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TCC- ENFERMAGEM UFRR (10)


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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
AMANDA RAMOS DE BRITO 
 
 
 
 
 
ESTRESSE DOS ENFERMEIROS QUE PRESTAM 
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CRÍTICO EM UM HOSPITAL 
GERAL DE RORAIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA, RR 
2017 
 
 
AMANDA RAMOS DE BRITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRESSE DOS ENFERMEIROS QUE PRESTAM ASSISTÊNCIA AO PACIENTE 
CRÍTICO EM UM HOSPITAL GERAL DE RORAIMA 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como requisito para 
conclusão do Curso de Bacharelado em 
Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde 
da Universidade Federal de Roraima – UFRR 
 
Orientadora: Profª Msc. Andrea dos Santos 
Cardoso 
Co-orientador: Profª Msc. Raquel Voges 
Caldart 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA, RR 
2017 
 
 
AMANDA RAMOS DE BRITO 
 
ESTRESSE DOS ENFERMEIROS QUE ATUAM NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE 
CRÍTICO EM UM HOSPITAL GERAL DE RORAIMA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido 
como pré-requisito para obtenção do título de 
Bacharel em Enfermagem na Universidade 
Federal de Roraima – UFRR. Defendida no dia 
01 de novembro e avaliado pela banca 
examinadora: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________ 
Profª Msc. Andrea dos Santos Cardoso 
Orientadora/ Curso de Enfermagem- UFRR 
 
 
 
 
 
_____________________________________ 
Profº. Esp. Raphael Florindo Amorim 
Coordenador/ Curso de Enfermagem- UFRR 
 
 
 
 
 
_____________________________________ 
Enf.Esp. Alice Dantas Medeiros 
Secretaria Estadual de Saúde (SESAU- RR) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico a minha mãe Maria Helena, a luz 
da minha vida, a verdadeira fonte de inspiração 
e força. Obrigada pelo amparo e exemplo de 
amor, luta e perseverança. 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus pela minha vida, minha saúde, meu conhecimento. 
Sou imensamente grata por Ele ter me direcionado para este caminho, e me permitir 
enxergar a quão maravilhosa é esta profissão. Espero poder retribuir me doando a 
cada indivíduo que necessite dos meus cuidados. Permita-me levar a alegria onde 
houver tristeza e levar luz onde houver trevas. 
 
Agradeço à luz dos meus olhos, minha mãe, Maria Helena Amorim, minha 
referência de tudo mais correto e puro, exemplo de profissional, de mãe, de mulher, 
de trabalho, de vitória e amor. Devo tudo o que tenho a ti, és o meu maior orgulho, 
obrigada por estar ao meu lado e me incentivar a ser sempre melhor, meu amor pela 
senhora vai além da vida. Ao meu pai, Aldemar Marinho, que sempre me encorajou 
a dar o melhor de mim, obrigada por tudo paizinho. 
 
Ao meu companheiro, Diego Rodrigues, que encoraja meus sonhos, me apoia nas 
minhas decisões, está comigo em todos os momentos me ajudando todo o tempo, 
até quando sou chata. Você é um modelo de perseverança e dedicação à profissão, 
espero ser assim. Obrigada vida, por todo o amor e carinho, te amo. 
 
As amizades sinceras que a Enfermagem me proporcionou, principalmente minha 
amiga pleníssima Fernanda Zambonin, você me incentiva a ser sempre mais, 
sempre um passo a frente do mundo, sou grata por te ter ao meu lado sempre. Aos 
meus grudinhos Amanda Braga, minha pequena grande mulher, linda, pura e doce, 
Beatriz Nina, minha preciosidade, obrigada meus amores pela parceria, por me 
aturarem todos os dias do internato, sou muito grata por ter sido com vocês, essa 
amizade é para a vida toda. 
 
A minha amiga, Janayra Moraes, que apesar da distância, sempre torceu por mim e 
continua torcendo pela minha vitória, volta logo meu amor, por favor. As minhas 
amigas lindas Nathália Aquino e Ully Castro, obrigada por estarem sempre perto 
quando eu precisei, vocês três são as irmãs que nunca tive. Amo vocês! 
 
A minha orientadora, Andrea Cardoso, por ter aceitado fazer parte dessa pesquisa, 
muito obrigada professora por todas as orientações e conselhos, tanto do trabalho 
quanto da vida, sempre fui uma grande admiradora do seu trabalho, e hoje sou 
imensamente grata à senhora. A minha co-orientadora e mãe da LAREE, Raquel 
Caldart, agradeço por ter me ajudado em todos os momentos que precisei e me 
direcionado ao caminho certo. Sem vocês duas, esta pesquisa não seria possível. 
 
Aos professores do curso de enfermagem, agradeço por terem compartilhado o 
conhecimento de vocês conosco, com certeza, seremos ótimos profissionais graças 
a cada um de vocês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A enfermagem é uma profissão que lida diretamente com a saúde e o bem-estar do 
indivíduo, quando comparada a outras profissões da saúde, a enfermagem é uma 
das mais estressantes, pois convive diariamente com o adoecimento, o sofrimento, e 
a morte no âmbito hospitalar. Este estudo trata-se de uma pesquisa de abordagem 
quantitativa, transversal do tipo descritivo. Foi realizado em unidades que recebem 
pacientes potencialmente críticos de um hospital geral de Roraima, sendo elas: 
Unidade de Terapia Intensiva e Pronto Socorro. A coleta de dados utilizou dois 
instrumentos: I) Inventário de Estresse em Enfermeiros (IEE); II) formulário para 
levantamento sociodemográfico. Os resultados confirmaram a predominância do 
sexo feminino na enfermagem, correspondendo a 62,9%, com tempo médio de 
formação como enfermeiros de 9,4 anos. Quanto a formação em pós-graduação, 
observou-se que 85,2% possuem pós graduação, vale ressaltar que a UTI possui 
cerca de 65% de profissionais especializados na área, enquanto o PS conta apenas 
com 33%. Os enfermeiros que prestam assistência a pacientes críticos participantes 
da pesquisa foram classificados, de maneira geral, como alto estresse, 
apresentando um score de 3,10. Os principais estressores identificados foram: falta 
de material necessário para a realização do trabalho, falta de recursos humanos, 
desenvolver atividades além da sua função, trabalhar em ambiente insalubre, 
administrar ou supervisionar o trabalho de outras pessoas, executar tarefas distintas 
simultaneamente, atender um grande número de pessoas, trabalhar com pessoas 
despreparadas, resolver imprevistos no local de trabalho, trabalhar em instalações 
físicas inadequadas, sentir-se impotente diante das tarefas a serem realizadas . 
Muitos estudos são realizados sobre o estresse laboral dentro da enfermagem, 
avaliam suas fontes, seus os mecanismos de combate e suas consequências para a 
vida profissional e pessoal, incentivando a discussão sobre esse assunto tão 
presente na vida dos enfermeiros. Porém, os resultados são cada vez mais altos e 
alarmantes, o enfermeiro e os demais profissionais da enfermagem adoecem 
rotineiramente devido à interferência negativa que o estresse pode causar na saúde 
e na vida do indivíduo. 
Palavras-chave: Estresse. Estresse laboral. Estresse em enfermeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Nursing is a profession that deals directly with the health and well-being of the 
individual, when compared to other health professions, nursing is one of the most 
stressful, as it coexists daily with illness, suffering, and death within the scope 
hospital. This study is a quantitative, cross-sectional research of the descriptive type. 
It was performed in units that receive potentially critical patients from a general 
hospital in Roraima, being: Intensive Care Unit and Emergency Room. The data 
collection used two instruments: I) Inventory of Stress in Nurses (ISN); II) form for 
sociodemographic survey. The results confirmed the female predominance in 
nursing, corresponding to 62.9%, with average time of training as nurses of 9.4 
years. Regarding postgraduate training, it was observed that 85.2% have 
postgraduate degrees, it is worth mentioning that the ICU has about 65% of 
professionals specialized in the field, while the ER counts only 33%. Nurses who 
provide assistance to critical patients participating in the research were generallyclassified as high stress, with a score of 3.10. The main stressors identified were: 
lack of material needed to carry out the work, lack of human resources, activities 
beyond their functions, working in an unhealthy environment, managing or 
supervising the work of other people, performing different tasks simultaneously, 
attending a large number of people, working with unprepared people, resolving 
unforeseen situations in the workplace, working in inadequate physical facilities, 
feeling powerless in the face of tasks. Many studies are carried out on work stress 
within nursing, assess their sources, their combat mechanisms and their 
consequences for professional and personal life, encouraging the discussion about 
this subject so present in nurses' lives. However, the results are getting higher and 
alarming, nurses and other nursing professionals routinely become ill due to the 
negative interference that stress can cause in the health and life of the individual. 
 
