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Histologia do Sistema Respiratório

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Histologia do sistema respiratório 
HISTOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
Referência: Junqueira e Carneiro – Histologia Básica 
12° Ed. 
1. Epitélio Respiratório 
A maior parte da porção condutora é revestida 
por epitélio ciliado pseudoestratificado colunar com 
muitas células caliciformes, denominado epitélio 
respiratório. O epitélio respiratório típico consiste em 
cinco tipos celulares, identificáveis ao microscópio 
eletrônico. O tipo mais abundante é a célula colunar 
ciliada. Cada uma tem cerca de 300 cílios na sua 
superfície apical e, embaixo dos corpúsculos basais 
dos cílios, há numerosas mitocôndrias, que fornecem 
ATP para os batimentos ciliares. 
Em termos quantitativos, vêm em segundo 
lugar as células caliciformes, secretoras de muco. A 
parte apical dessas células contém numerosas 
gotículas de muco composto de glicoproteínas. 
As demais células colunares são conhecidas 
como células em escova (brus/J cells), em virtude dos 
numerosos microvilos existentes em suas superfícies 
apicais. Na base das células em escova há 
terminações nervosas aferentes, e essas células são 
consideradas receptores sensoriais. 
Existem ainda as células basais, que são 
pequenas e arredondadas, também apoiadas na lâmina 
basal, mas que não se estendem até a superfície livre 
do epitélio. Essas células são células-tronco (stem 
cells) que se multiplicam continuamente, por mitose, 
e originam os demais tipos celulares do epitélio 
respiratório. Finalmente, encontra-se a célula 
granular, que parece a célula basal, mas contém 
numerosos grânulos com diâmetro de 100 a 300 nm, 
os quais apresentam a parte central mais densa aos 
elétrons. Estudos histoquímicos mostraram que as 
células granulares pertencem ao sistema 
neuroendócrino difuso. Todas as células do epitélio 
pseudoestratificado colunar ciliado apoiam-se na 
lâmina basal. 
➔ Fossas nasais 
São revestidas por mucosa com diferentes 
estruturas, segundo a região considerada. Distinguem 
-se nas fossas nasais três regiões: o vestíbulo, a área 
respiratória e a área olfatória. 
➔ Fossas nasais e área respiratória 
O vestíbulo é a porção mais anterior e dilatada 
das fossas nasais; sua mucosa é continuação da pele 
do nariz, porém o epitélio estratificado pavimentoso 
da pele logo perde sua camada de queratina e o tecido 
conjuntivo da derme dá origem à lâmina própria da 
mucosa. Os pelos curtos (vibrissas) e a secreção das 
glândulas sebáceas e sudoríparas existentes no 
vestíbulo constituem uma barreira à penetração de 
partículas grosseiras nas vias respiratórias. 
A área respiratória compreende a maior parte 
das fossas nasais. A mucosa dessa região é recoberta 
por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado, com 
muitas células caliciformes (epitélio respiratório, já 
descrito). Nesse local a lâmina própria contém 
glândulas mistas (serosas e mucosas), cuja secreção é 
lançada na superfície do epitélio. 
O muco produzido pelas glândulas mistas e 
pelas células caliciformes prende microrganismos e 
partículas inertes, sendo deslocado ao longo da 
superfície epitelial em direção à faringe, fgtspelo 
batimento ciliar. Esse deslocamento do muco 
protetor, na direção do exterior, é importante para 
proteger o aparelho respiratório. 
 A superfície da parede lateral de cada 
cavidade nasal apresenta-se irregular, em razão da 
existência de três expansões ósseas chamadas 
conchas ou cornetos. Nos cornetos inferior e médio, a 
lâmina própria contém um abundante plexo venoso. 
Ao passar pelas fossas nasais, o ar é aquecido, filtrado 
e umedecido, atribuindo-se ao plexo venoso função 
importante nesse aquecimento. 
➔ Área olfatória 
A área olfatória é uma região situada na parte 
superior das fossas nasais, sendo responsável pela 
sensibilidade olfatória. Essa área é revestida pelo 
epitélio olfatório, que contém os quimiorreceptores 
da olfação. O epitélio olfatório é um neuroepitélio 
colunar pseudoestratificado, formado por três tipos 
celulares. 
