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Material de Apoio - Direito Penal - Nestor Távora - Aula 03 - XXIII

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1 
 
Disciplina: Direito Penal 
Prof.: Nestor Távora 
Aula: 03 
Monitor: Valber Alix 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. ANOTAÇÕES 
II. LOUSAS 
III. EXERCÍCIOS 
 
 
I. ANOTAÇÕES: 
 
DO PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
(continuação) 
 
 
2. Estrutura: 
 
2.1 1ª Etapa – Fase Postulatória: 
 
d) Apresentação da Resposta Escrita à Acusação: 
 
d.7) Obrigatoriedade da Resposta Escrita à Acusação: 
 
I – Conceito: a apresentação da resposta escrita é obrigatória, sendo que as consequências da 
não apresentação dependerão da modalidade citatória implementada. 
 
II – Situações Jurídicas: 
 
II.a) Citação Pessoal: se o réu não apresentar a resposta, ele será declarado revel, nomeando-
se um advogado dativo para apresentação da resposta, com a devolução do prazo de 10 dias. 
 
Advertência: O réu revel não mais será intimado pessoalmente para os atos subsequentes 
do processo, salvo a sentença. 
 
II.b) Citação por Hora Certa: diante da não apresentação da resposta, o réu será declarado 
revel, nomeando-se um advogado dativo, com a devolução do prazo de 10 dias. 
 
II.c) Citação por Edital: de acordo com o art. 366 do CPP, diante da não apresentação da 
resposta escrita, deve o juiz suspender o processo e suspender a prescrição. 
 
Obs.: O juiz só poderá decretar a prisão preventiva se estiverem presentes os requisitos dos 
arts. 312 e 313 do CPP. 
 
Obs.: O mero decurso do tempo não autoriza a produção antecipada de provas enquanto o 
processo estiver suspenso por força do art. 366 do CPP. – STJ, Súmula 4551. Entretanto, 
 
1 STJ, SÚMULA 455: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do 
CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo. 
 
 
 
2 
podem ser produzidas antecipadamente as provas que estejam na iminência de perecimento. 
Ex.: testemunha em estágio terminal. 
 
Obs.: A prescrição ficará suspensa, tomando como referência o art. 109 do CP. Superado 
este prazo e mantida a ausência, a prescrição voltará a correr. – STJ, Súmula 4152. 
 
2.2 2ª Etapa – Fase Intermediária: 
 
a) Julgamento Antecipado do Mérito (decisão de absolvição sumária): 
 
I – Conceito: é a sentença que julga antecipadamente o mérito da causa, reconhecendo a inocência 
do réu, sem a necessidade de se realizar audiência de instrução de julgamento. 
 
II – Hipóteses: o art. 397 do CPP individualiza as hipóteses que justificam a absolvição sumária, 
pressupondo juízo de certeza. 
 
III – Sistema Recursal: a sentença de absolvição sumária é desafiada pelo recurso de Apelação 
(art. 593, I, CPP). 
 
Obs.: Este recurso não goza de efeito suspensivo, e o réu preso será imediatamente libertado (art. 
596, CPP). 
 
Obs.: Se o magistrado não absolver o réu sumariamente, ele marcará a audiência de instrução, 
debates e julgamento. 
 
Advertência: O ato de juiz que nega a absolvição sumária e marca a audiência de instrução e 
julgamento é irrecorrível. Entretanto, a defesa pode impetrar Habeas Corpus com a finalidade de 
trancar o processo. 
 
2.3 3ª Etapa – Fase de Instrução, Debates e Julgamento: 
 
Obs.: Esta fase é caracterizada pela realização de audiência una, que admite desmembramento conforme 
a necessidade do caso. 
 
Obs.: A audiência será realizada em até 60 dias, sendo indiferente se o réu está preso ou solto (art. 400, 
caput, CPP). 
 
Advertência: Em que pese a omissão da lei, o prazo é contado do recebimento da petição inicial. 
 
a) Estrutura da Audiência: 
 
I – Realização da Instrução (produção de provas): 
 
Advertência: Toda a matéria está disciplinada nos arts. 400 a 402 do CPP. 
 
