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poderes e deveres do fisco - Beatriz Delfino

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PODERES E DEVERES DO FISCO 
Beatriz Delfino Alves1; Carlos Eduardo Annechino Moreira Miguel2, Universidade Veiga de 
Almeida 
e-mail: Beatriz.alv18@gmal.com 
 
Resumo: O presente trabalho visa analisar os principais poderes e responsabilidades das 
autoridades fiscais e seus poderes de supervisão, tendo como finalidade incentivar o cumprimento 
voluntário das obrigações fiscais, identificando e punindo aqueles que não as cumprem. Veja sob 
a orientação do pensamento isomórfico, este é um tipo de poder-dever, vinculado a ideias de que 
os impostos são cobrados de todos dentro de sua capacidade de pagamento. Portanto, o presente 
artigo buscou trazer considerações acerca da administração tributária, tendo como objetivo analisar 
os principais poderes e deveres do fisco, 
Palavras-chaves: Poderes; deveres; autoridades fiscais. 
Introdução 
 O fisco dispõe de um poder-dever de fiscalização no que tange ao cumprimento das obrigações 
tributarias. Além disso, a constituição federal atribui a administração tributária a possibilidade para 
supervisionar efetividade a esses objetivos, todavia, é importante mencionar que deve haver o respeito 
com os direitos e garantias individuais, fiscalizar o patrimônio, as atividades econômicas do 
contribuinte, nos termos da lei. 
Dessa forma, a administração tributária é de fundamental importância para o cumprimento do 
objetivo do Poder Público no que se refere ao seu papel tributacional, que por sua vez consiste na 
retirada de forma obrigatória de valores dos sujeitos passivos da relação jurídico-tributária. 
Poderes e deveres das Autoridades Ficais 
 O Código tributário nacional em seu artigo 194, dispõe o seguinte: 
Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, 
ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os 
poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. 
 Diante disso, a competência e os poderes das autoridades administrativas, que exercem 
 
1 Graduando em Direito – UVA – e-mail: beatriz.alv18@gmail.com 
2 Professor Orientador – Curso de Direito – UVA 
mailto:beatriz.alv18@gmail.com
 
atividade fiscalizatória, em caráter geral, são reguladas pela legislação tributária. O doutrinador 
Eduardo Sabbag, entende que ao fisco cabe o poder de fiscalização e da mesma maneira o dever de 
manter o sigilo as informações obtidas, sujeitando assim a penas administrativa e criminais, caso 
não seja cumprido. 
 A Administração Tributária é autorizada pela Constituição Federal, de acordo com a 
identificação dos respectivos rendimentos, patrimônios e atividades econômicas a entrar na 
intimidade econômica dos particulares. Além disso, na legislação tributária, no artigo 195 do Código 
Tributário Nacional, consiste na exclui a aplicação de quaisquer disposições legais que limitam ou 
excluam o direito de explorar, documentos, papeis, mercadorias, livros, dos produtores ou 
comerciantes industriais, arquivos e efeitos fiscais ou comerciais ou da obrigação destes de exibi-los. 
Em síntese, é do interesse da Administração Fiscal conservar os documentos comprovativos da 
situação fiscal do sujeito passivo durante o período em que a ação tributária é autorizada por lei. A 
manutenção da documentação nas mesmas condições também é do interesse do contribuinte, que 
espera comprovar a regularidade do seu exercício fiscal. 
 A legislação referente à fiscalização é colocada às pessoas jurídicas e naturais, contribuintes 
ou não, sobretudo às que gozem de isenção de caráter pessoal ou de imunidade tributária, de acordo 
com o exposto no parágrafo único do artigo 194 do CTN. O doutrinador Luciano Amaro, entende que 
são passíveis de fiscalização tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas, contribuintes ou não, 
mesmo que se trate de entidade imune ou isenta. 
 No que tange ao procedimento de fiscalização, o código manda que sejam lavrados termos 
que documentem o início do procedimento, conforme a legislação respectiva, que deverá fixar prazo 
máximo para a conclusão das diligências fiscais, como expressa o artigo 196 do CTN. 
 Em certas atividades econômicas existem livros e escrituras facultativas, podendo o 
contribuinte optar por mantê-los ou não, porém, podem optar por mantê-los e, caso seja exigido pela 
Secretaria da Fazenda, esses livros e escrituras facultativas deverão ser apresentados. Tendo em vista 
que os contribuintes não são obrigados a manter livros facultativos, caso isso ocorra, os contribuintes 
não serão punidos. A sumula 439 do STF dispõe o seguinte “Estão sujeitos à fiscalização tributária 
ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitando o exame aos pontos objeto da investigação”. 
Diante disso, existe a possibilidade de acesso aos livros que, talvez existam, levando em consideração 
que a fiscalização atua dentro do necessário para seus esclarecimentos, sendo importante mencionar 
 