 
Key words: Stress. Work stress. Stress in nurses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATUAS E SIGLAS 
 
 
COFEN- Conselho Federal de Enfermagem 
IEE- Inventário de Estresse em Enfermeiros 
PS- Pronto Socorro 
TA- Tempo de Atuação 
UTI- Unidade de Terapia Intensiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11 
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA.11 
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................... 12 
1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 12 
1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 12 
1.3 PROBLEMA ............................................................................................... 12 
1.4 HIPÓTESE ................................................................................................. 13 
1.5 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 13 
2 REFERENCIAL TEMÁTICO ......................................................................... 14 
2.1. O ESTRESSE ........................................................................................... 14 
2.2 O ESTRESSE NA ENFERMAGEM ............................................................ 16 
2.3 O ESTRESSE NAS UTIs............................................................................ 18 
2.4 O ESTRESSE NO PS ................................................................................ 20 
3 METODOLOGIA .......................................................................................... 22 
3.1 TIPO DE ESTUDO ..................................................................................... 22 
3.2 LOCAL DO ESTUDO ................................................................................. 22 
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ....................................................................... 22 
3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ............................................. 23 
3.5 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................. 24 
3.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS ................................................................ 25 
4 RESULTADOS .............................................................................................. 27 
5 DISCUSSÃO ................................................................................................. 36 
5.1 FATORES INTRÍNSECOS AO TRABALHO ............................................... 39 
5.2 PAPÉIS ESTRESSORES DA CARREIRA ................................................. 41 
5.3 RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS .................................................. 43 
 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 50 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 54 
ANEXOS .......................................................................................................... 65 
APENDICES .................................................................................................... 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA 
 
A Lei do Governo Federal nº7498 de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre 
a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências elenca, no 
artigo 11, as inúmeras atividades privativas do enfermeiro, dentre elas a chefia do 
órgão de enfermagem, o planejamento, a organização, a coordenação e a avaliação 
dos serviços de enfermagem prestados por toda a equipe de enfermagem. 
A enfermagem é uma profissão que lida diretamente com a saúde e o bem-
estar do indivíduo, os serviços prestados requerem uma atenção redobrada do 
profissional enfermeiro que é o líder da equipe, assumindo então uma grande 
responsabilidade que engloba o trabalho assistencial e de gestão, além de 
responder por todos os serviços prestados, o que causa um desgaste físico e 
psicológico, tornando o profissional vulnerável ao estresse (EMILIO, 2013; ROCHA; 
MARTINO, 2010). 
Quando comparada a outras profissões da saúde, a enfermagem é uma das 
mais estressantes, pois convive diariamente com o adoecimento, o sofrimento, e a 
morte no âmbito hospitalar (WU, et. al., 2010). Os profissionais que trabalham nas 
instituições de saúde pública encontram um enorme desafio frente à tentativa de 
ofertar uma assistência em saúde segura e de qualidade, estes atuam cercados por 
incontáveis dificuldades (COELHO, 2014). 
A profissão de enfermagem é habitualmente relacionada a um trabalho 
árduo e penoso, pois além de os profissionais lidarem diretamente o processo 
doloroso e complexo do adoecimento, estes convivem com a falta de 
reconhecimento e os riscos que o ambiente laboral oferece, soma-se há estes o 
tempo reduzido de repouso, o quantitativo elevado de atividades privativas a serem 
realizadas e isto pode provocar o estresse e resultar em distúrbios ocupacionais 
levando ao aumento de acidentes no trabalho (MEDEIROS, 2011). 
A enfermagem tem como base a assistência à saúde livre de danos ao 
paciente, e para atingir o serviço resolutivo e de qualidade, há a necessidade do 
bem-estar físico e mental. Quando o enfermeiro convive cotidianamente com o 
12 
 
estresse e a pressão diária recebida no ambiente hospitalar, há o aparecimento de 
fatores negativos que interferem na assistência prestada e também na própria saúde 
deste profissional (BORINE et. al., 2012). 
A presente pesquisa tem por objeto de estudo os enfermeiros que atuam em 
ambientes que prestam assistência a pacientes críticos em um Hospital Geral de 
Boa Vista/RR. 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
Identificar a presença e classificar os níveis de estresse, vivenciados por 
enfermeiros atuantes nas unidades de terapia intensiva e pronto Socorro de um 
Hospital Geral de Boa Vista/RR. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
- Caracterizar sociodemograficamente os enfermeiros que atuam nas 
Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e Pronto Socorro (PS) do HGR; 
- Identificar os principais estressores no trabalho do enfermeiro que atua no 
atendimento a pacientes críticos de acordo com o IEE; 
- Comparar os principais estressores no trabalho do enfermeiro que atua no 
PS e UTI de acordo com o IEE; 
- Comparar os níveis de estresse entre os setores pesquisados. 
 
1.3 PROBLEMA 
 
13 
 
Os enfermeiros que atuam na assistência a pacientes críticos no pronto 
Socorro (PS) e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGR apresentam algum nível 
de estresse laboral? 
 
1.4 HIPÓTESE 
 
As atividades exercidas pelos enfermeiros que prestamo cuidado a 
pacientes críticos possibilitam um maior desgaste físico e emocional, favorecendo 
consequentemente, o desenvolvimento de estresse laboral. 
 
1.5 JUSTIFICATIVA 
 
A presente pesquisa foi motivada pelo interesse da pesquisadora em se 
especializar na assistência a pacientes críticos, e este despertou algumas 
indagações: qual dos setores que prestam assistência a pacientes críticos seria 
menos estressante para trabalhar? O estresse acomete a todos os enfermeiros 
desses setores da mesma maneira? Se sim, quais os fatores que mais estressam 
esses enfermeiros? 
A respeito do processo de trabalho as atividades que o enfermeiro exerce 
são complexas, diversificadas, muitas vezes repetitivas e rotineiras causando 
desgaste físico e emocional (LINCH; GUIDO; UMANN, 2010). Inclui-se ainda a 
realidade difícil do Sistema Único de Saúde (SUS) que conta com dificuldades 
estruturais, funcionais e logísticas que são frequentes no dia a dia. Todo esse 
quadro atual origina um desgaste físico e emocional nos profissionais. 
Baseando-se nesse contexto, é de suma importância traçar um diagnóstico 
situacional em relação aos níveis de estresse e situações estressoras em diferentes 
unidades, com o objetivo de mostrar aos enfermeiros e gestores a realidade de 
trabalho vivenciada por esses profissionais. Bem como os fatores que levam ao 
desencadeamento do estresse de maneira que ao ter conhecimento destes, se torne 
mais simples elaborar estratégias para diminuir sua ocorrência possibilitando assim, 
alcançar uma assistência de saúde adequada ao paciente crítico. 
14 
 
2 REFERENCIAL TEMÁTICO 
 
2.1. O ESTRESSE 
 
O estresse é percebido como uma reação do organismo a alguma situação, 
que pode então gerar mudanças psicológicas ou/e físicas e de alguma maneira 
possa interferir no equilíbrio do organismo (SELYE, 1936 apud. LORICCHIO, 2012). 
O estresse também pode ser definido como um estado decorrente de uma 
alteração no ambiente e que é percebido pelo organismo como desafiador, que 
causa ameaça ou dano para a homeostase do indivíduo, e esse ambiente pode ser 
considerado um estressor, que consiste em uma situação ou evento, seja ele 
externo ou interno, que criam potencial para causar alterações fisiológicas, 
psicológicas, cognitivas ou comportamentais, e consequentemente mudar o 
equilíbrio dos sistemas do indivíduo (BRUNNER & SUDDARTH, 2014). 
Pode-se considerar o estresse como um fator funcional que faz com que o 
organismo do indivíduo crie mecanismos para se defender dos fatores estressores, 
sendo assim, este é necessário nas diversas realidades que o ser humano enfrenta 
ao longo da vida. Porém, pode deixar de ser considerado normal a partir do 
momento que sua intensidade, duração e a forma de enfrentamento passam a 
causar um desgaste no organismo, deixando de ser uma resposta positiva de 
adaptação transformando-se em reações intensas de estresse sem que haja motivo 
suficiente para justificá-las (LIPP; MALAGRIS, 2011). 
Quando a duração e a exposição cotidiana a episódios considerados 
estressantes são prolongadas e repetitivas, há o aparecimento de consequências 
bem mais intensas quando comparado a episódios esporádicos de estresse, levando 
assim a um desgaste vigoroso e esgotamento físico e mental, o que 
consequentemente interfere de maneira direta no desempenho da pessoa exposta 
(SILVA, 2010). O estresse ocupacional acontece quando a demanda requerida pelo 
ambiente de trabalho do profissional é maior do que a capacidade do trabalhador 
(BANDEIRA, 2017). 
Atualmente a sociedade vive de maneira acelerada, assumindo grandes 
jornadas de trabalhos que causam exaustão e diminui o tempo do lazer do 
15 
 
profissional, isso faz com que os indivíduos fiquem mais impacientes, cansados, 
estressados e estabelecem pouca relação com as demais pessoas, isso 
compromete o bem-estar (BANDEIRA, 2017). 
Existem inúmeros aspectos corriqueiros na vida do trabalhador que 
influenciam de maneira significativa no seu desempenho e saúde. Essa influência 
pode ser positiva e negativa, quando negativa podem trazer prejuízos ao indivíduo e 
ocasionar o estresse ocupacional (ALMEIDA et al., 2017). 
O estresse ocupacional tem se tornado cada vez mais comum e isto 
configura-se um problema, pois interfere diretamente na saúde do profissional 
favorecendo o adoecimento. Esse estresse diminui a qualidade e a eficiência do 
serviço prestado e, além disso, aumenta as taxas de absenteísmo. Por essa razão é 
considerado negativo para o profissional, para o empregador e para o cliente 
(FARIAS et al.,2011; PRADO, 2016). 
Vários fatores influenciam no desenvolvimento do estresse laboral, 
didaticamente eles se dividem em fatores intrínsecos e ambientais. Os fatores 
intrínsecos englobam a personalidade de cada pessoa, as situações que tem 
passado, a sua rotina, o estresse e principalmente como individuo lida as situações 
estressoras. Os fatores ambientais fazem relação, como o próprio nome diz, ao 
ambiente, inclui fatores como a característica do serviço, o estado dos clientes 
atendidos, a estrutura física do local e a segurança (CHIAVENATO, 2010). 
O estresse laboral é capaz de causar danos para a saúde física e mental. 
Corriqueiramente os sinais e sintomas não são identificados precocemente, pois 
aparecem de maneira discreta, isto dificulta o diagnóstico e acarreta consequências 
para a saúde do indivíduo, pois posterga o tratamento (TAVARES et al., 2017). 
Inúmeros sintomas físicos podem ser identificados no profissional acometido 
pelo estresse laboral como mudança no apetite, dores musculares, instabilidade 
emocional, falta de concentração, tiques nervosos, cansaço excessivo, hiperidrose, 
poliúria, tremores, dores de cabeça, dor na região mandibular, insônia ou 
sonolência, impulsividade, entre outros sinais (SMELTZER, 2012). 
Esse estresse laboral pode causar interferências na capacidade de trabalho 
do profissional, influenciando assim, na assistência prestada aos pacientes que 
16 
 
necessitam deste atendimento, gerando um impacto negativo na qualidade da 
assistência prestada (MARTINS, 2011). 
Excluir o estresse totalmente da realidade é quase impossível, porém faz-se 
necessário aprender a compreendê-lo, pois assim o profissional se torna capaz de 
criar mecanismos de combate, visando diminuir os níveis de estresse laboral, o que 
gera, consequentemente, um impacto positivo na saúde do profissional (SILVA, 
2010). A adoção de medidas que previnam ou diminuem o estresse ocupacional, 
são essenciais para a melhoria da assistência e da saúde do trabalhador 
(RODRIGUES, 2013). 
 