Advertência: Passo-a-passo: 
 
 Oitiva da vítima: o art. 201 do CPP apresenta o tratamento do ofendido na persecução penal. 
 
 Oitiva das testemunhas: a inversão da ordem na oitiva das testemunhas ocasiona a nulidade 
do processo. O enquadramento normativo da prova testemunhal é encampado nos arts. 202 
a 225 do CPP. 
 
 Interpelação do perito e do assistente técnico (arts. 158 a 184, CPP). 
 
2 STJ, SÚMULA 415: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena 
cominada 
 
 
 
3 
 
 Acareações (arts. 229 e 230 do CPP). 
 
 Reconhecimento de pessoas e objetos (arts. 226 a 228, CPP). 
 
 Interrogatório do réu (arts. 185 a 196, CPP). Prestigiando o Princ. da Ampla Defesa, o 
legislador deslocou o interrogatório para o último ato de instrução (art. 400, CPP). 
 
Advertência: O interrogatório do réu em primeiro lugar ocasiona a nulidade do processo, 
por ofensa aos Princípios da Ampla Defesa e do Devido Processo Legal. 
 
Advertência: A previsão do interrogatório ao final da instrução acaba influenciando a 
legislação especial, por força do Princ. da Ampla Defesa. É o que ocorre nas ações originárias 
em Tribunal (Lei 8.038/90), onde o interrogatório deve ocorrer ao final da instrução, assim 
como na Lei de Tóxicos (Lei 11.343/06). 
 
Obs.: O réu não pode mentir no momento em que é qualificado, sob pena de 
responsabilização pelo delito de falsa identidade (art. 307, CP) – STJ, Súmula 5223. 
 
II – Debates Orais: 
 
 Acusação: 20min prorrogáveis por mais 10min. 
 
Advertência: O assistente de acusação dispõe de 10min improrrogáveis. Ele é a vítima do 
crime, ou quem venha a sucedê-la, que se habilita no processo para auxiliar o Ministério 
Público. 
 
 Defesa: 20min prorrogáveis por mais 10min. 
 
Advertência: Se o assistente de acusação fez uso da palavra, a defesa ganhará mais 10min. 
 
III – Prolação da Sentença: esta sentença pode ser absolutória ou condenatória, de acordo com os 
arts. 386 e 387 do CPP. Como é proferida após a instrução e o debate da causa, ela é amparada 
pelo Princ. do In Dubio Pro Reo. Logo, a certeza da inocência ou a dúvida da culpa justificam a 
absolvição, que é amparada pelo art. 386 do CPP. Se o juiz não estiver a vontade para sentenciar 
em audiência, os autos lhes serão conclusos, dispondo de 10 dias, prorrogáveis por mais 10 dias 
(art. 800, §3º do CPP). 
 
3. Questões Complementares: 
 
3.1 Princípio da Identidade Física do Juiz: de acordo com o art. 399, §2º do CPP, o juiz que preside a 
instrução deverá sentenciar a causa. 
 
Advertência: A identidade física pode ser mitigada, como ocorre pelo falecimento do magistrado. 
 
3.2 Substituição dos Debates Orais por Memoriais: 
 
I – Conceito: eventualmente, os debates orais podem ser substituídos por memoriais (razões escritas), 
nas hipóteses legalmente disciplinadas. 
 
II – Hipóteses – arts. 403, §3º e 404, CPP: o magistrado pode autorizar a substituição dos debates 
por memoriais nas seguintes hipóteses: 
 
a) Pluralidade de réus; 
 
3 STJ, SÚMULA 522: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda 
que em situação de alegada autodefesa. 
 
 
 
4 
b) Complexidade da causa; 
 
c) Surgimento da necessidade de produção probatória complementar por força da instrução. 
 
Advertência: Para o STJ, o juiz pode determinar a substituição dos debates por memoriais, mesmo 
fora das hipóteses legais. 
 
III – Procedimento: 
 
a) Paralisação da audiência logo após o interrogatório do réu; 
b) O juiz vai intimar a acusação para apresentar memoriais no prazo de 5 dias; 
c) O juiz vai intimar a defesa para apresentar memoriais no prazo de 5 dias; 
d) Apresentados os memoriais, o juiz dispõe de 10 dias, prorrogáveis por mais 10 dias, para prolatar 
a sentença. 
 