Histologia do sistema respiratório 
As células de sustentação são prismáticas, 
largas no seu ápice e mais estreitas na sua base; 
apresentam, na sua superfície, microvilos que se 
projetam para dentro da camada de muco que cobre o 
epitélio. Essas células têm um pigmento acastanhado 
que é responsável pela cor amarelo- castanha da 
mucosa olfatória. As células basais são pequenas, 
arredondadas, e situam-se na região basal do epitélio, 
entre as células olfatórias e as de sustentação; são as 
células-tronco (stem cells) do epitélio olfatório. 
As células olfatórias são neurônios bipolares 
que se distinguem das células de sustentação porque 
seus núcleos se localizam em uma posição mais 
inferior. Suas extremidades (dendritos) apresentam 
dilatações elevadas, de onde partem 6 a 8 cílios, sem 
mobilidade, que são quimiorreceptores excitáveis 
pelas substâncias odoríferas. A existência dos cílios 
amplia enormemente a superfície receptora. 
Os axônios que nascem nas porções basais 
desses neurônios sensoriais reúnem –se em pequenos 
feixes, dirigindo-se para o s istema nervoso central. 
Na lâmina própria dessa mucosa, além d e abundantes 
vasos e nervos, observam-se glândulas ramificadas 
túbulo acinosas alveolares, as glândulas de Bowman 
(serosas). Os duetos dessas glândulas levam a 
secreção para a superfície epitelial, criando uma 
corrente líquida contínua, que limpa os cílios das 
células olfatórias, facilitando o acesso de novas 
substâncias odoríferas. 
 
 
➔ Seios paranasais 
São cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmoide e 
esfenoide revestidas por epitélio do tipo respiratório, 
que se apresenta baixo e com poucas células 
caliciformes. A lâmina própria contém apenas 
algumas glândulas pequenas e é contínua com o 
periósteo adjacente. Os seios paranasais se 
comunicam com as fossas nasais por meio de 
pequenos orifkios. O muco produzido nessas 
cavidades é drenado para as fossas nasais pela 
atividade das células epiteliais ciliadas. 
➔ Nasofaringe 
É a primeira parte da faringe, continuando 
caudalmente com a orofaringe, porção oral desse 
órgão. A nasofaringe, que é separada 
incompletamente da orofaringe pelo palato mole, é 
revestida por epitélio tipo respiratório. Na orofaringe 
o epitélio é estratificado pavirnentoso. 
➔ Laringe 
É um tubo de forma irregular que une a faringe 
à traqueia. 
Suas paredes contêm peças cartilaginosas 
irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo 
fibroelástico. As cartilagens mantêm o lúmen da 
laringe sempre aberto, garantindo a livre passagem do 
ar. As peças cartilaginosas maiores (tireoide, cricoide 
e a maior parte das aritenoides) são do tipo hialino: as 
demais são do tipo elástico. A epiglote é um 
prolongamento que se estende da laringe na direção 
da faringe, apresentando urna face dorsal e uma face 
ventral. 
A mucosa forma dois pares de pregas que 
provocam saliência no lúmen da laringe. O primeiro 
par, superior, constitui as falsas cordas vocais (ou 
pregas vestibulares); a lâmina própria dessa região é 
frouxa e contém numerosas glândulas. O segundo par, 
inferior, constitui as cordas vocais verdadeiras, que 
apresentam um eixo de tecido conjuntivo muito 
elástico, ao qual se seguem, externamente, os 
músculos intrínsecos da laringe. Quando o ar passa 
através da laringe, esses músculos podem contrair-se, 
modificando a abertura das cordas vocais e 
condicionando a produção de sons com diferentes 
tonalidades. 
O revestimento epitelial não é uniforme ao 
longo de toda a laringe. Na face ventral e parte da face 
dorsal da epiglote, bem como nas cordas vocais 
verdadeiras, o epitélio está sujeito a atritos e desgaste, 
sendo, portanto, do tipo estratificado pavimentoso 
não queratinizado. Nas demais regiões é do tipo 
respiratório, com cílios que vibram em direção à 
Histologia do sistema respiratório 
faringe. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e 
contém pequenasglândulas mistas (serosas e 
mucosas). Essas glândulas não são encontradas nas 
cordas vocais verdadeiras. 
