudável. Por meio do ambiente de trabalho será 
possível a ligação com outras pessoas, do mesmo modo que, com outras tarefas 
diferenciadas das domésticas, dado que, é nesse ambiente que os indivíduos têm a 
oportunidade de desenvolver as funções, ainda que sejam rotineiras, tendo 
reconhecimento social. 
Na sociedade regida pela lógica capitalista, o trabalho tem sua construção 
muito além de uma fonte de renda. É por meio dele que o homem organiza sua 
rotina, seus horários, exerce sua criatividade, estabelece seus planos, constrói seus 
laços afetivos, fortalece sua autoestima, autonomia, garante sua independência e 
expressa sua produtividade. Alvarenga (2009) e Maar (2006), falam que o trabalho é 
um elemento de grande importância na construção da identidade pessoal, um 
exemplo disso é, o enfoque que é dado à ocupação quando uma pessoa se 
apresenta a outra. É através do trabalho que a pessoa se constrói socialmente, 
sendo por meio do mesmo que o homem se produz e reproduz. 
Buscar a compreensão que motiva as pessoas idosas a se manterem no 
mercado de trabalho é muito importante, e isto implica reflexões acerca do sentido e 
significado que o trabalho tem para cada indivíduo em particular. Migliaccio (1994) e 
Celich, Baldissera (2010), falam que, o trabalho para o homem assume papel de 
extrema relevância, pois, confere identidade ao sujeito, valorização, crescimento e 
desenvolvimento pessoal. Diante desse contexto fica claro a importância de a 
pessoa idosa continuar no trabalho, porque ele exerce grande influência na 
qualidade de vida dessas pessoas. Continuar trabalhando proporciona o sentimento 
de boas condições de saúde física e mental, assim, os idosos conseguem continuar 
participando de todos os âmbitos da vida social. 
O trabalho é um fator decisivo no desenvolvimento humano interligando-se 
assim, a proporção de benefícios psicológicos, sendo por meio dele que o indivíduo 
desenvolve sua identidade e alcança sentido para sua existência como ser social. 
Dessa forma, Nascimento, Argimon, Lopes (2006), abordam que o trabalho 
apresenta bastante importância na qualidade de vida da pessoa idosa dado que 
desempenha influência no desenvolvimento cognitivo, físico e emocional. 
10 
 
 
4. O Lugar que a Pessoa Idosa Ocupa no Mercado de Trabalho 
 
Ao longo de toda a história, constituiu-se no senso comum a percepção de 
que o trabalho, por necessitar de uma exacerbada força física do trabalhador nas 
indústrias, seria inviável para o idoso. Por isso, o idoso foi sendo deixado à margem 
do mundo do trabalho, já que ele não era uma mão-de-obra eficazmente produtiva, 
e, ele foi condenado a ser um grande fardo para a sociedade (SÁ, et al. 2011). 
Porquanto, se pensa em permanência ou reinserção do idoso no mercado, é 
necessário entender que o envelhecimento é um fenômeno natural e processual, 
esse processo se dá do útero ao túmulo, e nele contém a fase da velhice, porém não 
acaba nela, ou seja, deve-se entender o envelhecimento como um processo que 
perpassa toda a vida. A qualidade desse envelhecimento está relacionada com a 
percepção de mundo do indivíduo e da sociedade a qual pertence, bem como o 
estilo de vida que se adota (RODRIGUES; BRETAS, 2015). 
A Organização Mundial de Saúde (OMS), passou a adotar a concepção de 
“Envelhecimento Ativo” para que o processo do avançar do envelhecimento passe a 
ser percebido como uma experiência positiva da humanidade. Esta definição 
objetiva a otimização das oportunidades de saúde, lazer, participação e segurança, 
com o foco em melhorar a qualidade de vida das pessoas, à medida que vão 
envelhecendo (SÁ, et al. 2011). 
Sabe-se que para que essa população alcance uma boa qualidade de vida, 
fazem-se também necessárias mudanças na cultura, sobre o olhar que a sociedade 
tem para com a velhice, que ainda tende a enxergar esse processo como uma fase 
de perdas, doenças e fragilidades. Nesse sentido, sendo o trabalho um meio que 
proporciona ao idoso a oportunidade de manter-se em atividade física e mental, este 
meio pode ser também um bom lugar para se alcançar qualidade de vida na terceira 
idade. Porém, deve-se levar em consideração que não é todo trabalho que irá ser 
sinônimo de bem-estar. As atividades laborais precisam envolver igualmente o 
sentimento de prazer, não tendo apenas o significado de fonte financeira para outras 
pessoas (SÁ, et al. 2011). 
Os autores Sá, et al (2011), e Moreira, et al (2000), trazem em suas ideias 
que, para muitos idosos o trabalho ocupa uma condição central em suas vidas, pois 
os mesmos foram inseridos muito precocemente nesse meio, assim, o trabalho se 
11 
 
