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APX1 Questões Etnicas respondidas

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
APX1 - 2020.2
DATA LIMITE DE ENTREGA – 03/10 ATÉ ÀS 12h
Disciplina: Questões Étnicas e de Gênero
Coordenador (a): Prof. Maria Alice Rezende Gonçalves 
Aluno(a)_______________________________________________Matr.:______________
Polo: _________________ 
1. Um dos temas abordados ao longo da aula 5 trata dos debates sobre a mestiçagem no Brasil ao longo das últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do XX. O tema ora aparece como problema ora como solução para explicar a formação da nação brasileira. Leia o trecho de uma carta escrita por Monteiro Lobato, personagem inserido nessas discussões e defensor de uma determinada perspectiva para o país, em seguida, realize a atividade abaixo: 
“Diversos amigos me dizem: Por que não escreve suas impressões? E eu respondo: Porque é inútil e seria cair no ridículo. Escrever é aparecer no tablado de um circo muito mambembe, chamado imprensa, e exibir-se diante de uma assistência de moleques feeble-minded e despidos da manor noção de seriedade. Mulatada, em suma. País de mestiços onde o branco não tem força para organizar uma Kux-Klan[footnoteRef:1] é país perdido para altos destinos. André Siegfried resume numa frase as duas atitudes. ‘Nós defendemos o front da raça branca - diz o Sul - e é graças a nós que os Estados Unidos não se tornaram um segundo Brasil’. Um dia se fará justiça ao Klux Klan; tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca - mulatinho fazendo o jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destroem a capacidade construtiva” (HABIB, 2003, p. 125). [1: A Ku Klux Klan é uma organização terrorista formada por supremacistas brancos que surgiu nos Estados Unidos depois da Guerra Civil Americana com o intuito de perseguir e promover ataques contra afro-americanos e defensores dos direitos desse grupo.] 
Fonte: Carta de Monteiro Lobato a Arthur Neiva. N. Y. 10/04/1928. Arquivo Arthur Neiva. Código 39. 
a) Escreva um texto, de no máximo 10 linhas, colocando em diálogo o que foi defendido por Monteiro Lobato com os posicionamentos de autores como Darcy Ribeiro e Gilberto Freyre. A sua resposta deve contemplar: (1) o que os dois últimos autores defendem; (2) eles têm concordância com o pensamento de Lobato, por quê?; (3) qual perspectiva tem sido usada contemporaneamente para explicar a formação do povo brasileira (4,0 pontos). 
Ambos concordam acerca da formação do que designou macroetnia brasileira. Uma etnia nacional diferenciada culturalmente das suas matrizes originárias. Um povo que é produto da fusão e transfiguração de culturas milenares num contexto socioeconômico marcado por acentuadas desigualdades social. A mestiçagem na teoria de Darcy Ribeiro não compreende a miscigenação como um processo de pacificação da sociedade ou harmonização das classes sociais. Pelo contrário, o autor evidencia a violência direta, sexual e estrutural do processo de miscigenação conduzido por meio da subjugação da massa de indivíduos constrangidos, depreciados e desumanizados. Monteiro Lobato defendia a supremacia branca e as complicações sociais causadas pela miscigenação no Brasil, fica exposto como o seu cinismo escritural anti-negro. 
2. No dia 07/08/2020, foi publicada no site da revista Época mais uma matéria sobre intolerância religiosa no Brasil. O problema enfrentado por praticantes de religiões de matriz africana não é recente. Na aula 8, estudamos o modo como a repressão aos cultos afro-brasileiro se configurou. Explique, em no máximo dez linhas, como os artigos 156, 157 e 158 do código penal de 1890 impactaram a prática do candomblé (3,0 pontos).
 
Fonte:https://epoca.globo.com/mae-perde-guarda-da-filha-de-12-anos-apos-ritual-de-candomble-24571523? versao=amp#aoh=15968193275595&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&amp_tf=Fonte%3A%20%251%24s>. Acesso em: 12/08/2020.
No artigo 156, que regulamentava a prática ilegal da medicina; o 157, que proibia a prática da magia e do espiritismo e o 158, que proibia o curandeirismo. Isso significa que as práticas e rituais das religiões afro-brasileiras entraram na ilegalidade logo após a Proclamação da República, algo que vinha se consolidando há mais de um século: o medo e a incompreensão do que seriam os cultos e rituais praticados pelos africanos e seus descendentes no Brasil. Os crimes se configuravam por ferirem os artigos listados acima: a prática ilegal da Medicina, o que era entendido como curandeirismo – a tentativa de curar o outro sem estar habilitado para isso; a prática da magia e do espiritismo para o qual foi criado uma delegacia de repressão.
2. Ao longo da aula 6, debatemos duas teses que foram utilizadas para pensar a presença da cultura afro-americana no Novo Mundo: a tese da aculturação e a tese da sobrevivência. Utilize os conceitos apresentados no material do curso para definir, sucintamente, cada uma das teses. Em seguida, explique, de forma breve, a crítica apresentada por Sidney Mintz e Richard Price a cada uma das delas. A resposta deve ter no máximo 10 linhas. (3,0 pontos). 
De acordo com essa visão tese da aculturação, o negro foi forçado a despojar culturalmente de suas raízes africanas, e forçados a se aculturar ao modo de vida e pensamentos de seus opressores brancos. Viver de acordo com as tradições, normas, religião e costumes daquele lugar, naquela época. o candomblé brasileiro representa uma tradição africana que os escravos trouxeram na rota negreira de travessia do Atlântico e perpetuaram no Brasil como um traço cultural que sobreviveu na nova terra.
Referência
HABIB, P. A. B. B. Eis o mundo encantado que Monteiro Lobato criou: raça, eugenia e nação. Unicamp: Campinas, SP: 2003.