➔ Traqueia 
A traqueia é uma continuação da laringe e 
termina ramificando-se nos dois brônquios 
extrapulmonares. e um tubo revestido internamente 
por epitélio do tipo respiratório. 
A lâmina própria é de tecido conjuntivo 
frouxo, rico em fibras elásticas. Contém glândulas 
seromucosas, cujos duetos se abrem no lúmen 
traqueal. 
A secreção, tanto das glândulas como das 
células caliciformes, forma um tubo viscoso 
continuo, que é levado em direção à faringe pelos 
batimentos ciliares, para remover partículas de pó que 
entram com o ar inspirado. Além da barreira de muco, 
as vias respiratórias apresentam outro sistema de 
defesa contra o meio externo, representado pela 
barreira linfocitária de função imunitária, a qual 
compreende tanto linfócitos isolados como acúmulos 
linfocitários ricos em plasmócitos (nódulos linfáticos 
e linfonodos), distribuídos ao longo da porção 
condutora do aparelho respiratório. 
A traqueia apresenta um número variável (16 
a 20) de cartilagens hialinas, em forma de C, cujas 
extremidades livres estão voltadas para o lado 
posterior. Ligamentos fibroelásticos e feixes de 
músculo liso prendem-se ao pericôndrio e unem as 
porções abertas das peças cartilaginosas em forma de 
C. Os ligamentos impedem a excessiva distensão do 
lúmen, e os feixes musculares possibilitam sua 
regulação. 
A contração do músculo causa redução do 
lúmen traqueal, participando do reflexo da tosse. O 
estreitamento do lúmen pela contração muscular 
aumenta a velocidade do ar expirado, e isso toma 
mais fácil expulsar, pela tosse, a secreção acumulada 
na traqueia e os corpos estranhos que possam ter 
penetrado. 
A traqueia é revestida externamente por um 
tecido conjuntivo frouxo, constituindo a camada 
adventícia, que liga o órgão aos tecidos adjacentes. 
➔ Árvore brônquica 
A traqueia ramifica-se originando dois 
brônquios que, após curto trajeto, entram nos pulmões 
através do hilo. 
Esses brônquios são chamados de primários. 
Pelo hilo também entram artérias e saem vasos 
linfáticos e veias. Todas essas estruturas são 
revestidas por tecido conjuntivo denso, sendo o 
conjunto conhecido por raiz do pulmão. 
Os brônquios primários, ao penetrarem os 
pulmões, dirigem-se para baixo e para fora, dando 
origem a três brônquios no pulmão direito e dois no 
esquerdo. Cada brônquio supre um lobo pulmonar. 
Esses brônquios lo bares dividem-se repetidas vezes, 
originando brônquios cada vez menores, sendo os 
últimos ramos chamados de bronquíolos. Cada 
bronquíolo penetra um lóbulo pulmonar, no qual se 
ramifica, formando de cinco a sete bronquíolos 
terminais. Os lóbulos têm forma piramidal, com o 
ápice voltado para o hilo e a base dirigida para a 
superfície pulmonar. 
Sua delimitação é dada por delgados septos 
conjuntivos, de fácil visualização no feto. No adulto, 
esses septos são incompletos, sendo os lóbulos, então, 
mal delimitados; é exceção a região próxima à pleura, 
onde há grande deposição de partículas de carvão nos 
macrófagos dos septos interlobulares. 
Cada bronquíolo terminal origina um ou mais 
bronquíolos respiratórios, os quais marcam a 
transição para a porção respiratória, a qual, por sua 
vez, compreende os duetos alveolares, os sacos 
alveolares e os alvéolos. 
Os brônquios primários, na sua porção 
extrapulmonar, têm a mesma estrutura observada na 
traqueia. À medida que se caminha para a porção 
respiratória, observa-se simplificação na estrutura 
desse sistema de condutos, bem como diminuição da 
altura do epitélio. Deve-se ressaltar, entretanto, que 
essa simplificação é gradual, não havendo transição 
brusca. Dessa maneira, a divisão da árvore brônquica 
em diferentes segmentos é, até certo ponto, artificial, 
mas tem valor didático. 