 
torna um referencial de prazer e sentido em suas vidas, sendo a maneira que eles 
têm para sentir-se úteis e pertencentes a suas famílias e sociedade. 
 
4.1. O Trabalho Como Fonte de Prazer e Desprazer 
 
Moreira, et al (2000) e os autores Faria; Leite; Silva (2017), explicam que, o 
trabalho pode ser compreendido e sentido como uma fonte de prazer quando 
associado a uma inclinação natural que o sujeito tem para desempenhar um 
determinado ofício, como se fosse uma vocação para executar as tarefas daquele 
determinado trabalho. Mas também, pode ser uma forte geradora de desprazer, 
quando não se tem o elemento que é gerador de satisfação, por exemplo, quando o 
trabalho tem apenas a função de gerar meios de sobrevivência financeira, ou seja, o 
elemento que despertaria a criatividade, o prazer, a colocação das habilidades e 
inteligência para executar o trabalho é retirado, restando apenas o trabalho por 
obrigação, o que torna aquele trabalho uma fonte de desprazer. 
 Coutrim (2006) e Sá et al (2011), colocam que, para o idoso, a volta ao 
trabalho por questões financeiras é cada vez mais comum. São os filhos e os netos 
que voltam para casa, é a aposentaria que é insuficiente para manter uma boa 
qualidade de vida, e eles constituem um recurso essencial para a sobrevivência 
financeira de suas famílias. Por sofrerem tantas dificuldades na inserção ao mercado 
de trabalho, constituem uma grande parcela da população que é vulnerável à 
pobreza. Estasquestões fazem com que os idosos permaneçam ou voltem ao 
mercado não por prazer, mas por necessidades o que pode ser um fator gerador de 
desprazer e sofrimento. 
Quando o idoso volta ao trabalho para a ocupação do tempo livre como uma 
forma de manter-se em atividade, convivendo em sociedade, sentindo-se útil, é um 
processo que proporciona extremo prazer, pois nestas condições o trabalho 
desempenha um papel diferente e importante do que apenas a obrigação de prover 
o sustento da família (SÁ, et al. 2011). 
Concluindo, o prazer ou o desprazer que a pessoa irá sentir em relação ao 
trabalho depende de uma série de fatores tais como; estar exercendo suas 
habilidades; ter meios para colocar em ação sua inteligência; receber o 
reconhecimento e os méritos pelo seu trabalho; a relação com a empresa e as 
12 
 
 
pessoas da mesma. Todos estes pontos estão diretamente ligados à obtenção de 
prazer e satisfação no trabalho (MOREIRA, et al. 2000). 
 
