Buscar

1 INTRODUÇÃO ZOONOSES

Prévia do material em texto

1 
 
 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 
1.ZOONOSES 
INTRODUÇÃO 
• Qualquer doença ou infecção naturalmente transmissíveis de animais vertebrados 
para humanos (OMS); 
o Mas pode ser transmitida de humanos para animais também; 
o Para ser considerado uma zoonose precisa ter no seu ciclo um animal 
vertebrado e um humano, mas não necessariamente precisa ser uma 
transmissão direta; 
o Ex: Dengue não é uma zoonose, mas a Febre amarela é, e as duas doenças 
são transmitidas por mosquitos, mas dentro do ciclo de vida do indivíduo na 
febre amarela há a presença de um hospedeiro vertebrado (Macaco), 
diferente da Dengue que é exclusiva de seres humanos; 
 
• Os animais desempenham assim um papel essencial na manutenção das infecções 
zoonóticas na natureza; 
• As zoonoses podem ser: 
o BACTERIANAS; 
o VIRAIS; 
o PARASITÁRIAS; 
o OU PODEM ENVOLVER AGENTES NÃO CONVENCIONAIS; 
• Além de ser um problema de saúde pública; 
• Muitas das principais doenças zoonóticas impedem a produção eficiente de 
alimentos de origem animal e criam obstáculos ao comércio internacional de 
produtos de origem animal; 
 
2 
 
 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 
• Mais de 75% das doenças humanas emergentes do último século são de origem 
animal; 
• A lista super os 200 tipos podendo ser provocadas por fungos, bactérias, vírus e 
parasitas (OMS); 
CONCEITOS EPIDEMIOLÓGICOS 
EPIDEMIOLOGIA 
• Epi (sobre); demos (povo); logos (conhecimento); 
• O estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças 
nas coletividades (na população); 
• Enquanto a clínica dedica-se ao estudo da doença no indivíduo, analisando caso 
a caso, a epidemiologia debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos, às 
vezes grupos pequenos, na maioria das vezes envolvendo populações numerosas; 
• A clínica e a epidemiologia se complementam; 
• Alguns exemplos de perguntas utilizadas numa abordagem epidemiológica para 
coletar dados que ajudam nas medidas estratégicas para a resolução dos 
problemas: 
o A leishmaniose da cadela e a doença hepática do gato são casos isolados 
ou frequentes? 
o Quais são os fatores que determinam essas doenças? 
o Será que a alimentação do gato levou ao desenvolvimento de sua doença? 
o Da população de cães e gatos da Mooca, quem está mais sujeito a quais 
doenças? 
o Como mensurar se a população pet da Mooca está tendo uma vida 
saudável; 
o A incidência de doenças em pets da Mooca é similar à de outros bairros? 
SURTOS EPIDÊMICOS 
• É a ocorrência de dois ou mais casos epidemiologicamente relacionados; 
• Alguns autores denominam surto epidêmico, a ocorrência de uma doença ou 
fenômeno restrita a um espaço delimitado: colégio, quartel, creches, bairros...; 
 
3 
 
 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 
ENDEMIA 
• Ocorrência de uma doença presente de maneira permanente e persistente em uma 
determinada região que não se espalha para outros lugares; 
o Ex: Malária na região amazônica, pois tem casos constantes durante todo o 
ano; 
o Tem um número constante ao longo de um grande período de tempo; 
• Região essa que possuí condições que facilitam a persistência de certas fontes de 
infecção; 
EPIDEMIA 
• O termo epidemia é utilizado para uma doença cujo aparecimento é súbito e se 
propaga por uma determinada zona geográfica afetando um número significativo 
de pessoas ou animais; 
o Quando ocorre um aumento do surto, saindo daquela determinada região e 
indo para outros lugares, gerando rapidamente um número elevado de casos 
(pico de casos); 
PANDEMIA 
• A pandemia ocorre quando uma doença que estava em certa região (que era 
considerada uma epidemia) começa a se espalhar de maneira descontrolada 
pelos continentes ou até pelo mundo; 
o Quando a epidemia deixar de ser localizada em uma cidade, se espalhando 
para outros lugares; 
 
 
4 
 
 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 
PERÍODO PRÉ PATOGÊNICO (antes de ocorrer a infecção); 
• Promoção de saúde: 
o Momento de educação em saúde, saber o que fazer para evitar 
determinadas doenças; 
• Proteção específica: 
o Exemplo: Vacinação; 
PERÍODO PATOGÊNICO 
• Período de latência (a partir do momento em que é infectado) 
o Possui o agente, mas ainda não desenvolveu os sintomas, não deu tempo de 
desenvolver pois não tem uma quantidade considerável de agentes para que 
possa desenvolver os sintomas; 
 
5 
 
 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 
• Depois começa a desenvolver os sinais e sintomas podendo culmnar no: 
o Óbito do animal; 
o Cura do animal; 
o Pode permanecer coma doença por longo período de tempo (estado 
crônico da doença); 
• Fazer um diagnostico para fazer um tratamento adequado para que vise a 
limitação dos danos no animal, passa que possa ser curado com a menor 
quantidade possível de efeitos daquela doença; 
 
 TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA 
• Para que desenvolva uma doença é preciso que o animal tenha três aspectos 
importantes, e isso é chamado de tríade epidemiológica: 
 