 
Histologia do sistema respiratório 
➔ Brônquios 
Nos ramos maiores, a mucosa é idêntica à da 
traqueia, enquanto nos ramos menores o epitélio pode 
ser cilíndrico simples ciliado. A lâmina própria é rica 
em fibras elásticas. 
Segue-se à mucosa uma camada muscular lisa, 
formada por feixes musculares dispostos em espiral 
que circundam completamente o brônquio. Em corte 
histológico, essa camada muscular aparece 
descontínua, a contração desse músculo, após a 
morte, é responsável pelas dobras características da 
mucosa brônquica, observadas em um corte 
histológico. Externamente a essa camada muscular 
existem glândulas seromucosas, cujos duetos se 
abrem no lúmen brônquico. 
As peças cartilaginosas são envolvidas por 
tecido conjuntivo rico em fibras elásticas. Essa capa 
conjuntiva, frequentemente denominada camada 
adventícia, continua com as fibras conjuntivas do 
tecido pulmonar adjacente. 
Tanto na adventícia como na mucosa são 
frequentes os acúmulos de linfócitos. Particularmente 
nos pontos de ramificação da árvore brônquica, é 
comum a existência de nódulos linfáticos 
➔ Bronquíolos 
Os bronquíolos são segmentos intralobulares, 
tendo diâmetro de l mm ou menos: não apresentam 
cartilagem, glândulas ou nódulos linfáticos. O 
epitélio, nas porções iniciais, é cilíndrico simples 
ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na 
porção final. As células caliciformes diminuem em 
número, podendo mesmo faltar completamente. 
O epitélio dos bronquíolos apresenta regiões 
especializadas denominadas corpos neuroepiteliais. 
Cada corpo neuroepitelial é constituído por 80 a 100 
células que contêm grânulos de secreção e recebem 
terminações nervosas colinérgicas. Provavelmente, 
trata-se de quimiorreceptores que reagem às 
alterações na com posição dos gases que penetram o 
pulmão. Admite-se que sua secreção tem ação local 
A lâmina própria dos bronquíolos é delgada e rica em 
fibras elásticas. Segue- se à mucosa uma camada 
muscular lisa cujas células se entrelaçam com as 
fibras elásticas, as quais se estendem para fora, 
continuando com a estrutura esponjosa do 
parênquima pulmonar. 
Quando se compara a espessura das paredes 
dos brônquios com a d os bronquíolos, nota -se que a 
musculatura bronquiolar é relativamente mais 
desenvolvida que a brônquica. 
As crises asmáticas são causadas 
principalmente pela contração da musculatura 
bronquiolar, com peque na participação da 
musculatura dos brônquios. 
➔ Bronquíolos terminais 
Denominam-se bronquíolos terminais as 
últimas porções da árvore brônquica. Têm estrutura 
semelhante à dos bronquíolos, tendo, porém, parede 
mais delgada, revestida internamente por epitélio 
colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não 
ciliadas. 
Os bronquíolos terminais têm ainda as células 
de Clara não ciliadas, que apresentam grânulos 
secretores em suas porções apicais. As células de 
Clara secretam proteínas que protegem o 
revestimento bronquiolar contra determinados 
poluentes do ar inspirado e contra inflamações. 
➔ Bronquíolos Respiratórios 
Cada bronquíolo terminal se subdivide em 
dois ou mais bronquíolos respiratórios que 
constituem a transição entre a porção condutora e a 
respiratória. 
O bronquíolo respiratório é um tubo curto, às 
vezes ramificado, com estrutura semelhante à do 
bronquíolo terminal, exceto pela existência de 
numerosas expansões saculiformes constituídas por 
alvéolos, onde ocorrem trocas de gases. As porções 
dos bronquíolos respiratórios não ocupadas pelos 
alvéolos são revestidas por epitélio simples que varia 
de colunar baixo a cuboide, podendo ainda apresentar 
cílios na porção inicial. Esse epitélio simples contém 
também células de Clara. O músculo liso e as fibras 
elásticas formam uma camada mais delgada do que a 
do bronquíolo terminal. 