2.2 O ESTRESSE NA ENFERMAGEM 
 
Os problemas causados pela relação entre corpo e mente tem gerado 
prejuízos para a saúde de toda a população (BANDEIRA, 2017). Na área da saúde, 
o estresse tem sido considerado como causador de diversas doenças, seja de 
maneira direta ou indireta, e pelo fato de ser tão comum assume um papel de 
destaque dentro da realidade dos serviços de saúde (NORDANI, et al., 2014). 
Características inerentes ao serviço hospitalar como, por exemplo, a 
insalubridade e a exposição a perigos de adoecimento, já o classificam como um 
ambiente altamente estressante, principalmente quando comparado com outros 
tipos de serviços que o profissional de enfermagem pode atuar (MELO et. al, 2013). 
No Brasil existe uma desconformidade quanto à assistência à saúde 
ofertada e as vagas disponíveis, ou seja, os serviços de saúde são incapazes de 
atender todos os pacientes que necessitam do serviço de saúde pública. Em 
consequência disto os profissionais de enfermagem e das demais áreas da saúde, 
estão em constante exposição às sobrecargas físicas e psicológicas, além da 
realidade deficiente do Sistema Único de Saúde (PIEDADE; SANTOS; 
CONCEIÇÃO, 2012). 
Segundo Farias et al. (2011) a profissão de enfermagem é considerada, 
dentro da realidade do setor público, como a quarta profissãomais estressante. Isso 
pode ser explicado por inúmeros fatores que os profissionais de enfermagem são 
17 
 
expostos diariamente, como por exemplo, a longa jornada de trabalho com o 
descanso mínimo e também se pode citar as condições precárias que estes são 
submetidos, o que influencia no cotidiano da oferta de serviço (UMANN, 2011). 
O fato do profissional enfermeiro assumir dois vínculos empregatícios 
mediante as suas atribuições privativas em cada um deles, gera uma sobrecarga 
física e psicológica, e isto aumenta a probabilidade do aparecimento do estresse 
(PRETO; PEDRÃO, 2009). 
A meta do enfermeiro hospitalar é alcançar a qualidade da assistência, 
porém, a rotina de trabalho no ambiente hospitalar é exaustiva, pois é rodeada de 
estressores que interferem no desempenho do enfermeiro. A soma dos fatores 
estressantes e das características intrínsecas do serviço causam o desequilíbrio nos 
mecanismos de defesa do indivíduo, colaborando para o adoecimento e de maneira 
geral, prejudica diretamente a qualidade da assistência (HORA; FERREIRA; SILVA, 
2013). 
A atribuição dos profissionais de enfermagem tem como base principal o 
cuidado com os pacientes, porém quando se trata do autocuidado estes 
profissionais negligenciam esta tarefa, tornando-os cada vez mais suscetíveis ao 
adoecimento, causado pelas condições laborais e pelo ambiente que se torna 
desfavorável para que estes possam exercer, de maneira eficiente, o seu trabalho 
de cuidador (RIBEIRO et al.,2012). 
Alguns fatores favorecem o surgimento do estresse no ambiente laboral da 
enfermagem, como por exemplo, a supervisão rígida, que cobra um ritmo rápido de 
trabalho, o ambiente de competitividade, a falta de organização do setor bem como 
a carga horária excessiva, tudo isso influencia na saúde do profissional 
(RODRIGUES, 2013). Neste contexto, compreende-se que o desgaste sofrido pelo 
trabalhador pode elevar suas taxas de estresse, e trazer sérios riscos para saúde 
(FONSECA; NETO, 2014). E esse estresse pode causar interferências e diminuir 
sua capacidade de trabalho, influenciando na assistência prestada aos pacientes 
que necessitam deste atendimento (MARTINS, 2011). 
Os riscos que ambiente laboral pode vir a oferecer a saúde do profissional, 
dependem diretamente do tipo de atividade exercida no setor, e também das 
condições em que estas atividades são desempenhadas. Os hospitais, de maneira 
18 
 
especial, tendem a expor os profissionais a trabalhos reconhecidamente insalubres 
(SANTOS; FRAZÃO; FERREIRA, 2011). 
Além disso, esta realidade fica mais evidente em ambientes que atendem 
pacientes críticos, em que os profissionais de enfermagem têm assumido o cuidado. 
O enfermeiro toma a liderança da equipe de enfermagem, o que requer atenção 
redobrada, exigindo o conhecimento teórico e prático do serviço para embasar 
soluções rápidas e resolutivas, a fim de prestar a assistência de qualidade aos 
pacientes (CAMELO, 2012; MAURICIO, 2017). 
 
2.3 O ESTRESSE NAS UTIs 
 
A UTI possui uma realidade peculiar, onde as atividades realizadas são 
extremamente complexas e demandam uma competência técnica e científica dos 
profissionais que nela atuam, somado a isto há a necessidade de preparo, pois 
todas as decisões tomadas estão diretamente relacionadas ao estado do paciente e 
esta decisão pode influenciar na vida e na morte dos pacientes (INOUE; MATSUDA, 
2010). 
O trabalho da enfermagem já é caracterizado como fonte de estresse, 
todavia a UTI é ainda mais estressante dado o estado de saúde do paciente 
internado nesse setor (SANTOS et al., 2010). As características do processo de 
trabalho da própria UTI, predispõe ao estresse, como o excesso de intercorrências, 
os ruídos dos equipamentos, a exposição a agentes nocivos e as ações repetitivas e 
rotineiras (RODRIGUES, 2012). 
Este setor é frequentemente definido como um ambiente instável, 
traumatizante e fonte de tensão, essas características podem ser sentidas tanto 
pelos pacientes quanto pelos profissionais atuantes no setor, e principalmente a 
equipe de enfermagem que lida 24h por dia com o paciente crítico e vivencia o 
processo saúde-doença de perto, tendo que ver e conviver com situações difíceis. 
Contudo, diante desta realidade, a probabilidade do profissional de enfermagem ser 
acometido pelo estresse é ainda maior que em outros setores hospitalares 
(SANTOS et al., 2010; KOTZ et al.,2014). 
19 
 
As características dos pacientes, a responsabilidade assumida é 
desgastante, uma vez que há uma grande quantidade de procedimentos que 
necessitam da máxima atenção do profissional. Porém, as condições desfavoráveis 
de trabalho tornam ainda mais evidente a dificuldade de prestar uma assistência de 
qualidade, ademais os profissionais assumem uma carga superior a sua capacidade, 
expondo-os assim, a riscos ocupacionais, comprometendo rotineiramente sua saúde 
(FROTA et al.,2013). 
A atuação do enfermeiro dentro da UTI perpassa tanto o cuidado 
assistencial, quanto a burocracia do setor, ambas são complexas e demandam 
competência prática e teórica do mesmo (CAMELO, 2012). Sendo assim, é 
imprescindível a qualificação do enfermeiro para atuar neste setor, de maneira a 
garantir uma assistência de qualidade que ofereça segurança para o paciente 
(INOUE; MATSUDA, 2010). 
Além da formação, algumas características profissionais e pessoais são 
necessárias para o enfermeiro atuante na UTI, como a resolutividade, o domínio 
científico e prático, a agilidade, o conhecimento sobre as tecnologias utilizadas no 
setor, à humanização no atendimento e principalmente o olhar holístico para o 
estado do paciente (CAMELO, 2012). 
O desgaste físico e mental dentro desse setor é comum, uma vez que o 
profissional necessita estar constantemente atento a todos os pacientes e a todas as 
atividades dispensadas (FERNANDES; MEDEIROS; RIBEIRO, 2008). A sobrecarga 
dos profissionais da UTI é potencialmente geradora de estresse, o que afeta as 
condições de trabalho e a socialização da equipe (FOGAÇA, 2009). 
Nota-se que os fatores psicológicos desencadeiam estresse nos 
profissionais da UTI como os sentimentos, ainda difíceis de lidar, como o medo, a 
morte, a dor, o sofrimento, os procedimentos invasivos de alta complexidade, e as 
dificuldades quanto a falta de compromisso de muitas equipes (RODRIGUES, 2012). 
É realidade dentro das UTIs a presença de agentes estressores 
(RODRIGUES, 2013), vários fatores são considerados como geradores de estresse 
para os profissionais de enfermagem atuantes nesse setor, os que mais influenciam 
nos níveis de estresse são: a deficiência de insumos materiais, o dimensionamento 
incorreto gerador de sobrecarga, o risco diário envolvido nos procedimentos e a 
20 
 
suas complexidades, a falta de comprometimento e responsabilidade dos demais 
profissionais, o excesso de ruídos dentro da UTI e insatisfação quanto à 
remuneração, todos esses fatores interferem negativamente na saúde física e 
mental do profissional (RODRIGUES, 2012). 
As características da UTI, sua complexidade e a rotina, são fatores de risco 
para o desenvolvimento de ansiedade, tensão, estresse, pois a responsabilidade do 
enfermeiro na realidade deste setor é intensa. Esses fatores tendem a influenciar no 
serviço dispensado ao paciente, além de afetar a saúde do profissional, que muitas 
vezes passam a necessitar de suporte emocional e ajuda (MOURA et al., 2011). 
 