4.2. A Dialética Existente na Psicopatologia do Trabalho 
 
Quando se pensa sobre a dialética que existe na psicopatologia do trabalho é 
interessante ressaltar que, as condições desgastantes de trabalho são fatores 
desencadeadores de doenças tanto orgânicas quanto psíquicas, porém, o não-
trabalho também pode ser um gerador de doenças. Moreira, et al (2000) explica que, 
mesmo sob condições que são desfavoráveis ao indivíduo, o trabalho pode 
proporcionar de alguma maneira uma certa satisfação no sujeito, assim, podendo 
ser um propiciador de equilíbrio mental e de saúde. 
De acordo com Moreira et al (2000), na relação saúde, doença e trabalho, não 
há neutralidade do trabalho em relação à saúde do indivíduo, pois, o mesmo pode 
ser, tanto uma fonte de doença e infelicidade, quanto uma fonte de saúde e de 
prazer. Assim, a dialética presente no trabalho, ao mesmo tempo que pode oprimir, 
ele liberta, produz doença e saúde, é fonte de angústia e de prazer. 
 A psicopatologia do trabalho não enfatiza a doença mental, mas sim, na 
normalidade, uma vez que o indivíduo pode reagir e se defender das pressões e 
dificuldades oriundas do trabalho que poderiam lhe causar alguma doença mental, 
utilizando-se de “estratégias de defesas”, que podem ser tanto individuais, quanto 
coletivas, na busca de seu bem-estar. Tais estratégias são processos de regulação 
que procuram manter-se na normalidade, buscando explorar o sofrimento não com a 
intenção de negá-lo, mas sim de superá-lo por intermédio da mobilização de 
inteligência astuciosa (MOREIRA, et al 2000. 
Nesse sentido compreende-se que a psicopatologia do trabalho não pretende 
eliminar o sofrimento, mas sim modificá-lo em algo criativo. Moreira, et al (2000), e 
Neto, et al (2006), apresentam que, o sofrimento pode ser percebido como algo 
positivo e que leva o indivíduo a descobrir novas estratégias de defesa, com isso 
mantendo-se na normalidade. Dado isso, é tão importante que se leve em conta 
toda a história do indivíduo, a sua trajetória anterior, sua experiência acumulada, 
visto que, essas possuem grande influência em suas respostas dadas diante de 
diversas situações. 
 
13 
 
 
5. A Psicologia e o Idoso no Mercado de Trabalho Contemporâneo 
 
Com base na nova concepção de envelhecimento que surge apresentando 
uma fase de muitas oportunidades, de aprendizagem e conhecimento, torna-se 
fundamental buscar técnicas para facilitar ao idoso o enfrentamento dos desafios 
desse processo, seja de manutenção ou reinserção, assim como a quebra da 
percepção de uma velhice passiva (SÁ, et al. 2011). 
Sá, et al (2011) aborda que, devido ao aumento na idade média do 
trabalhador que cresce mais a cada dia, a relação entre o trabalhador que está 
envelhecendo, o ambiente de trabalho e as organizações, precisam buscar formas 
que facilitem a permanência desse público que se encontra na sociedade. 
Os estudos realizados pela OMS sugerem que os profissionais que lidam com 
trabalhadores de mais idade precisarão destinar atenção especial a diversos 
aspectos das situações de trabalho, como o preconceito social, adaptação do 
mercado, políticas públicas, trabalho nas organizações, psicoterapia como função de 
empoderamento, a fim de possibilitar maior qualidade de vida ao trabalhador idoso 
(SÁ, et al. 2011). 
 Diante do despreparo do país com o envelhecimento, se originou diversos 
complexos no desenvolvimento da sociedade, e uma dessas questões se 
fundamenta por meio da discriminação velada, como o preconceito que o 
trabalhador idoso enfrenta, sendo uma responsabilidade social das empresas e do 
país, já que, numa realidade globalizada e de seu subproduto, o neoliberalismo, o 
trabalho, os valores morais, a cultura, a ética, o ser humano e tudo o mais 
submetem-se aos requisitos da economia, sujeitam-se ao mercado, sistema este em 
que o público mais vulnerável, por sua fragilidade física, psicológica e social, são os 
idosos (MAGALHÃES, 2008). 
Sendo assim, o idoso sofre discriminação no contexto de trabalho e na 
sociedade, eventualmente indefeso, suprimido pela crueldade e dureza do modelo 
neoliberalista, que aprecia o merecimento das pessoas por seu grau de rentabilidade 
econômica, afasta e rejeita tudo que não é capaz de produzir lucro. Em 
concordância com Magalhães (2008), o idoso necessita de tutela especial, 
econômica, jurídica e social para aliviar e compensar posição de desvantagem e 
desigualdade. 
14 
 