➔ Duetos alveolares 
Histologia do sistema respiratório 
À medida que a árvore respiratória se 
prolonga no parênquima pulmonar, aumenta o 
número de alvéolos que se abrem no bronquíolo 
respiratório, até que a parede passa a serconstituída 
apenas de alvéolos, e o tubo passa a ser chamado de 
dueto alveolar. Tanto os duetos alveolares como os 
alvéolos são revestidos por epitélio simples plano 
cujas células são extremamente delgadas. Nas bordas 
dos alvéolos, a lâmina própria apresenta feixes de 
músculo liso. Nos cortes histológicos, esses acúmulos 
de músculo liso são vistos muito facilmente entre 
alvéolos adjacentes. Os duetos alveolares mais distais 
não apresentam músculo liso. Uma matriz rica em 
fibras elásticas e contendo também fibras reticulares 
constitui o suporte para os duetos e alvéolos. 
Funcionalmente, as fibras elásticas são importantes, 
porque se distendem durante a inspiração e se 
contraem passivamente na expiração. 
As fibras reticulares servem de suporte para os 
delicados capilares sanguíneos interalveolares e para 
a parede dos alvéolos, impedindo a distensão 
excessiva dessas estruturas e eventuais lesões. 
➔ Alvéolos 
O dueto alveolar termina em um alvéolo único 
ou em sacos alveolares constituídos por diversos 
alvéolos. 
Os alvéolos são estruturas encontradas nos 
sacos alveolares, duetos alveolares e bronquíolos 
respiratórios; constin1em as últimas porções da 
árvore brônquica, sendo os responsáveis pela 
estrutura esponjosa do parênquima pulmonar. São 
pequenas bolsas semelhantes aos favos de colmeia, 
abertas de um lado, cujas paredes são constituídas por 
uma camada epitelial fina que se apoia em wn tecido 
conjuntivo delicado, no qual há uma rica rede de 
capilares sanguíneos. Essa parede alveolar é comum 
a dois alvéolos adjacentes, constituindo, portanto, 
uma parede ou septo interalveolar. 
O septo interalveolar consiste em duas 
camadas de pneumócitos (principalmente tipo 1) 
separadas pelo interstício de tecido conjuntivo com 
fibras reticulares e elásticas, substância fundamental 
e células do conjuntivo, e a rede de capilares 
sangulneos. O septo interalveolar contém a rede 
capilar mais rica do organismo. 
O ar alveolar é separado do sangue capilar por 
quatro estruturas, que são o citoplasma do 
pneumócito tipo I, a lâmina basal dessa célula, a 
lâmina basal do capilar e o citoplasma da célula 
epiteliais. A espessura total dessas quatro estruturas é 
de 0, 1 a 1,5 μ.m. Geralmente, as duas lâminas basais 
se fundem, formando uma membrana basal única 
O oxigênio do ar alveolar passa para o sangue 
capilar através das membranas citadas; o C02 
difunde- se em direção contrária. A liberação do C02 
a partir de H2C03 é catalisada pela enzima anidrase 
carbônica existente nas hemácias. 
A parede interalveolar é formada por três tipos 
celulares principais: células endoteliais dos capilares, 
pneumócitos tipo I e pneumócitos tipo II. 
As células endoteliais dos capilares são as 
mais numerosas e têm o núcleo mais alongado que o 
dos pneumócitos. O endotélio é do tipo contínuo, não 
fenestrado. 
O pneumócito tipo I, também chamado de 
célula alveolar pavimentosa, tem núcleo achatado, 
fazendo uma ligeira saliência para o interior do 
alvéolo. Em razão da extensão do citoplasma, os 
núcleos estão muito separados uns dos outros. O 
citoplasma é muito delgado, exceto na região 
perinuclear, e apresenta desmossomos, ligando 
células adjacentes. Em muitas regiões o citoplasma 
dos pneumócitos tipo I é tão delgado que somente 
com o microscópio eletrônico foi possível a certeza 
de que eles formam uma camada contínua. 