IV – Identificação da Peça na OAB: 
 
a) “Considerando que a instrução processual chegou ao fim, apresente a peça cabível”. 
b) “Considerando que a acusação apresentou memoriais, apresente a peça cabível”. 
c) “Considerando que a acusação apresentou as suas razões finais,apresente a peça cabível”. 
d) “Considerando que a acusação apresentou as suas alegações finais, apresente a peça cabível”. 
e) “Considerando que a instrução chegou ao fim e que a defesa foi intimada, apresente a peça 
cabível”. 
 
3.3 Estudo dos Memoriais: 
 
a) Conceito: é a peça apresentada logo após a instrução e que retrata as alegações finais da parte, 
antecedendo a sentença condenatória ou absolutória. 
 
b) Prazo: 5 dias, contados da correspondente intimação. Tem natureza processual, estando 
regulamentado no art. 798 do CPP. 
 
c) Capacidade Postulatória: os memoriais caracterizam uma peça privativa de advogado. 
 
d) Artigos de lei para embasamento do preâmbulo: arts. 403, §3º e 404, CPP. 
 
e) Teses: 
 
e.1) Teses preliminares: elas antecedem o mérito principal ou o mérito secundário da peça. 
 
e.1.1) Preliminares processuais: são aquelas que ocasionam a nulidade do processo. As 
nulidades podem ser ocasionadas pelo desrespeito à Constituição, aos preceitos de súmula, à lei 
e aos tratados e convenções internacionais. O art. 564 do CPP, de forma não exaustiva, 
apresenta um extenso rol de nulidades. 
 
e.1.2) Preliminares de mérito: são as teses que ocasionam a extinção da punibilidade (art. 107, 
CP). Elas são chamadas de preliminares de mérito, pois fazem coisa julgada material. Percebe-
se uma sutil diferença entre os memoriais e a resposta escrita, já que nesta a extinção da 
punibilidade justifica o requerimento de absolvição sumária, ao passo que nos memoriais a 
extinção da punibilidade é tratada como preliminar de mérito, justificando o requerimento para 
declaração da extinção da punibilidade. 
 
e.2) Em sede de memoriais, deve-se requerer a absolvição do réu com base no art. 386 do CPP, 
que justifica o pedido absolutório em razão da certeza da inocência ou da dúvida quanto a culpa. 
 
Obs. – Principais Teses: negativa de autoria, inexistência do fato, excludentes de tipicidade, 
ilicitude e culpabilidade. 
 
 
 
5 
 
Obs.: Em memorial, poder-se-ia invocar a tese da inimputabilidade, que ocasionará a absolvição 
imprópria, com a aplicação de medida de segurança. 
 
e.3) Mérito secundário: como após os memoriais o réu pode ser condenado, é pertinente tratar de 
teses que interferem na própria sanção, veja-se: 
 
 Afastamento de qualificadora; 
 Afastamento de causa de aumento de pena; 
 Afastamento de agravante; 
 Reconhecimento de causa de diminuição; 
 Reconhecimento de atenuante; 
 Enquadramento no regime de pena correto. 
 
Obs.: A base normativa de tais elementos é encontrada no artigo de lei que disciplina o 
delito, nas suas disposições gerais, na parte geral do CP ou na legislação especial. 
 
Obs.: Em memorial não se arrola testemunha, o que é pertinente à resposta escrita à 
acusação. Também não é usual o requerimento de produção de provas, pois a instrução já 
chegou ao fim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
TÉCNICA REDACIONAL DA PEÇA: 
 
 
Obs. Caso concreto: 
 
João da Silva foi preso em flagrante pelo delito de furto, capitulado no art. 155, “caput”, do CP, fato ocorrido 
em 10/12/2017. João teria subtraído um relógio de ouro do tipo Rolex de seu chefe, Gustavo Ribeiro. Após 
o transcurso da investigação, a prisão foi relaxada. Oferecida e recebida a denúncia, o juiz competente 
determinou a citação do acusado, mas não concedeu prazo para apresentação da resposta escrita à 
acusação. Na sequência, foi marcada e iniciada a audiência de instrução, debates e julgamento. 
 