2.4 O ESTRESSE NO PS 
 
Unidades de emergência são responsáveis pela estabilização do paciente, na 
maioria das vezes presta assistência a pessoas em situação eminente de morte ou 
de lesões irreparáveis, e isto tende a gerar o estresse ocupacional dos profissionais 
que atuam nessa área, sendo um fator importante e de grande influência no 
adoecimento desses trabalhadores (DINIZ; SILVA; ESPÍNDULA, 2013). 
Essas unidades também possuem características que expõe os profissionais 
de enfermagema um maior sofrimento devido à dinâmica instável dos serviços 
prestados (SILVA E GONÇALVEZ, 2012). É um setor muito importante do hospital, 
pois é a porta de entrada para os pacientes mais graves que necessitam de 
assistência especializada e rápida, restaurando a saúde de muitos pacientes que 
demandam cuidado imediato (VALENTE,2013). 
O PS é um dos setores mais complexos e desgastantes de todo o ambiente 
hospitalar. Trata-se de um setor onde nada é controlado ou planejado, ou seja, não 
há como saber ou especular a quantidade de pacientes ou as condições de saúde 
que esses chegarão ao setor. Essa incerteza quanto ao trabalho acarreta um 
desgaste aos funcionários atuantes (FARIAS et al.,2011). 
A quantidade e a complexidade dos atendimentos prestados aos pacientes 
geram uma sobrecarga física nos profissionais, pois a assistência dispensada a 
esses pacientes em condições de eminente morte, requerem do enfermeiro um 
21 
 
conhecimento científico, pensamento resolutivo e eficácia nas atividades realizadas 
(FARIAS et al.,2011). O desgaste imposto pelo setor pode acarretar o estresse dos 
trabalhadores e gerar grandes riscos para a sua saúde. Porém, por ser um 
sentimento intrínseco e dependente de outros fatores, muitos profissionais lidam 
normalmente com o estresse gerado no PS, pois permanecem em constante 
equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (FONSECA; NETO, 2014). 
Intrinsecamente, as unidades de emergência já se configuram como fonte de 
estresse, por conta das suas características (DINIZ; SILVA; ESPÍNDULA, 2013). 
Além disso, assim como na UTI, o enfermeiro convive diariamente com situações 
desconfortáveis e tensas, relacionadas ao processo saúde-doença, como o medo, a 
dor e a morte, e essa realidade pode colaborar para o surgimento do estresse 
ocupacional (BEZERRA; SILVA; RAMOS, 2012). 
O PS, demanda dos profissionais atuantes no setor características como 
criatividade e rapidez nas atividades, pois nesse setor, o paciente necessita ser 
estabilizado de maneira ágil, uma vez que a maioria deles se encontra instáveis 
hemodinamicamente e em risco de morte ou sequelas irreparáveis. Essa realidade 
vivida no setor predispõe o enfermeiro ao estresse ocupacional (MELO et. al, 2013). 
O enfermeiro tem a responsabilidade de prestar um cuidado humanizado 
aos pacientes, principalmente àqueles que atuam em PS, pois se trata de ser um 
setor crítico, e tende a oferecer ao paciente internado sentimentos como o medo e a 
ansiedade, cabe então ao enfermeiro tornar este ambiente, o mais confortável e 
humano possível através do relacionamento interpessoal (SALOME; MARTINS; 
ESPOSITO, 2009). 
Podem-se citar como estressores no PS: a alta rotatividade, ruídos, 
superlotação, sobrecarga dos profissionais, deficiência de materiais para a 
realização de procedimentos considerados importantes, além de, o enfermeiro por 
diversas vezes, ter que escolher entre a vida social e a vida laboral, acarretando 
assim altos níveis de estresse (PEREIRA et al., 2009). 
Acredita-se que os setores de urgência e emergência influenciem nos níveis 
de estresse dos profissionais da enfermagem, mas que cada profissional é 
responsável pelos mecanismos para o enfrentamento do estresse (CAMPONÊS, et 
al., 2015). 
22 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 TIPO DE ESTUDO 
 
Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa, transversal do tipo 
descritivo. 
 
3.2 LOCAL DO ESTUDO 
 
A pesquisa foi desenvolvida no Hospital Geral de Roraima, uma instituição 
pública de média e alta complexidade, considerado referência no estado e também 
dos países que fazem fronteira: República Cooperativa da Guiana e República 
Bolivariana da Venezuela. Para este estudo foram consideradas as unidades que 
recebem pacientes potencialmente críticos sendo elas: Unidade de Terapia Intensiva 
e Pronto Socorro. 
A unidade de terapia intensiva é destinada à internação de pacientes graves, 
que requerem atenção profissional especializada contínua, materiais específicos e 
tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2010). O HGR conta com duas unidades de terapia intensiva, com dez 
leitos sendo um isolamento em cada, totalizando vinte leitos. 
O Pronto Socorro Francisco Elesbão atende emergências clínicas e 
traumatológicas. É dividido em três áreas: vermelha, amarela e verde, que variam 
quanto à condição do paciente. A Área Vermelha é responsável pelo recebimento e 
estabilização dos pacientes e possui seis leitos fixos, a Área Amarela atua como 
uma unidade de terapia semi-intensiva e conta com cinco leitos, e a Área Verde é 
destinada a pacientes não críticos que estão em observação e possui onze leitos 
fixos. 
 
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA 
 
23 
 
A população deste estudo é composta pelos enfermeiros atuantes nos 
setores UTI e PS, estes totalizam 32 profissionais, de acordo com os dados 
fornecidos pela direção de enfermagem da instituição. 
Foram incluídos na amostra enfermeiros que atuam nos referidos setores 
por um tempo superior a seis meses e que aceitaram participar da pesquisa. 
Excluíram-se os enfermeiros que não estavam presentes nos setores durante o 
período de coleta de dados por motivos de afastamento como, férias, licenças, entre 
outros motivos de ausência no setor de trabalho. Considerando os critérios a 
amostra total foi de 28 enfermeiros, o que de acordo com o cálculo amostral 
realizado no programa Epi Info”® versão 7.2.1.0., atinge um nível de confiança de 
97%. 
 
3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS 
 
Para atender aos objetivos da pesquisa, dois instrumentos foram utilizados 
para a coleta de dados: 
 
3.4.1 Inventário de Estresse em Enfermeiros 
 
O Inventário de Estresse em Enfermeiros (IEE) (ANEXO A) foi desenvolvido 
para a população brasileira e validado por Stacciarini e Tróccoli (2000) e tem base 
teórica nas propostas de Cooper que investiga os principais estressores na profissão 
de enfermagem, o estresse ocupacional é interpretado através da identificação 
destes estressores vivenciados no ambiente laboral (STACCIARINI & TRÓCCOLI, 
2000). 
O IEE é composto por 38 itens que remetem aos estressores no ambiente 
laboral, os quais devem ser avaliados de acordo com uma escala de frequência de 
cinco pontos, que vão da opção nunca (1) para sempre (5). O inventário é dividido 
em categorias sendo elas: 
24 
 
- Papéis estressores da carreira com 11 itens: estes são relacionados ao 
trabalho com profissionais, com o ambiente físico da unidade, a diferença do que se 
aprende na teoria quando comparado à prática e a autonomia do enfermeiro; 
- Relações interpessoais que contém 17 itens: estes abrangem o contato 
com os outros membros da equipe, a necessidade do enfermeiro ter sempre que 
atualizar seu conhecimento e de compartilhar com alunos, entra também a relação 
enfermeiro- paciente; 
- Fatores intrínsecos ao trabalho que conta com 10 itens: estes tratam das 
atribuições dos enfermeiros relacionando-os com o tempo de execução e as 
condições que a unidade oferece (UMANN, 2011). 
 
3.4.2 Caracterização sociodemográfica 
 
Para atender o objetivo de caracterizar sociodemograficamente os 
enfermeiros foi elaborado, especificamente para fins desta pesquisa um formulário 
com as seguintes variáveis: idade, sexo, pós-graduação (se possui e em qual área), 
estado civil, número de filhos; variáveis funcionais: carga horária semanal, tempo de 
trabalho no setor, turno, faltas ao trabalho e satisfação quanto à profissão 
(APÊNDICE A). 
Os dois instrumentos foram aplicados em conjunto, durante o plantão na 
unidade que cada enfermeiro atua, primeiramente foi indagado ao profissional se o 
mesmo gostaria de fazer parte da pesquisa, após o aceite, o instrumento foi 
entregue ao enfermeiro, mediante a presença do pesquisador para a explicação 
sobre os instrumentos e solução de dúvidas. Por vezes, foi necessário retornar 
várias vezes aosetor até que o profissional estivesse disponível para participar da 
pesquisa. 
A coleta de dados foi realizada nos meses de abril e maio de 2017, em 
turnos variados com a finalidade de alcançar todos os profissionais que atuam 
nesses setores. 
 
3.5 ANÁLISE DOS DADOS 
25 
 
 
O Inventário leva em consideração os estressores, a frequência e a o calculo 
da média deles nas atividades realizadas pelos enfermeiros de maneira que o 
estresse é avaliado pela identificação dos estressores no trabalho. A média dos 
fatores da escala é calculada, e esta pode representar alto ou baixo nível de 
estresse, baseando-se, no valor 3, abaixo deste considera-se baixo estresse e 
acima alto estresse (FIGURA 1). Os profissionais são classificados como 
estressados se o valor for superior a três (UMANN, 2011). 
Figura 1- Classificação dos valores obtidos através do IEE. 
Baixo estresse < 3 > Alto estresse 
 
Para a tabulação e organização dos dados do IEE foram utilizados os 
programas Microsoft® Excel e Epi Info”® versão 7. 2. 1. 0. Nestes foi analisada a 
frequência e a média dos fatores tanto individualmente quanto de maneira 
categorial: papéis estressores da carreira, relações interpessoais e fatores 
intrínsecos ao trabalho. As variáveis sociodemográficas foram avaliadas através da 
frequência, média e desvio-padrão. 
 