 
Conforme o Estatuto do Idoso, Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003, o 
Estado deve assegurar vasta proteção aos idosos certificando-lhe condição de vida 
eminente e o exercício pleno da cidadania, com prevalência no atendimento junto 
aos órgãos públicos e privados prestativos de serviços à população. No entanto, as 
empresas e a sociedade em geral precisam ter participação ativa também em dar 
eficiência aos direitos dos idosos, e de outro modo os respectivos idosos devem ser 
conscientizados da necessidade de exigir seus direitos dos empresários, entes 
públicos e da comunidade, como forma de combater o preconceito social. 
(MAGALHÃES, 2008). 
Os profissionais que trabalham com a saúde do ser humano precisam ter um 
olhar social voltado para as políticas públicas. Os psicólogos podem incentivar a 
autonomia na população para que, possuindo o conhecimento de seus direitos, 
possam cobrar políticas públicas que os beneficiem. As políticas públicas nesse 
caso servem para o incentivo da permanência ou reinserção desse grupo social, e 
os benefícios vão para além da população. O governo também se beneficia, as 
populações que vem vivenciando o envelhecimento e voltam suas políticas para a 
conservação e reinserção dos idosos no mercado de trabalho contribui para a 
manutenção do crescimento econômico do país, além de proporcionar economia ao 
governo em pensões, benefícios, aposentadorias e saúde (GOMES; PAMPLONA, 
2015). 
Existem diversas formas de se pensar as políticas. Uma delas acontece no 
Estado de São Paulo, como trazem os autores Vanzella, Neto, Silva (2011), a Lei 
Estadual Nº 9.085, de 17 de fevereiro de 1995. Esta lei oferece benefícios ás 
empresas que fazem contratação de pessoas que possuem idade a cima dos 40 
anos. No Artigo 1º - Fica instituído incentivo fiscal para as pessoas jurídicas 
domiciliadas no Estado que, na qualidade de empregador, possuam pelo menos 
30% (trinta por cento) de seus empregados com idade superior a 40 (quarenta) 
anos. Esse é um exemplo simples, que se pensado em uma maior escala pode 
contribuir muito para essa população. 
O psicólogo como profissional que atua dentro das organizações tem papel 
fundamental na construção de meios que adaptem os trabalhos a população idosa. 
Sá, et al (2011) Marqueze e Moreno (2005), expõe que, pôr ser o trabalho um fator 
de grande influência, tanto positiva, quanto negativo para o indivíduo, se faz 
necessária a avaliação e adaptação das características do trabalho para o 
15trabalhador, visto que, o trabalho seja predominantemente uma fonte de prazer e 
saúde. Esta premissa tende a ser singular quando se trata do trabalhador idoso, já 
que este se encontra em uma fase de diversas alterações e adaptações, as quais 
carecem de maior compreensão e acompanhamento por parte do mundo dinâmico 
(SÁ, et al, 2011). 
Avaliando as variáveis do mundo do trabalho, a realidade do idoso, a 
subjetividade do trabalhador, compreende-se que os profissionais que atuam com 
segurança e saúde no trabalho, os patrões, os trabalhadores idosos, a sociedade, e 
o governo, necessitam olhar e implementar ações, avaliando-as, com a intenção de 
uma maior abrangência sobre quais repercussões podem e são esperadas diante da 
permanência ou reinserção do idoso no mercado de trabalho (SÁ, et al. 2011). 
Sá, et al (2011) e Paolini (2016), abordam que, a permanência ou reinserção 
do idoso no mercado de trabalho tende a aumentar, posto isso, faz-se necessário 
um replanejamento das políticas públicas com foco nessa temática. Diante disso, 
surge a necessidade de um novo olhar para as organizações, e para as condições 
disponibilizadas no trabalho, buscando garantir melhores condições de saúde e 
segurança ao trabalhador idoso. 
Desse modo, a atuação do profissional de psicologia pode ser voltada para o 
setor das políticas públicas, na conscientização social, nas organizações e, cada 
área de atuação perpassa a outra. Ambas têm que ser trabalhadas em conjunto para 
que se possa ter uma sociedade consciente e uma população que conhece seus 
direitos. 
Por último podemos pensar sobre a atuação psicoterápica voltada para a 
população idosa. A psicoterapia com foco em facilitar o reconhecimento do processo 
de envelhecimento e as limitações imposta por ele, mas também, que a velhice não 
é apenas o que está impresso no social. É, uma época da vida na qual podem haver 
ganhos, conquistas, aprendizados, como em todas as outras (ALTMAN, et al. 2007). 
O psicólogo pode trabalhar junto à pessoa idosa que as atividades no 
decorrer da vida são baseadas em metas e projetos, e, durante o processo de 
envelhecimento, se faz necessário revê-los e adaptá-los para que se possa alcançá-
los com êxito. Ao indivíduo idoso, fica a responsabilidade de dar continuação, 
utilizando-se de suas experiências de vida para a superação e convívio com as 
dificuldades dessa fase, elaborando meios para a convivência com as perdas e 
16 
 
 
ganhos, e, concomitantemente, planejando, criando e desejando dentro do seu 
processo de envelhecimento (MORAIS, 2009). 
 