Aberta a audiência, a suposta vítima informou que não presenciou o momento da subtração, sendo que o 
objeto furtado era uma mera réplica, de valor estimado em R$ 40,00. O acusado, por sua vez, alegou que 
não sabia quem era o proprietário do bem, mas que o mesmo estava aparentemente abandonado, de forma 
que ele pegou o objeto. 
 
Considerando que a instrução processual chegou ao fim e que o MP apresentou memoriais, apresente a 
peça privativa de advogado no último dia do prazo, considerando que a defesa foi intimada no dia 10 de 
julho de 2028, uma terça feira, sendo que a inicial foi recebida em 10 de dezembro de 2017. 
 
I 
P 
P 
R 
A 
M 
T 
S 
C 
 
Obs2. Passo a passo: 
 
a) 1° Passo- Endereçamento: a peça é endereçada ao juiz que preside o processo principal. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ... 
 
b) 2° Passo: espaçamento- pular 5 linhas 
c) 3° Passo: apontamento processual 
 
Autos do processo n.° ... 
 
d) 4° Passo: espaçamento- pular 1 linha 
e) 5° Passo: Preâmbulo 
 
Obs. Conteúdo 
 
i) Qualificação; 
ii) Assistência por advogado (fazer referência à procuração); 
iii) Nome jurídico da peça: MEMORIAIS ou ALEGAÇÕES FINAIS EM FORMA DE MEMORIAIS 
iv) Artigos de lei para embasamento: arts. 403, § 3° c.c 404 do CPP 
 
João da Silva, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio do seu advogado que esta 
subscreve (procuração anexa), vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 403, § 3° 
c.c 404 do CPP, apresentar MEMORIAIS, pelas razões de fato e de direito a seguir apontadas. 
 
 
 
 
7 
f) 6° Passo: pular 1 linha 
g) 7° Passo: DOS FATOS 
 
Obs. Fazer a construção fática em casa. 
 
h) 8° Passo: DO DIREITO 
 
I- Preliminares 
 
Preliminarmente urge apontar a violação processual ocorrido no momento em que não se oportunizou 
prazo ao acusado para apresentação da resposta escrita à acusação, nos termos do art. 396, “caput”, 
do CPP. 
Diante de tal omissão, percebe-se que o processo é manifestamente nulo, violando-se os princípios 
do contraditório e da ampla defesa, com clara afronta ao disposto no art. 564, inciso III, alínea “e”, 
do CPP. 
Ainda em sede preliminar, é necessário consignar que o suposto crime praticado está prescrito, 
afinal, entre a data do fato e o recebimento da inicial, passaram-se dez anos, ultrapassando o prazo 
de admissibilidade fixado no art. 109, inciso IV, do CP. Diante da prescrição da pretensão punitiva, 
é imperiosa a declaração de extinção da punibilidade, de acordo com o art. 107, inciso IV, do Código 
Penal. 
 
II- DO MÉRITO 
 
No mérito, cumpre apontar que a vítima, em seu depoimento, afirmou que o bem é uma mera 
réplica, de valor não superior a R$ 40,00. 
Segundo a melhor doutrina e a jurisprudência pátria, não há tipicidade material na hipótese, uma 
vez que a lesividade da conduta é desprezível, assim como a correspondente reprovação social. 
Portanto, e amparado no princípio da insignificância, não resta alternativa que não seja a absolvição 
do réu, nos termos do art. 386, inciso III, do CPP. 
Em acréscimo, não houve dolo de subtração de coisa alheia móvel, pois o agente imaginou que o 
bem estivesse abandonado, de maneira a afastar o enquadramento em uma conduta reprovável 
penalmente, por ausência de subsunção ao art. 155 do CP. 
Por oportuno, é importante consignar, por força do princípio da eventualidade, que estamos diante 
de uma situação de privilégio para o suposto crime de furto, apontado pelo § 2° do art. 155 do CP. 
Logo, na remota hipótese de não correr a absolvição do imputado, resta o enquadramento da 
modalidade de furto privilegiado, em razão do pequeno valor da coisa subtraída. 
 