que é vedado à autoridade administrativa destoar do objetivo final do procedimento, bem como 
aprofundar em documentos que deveriam continuar sigilosos. 
 No que está relacionado aos deveres do fisco, o artigo 150 da Constituição Federal de 88 
expressa: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - Instituir tratamento desigual entre 
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em 
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
 Perante o exposto, o artigo supramencionado exige que a administração tributária exerça a 
tributação de forma igualitária, podendo a mesma identificar, respeitando o patrimônio do cidadão, 
seus direitos, rendimentos e atividades econômicas do contribuinte. Pode-se verificar pelo artigo 145, 
§1º da CF, que diz: 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração 
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados 
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte” 
 Ainda por esse viés, o Código tributário nacional trouxe outras restrições que devem ser 
analisadas pelo fisco, qual seja, o artigo 196: 
art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de 
fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, 
na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas”. 
 Logo, nota-se que toda autoridade tem o dever de documentar o início do procedimento, 
fixando o prazo máximo para a conclusão da diligencia. 
 Já o artigo 198 do mesmo código expõe que as autoridades fiscais temo dever de manter em 
sigilo o que foi analisado, sob pena criminal, de responsabilização administrativa e civil, vejamos a 
seguir: 
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte 
da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a 
situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o 
estado de seus negócios ou atividades. 
 Os parágrafos 1º e 3º, do mesmo artigo, trazem exceções quanto ao sigilo: 
 
§1º. Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes: 
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; II – solicitações de autoridade 
administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a 
instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva,com o 
objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere à informação, por prática de infração 
administrativa. 
§3º. Não é vedada a divulgação de informações relativas a: I – representações fiscais para 
fins penais; II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; III – parcelamento ou 
moratória”. 
 Logo, em regra o sigilo que vale, so podendo ser quebrado em casos de graves indícios de 
prática de infração disciplinar pelo agente administrativo, possuindo as autoridades judiciais o poder 
dessa quebra contanto que haja motivo para tal. 
 Ainda é importante mencionar que o parágrafo segundo do mesmo artigo mostra que qualquer 
caso é aplicável a ele, vejamos: 
§2º. O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será 
realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à 
autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a 
preservação do sigilo. 
Considerações finais 
 Diante de todo exposto, foi possível verificar que o a fiscalização consiste em atos que 
verificam o cumprimento das obrigações tributárias, tendo um poder-dever respaldado na isonomia 
que se restringe na ideia de tributar cada indivíduo de acordo com sua capacidade contributiva. 
 Insta salientar que, por outro lado, as autoridades administrativas podem requisitar força 
policial quando forem vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando isso 
for necessário a efetivação de medida prevista na legislação tributária, prevê o art. 200, com a 
desnecessária ressalva: "ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou 
contravenção". (Luciano Amaro, Direito tributário brasileiro, p. 480). 
 Portanto, a atividade de arrecadação e fiscalização de tributos pode ser a atividade mais 
importante do Estado, porque os recursos proporcionados por ela, depende das atividades essenciais 
estatais, como a educação, saúde, segurança, etc. 
 
 
 
Referências 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm 
acessado em 09/04 as 04:00 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm 
acessado em 09/4 as 03:23 
Amaro, Luciano: Direito tributário brasileiro / Luciano Amaro. - 12. ed. rev. e atual. - São Paulo : 
Saraiva, 2006. 
Sabbag, Eduardo de Moraes: Direito Tributário Essencial / Eduardo de Moraes Sabbag. – 14. ed. 
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, out./2014. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10566268/artigo-198-da-lei-n-5172-de-25-de-outubro-
de-1966 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10566268/artigo-198-da-lei-n-5172-de-25-de-outubro-de-1966
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10566268/artigo-198-da-lei-n-5172-de-25-de-outubro-de-1966

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