3.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS 
 
Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo 
Seres Humanos da Universidade Federal de Roraima (CEP∕UFRR), conforme 
resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466∕12, e aprovado com o parecer 
número 1855229, CAAE: 62559116.3.0000.5302. Posteriormente solicitou-se ao 
Departamento de Ensino (DEDIC) autorização para a realização da pesquisa, que só 
foi iniciada após a liberação pelo referido órgão. 
Considerou-se como risco relativo à pesquisa a possibilidade do participante 
sentir-se desconfortável com alguma pergunta contida no questionário ou com os 
resultados da pesquisa, porém foi explicado durante a coleta de dados que a 
confidencialidade dos resultados e o anonimato dos enfermeiros participantes serão 
mantidos, e o indivíduo pesquisado só iniciou a o questionário após a leitura, 
26 
 
consentimento e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
(APENDICE B), ficando, o mesmo, com uma cópia do termo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
4 RESULTADOS 
 
De acordo com os dados fornecidos pela direção de Enfermagem, a 
população de enfermeiros que atendem pacientes críticos no Hospital Geral de Boa 
Vista - Roraima, relativa aos setores a UTI e o PS, corresponde a um total de 32 
profissionais. Destes, 12,5% (n=4) foram excluídos por motivo de licença, férias ou 
por ocupar no setor cargo administrativo. Sendo assim, do total da amostra foram 
entrevistados 96,4% (n=27), 12 enfermeiros atuantes no PS e 15 na UTI, 3,6% (n=1) 
optaram por não participar da pesquisa. 
Os dados contidos na Tabela 1 ilustram que houve a predominância do sexo 
feminino, correspondendo a 62,9% (n=17) e 37,1% (n=10) do sexo masculino, a 
idade média dos enfermeiros foi de 37,6 (±7,8) anos. Quanto ao estado civil 51% 
(n=14) dos participantes da pesquisa são casados, 40,7% (n=11) solteiros e os 7,5% 
(n=2) divorciados. Quanto ao número de filhos, a média foi de um filho por 
profissional (±1,3). 
A carga horária que prevaleceu dentre os enfermeiros participantes foi a de 
30h semanais correspondendo a 77,8% (n=21), porém 22,2% (n= 6) dos 
profissionais possuem um segundo vínculo empregatício em outra unidade 
hospitalar trabalhando 60h/semana, divididos em turnos sendo 59,3% (n=16) nos 
plantões noturnos, 22,2% (n=6) no matutino e 18,5% (n=5) no vespertino. 
O tempo médio de formação como enfermeiros foi de 9,4 anos (±6,8), 
quanto ao tempo de atuação (TA) prevaleceu 48,2% (n= 13) atuam na unidade 
 por um período entre 2 ou 3 anos, seguido de 18,5% (n=5) dos enfermeiros 
com tempo superior a 10 anos, como apresentado na Tabela 1. Quanto analisado a 
formação em pós-graduação, observou-se que 85,2% (n = 23) possuem pós 
graduação e apenas 14,8% (n=4) não possuem, 65,3% (n=15) atuam na área em 
que se especializaram e 34,7% (n= 8) são especializados em outras áreas que não 
são ligadas ao atendimento ao paciente crítico. Vale ressaltar que a UTI possui 
cerca de 65% (n=9) de profissionais especializados na área, enquanto o PS conta 
apenas com 33% (n=3). 
28 
 
Além disso, quando perguntado sobre a satisfação com a atuação na área 
de enfermagem, 62,9% (n=17) consideram-se satisfeito, 22,2% (n=6) pouco 
satisfeito, 11,2% (n=3) muito satisfeito e 3,7% não respondeu (n=1). 
Tabela 1 - Perfil dos enfermeiros que prestam assistência a pacientes críticos em 
um hospital geral de. Boa Vista – RR, 2017. 
Variáveis qualitativas n % 
Sexo 
Feminino 17 62,9 
Masculino 10 37,1 
Estado civil 
Solteiro 11 40,7 
Casado 14 51,8 
Divorciado 2 7,5 
Escolaridade 
Pós-graduação incompleta 4 14,8 
Pós-graduação completa 23 85,2 
Área da pós 
Especialização na área em que atua 15 65,3 
Especialização fora da área em que 
atua 
8 34,7 
CH de trabalho semanal 
30h 21 77,8 
60h 6 22,2 
Turno de trabalho 
Matutino 6 22,2 
Vespertino 5 18,5 
Noturno 16 59,3 
Tempo de atuação no setor 
 6 a 11 meses 1 3,7 
1 a 2 anos 4 14,8 
2 a 3 anos 13 48,2 
3 a 4 anos 2 7,4 
4 a 9 anos 2 7,4 
Superior a 10 anos 5 18,5 
Satisfação com a profissão 
Não respondeu 1 3,7 
Pouco satisfeito 6 22,2 
Satisfeito 17 62,9 
Muito satisfeito 3 11,2 
 
 Média DP 
Idade 37,6 7,8 
Número de filhos 1,5 1,3 
TA como enfermeiro 9,4 6,8 
29 
 
Para avaliar o estresse dos enfermeiros que atuam nos setores críticos foi 
aplicado o IEE. Realizou-se uma análise geral de todos os itens integrantes do IEE 
baseando-se no score 3, quando superior corresponde a alto nível de estresse e 
quando inferior classifica-se como baixo estresse. Os enfermeiros que prestam 
assistência a pacientes críticos participantes da pesquisa foram classificados, de 
maneira geral, como alto estresse, apresentando um score de 3,10. 
Os dados apresentados no gráfico 1, ilustram a classificação das categorias 
do IEE, a categoria fatores intrínsecos, apresentou o maior score com a pontuação 
de 3,3, seguida pela papéis estressores da carreira (m= 3,1). A única categoria que 
apresentou baixo estresse com um score de 2,9, foi a relações interpessoais. 
Gráfico 1- Valores obtidos através do IEE aplicado em enfermeiros que prestam 
assistência a pacientes críticos de um hospital geral. Boa Vista-RR, 2017. 
 
 Posteriormente realizou-se uma análise dos itens de cada categoria do IEE. 
A categoria fatores intrínsecos refere-se à responsabilidade do enfermeiro e sua 
atuação de acordo com a realidade do seu setor, seus itens de maior destaque 
foram à falta de material necessário ao trabalho (m= 4,6) e a falta de recursos 
humanos (m= 4,5). Os menos pontuados foram cumprir uma carga horária maior 
(m= 2,3) e levar serviço para casa (m= 1,55) (Tabela 2). 
 
 
2,9 
3,1 
3,3 
Relações interpessoais
Papéis estressores da
carreira
Fatores intrínsecos ao
trabalho
30 
 
Tabela 2- Itens com as pontuações máximas e mínimas da categoria fatores 
intrínsecos ao trabalho, obtidas dos enfermeiros que prestam assistência a 
pacientes críticos em um hospital geral. Boa Vista- RR, 2017. 
ITENS Valores 
 Mais pontuados Média DP 
Falta de material necessário ao trabalho 4,65 0,1 
Falta de recursos humanos 4,55 0,07 
Menos pontuados Média DP 
Cumprir na prática uma carga horária 
maior 
2,3 0,2 
Levar serviço para fazer em casa 1,55 0,36 
 
A segunda categoria: papéis estressores da carreira relaciona o trabalho 
com o ambiente físico da unidade, aborda a diferença entre a teoria e prática, além 
da autonomia do enfermeiro dentro do setor. Como ilustrado na Tabela 3 os itens 
que apresentarammaior score nessa categoria foram trabalhar em ambiente 
insalubre (m= 3,9) e a interferência política institucional no trabalho (m=3,6), os de 
menor score foram indefinição do papel do enfermeiro (m= 2,3) e trabalhar em clima 
de competitividade (m= 2,3). 
Tabela 3- Itens com as pontuações máximas e mínimas da categoria papéis 
estressores da carreira, obtidas dos enfermeiros que prestam assistência a 
pacientes críticos em um hospital geral. Boa Vista – RR, 2017. 
ITENS Valores 
 Mais pontuados Média DP 
Trabalhar em ambiente insalubre 3,9 0,09 
Interferência da Política Institucional no 
trabalho 
3,6 0,7 
Menos pontuados Média DP 
Indefinição do papel do enfermeiro 2,3 0,6 
Trabalhar em clima de competitividade 2,3 0,1 
 
A categoria relações interpessoais trata sobre o contato com os outros 
membros da equipe, a necessidade do enfermeiro ter sempre que atualizar seu 
conhecimento e de compartilhar com alunos, além da relação enfermeiro- paciente. 
Seus itens mais pontuados dentro desta categoria foram resolver imprevistos que 
31 
 
acontecem no local de trabalho (m= 3,5) e atender um número grande de pessoas 
(m= 3,7), os menos pontuados retratam um bom relacionamento com a chefia (m= 
2,4) e o item ensinar o aluno com a média de 2,3 (tabela 4). 
Tabela 4- Itens com as pontuações mínimas e máximas da categoria relações 
interpessoais, obtidas dos enfermeiros que prestam assistência a pacientes críticos 
em um hospital geral. Boa Vista – RR, 2017. 
ITENS Valores 
 Mais pontuados Média DP 
Resolver imprevistos que acontecem no 
local de trabalho 
3,5 0,04 
Atender um número grande de pessoas 3,7 1,2 
Menos pontuados Média DP 
Relacionamento com a chefia 2,4 0,2 
Ensinar o aluno 2,3 0,2 
 
O gráfico 2 ilustra os itens que foram considerados como estressores de 
trabalho de acordo com o resultado geral do IEE dos enfermeiros atuantes nos 
setores que prestam assistência ao paciente crítico do hospital participante da 
pesquisa, os itens foram organizados na ordem crescente para melhor visualização. 
32 
 
Gráfico 2- Itens considerados estressores no atendimento ao paciente crítico nos 
setores UTI e PS de um Hospital Geral. Boa Vista- RR, 2017. 
 