Além dos desmossomos, os pneumócitos tipo 
I apresentam zônulas de oclusão junções oclusivas), 
que impedem a passagem de fluidos do espaço 
tecidual (interstício) para o interior dos alvéolos. A 
principal função dos pneumócitos tipo I é constituir 
uma barreira de espessura mínima para possibilitar as 
trocas de gases e ao mesmo tempo impedir a 
passagem de líquido. 
Os pneumócitos tipo II, também chamados de 
células septais, localizam-se entre os pneumócitos 
tipo l, com os quais formam desmossomos e junções 
mútivas. Os pneumócitos tipo II são células 
arredondadas que ficam sempre sobre a membrana 
basal do epitélio alveolar, como parte desse epitélio. 
Histologia do sistema respiratório 
Aparecem de preferência em grupos de duas ou três 
células, nos pontos em que as paredes alveolares se 
tocam. O núcleo é maior e mais vesicular, em relação 
às demais células da parede interalveolar. 
O citoplasma não se adelgaça e, na 
microscopia óptica, aparece vacuolizado. Essas 
células apresentam retículo endoplasmático 
granuloso desenvolvido e microvilos na sua 
superfície livre. Sua principal característica são os 
corpos multilamelares de l a 2 μ,m de diâmetro, 
elétron densos, que são os responsáveis pelo aspecto 
vesicular do citoplasma à microscopia óptica. Os 
corpos multilamelares contêm fosfolipídios, 
proteínas, glicosaminoglicanos, e são continuamente 
sintetizados eliberados pela porção apical dos 
pneumócitos tipo II. Os corpos lamelares originam o 
material que se espalha sobre a superfície dos 
alvéolos. Esse material forma uma camada 
extracelular nos alvéolos, denominada surfactante 
pulmonar. 
A camada surfactante consiste em uma 
hipófase aquosa e proteica, coberta por uma camada 
monomolecular de fosfolipídios, composta 
principalmente de dipalmitoilfosfatidilcolina e 
fosfatidilglicerol. O surfactante exerce diver-sas 
funções importantes, porém a mais evidente é reduzir 
a tensão superficial dos alvéolos, o que reduz também 
a força necessária para a inspiração, facilitando a 
respiração. Além disso, sem o surfactante os alvéolos 
tenderiam a entrar em colapso durante a expiração. 
A camada surfactante não é estática; ao 
contrário, ela é renovada constantemente. As 
moléculas de lipoproteínassão continuamente 
removidas pelos dois tipos de pneumócitos (I e II) por 
pinocitose e pelos macrófagos alveolares. 
O fluido alveolar é removido para a porção 
condutora pelo movimento ciliar, que cria uma 
corrente de líquido. 
Este líquido se mistura com o muco dos 
brônquios, formando o líquido broncoalveolar, que 
auxilia a remoção de partículas e substâncias 
prejudiciais que possam penetrar com o ar inspirado. 
O líquido broncoalveolar contém diversas enzimas, 
como lisozima, colagenase e betaglicuronidase, 
provavelmente produzidas pelos macrófagos 
alveolares. 
Em fetos, essa película surfatante lipoproteica 
aparece nas últimas semanas da gestação, na mesma 
ocasião em que aparecem os corpos multilamelares 
nos pneumócitos tipo II. 
➔ Poros alveolares 
O septo interalveolar contém poros de 10 a 15 
μm de diâmetro, comunicando dois alvéolos 
adjacentes. Esses poros equalizam a pressão do ar nos 
alvéolos e possibilitam a circulação colateral do ar, 
quando um bronquíolo é obstruído. 
• Macrófagos alveolares 
Os macrófagos alveolares, também chamados 
de células de poeira, são encontrados no interior dos 
septos interalveolares e na superfície dos alvéolos. Os 
macrófagos alveolares localizados na camada 
surfactante que limpam a superfície do epitélio 
alveolar são transportados para a faringe, de onde são 
deglutidos. 
