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1 CAROLINA BORGES B. VIDAL 5ºA 2020.2 AULA 07 – PROF MILNER Saúde da mulher – Amenorreia INFORMAÇÕES GERAIS Prevalência varia de 3-4% em populações na idade reprodutiva. É diagnosticada em mulheres: I. Que ainda não tenham menstruado aos 14 anos de idade e não apresentam outras evidências de desenvolvimento puberal. II. Que não tenham menstruado aos 16 anos, mas são presentes outros sinais de puberdade. III. Já tenham menstruado, mas estejam sem por período total equivalente a 3 ciclos prévios ou 6 meses. Classicamente, é definida como: → Primária: nenhuma menstruação anterior; → Secundária: cessação de menstruação. Pacientes como estigmas da síndrome de Turner, virilização evidente ou histórico de curetagem uterina é razoável iniciar investigações mesmo na ausência desses critérios. Amenorreia é considerada normal antes da puberdade, durante a gravidez e a lactação e após a menopausa. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÕES Divide em etiologias anatômicas e hormonais, com subdivisão em distúrbios herdados e adquiridos. A menstruação normal exige produção ovariana adequada de hormônios esteroides. A redução da função ovariana (hipogonadismo) resulta de ausência de estimulação pelas gonadotrofinas (hipogonadismo hipogonadotrófico) ou de insuficiência ovariana primária (hipogonadismo hipergonadotrófico). Alguns distúrbios estão associados a níveis relativamente normais de LH e FSH (eugonadotróficos), com perda da ciclicidade apropriada. Exemplo: SOP. 2 CAROLINA BORGES B. VIDAL 5ºA 2020.2 DISTÚRBIOS ANATÔMICOS HERDADOS Causa frequente de amenorreia em adolescentes, sendo que a anatomia pélvica é anormal em +/- 15% das mulheres com amenorreia primária. OBSTRUÇÃO DISTAL DO TRATO GENITAL Amenorreia em mulheres com hímen imperfurado, septo vaginal transverso ou atrésia isolada de vagina. . DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO (INSUFICIÊNCIA OVARIANA PREMATURA) I. Função ovariana reduzida ou ausente (hipogonadismo); II. Gonadotrofinas, por ausência de feedback negativo, LH e FSH, encontrem-se aumentadas no soro (hipergonadotrófico). Categoria de distúrbio: disfunção primária ao nível do ovário. Conhecido também como menopausa precoce ou insuficiência ovariana prematura (IOP). Define-se IOP como: perda de oócitos e das células de apoio circunvizinhas antes da idade de 40 anos. Diagnóstico: 2 dosagens séricas de FSH > 40 mUI/mL, com intervalo de 1 mês. HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO Anormalidade está no eixo hipotálamo-hipófise. Redução na estimulação dos ovários pelas gonadotrofinas leva a perdas na foliculogênese ovariana. Níveis de LH e FSH baixos porém dentro da faixa detectável (< 5 mUI/mL). 3 CAROLINA BORGES B. VIDAL 5ºA 2020.2 Os níveis podem ser indetectáveis em pacientes com ausência total de estimulação hipotalâmica, como ocorre na síndrome de Kallmann. AMENORREIA EUGONADOTRÓFICA A secreção crônica de esteroide sexual interfere com a retroalimentação normal entre ovário e eixo hipotálamo-hipofisário. Ausência de ciclicidade interfere na maturação normal de oócitos e na ovulação, impedindo a ocorrência de menstruação. Níveis gonadotróficos: normais > secretam estrogênio, são portadoras de anovulação crônica com estrogênio presente. Se opõe às pacientes com insuficiência ovariana ou insuficiência hipotalâmico-hipofisária, que o estrogênio está ausente. ✓ SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO (SOP) ✓ HIPERPLASIA SUPRARRENAL CONGÊNITA COM INÍCIO NA VIDA ADULTA. ✓ TUMOR OVARIANO ✓ HIPERPROLACTINEMIA E HIPOTIREOIDISMO. INVESTIGAÇÃO ANAMNESE • Paciente teve uma puberdade normal em termos de início e progressão? • Chegou a ter ciclicidade menstrual regular? Deve-se caracterizar intervalo e duração do ciclo e quantidade de fluxo menstrual. É importante determinar quando foi observado alteração nesse padrão, se foi abrupta ou gradual. O desenvolvimento da amenorreia foi associado à infecção pélvica, cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou outra doença? HISTÓRIA CIRÚRGICA: concentrar em procedimentos pélvicos anteriores (intrauterinos: dilatação e curetagem). Buscar identificar complicações associadas às cirurgias realizadas, como infecções. REVISÃO DOS SINTOMAS: ✓ cefaleia de início recente ou alterações visuais > indicação da presença de tumor no SNC ou na hipófise. Tumores hipofisários podem comprimir o quiasma óptico resultando em uma hemianopsia bitemporal, perda dos campos visuais externos direito e esquerdo. ✓ Galactorreia (secreção mamária) bilateral espontânea é consistente com o diagnóstico de Hiperprolactinemia. ✓ Presença de doença da tireoide: associada à intolerância ao calor ou frio, alterações de peso ou do sono. ✓ Fogachos e ressecamento vaginal sugerem hipogonadismo hipergonadotrófico > IOP. ✓ Hirsutismo e acne > SOP ou HSRC de início tardio. ✓ Dor pélvica: indica obstrução do trato genital inferior. ANTECEDENTES FAMILIARES: ✓ Cessação precoce de menstruação ✓ Histórico de doença autoimune, incluso doença da tireoide, capazes de sugerir risco aumentado de IOP. ✓ Irregularidade menstrual ou sinais de produção excessiva de androgênios (SOP). Casos de morte súbita neonatal em membros de famílias com mutações no gene CYP21, responsável pela HSRC clássica. HISTÓRIA SOCIAL: ✓ Investigar exposição a toxinas ambientais (como cigarros). ✓ Medicamentos utilizados, atenção àqueles que aumentem os níveis de prolactina, como os antipsicóticos. EXAME FÍSICO Aparência geral. IMC baixo, em conjunto com desgaste do esmalte dos dentes resultante de vômitos recorrentes > transtorno alimentar. Buscar sinais de síndrome de Turner: baixa estatura, pescoço alado ou tórax em forma de escudo. Defeitos na linha facial médica (fenda palatina), consistentes com algum defeito no desenvolvimento hipotalâmico ou hipofisário. Presença de HA em pacientes pré-púberes é consistente com mutações no gene CYP17 com desvio da via esteroidogênica para a produção de aldosterona. Alterações no campo visual: hemianopsia bitemporal > tumores hipofisários ou no SNC. INSPEÇÃO DA PELE: acantose nigricans, hirsutismo ou acne > SOP ou outras causas de hiperinsulinemia e/ou hiperandrogenismo. Pacientes com síndrome de Cushing: gordura supraclavicular e estrias abdominais com HA. Pacientes com hipotireoidismo: aumento no volume da glândula tireoide, reflexos retardados e bradicardia. EXAME DAS MAMAS: galactorreia bilateral implica presença de Hiperprolactinemia. EXAME DA GENITÁLIA: verificação no padrão de distribuição dos pelos pubianos. Ausentes ou esparsa: ausência de adrenarca ou por SIA (síndrome da insensibilidade aos andrógenos). Hiperandrogenemia resultam em padrão masculino de distribuição dos pelos genitais, também podem produzir sinais de virilização, em especial a clitoromegalia. Podem apresentar engrossamento da voz e padrão masculino de calvície. Evidências de produção estrogênica incluem vagina úmida de cor rosada e muco cervical.
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