 
4,6 
4,5 
4,04 
3,8 
3,7 
3,7 
3,6 
3,6 
3,5 
3,5 
3,5 
3,4 
3,2 
3,1 
3 
Falta de material necessário ao
trabalho
Falta de recursos humanos
Desenvolver atividades além da
minha função ocupacional
Trabalhar em ambiente insalubre
Administrar ou supervisionar o
trabalho de outras pessoas
Executar tarefas distintas
simultaneamente
Atender um número grande de
pessoas
Trabalhar com pessoas
despreparadas
Resolver imprevistos que acontecem
no local de trabalho
Responsabilizar-se pela qualidade
de serviço que a Instituição
Interferência da Política Institucional
no trabalho
Trabalhar em instalações físicas
inadequadas
Sentir-se impotente diante das
tarefas a serem realizadas
Restrição da autonomia profissional
Relacionamento com a equipe
médica
Média
33 
 
A tabela 5 mostra os resultados do IEE considerando a relação entre 
estresse, idade e o sexo. As enfermeiras totalizam uma pontuação de 3,2 e os 
enfermeiros de 3,0, ou seja, os enfermeiros de ambos os sexos são classificados 
como alto estresse, porém as enfermeiras participantes da pesquisa apresentam um 
score superior ao dos enfermeiros. Em relação à faixa etária observou-se que todos 
os enfermeiros apresentam alto nível de estresse, todavia a faixa etária de 36 a 45 
apresentou nível de estresse superior às demais (média= 3,2), seguido pelo grupo 
de 25 a 35 anos (média= 3,07), e os enfermeiros de 46 a 56 anos foram os que 
apresentaram menor nível de estresse (média= 3,03). 
Tabela 2- Relação entre o estresse, idade e sexo, de acordo com os dados obtidos 
através do IEE aplicado em enfermeiros que prestam assistência a pacientes críticos 
de um hospital geral. Boa Vista-RR, 2017. 
 
Quando a média geral do IEE foi analisada de acordo com os setores de 
realização da pesquisa obtiveram-se resultados diferentes, sendo que os 
enfermeiros que atuam no PS apresentaram um score de 3,30, considerando assim 
alto nível de estresse enquanto os enfermeiros que atuam na UTI revelaram um 
score de 2,92 e apesar de apresentarem um resultado limítrofe ainda puderam ser 
classificados como baixo estresse (Tabela 6). 
Em relação aos itens do IEE os valores mínimos encontrados 
corresponderam, em ambos os setores, ao item levar serviço para casa, enquanto o 
item de valor mais expressivo reflete uma diferença, na UTI encontra-se relacionada 
à falta de recursos humanos e no PS à falta de material necessário para o trabalho, 
como apresentado na tabela a seguir. 
 
IEE Valores 
 Mínimo Máximo Média DP 
Faixa etária 
De 25 a 35 anos 2,42 3,95 3,07 0,45 
De 36 a 45 anos 1,97 3,95 3,20 0,64 
De 46 a 56 anos 2,16 4,03 3,03 0,71 
Sexo 
Feminino 2,16 2,03 3,25 0,60 
Masculino 1,97 3,95 3,01 0,51 
34 
 
Tabela 3- Valores obtidos através do IEE de acordo com setores do PS e UTI no 
Hospital Geral de Roraima. Boa Vista – RR, 2017. 
IEE Valores 
 Mínimo Máximo Média DP 
PS 1,8 4,75 3,30 0,59 
UTI 1,3 4,6 2,92 0,45 
 
Ao agrupar as duas unidades (PS e UTI), cerca da metade dos enfermeiros 
(52%, n=14) são considerados estressados de acordo com os resultados do IEE 
(com score superior a 3), e 48% (n=13) não apresentam estresse (gráfico 3). 
Gráfico 3- Classificação de estresse dos enfermeiros que atuam na assistência ao 
paciente crítico de um hospital geral, segundo o IEE. Boa Vista – RR, 2017. 
 
Na análise dos resultados de cada setor observou-se que dentre os 
enfermeiros que atuam no PS aproximadamente 67% (n=8) dos profissionais 
apresentaram elevado nível de estresse, apenas 33% (n=4) se encaixam na 
categoria baixo estresse (gráfico 4). Em contrapartida na UTI 40% (n=6) dos 
enfermeiros pesquisados apresentaram alto estresse, prevalecendo 60% (n= 9) com 
o score abaixo de 3 (gráfico 5). 
52% 48% 
Alto estresse
Baixo estresse
35 
 
Gráfico 4- Classificação de estresse, de acordo com o IEE, dos enfermeiros 
atuantes no PS de acordo com o IEE. Boa Vista – RR, 2017. 
 
Gráfico 5- Classificação de estresse, de acordo com o IEE, dos enfermeiros 
atuantes na UTI. Boa Vista – Roraima, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67% 
33% 
Alto estresse
Baixo estresse
40% 
60% 
Alto estresse
Baixo estresse
36 
 
5 DISCUSSÃO 
 
Os resultados obtidos revelam a prevalência das mulheres na profissão da 
enfermagem correspondendo a 62,9% (n=17) do total da amostra. Esta 
predominância de mulheres na enfermagem deve-se a fatores históricos, o ato de 
cuidar sempre esteve ligado à natureza feminina, a sua personalidade afetuosa e a 
maternidade, pois a mãe era responsável pelo cuidado das crianças e 
posteriormente também assumiu o cuidado dos enfermos que necessitavam de 
assistência (PASSOS, 2012). 
Segundo uma pesquisa realizada pela FIOCRUZ em 2015, a equipe de 
enfermagem é preponderantemente feminina, equivalendo a 84,5%. Porém, a 
quantidade de enfermeiros do sexo masculino apresentadas nos resultados do 
presente estudo, evidencia que os homens têm conquistado gradativamente seu 
lugar nesta profissão, enfrentando todas as dificuldades e resistências impostas pelo 
evidente padrão feminino (SOUZA, 2014). 
A idade média dos enfermeiros foi de 37,6 anos. Um estudo sobre estresse, 
absenteísmo e coping realizado em Santa Maria- RS teve como resultado uma idade 
média de 39,47 anos, análogo ao presente estudo (UMANN, 2011). Quanto ao 
tempo de serviço nos setores aproximadamente 50% trabalha por um tempo entre 
de 2 e 3 anos. 
A média de atuação como enfermeiro foi de 9,4 anos, sendo considerado um 
tempo significativo de atuação. Uma pesquisa realizada em Santa Maria identificou a 
ligação entre o bem estar e o tempo de profissão, ou seja, a experiência profissional 
influenciou positivamente na atuação e bem estar dos enfermeiros pesquisados(SANTOS; VANDENBERGHE, 2013). 
Com relação à carga horária semanal dos enfermeiros da pesquisa 
prevaleceram os que possuem um único vínculo empregatício correspondendo a 
77,8% dos enfermeiros, porém 22,2% possuem dois, acumulando um total de 60h 
semanais. Um estudo, realizado em um município de Mato Grosso, corrobora com o 
resultado da presente pesquisa, onde apenas 26% dos profissionais de enfermagem 
entrevistados, assumem dois empregos (SANTOS; CASTRO, 2010). 
. 
37 
 
Em contrapartida, uma pesquisa realizada no Rio de Janeiro, com 66 
enfermeiros de um hospital geral, identificou que mais de 50% dos pesquisados 
possuem duplo vínculo empregatício (FRANCA, et al., 2012). A dupla carga horária 
é uma prática frequente entre os profissionais da enfermagem, o que ocupa uma 
parte considerável da rotina diária, consequentemente diminuindo a qualidade de 
vida e o tempo disponível para outras atividades externas, como o lazer, a prática de 
alguma atividade física ou doméstica (SEEMANN; GARCEZ, 2012). 
O serviço de enfermagem é dividido normalmente em três turnos-matutino, 
vespertino e noturno, na pesquisa predominou o horário noturno correspondendo 
aproximadamente 60% dos enfermeiros. A prática da enfermagem, em geral, é 
cansativa, dada a realidade encontrada nos serviços de assistência hospitalar, 
principalmente os plantões noturnos que influenciam em todo o organismo, mudam 
ciclo circadiano ao alterar os horários do descanso e das refeições (FRANÇA; 
FERRARI, 2012). 
Quanto a formação profissional 85,2% possuem pós graduação e 14,8% não 
possuem. A UTI mostrou um número expressivo de profissionais especializados na 
área em que atua, corresponde a 65%, em contrapartida o PS possui apenas 33%. 
Isso pode ser considerado um ponto negativo já que a especialização contribui de 
maneira positiva para o aperfeiçoamento profissional, pois aumenta a segurança nas 
decisões a serem tomadas e melhora o enfrentamento de situações estressoras, 
influenciando assim, diretamente, na qualidade do serviço prestado (COSTA et al., 
2014; BEZERRA, 2012). 
A complexidade dos pacientes e do ambiente da UTI, exige do enfermeiro a 
qualificação adequada para garantir uma assistência segura e livre de danos, a 
tecnologia ofertada nesse setor evolui rapidamente e para que possam acompanhá-
la os profissionais precisam estudar e especializar-se (VIANA, et al., 2014). 
 Os enfermeiros participantes de uma pesquisa realizada na UTI de um 
hospital universitário de Natal/ RN, relatam haver a necessidade da 
profissionalização e qualificação técnica/científica para exercer o trabalho dentro 
desse setor (MOURA et al., 2011). Assim, os profissionais demonstram estar 
conscientes da importância de manter-se atualizados, pois a especialização tende a 
amenizar a sobrecarga imposta pela rotina laboral (PRETO; PEDRÃO, 2009). 
38 
 