6. Considerações Finais 
 
A construção deste trabalho levou ao entendimento que o envelhecimento 
populacional é um fenômeno de escala mundial. E, apesar de lento o interesse para 
com este fenômeno, hoje já se faz notório o surgimento desta temática e o interesse 
pelos seus impactos em todo o mundo. Com o aumento da expectativa de vida, o 
idoso passa a ocupar hoje um lugar diferente na concepção do social, e aos poucos 
os estereótipos em relação aos mesmos vão sendo quebrados, e um novo conceito 
de envelhecimento vem surgindo na sociedade. 
Diante deste aumento da expectativa de vida, e as mudanças demográficas 
em todo o mundo, as sociedades precisam buscar formas de lidar com a mudança 
de suas populações. Por isso a permanência e reinserção do idoso no mercado de 
trabalho começa a despertar interesse. Apesar disto parecer uma solução fácil, nos 
deparamos com inúmeras dificuldades enfrentadas por essa população como: 
preconceito, falta de atividades e estruturas adequadas no local de trabalho 
(trabalho por motivo apenas como meio de sobrevivência). 
Conforme encontrado na literatura os benefícios psicológicos de o idoso 
manter-se trabalhando são inúmeros, pois, o envelhecimento é um processo que, 
apesar de trazer algumas limitações, é também uma fase do desenvolvimento que 
pode haver muitos ganhos e aprendizados. O idoso, em sua relação com o trabalho, 
tem os benefícios de manter-se ativo, estar em convívio social, estimulando o 
desenvolvimento físico e psicológico. O ambiente de trabalho pode ser um lugar de 
muito prazer, de manutenção da autoestima, quando associado a uma escolha do 
idoso por motivos que vão além do financeiro. 
Esta permanência traz impactos sociais que beneficiam além da população 
idosa, as famílias dos mesmos, e a sociedade. A sociedade precisa está preparada 
para oferecer uma qualidade de vida a esta população, com campanhas de 
conscientização, informações, políticas públicas, saúde, lazer, e condições de 
trabalhos para que a permanência ou reinserção dessa população se dê, ao longo 
dos anos de maneira saudável e gradual. 
17 
 
 
Apesar desta temática ter sido estudada com mais tenacidade nas últimas 
décadas e estar sendo bastante discutida na contemporaneidade, ainda nos 
encontramos com grandes desafios como: refletir, conscientizar e educar a 
sociedade sobre os impactos do envelhecimento. Porém, a inserção do idoso no 
mercado de trabalho, seria uma das possibilidades de apresentar os benefícios que 
a pessoa idosa como integrante da sociedade pode realizar, também se fazem 
necessárias políticas públicas que conscientizem e eduquem a população sobre 
essa temática. Proporcionando, assim, espaços de discussões a respeito do 
envelhecimento envolvendo todas as esferas da sociedade. 
Em síntese, sentimos uma verdadeira dificuldade na escolha de artigos que 
apresentassem a velhice como uma fase de movimentos, conquistas e vivências 
positivas. Deixamos a proposta de que novos estudos venham a ser iniciados, com a 
ideia de expor que a pessoa idosa somente está passando por uma etapa da vida 
como qualquer outra, e que isto não o torna inativo ou não produtor de renda. 
Acreditamos que se tivéssemos um período de tempo mais longo, teríamos 
verificado e buscado a seleção de artigos que abordassem esta questão como 
demanda refletida e discutida, visto que essa realidade já se contempla em alguns 
países, possuindo leis, projetos e políticas públicas para esta demanda. Deste jeito, 
é necessário o contínuo estudo sobre o assunto. 
Por fim, compreendemos que esta é uma questão emergente em nossa 
sociedade, tornando-se assim, necessário a contribuição de todas as áreas. Porém, 
a psicologia como ciência que estuda o homem em todos os meios e suas 
peculiaridades, necessita se dedicar ao estudo do envelhecimento populacional 
nessa área do trabalho. Deste modo, proporcionando junto as demais áreas, boas 
condições de trabalhos a essa população. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
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