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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM HUDSON ALVES OLIVEIRA INFECÇÃO HOSPITALAR: PREVENÇÃO E CONTROLE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DO HOSPITAL GERAL DE RORAIMA Boa Vista – RR 2017 2 HUDSON ALVES OLIVEIRA INFECÇÃO HOSPITALAR: PREVENÇÃO E CONTROLE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DO HOSPITAL GERAL DE RORAIMA Monografia de Graduação apresentada ao Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Roraima (UFRR) como requisito para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Prof. MSc. Fabrício Barreto. Boa Vista – RR 2017 3 HUDSON ALVES OLIVEIRA INFECÇÃO HOSPITALAR: PREVENÇÃO E CONTROLE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DO HOSPITAL GERAL DE RORAIMA Monografia apresentada como requisito para a conclusão do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Defendida em: __de_________de 2017 e avaliada pela seguinte banca examinadora: Prof. MSc. Fabrício Barreto Orientador / Curso de Enfermagem – UFRR Presidente da Banca Prof. Eduardo Carra Membro da Banca / Curso de Enfermagem – UFRR Enfª Rutileia Penha de Souza Membro da Banca / Curso de Enfermagem – UFRR Profª MSc. Tarcia Millene de Almeida Costa Barreto Suplente da Banca/ Curso de Enfermagem – UFRR Boa Vista – RR 2017 4 Dedicatória A minha mãe Maria do Socorro Alves Oliveira por ser um exemplo de mulher, aos meus irmão e sobrinhos, aos meus enteados e a minha esposa Vanir Silva Feitosa, por tudo que passamos juntos durante essa realização. 5 AGRADECIMENTOS A Deus pela saúde e força para enfrentar as dificuldades, ao meu orientador pelo incentivo e suporte, a todos os professores que participaram de forma direta ou indiretamente para a realização desse sonho, a toda minha família, amigos e principalmente minha esposa pelo apoio. 6 Epigrafe “A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto à obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes”! Florence Nightingale https://www.pensador.com/autor/florence_nightingale/ 7 RESUMO A presente pesquisa aborda o tema Infecção hospitalar: prevenção e controle na unidade de terapia intensiva do Hospital Geral de Roraima. Enfocando o processo histórico da saúde pública brasileira, o desenvolvimento do Sistema Único de Saúde, aportes históricos e conceituais das “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS). Tem como objetivo analisar a incidência da infecção hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Roraima no período de janeiro a julho de 2017. A metodologia aplicada na pesquisa sob a ótica da abordagem descritiva, que permitirá a análise da pesquisa bibliográfica e documental, bem como a aplicação do método qualitativo- quantitativo, através da observação utilizando-se das entrevistas semiabertas, e questionário com os entrevistados. A análise do resultado apresenta um perfil do atendimento e serviços ofertados nas UTI's no Hospital Geral de Roraima no município de Boa Vista apresentando as principais causas de infecções hospitalares. Todavia, apresentam-se ainda alguns entraves e sugestões para a melhoria das áreas “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS) no município. Dessa forma espera-se que este estudo possa contribuir para futuras pesquisas referentes ao combate as infecções hospitalares na região. Palavras-chave: Saúde. Enfermagem. IRAS. Atendimento.Infecções. 8 ABSTRACT The present research approaches the theme Hospital infection: prevention and control in the intensive care unit of the General Hospital of Roraima. Focusing on the historical process of Brazilian public health, the development of the Unified Health System, historical and conceptual contributions of "health care related infections" (IRAS). It aims to analyze the incidence of hospital infection in the Intensive Care Unit of the General Hospital of Roraima from January to July 2017. The methodology applied in the research from the perspective of the descriptive approach, which will allow the analysis of bibliographic and documentary research, as well as the application of the qualitative-quantitative method, through observation using semi-open interviews, and a questionnaire with the interviewees. The analysis of the results presents a profile of the care and services offered in the ICUs in the General Hospital of Roraima in the municipality of Boa Vista presenting the main causes of hospital infections. However, there are still some obstacles and suggestions for the improvement of the areas "infections related to health care" (IRAS) in the municipality. Thus, it is expected that this study may contribute to future research regarding the fight against nosocomial infections in the region. Keywords:Health. Nursing. IRAS. Attendance.Infections. 9 LISTA DE FIGURAS Figura – 01: Quantidade de profissionais de enfermagens por faixa etária ........... 30 Figura – 02: Tempo de atuação na profissão .......................................................... 31 Figura – 03: Tempo de atuação em UTI .................................................................. 