É essencial que os enfermeiros possuam embasamento teórico e prático, 
para que exerça as suas atribuições de maneira resolutiva e correta, desenvolvendo 
ações baseadas no seu conhecimento científico, evitando assim a atuação empírica 
ou improvisada nas diversas situações cotidianas (ANTONELLI; JUNIOR, 2014). 
A respeito da satisfação profissional aproximadamente 80% dos enfermeiros 
consideram-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a atuação na enfermagem, este 
dado caracteriza-se bastante significativo, visto que é de suma importância que o 
enfermeiro se sinta contente com o seu serviço, para que possa prestar uma 
assistência adequada aos pacientes, os demais enfermeiros declararam estarem 
pouco satisfeitos. 
Assim a satisfação profissional pode ser entendida como um sentimento de 
contentamento que o profissional tem pelo seu trabalho, esta pode ser positiva ou 
negativa. Um estudo realizado em Florianópolis mostra que as condições 
inadequadas de trabalho tendem a gerar certa insatisfação quanto ao exercício da 
enfermagem dentro de ambientes críticos, podendo trazer prejuízos tanto para a 
qualidade de vida do profissional quanto para o exercício da profissão. 
(WISNIEWSKI, 2015). 
Estudos demonstram o aumento da insatisfação do enfermeiro quanto a sua 
atuação, deve-se isso as dificuldades enfrentadas diariamente por esses 
profissionais, estas contribuem para a redução da motivação e da satisfação pelo 
trabalho como enfermeiro (RODRIGUES; FERREIRA, 2011; VERSA; MATSUDA, 
2014). 
Além disso, existem também inúmeros fatores que contribuem para a 
satisfação profissional, como por exemplo, o reconhecimento profissional, a 
autonomia, o local de trabalho, as situações cotidianas, a felicidade com a profissão 
e até a escolha da mesma (NUNES; TRONCHIN; MELLEIRO, 2010). Uma vez que a 
escolha pela profissão é um ponto importante, pois é dada na maioria das vezes 
pelo perfil do indivíduo, e para atuar na enfermagem é imprescindível se identificar 
com o ato de cuidar de pessoas que necessitam de assistência integral e 
humanizada (SILVA, et al., 2011). 
Os enfermeiros participantes da pesquisa que prestam assistência a 
pacientes críticos nos setores UTI e PS, de um hospital geral de Roraima foram 
39 
 
classificados como estressados, de acordo com o IEE com um score de 3,10. 
Diferente do presente estudo, uma pesquisa que também utilizou o instrumento IEE, 
identificou um score inferior, correspondendo a 2,7, classificando os enfermeiros 
como não estressados (UMANN, 2011). 
As unidades que prestam assistência a pacientes considerados críticos, são 
popularmente consideradas como as mais estressantes dentro do contexto 
hospitalar, isto pode ser explicado pelo número expressivo de estressores dentro 
destes setores. A rotina exaustiva que requer um ritmo acelerado e a atenção 
redobrada para com os pacientes graves, causando um estresse ao trabalhador 
deste setor (VERSA et al., 2012). 
Além disso, é previsto por lei que a assistência de enfermagem a pacientes 
críticos com risco de morte é atribuição privativa do enfermeiro (BRASIL, 1986). E 
pelo fato do enfermeiro ser o líder da equipe, ser responsável por outros 
profissionais, acumulando então além das suas atividades burocráticas e 
assistenciais, o gerenciamento da equipe. Estas atribuições aliada a fatores já 
mencionados podem desencadear elevados níveis de estresse (PEREIRA et al., 
2013). 
Os dados que serão apresentados a seguir, correspondem aos itens com 
pontuação máxima e mínima dentro de cada categoria do IEE: 
 
5.1 FATORES INTRÍNSECOS AO TRABALHO 
 
A categoria fatores intrínsecos ao trabalho, obteve maior pontuação, seu 
item com maior score trata-se da falta de materiais (m= 4.6), o que evidencia os 
problemas da saúde pública. Atualmente a saúde tem enfrentado restrições de 
recursos devido ao crescente aumento da demanda pelos serviços de saúde (GIL; 
CHAVES; LAUS, 2015). 
A falta de materiais nos hospitais brasileiros configura-se um obstáculo para 
a assistência, pois influencia diretamente na qualidade do serviço (NUNES et al., 
2010) e na atuação do profissional, visto que o recurso material é imprescindível aos 
40 
 
serviços de saúde. Essa impotência frente às situações cotidianas é fonte de 
estresse para os enfermeiros (CARDOSO et al., 2015). 
Uma pesquisa referente ao atendimento ao paciente crítico ilustra que o 
principal obstáculo está na escassez de materiais. Os enfermeiros da pesquisa 
relatam que é difícil atender e monitorar todos os pacientes, pois o atendimento 
intensivo requer um aparato tecnológico e material, e essa deficiência gera 
empecilhos na assistência de enfermagem a esses clientes (ZANDOMENIGHI et al., 
2014). 
Uma pesquisa realizada no setor de emergência de um hospital de Porto 
Alegre/RS obteve resultados diferentes quanto a escassez de recursos humanos e 
materiais, estes não foram classificados como agentes estressores dos profissionais 
(SILVEIRA; STUMM; KIRCHNER, 2009). 
Os ambientes de atendimento a pacientes críticos são locais ondehá um 
número expressivo de procedimentos tanto simples quanto complexos, e estes 
necessitam de materiais para a sua execução eficaz. Quando existe a escassez de 
materiais os procedimentos são realizados de maneira deficitária, oferecendo risco 
para o paciente. O enfermeiro por sua vez, é impedido de realizar o seu trabalho de 
acordo com as regras padrões de cada procedimento, isto pode ser considerado 
uma fonte de estresse, pois constantemente lida com esta realidade laboriosa. 
Outra dificuldade identificada nesta categoria trata-se da ineficiência dos 
recursos humanos (m= 4.5), isto também prejudica o serviço, pois a qualidade da 
assistência está conectada a capacidade de trabalho da equipe, um 
dimensionamento eficaz repercute positivamente nos serviços de saúde e gera bons 
resultados na recuperação da saúde do paciente (LEITE et al.,2011). 
Um estudo realizado nas UTIs de hospitais públicos em São Paulo, revela 
que a sobrecarga de trabalho influencia no aumento dos dias de internação e 
também no risco de mortalidade dos pacientes avaliados nas duas unidades de 
terapia intensiva estudadas (NOVARETTI et al., 2014), repercutindo, então, 
negativamente na saúde do paciente. 
Além disso, o excesso de atividades aliada a deficiência de recursos 
humanos causa um desgaste ao profissional, gera insatisfação e interfere na 
efetividade necessária para a realização do trabalho (PIRES; MACHADO; 
41 
 
SORATTO, 2016). Ou seja, a sobrecarga tem influência negativa na assistência 
prestada ao paciente internado. 
Quando há deficiência de recursos humanos, o enfermeiro além das 
atividades cotidianas assume uma grande quantidade de pacientes críticos, e por 
vezes é incapaz de realizar todos os procedimentos envolvidos no cuidado do 
paciente (TAMPIERI; RODRIGUES; MESQUITA, 2015). Essas sobrecargas físicas e 
as precariedades enfrentadas no dia a dia da assistência de enfermagem 
contribuem para o aumento dos acidentes de trabalho e dos níveis de estresse 
(SILVA, et al., 2013; SILVA et al., 2011). 
A sobrecarga, seja ela física ou mental, gera consequências como o 
adoecimento dos profissionais, o absenteísmo, a exaustão, erros no cuidado com o 
paciente, como troca ou erro de medicação (ROBAZZI, 2012). O desgaste físico 
precede o desgaste psicológico, e este é ainda mais intenso, pois reflete no 
processo de trabalho, na insatisfação profissional e na vida pessoal do enfermeiro e 
os demais profissionais da equipe de enfermagem (SOUZA, et al., 2015). Na 
assistência à saúde é essencial que os profissionais envolvidos no cuidado tenham 
uma saúde física e psicológica saudável (PIEDADE; SANTOS; CONCEIÇÃO, 2012). 
O item de menor pontuação dentro desta categoria foi levar serviço para 
casa, este dado é justificado pelo fato dos enfermeiros assistenciais serem 
responsáveis pelo serviço da enfermagem apenas dentro do setor hospitalar, sendo 
então desnecessário levar alguma atividade para casa. Acredita-se que a baixa 
pontuação do item cumprir uma carga horária maior, possa ser explicada pela 
instalação de pontos eletrônicos que registram o horário da entrada e da saída dos 
profissionais, devendo cumprir apenas a sua carga horária semanal, não excedendo 
o tempo de permanência dentro do hospital. 
 
5.2 PAPÉIS ESTRESSORES DA CARREIRA 
 
O item trabalhar em ambiente insalubre obteve maior score na categoria 
papéis estressores da carreira (m=3,9), visto que o ambiente hospitalar oferece 
diversos riscos ao enfermeiro, pois estes se encontram em contato direto com o 
processo saúde-doença, e isto consequentemente os obriga a manipular agentes 
42 
 
biológicos nocivos que ameaçam a sua própria saúde. Estas situações geram 
tensão, ansiedade e estresse (SEEMANN; GARCEZ, 2012). 
Para que haja um desenvolvimento satisfatório das atividades laborais do 
enfermeiro e da equipe, é de suma importância avaliar as condições de trabalho a 
qual o profissional é submetido. É necessária uma agregação entre o ambiente, o 
serviço, os recursos humanos e materiais e as condições do setor (CARDOSO et al., 
2015), ou seja, o local de trabalho deve ser um espaço que oferte segurança para a 
atuação do enfermeiro e de qualquer outro profissional da saúde. 
Trabalhar com interferência política também foi classificado como estressor, 
com um score de 3,6. Poucos estudos exploratórios relacionados à interferência 
política foram encontrados, impossibilitando um maior entendimento a respeito deste 
fator. Porém, uma pesquisa de revisão integrativa identificou que a interferência 
política no trabalho tende a gerar sentimentos como depressão e estresse nos 
profissionais da enfermagem, pois limita o seu serviço, o que muitas vezes os 
impede de prestar uma assistência de qualidade, causando um desgaste emocional 
e físico (AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO, 2015). 
A menor pontuação desta categoria com m= 2,3 foi o item trabalhar em 
ambiente de competitividade. Contrapondo este resultado uma revisão integrativa 
sobre estresse laboral, revelou que trabalhar em clima de competitividade é um 
estressor comum na realidade dos enfermeiros (BEZERRA; SILVA; RAMOS, 2012). 
Considera-se esta contradição um ponto positivo, pois é imprescindível que no 
trabalho em equipe exista harmonia e respeito bilateral, onde os profissionais 
integrantes da equipe possam conviver de maneira a complementar o serviço em 
busca de alcançar a qualidade. 
O objetivo do trabalho em equipe é estabelecer metas em comum para 
crescimento do próprio profissional e da equipe, com foco no atendimento dos 
usuários do serviço (SILVEIRA; SENA; OLIVEIRA, 2011). A mais evidente 
especificidade do trabalho de enfermagem é o serviço coletivo, sendo necessária 
uma boa relação entre seus componentes, esta relação é construída com base na 
reciprocidade e na interação dos profissionais para que haja uma boa dinâmica no 
serviço prestado (NAVARRO; GUIMARAES; GARANHANI, 2013). Porém é real a 
dificuldade de estabelecer um relacionamento recíproco e respeitoso dentro da 
43 
 
equipe multidisciplinar, sendo uma constante fonte de estresse para os profissionais 
(AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO, 2015). 
 