i) 9° Passo: espaçamento - pular 1 linha 
 
j) 10° Passo: DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: 
 
a) Preliminarmente, a nulidade do processo pela não concessão de prazo para apresentação da 
resposta escrita à acusação, nos termos do art. 564, inciso III, alínea “e”, do CPP; 
b) Ainda em sede preliminar, requer a declaração da extinção da punibilidade pela prescrição da 
pretensão punitiva, de acordo com o art. 107, inciso IV c.c art. 109, inciso IV, ambos do CP; 
c) No mérito, resta a necessária absolvição do réu, diante da atipicidade da conduta, em razão da 
manifesta insignificânciae por ausência de dolo na subtração, nos termos do art. 386, inciso III, 
do CPP; 
d) Pelo princípio da eventualidade, na remota hipótese da não ocorrência de absolvição, resta o 
reconhecimento do privilégio apontado no § 2° do art. 155 do CP, em razão do pequeno valor da 
coisa. 
 
k) 11° Passo: espaçamento – pular 1 linha 
l) 12° Passo: Parte autenticativa 
 
 
 
 
8 
Termos em que, pede deferimento. 
 
Local ..., 16 de julho de 2028 
...................................................... 
Advogado ...; OAB n.° ... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
II. LOUSAS: 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
III. EXERCÍCIOS: 
 
 
1. (CESPE - 2012 - TJ/RR) Ricardo, de dezoito anos de idade, convidou seu irmão Flávio, de dezesseis 
anos de idade, para ir a uma casa noturna. Já no interior desse estabelecimento, Ricardo subtraiu de uma 
mulher enquanto Flávio perguntava-lhe as horas, distraindo-a sua bolsa pessoal, com dinheiro e 
documentos, que estava em cima de uma mesa atrás da vítima. Ao tentarem sair do estabelecimento 
comercial, foram abordados pelo segurança da casa noturna, que apreendeu a bolsa da vítima, que estava 
na posse de Ricardo, e deteve os irmãos até a chegada de policiais militares acionados por outros 
empregados da casa noturna. Os policiais militares que abordaram Ricardo e Flávio encontraram, em poder 
de Flávio, uma arma de fogo municiada com um cartucho não deflagrado. A arma de fogo era legalmente 
registrada em nome de um policial militar que, cinco meses antes, registrou ocorrência policial por crime 
de furto em sua residência. No curso da instrução criminal, foi realizado exame médico-legal para verificar 
a integridade mental de Ricardo, por meio do qual se constatou que o acusado tinha inteira capacidade de 
entender o caráter ilícito do fato. Foi verificado que Flávio não havia cometido anteriormente nenhum ato 
infracional análogo à prática de crime. 
 
Com relação ao caso hipotético relatado acima, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Penal. 
 
Encerrada a instrução processual e não havendo requerimento de diligências, as partes poderão dispor de 
vinte minutos cada uma para apresentar alegações orais, tanto pela acusação como pela defesa, ou o juiz 
poderá conceder às partes o prazo sucessivo de cinco dias para apresentação de memoriais. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
2. (FGV - 2010 - OAB) Em processo sujeito ao rito ordinário, ao apresentar resposta escrita, o advogado 
requer a absolvição sumária de seu cliente e não propõe provas. O juiz, rejeitando o requerimento de 
absolvição sumária, designa audiência de instrução e julgamento, destinada à inquirição das testemunhas 
arroladas pelo Ministério Público e ao interrogatório do réu. Ao final da audiência, o advogado requer a 
oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas. 
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. 
 
a) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita até o 
encerramento da prova de acusação. 
b) O juiz não deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audiência una causa nulidade absoluta. 
c) O juiz só deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento da 
apresentação da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de 
circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
d) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa não ter sido feita 
no momento correto, em nenhuma hipótese do processo penal, o juiz deve indeferir diligências requeridas 
pela defesa. 
 
 
3. (FGV - 2008 - PC/RJ) Analise as afirmativas a seguir: 
 
I. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor e a lei 
determina que a defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida 
através de manifestação fundamentada. 
 
II. A intimação do defensor constituído, do defensor nomeado, do advogado do querelante e do assistente 
far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob 
pena de nulidade, o nome do acusado 
 
 
 
 
18 
III. A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer 
 
a) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO: 1 – Certo 2 – C 3 – C

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