32 Figura – 04: Tempo de atuação na UTI do HGR. .................................................... 33 10 LISTA DE QUADROS Quadro 01 - Percepção dos profissionais da enfermagem sobre os cuidados e incidências de infecções na UTI ............................................................................ 35 Quadro 02 – Avaliação do grau de incidências de infecções na UTI. ...................... 35 Quadro 03 – Avaliação do grau de incidências de infecções na UTI. ...................... 36 11 ABREVIATURAS E SIGLAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária CAP’s - Caixas de Aposentadoria e Pensão CCIH - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar COFEN - Conselho Federal de Enfermagem DNERu - Departamento Nacional de Endemias Rurais DNSP - Diretoria Nacional de Saúde Pública FUNASA - Fundação Nacional de Saúde FUNRURAL - Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural HGR - Hospital Geral de Roraima IAP’s - Institutos de Aposentadoria e Pensões IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social INPS - Instituto Nacional de Previdência Social IRAS - Infecções Relacionadas à Assistência m Saúde POP - Procedimento Operacional Padrão SESP - Serviços Especiais de Saúde Pública SUCAM - Superintendência de Campanhas SUDS - Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde SUS - Sistema Único de Saúde UTI – Unidade de Tratamento Intensivo 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEMÁTICO ...................................................................................... 15 2.1 SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL ............................................................................... 15 2.2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE .................................................................................19 2.3 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CONCEITUAL DAS IRAS .......................... 21 2.4 BASES CONCEITUAIS........................................................................................... 23 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 26 3.1 TIPO DE ESTUDO .................................................................................................. 26 3.2 LOCAL DO ESTUDO .............................................................................................. 26 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................................... 27 3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO NO ESTUDO ...................................... 27 3.5 RISCOS E BENEFÍCIOS ........................................................................................ 27 3.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ........................................................ 28 3.7 ANÁLISES DOS DADOS ........................................................................................ 29 3.8 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS ............................................................................. 30 3.8 DESFECHOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO ........................................................... 31 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 32 4.1 PERFIL DOS PROFISSIONAIS .............................................................................. 32 4.2 PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUANTO AO AMBIENTE DE TRABALHO . 36 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 39 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 41 APÊNDICES ................................................................................................................. 45 ANEXOS ...................................................................................................................... 50 13 fta 1 INTRODUÇÃO Dentre os inúmeros problemas que a saúde pública brasileira enfrenta atualmente como falta de médicos, remédios, leitos e cirurgias especializadas pode- se ainda citar as “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS) consideradas como uma das grandes preocupações encontradas dentro das unidades hospitalares, em especial na UTI (ROCHA; LEME 2010). Conforme Júlio (2013) as IRAS são as mais frequentes e importantes complicações ocorridas em pacientes hospitalizados. No Brasil, os dados sobre IRAS são pouco divulgados. Além disso, esses dados não são consolidados por muitos hospitais, o que dificulta o conhecimento da real dimensão do problema (GASPAR, 2012). Partindo desse pressuposto, pode-se considerar que a falta de divulgação de dados sobre as IRAS intensificam ainda mais os problemas de infecções hospitalares aumentando segundo Santos (2006) os custos hospitalares, bem como a morbidade e a mortalidade entre os pacientes hospitalizados. Diante deste contexto, a pesquisa tem como objetivo analisar a incidência da infecção hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Roraima no período de janeiro a julho de 2017. Para nortear o objetivo geral foram desenvolvidos os seguintes objetivos específicos com intuito de investigar os principais indicadores de infecção hospitalar na UTI do ano de 2016 e de janeiro a julho de 2017 do Hospital Geral de Roraima; Diagnosticar as falhas que proporcionam riscos para infecções através de entrevistas com os técnicos de enfermagem da UTI do Hospital Geral de Roraima; bem como propor medidas de prevenções as infecções hospitalares na UTI. Compreendendo que adequar às políticas, a prática de diagnóstico e o tratamento de IRAS; realizar pesquisas para avaliar os principais indicadores, como a taxa de IH, prevalência, incidência, tipos de infecções mais comuns, patógenos envolvidos, perfil de sensibilidade destes agentes aos antimicrobianos, tornam-se importantes para se estabelecer medidas de controle e prevenção das IRAS (GASPAR, 2012). 