5.3 RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS 
 
A categoria relações interpessoais obteve um score de 2,9, sendo a única 
categoria classificada como baixo estresse. Porém foram identificados estressores 
dentro dela, como resolver imprevistos que acontecem no local de trabalho (m= 3,5). 
Para que o enfermeiro possa realizar um trabalho resolutivo e eficaz, ele precisa 
lidar com as inúmeras dificuldades encontradas no seu dia a dia, tendo que 
desenvolver mecanismos para conseguir conclui-lo. É necessário persistência, 
atenção, criatividade, trabalho em equipe, a fim de sanar os problemas e defrontar o 
inesperado (PRADEBON, 2011). 
 O princípio da enfermagem é prestar uma assistência livre de danos ao 
paciente, porém muitas vezes situações cotidianas impede o profissional de assistir 
o paciente de maneira adequada gerando insatisfação tanto profissional quanto 
pessoal. O improviso é uma realidade dentro do atendimento nos setores públicos, 
pois os enfermeiros passam diariamente por situações inesperadas tendo que 
enfrentá-las e principalmente resolvê-las para tentar realizar o seu trabalho da 
melhor maneira possível, e isso acarreta medo, insegurança e estresse 
(RODRIGUES, 2012). 
Outro estressor identificado que faz relação com resolver imprevistos é o 
atendimento de um grande número de pessoas (m= 3,7). É frequente ver na mídia 
as denúncias sobre a falta de leitos e de profissionais para atender a demanda da 
população (JORGE et al., 2012). Uma das principais características do setor 
hospitalar público é a desproporção entre a capacidade e a procura por 
atendimentos, o que resulta na superlotação e na deficiência de recursos materiais e 
humanos e tente a gerar uma sobrecarga nos profissionais atuantes (GRIMBERG et 
al, 2015). 
A assistênciaa pacientes críticos tem peculiaridades devido a sua 
instabilidade hemodinâmica, estes demandam um atendimento mais minucioso, que 
requer maior tempo e atenção do profissional. Desta maneira é essencial um 
44 
 
dimensionamento correto, para garantir uma assistência de qualidade a estes 
pacientes (BARBOSA et al, 2014). 
O setor de emergência é comumente citado em pesquisas quando se 
referem à superlotação, pois este se trata de um setor aberto, que recebe os 
pacientes além do número de leitos disponíveis. Nesse setor a sobrecarga do 
enfermeiro é intensa, pois precisa realizar todas as suas atividades 
independentemente da quantidade de pacientes, o que torna difícil a sua atuação 
eficaz, comprometendo o serviço (PAIXÃO, et al., 2015; JORGE, et al., 2012). Em 
contrapartida o processo de trabalho na UTI é diferente do PS, pois trata-se de um 
setor ser fechado, onde a quantidade de vagas é limitada. Porém, neste setor 
também é importante o dimensionamento para garantir o cuidado integral aos 
pacientes, além de manter condições favoráveis para a saúde do profissional, 
evitando sobrecargas e situações que causam estresse. 
Entretanto estudos identificam que o dimensionamento ineficaz nesse setor 
também é frequente, o que interfere na gestão do enfermeiro, pois quando o número 
de profissionais é inadequado torna-se difícil direcionar o cuidado de acordo com a 
necessidade de cada paciente (OLIVEIRA, et al., 2013; INOUE; MATSUDA, 2010). 
O relacionamento dos entrevistados com a chefia não foi considerado um 
fator estressor (m= 2,4), vê-se este resultado como positivo uma vez que a equipe 
de enfermagem, desde o auxiliar até o enfermeiro-chefe, deve conviver 
harmoniosamente e cordial. Um estudo realizado em Portugal, com 235 enfermeiros 
que prestam assistência a pacientes que necessitam de cuidados intensivos, revelou 
que cerca de 30% deles possuem uma má relação com a chefia, sendo este 
relacionamento fonte de estresse (RODRIGUES; FERREIRA, 2011). 
Não é uma tarefa fácil a de liderar uma equipe, pois se trata de uma função 
carregada de responsabilidades. O enfermeiro líder deve possuir características 
como saber lidar com problemas, ser imparcial e justo nas decisões tomadas, e 
principalmente exercer a autoridade de maneira a promover uma convivência 
harmoniosa entre a sua equipe e o líder (MOURA et al., 2013; PRADEBON, 2011). 
Ensinar alunos também não foi classificado como estressor nesta categoria 
(m=2,3), esse item faz relação com os estágios supervisionados dos discentes que 
adentram nos setores, a fim de aprimorar seu conhecimento prático. É nesse 
45 
 
momento que os futuros enfermeiros têm a oportunidade de pôr em prática o que 
aprenderam na teoria, além de acompanhar continuamente o serviço de um 
enfermeiro já atuante no setor e conviver com as responsabilidades próprias da 
liderança da equipe, sendo de suma importância para a formação de profissionais 
capacitados e seguros (EVANGELISTA; IVO, 2014; BENITO et al., 2012). 
De maneira geral vários itens foram classificados como estressores de 
acordo com os resultados do IEE. Porém, as maiores pontuações correspondem 
primeiramente à deficiência de material necessários para o trabalho e o segundo 
lugar à falta de recursos humanos, como já discutido anteriormente. O terceiro maior 
score corresponde ao item desenvolver atividades além da sua função (m= 4,04), o 
que leva a conclusão que por vezes o enfermeiro tem que assumir as atribuições de 
outro profissional, normalmente em locais que não possuem equipe multiprofissional 
completa (SAMPAIO, 2011). 
Contrapondo, então, o Art. 10 do código de ética que diz: “Recusar-se a 
executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e 
legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e 
coletividade.” (COFEN, 2007). Pode-se notar a importância do profissional 
enfermeiro ter conhecimento sobre as legislações vigentes, para assim ter 
capacidade de se posicionar frente a situações adversas, que vão de encontro aos 
seus direitos ou preceitos. 
Administrar ou supervisionar o trabalho de outras pessoas obteve score de 
3,8, seguido por trabalhar com pessoas despreparadas (m=3,6), os dois itens se 
relacionam, uma vez que o enfermeiro necessita lidar e conviver com os 
profissionais da sua equipe, sejam eles capacitados ou não. Uma pesquisa realizada 
com os profissionais de enfermagem de um hospital geral de Minas Gerais, 
identificou que aproximadamente 60% dos profissionais consideram como estressor 
o item de trabalhar com pessoas despreparadas (SOUZA et al. 2009), o que 
corrobora com o presente estudo. 
O enfermeiro por ser o líder da equipe de enfermagem deve estar 
constantemente vigilante quanto à atuação dos membros de sua equipe. Além disso, 
no momento de delegar atividades, o enfermeiro deve ter conhecimento sobre a 
competência de cada membro da equipe, para evitar possíveis erros 
(NASCIMENTO, 2012). É de suma importância o papel do enfermeiro gestor da 
46 
 
equipe, pois este tem a capacidade de aprimorar o serviço de qualidade da equipe 
de enfermagem, através das suas decisões e ações (VITURI; EVORA, 2015), uma 
vez que a supervisão é uma ferramenta gerencial que pode vir a contribuir 
positivamente para a assistência de enfermagem (CARVALHO; CHAVES, 2011). 
Atualmente existem grandes desequilíbrios quanto à formação teórica e 
prática da equipe de enfermagem, é cada vez maior a quantidade de cursos técnicos 
particulares que não se preocupam com a real formação profissional, e isso tem um 
impacto negativo na produtividade, na qualidade e principalmente na segurança dos 
serviços dispensados pela enfermagem (CASSIANI, 2014). 
Para se trabalhar em equipe é necessário o comprometimento de cada 
componente, pois se um dos profissionais deixar de realizar sua função, outro terá 
que assumi-la, aumentando assim a carga de trabalho do mesmo, e interferindo 
diretamente na agilidade necessária no atendimento a pacientes críticos (MOURA et 
al., 2011). Logo, sempre haverá um desfalque na equipe se qualquer um dos 
profissionais não for competente o suficiente para realizar a sua função dentro da 
equipe. 
Por ser líder da equipe, a responsabilidade de todos os atos praticados pelos 
membros da enfermagem são do enfermeiro, por esse motivo trabalhar com pessoas 
despreparadas põe em risco a sua atividade profissional. Assim o enfermeiro está 
em constante estado de tensão, com relação à atuação dos membros da equipe, e 
por vezes essa equipe é incompatível quanto ao número de enfermeiros, dificultando 
a supervisão e observação dos serviços realizados. 
O item instalações físicas inadequadas foi classificado como fator gerador de 
estresse e é frequentemente classificada como estressores em outros estudos 
(BEZERRA; SILVA; RAMOS, 2012; PASSOS; SILVA; CARVALHO, 2010). Trabalhar 
onde há exposição a possíveis acidentes é fonte de preocupação, uma vez que 
atuar em um ambiente que não lhe proporcione segurança é um incomodo e 
arriscado para o profissional. 
A falta de autonomia dentro dos setores de atendimento a pacientes críticos 
da pesquisa, também foi considerada estressor (m= 3,1), apesar da autonomia ser 
fundamental no processo de trabalho do enfermeiro, é notável que ainda há 
restrições quando a prática autônoma do enfermeiro, isso é um fator que dificulta o 
47 
 
crescimento da profissão e diminui o reconhecimento profissional (SANTO, et al. 
2010, SANTOS; MONTEZELI; PERES, 2012). 
A falta de reconhecimento pode ser oriunda dos colegas de profissão, dos 
profissionais de outras equipes e até do próprio paciente, isso gera uma insatisfação 
pessoal. Este processo está ligado também à indefinição do papel do enfermeiro, 
onde muitas vezes é confundido com outro profissional, tendo assim um impacto 
negativo no serviço prestado pelo enfermeiro (NAVARRO; GUIMARAES; 
GARANHANI, 2013).

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