Os numerosos macrófagos carregados de 
partículas de carbono ou de poeira, encontrados no 
tecido conjuntivo, em volta dos vasos sanguíneos e no 
conjuntivo da pleura, provavelmente não são 
macrófagos alveolares que migraram através do 
epitélio alveolar. O material fagocitado que aparece 
no citoplasma desses macrófagos passou dos alvéolos 
para o interstício dos septos alveolares pela atividade 
pinocitótica dos pneumócitos tipo I. 
➔ Vasos sanguíneos dos pulmões 
A circulação sanguínea do pulmão 
compreende vasos nutridores (sistêmicos) e vasos 
funcionais (vasos pulmonares). 
A circulação funcional é representada pelas 
artérias e veias pulmonares. As artérias pulmonares 
são do tipo elástico, de paredes delgadas, porque 
nelas é baixa a pressão sanguínea. Essas artérias 
transportam sangue venoso para ser oxigenado nos 
alvéolos pulmonares. Dentro do pulmão, as artériaspulmonares se ramificam, acompanhando a árvore 
brônquica; os ramos arteriais são envolvidos pela 
adventícia dos brônquios e bronquíolos. 
Histologia do sistema respiratório 
Na altura dos duetos alveolares os ramos 
arteriais originam a rede capilar dos septos in ter 
alveolares. Essa rede capilar entra em contato direto 
com o epitélio alveolar. O pulmão apresenta a rede 
capilar mais desenvolvida de todo o organismo. 
Da rede capilar originam-se vênulas que 
correm isoladas pelo parênquima pulmonar, afastadas 
dos duetos condutores de ar. e penetram os septos 
interlobulares. 
Após saírem dos lóbulos, as veias contendo 
sangue oxigenado (arterial) acompanham a árvore 
brônquica, dirigindo- se para o hilo. 
Os vasos nutridores compreendem as artérias 
e as veias brônquicas, que levam sangue com 
nutrientes e oxigênio para todo o parênquima 
pulmonar. Os ramos da artéria brônquica 
acompanham a árvore brônquica até os bronquíolos 
respiratórios, onde se anastomosam com pequenos 
ramos da artéria pulmonar. 
➔ Vasos linfáticos dos pulmões 
Distribuem -se acompanhando os brônquios e 
os vasos pulmonares; são encontrados também nos 
septos interlobulares. Dirigindo-se todos eles para os 
linfonodos da região do hilo. Essa rede linfática é 
chamada de rede profunda, para ser distinguida da 
rede superficial, que compreende os linfáticos 
existentes na pleura visceral. Os vasos linfáticos da 
rede superficial ou acompanham a pleura em toda a 
sua extensão ou podem penetrar o parênquima 
pulmonar através dos septos interlobulares, dirigindo-
se também para os linfonodos do hilo pulmonar. 
Nas porções terminais da árvore brônquica e 
nos alvéolos não existem vasos linfáticos. 
➔ Pleura 
Pleura é a serosa que envolve o pulmão, sendo 
formada por dois folhetos, o parietal e o visceral, que 
são contínuos na região do hilo do pulmão. Ambos os 
folhetos são formados por mesotélio e uma fina 
camada de tecido conjuntivo, que contém fibras 
colágenas e elásticas. 
As fibras elásticas do folheto visceral se 
continuam com as do parênquima pulmonar. 
Os dois folhetos delimitam, para cada pulmão, 
uma cavidade independente e inteiramente revestida 
pelo mesotélio. Em condições normais, essa cavidade 
pleural é virtual, contendo apenas uma película de 
líquido que age como lubrificante, tornando possível 
o deslizamento suave dos dois folhetos durante os 
movimentos respiratórios e impossibilitando o atrito 
entre o mesotélio visceral e o parietal. 
A pleura, assim como o revestimento de 
outras cavidades serosas (peritônio e pericárdio), é 
uma estrutura de grande permeabilidade, o que 
explica a frequência de acúmulo de líquidos entre os 
dois folhetos pleurais (derrame pleural). 
Esse líquido deriva do plasma sanguíneo por 
transudação através da parede dos capilares, 
provocada por processos patológicos. Em 
contrapartida, em determinadas condições, líquidos 
ou gases contidos na cavidade da pleura são 
rapidamente absorvidos.

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