 
 
6 
 
 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 
HOSPEDEIRO 
• Trata-se de um ser vivo vertebrados de qualquer espécie que ofereça, em 
condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso; 
o O que adoece; 
• Precisa ser um animal SUSCEPTÍVEL, ou seja, um indivíduo acessível ou capaz de ser 
infectado por um patógeno; 
o EX: Cães não são susceptíveis a febre amarela (mas podem ser picados), pois 
não possuem o receptor que precisa para promover a invasão celular e 
multiplicação viral, com isso o macrófago apenas fagocita e destrói o vírus 
pois não conseguiu entrar na célula, então o cão não é um hospedeiro. Essa 
doença tem como hospedeiro o macaco; 
• Pode ser de três tipos; 
1. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: é aquele no qual o parasita atinge a maturidade ou 
passa a sua fase de reprodução sexuada (como os protozoários); 
2. HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: é aquele no qual o parasita se encontra em fase 
larvária ou desenvolve sua fase sexuada; 
3. HOSPEDEIRO PARATÊNICO OU DE TRANSPORTE: trata-se de um hospedeiro 
intermediário no qual o parasita não se desenvolve ou se reproduz. Este 
hospedeiro apenas mantém o parasita viável até que ele encontre outro 
hospedeiro definitivo. Ex: rato na toxoplasmose; 
4. HOSPEDEIRO RESERVATÓRIO: é aquele que geralmente não desenvolve sintomas. 
Ex: rato na leptospirose; 
VETOR 
• São animais invertebrados, geralmente artrópodes, que transmitem o agente 
infeccioso ao hospedeiro susceptível; 
• E podem ser classificados em: 
1. VETOR BIOLÓGICO: é o vetor no qual o agente etiológico se multiplica ou se 
desenvolve; 
2. VETOR MECÂNICO: é o vetor que serve apenas de transporte ao agente 
etiológico. Não é um local de desenvolvimento ou multiplicação; 
• Não confunda com Fômite, que são objetos inanimados que podem veicular o 
agente etiológico de um hospedeiro a outro; 
 
7 
 
 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 
AGENTE 
• Causa a doença 
AMBIENTE: 
• Processo de transmissão; 
• Para que o agente chegue até o hospedeiro precisa de um ambiente adequado, 
se não, não tem a doença; 
CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES – CCZ 
• Órgão responsável pelo controle de agravos e doenças transmitidas por animais 
(zoonoses), através do controle de populações de animais domésticos (cães, gatos 
e animais de grande porte) e controle de populações de animais sinantrópicos 
(morcegos, pombos, ratos, mosquitos, abelhas entre outros); 
ANIMAIS SINANTRÓPICOS: 
• São aqueles que se adaptaram a viver junto ao home, a despeito da vontade deste; 
• Diferem dos animais domésticos, os quais o homem cria e cuida com as finalidades 
de companhia (cão, gato, pássaros, entre outros), produção de alimentos ou 
transporte (galinha, boi, cavalo, porcos entre outros); 
• Dentre os animais sinantrópicos, existem aqueles que podem transmitir doenças, 
causar agravos à saúde do homem ou de outros animas, e que estão presentes na 
nossacidade; 
 
 
• Escorpiões (marrom, amarelo), aranhas (viúva negra, armadeira, marrom) não 
causam doenças, mas podem matar; 
 
8 
 
 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 
o Fazem o controle destes animais, incluindo cobras (jararaca, coral, Cascavel, 
surucucu); 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
• Notificação compulsória consiste na comunicação da ocorrência de casos 
individuais, agregados de casos ou surtos, suspeitos ou confirmados da lista de 
agravos relacionadas na Portaria, que deve ser feita às autoridades sanitárias por 
profissionais de saúde ou qualquer cidadão, visando à adoção das medidas de 
controle pertinentes; 
• É obrigatória a notificação de doenças, agravos e eventos de saúde pública 
constantes nas Portarias nº204 e portaria nº205, de fevereiro de 2016, do Ministério 
da Saúde; 
o Precisa que relate para as autoridades quando ocorrer um caso que você 
atendeu; 
o É importante fazer isso pois o Ministério Da Saúde consegue levantar dados 
da prevalência da doença naquela região e para que o governo consiga 
tomar medidas estratégicas para o combate dessas doenças; 
• 12/12/2020 a Esporotricose foi oficialmente considerada de Notificação 
Compulsória na cidade de São Paulo (houve aumento de casos na ZN); 
PLANO DE CONTIGÊNCIA 
• Conjunto de procedimentos e decisões emergenciais que devem ser tomadas no 
caso de ocorrência inesperada ou da suspeita da ocorrência de um evento 
relacionado a falhas no programa de biossegurança de determinado sistema de 
produção; 
o Ex: PANDEMIA COVID → foi mandado um maior número de vacinas para o 
estado do Amazonas por conta do maior número de casos do país; 
• Seu objetivo maior é o de prover um rápido esclarecimento (diagnóstico) e 
contenção para o problema sanitário e deve ser direcionado especificamente ou 
genericamente todas as enfermidades às quais o estabelecimento deve ser livre; 
 
 
 
9 
 
 LUIZA CASTRO – MEDICINA VETERINÁRIA 
ATIVIDADE 
• Identifique quais são as doenças zoonóticas apresentadas na música:

Continue navegando