14 A presente pesquisa ganha relevância, pois a incidências de infecções hospitalares trata-se de um contínuo desafio aos profissionais de saúde, tendo em vista que as IRAS representam um importante problema de saúde pública e que acarretam impacto para o paciente, família, instituições hospitalares e para a sociedade como um todo. As informações obtidas poderão nortear questões essenciais para a prevenção das IRAS e, consequentemente de óbitos, além de fornecer subsídios para orientação das ações das equipes de saúde justificando assim a realização dessa pesquisa. A pesquisa trata-se de um estudo exploratório descritivo, com abordagem quanti-qualitativa sobre a prevenção e controle de infecção hospitalar na unidade de terapia intensiva do Hospital Geral de Roraima, desenvolvido com os técnicos de enfermagem atuante na UTI adulto, no município de Boa Vista RR. Dessa forma, o estudo encontra-se estruturado em sessões para melhor entendimento do leitor. Em primeiro plano apresenta-se um breve histórico da saúde pública brasileira, seguido de uma contextualização e origem do Sistema Único de saúde. No segundo momento abordam-se os principais conceitos e histórico das IRAS. O terceiro momento trata-se dos procedimentos metodológicos e por fim, apresentam-se os resultados e discussão. 15 2 REFERENCIAL TEMÁTICO 2.1 SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL Para início de reflexão sobre as “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS), torna-se necessário contextualizar esse processo com a história da saúde pública no Brasil. No Brasil, a Constituição Federal no seu Artigo 196, enaltece que a “saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e acessórias que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e a acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, prestação e recuperação.” Nessa perspectiva, Junior (2012) cita que a Organização Mundial de Saúde conceitua a Saúde Pública como o ato de prevenir doenças, prolongar a vida, possibilitar a saúde e a eficiência física e mental através do esforço organizado da comunidade. Esse ato está a cargo do Estado, em promover uma série de medidas adequadas para o desenvolvimento de uma estrutura social capaz de proporcionar a todos os indivíduos de uma sociedade a condição de saúde necessária (BRASIL, 2010). Com relação ao processo histórico evolutivo da saúde no Brasil, Junior; Costa (2014) comentam que somente a partir do século XVI, que as políticas públicas de saúde foram implementadas no Brasil, impulsionada pela chegada da família Real. Todavia, os serviços e tratamentos oferecidos por essa implementação, sofreu preconceito e medo por parte da população, que preferiam ser tratadas pelos curandeiros. Em consonância com a pesquisa, Lopes (2011), cita que de fato a saúde pública brasileira é oriunda do advento da corte real portuguesa, datada de 1808, com a criação das duas primeiras escolas de medicina em nosso país (Colégio Médico-Cirúrgico do Real Hospital Militar de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro), que visavam principalmente à saúde e o bem estar da nobreza (SANTOS, 2008). 16 A história da Saúde Pública brasileira inicia-se cercada de desconfiança por parte da população, entendida como muito limitada e pouco eficaz. De fato, a saúde pública tinha esse aspecto, pois a sociedade culturalmente sempre se automedicou. Os avanços no desenvolvimento da saúde ganharam nova conjuntura a partir dos estudos de Emílio Ribas, em São Paulo, e Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que no interior da escola pasteuriana, desenvolveram medidas como o isolamento dos indivíduos doentes contagiantes, o saneamentodo meio, a destruição dos vetores biológicos e a proteção dos sadios. Essas medidas deram aspectos de coletividade para os tratamentos de saúde no Brasil (MERHY; QUEIROZ, 1993). Reforçando a contribuição de Oswaldo Cruz e Carlos Chagas para o desenvolvimento da saúde pública no Brasil, Junior (2012), ressalta que além desses cientistas, é importante destacar o papel do Instituto Vital Brazil, Butantã ou Adolfo Lutz. Uma vez, estas entidades são exemplos concretos de atividade competente e meritória da saúde pública brasileira, priorizando o combate e tratamento às doenças. Dessa forma, pode afirma que a contribuição de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Adolfo Lutz à saúde pública brasileira foi de extrema importância, tendo em vista suas inúmeras descobertas e feitos em benefício da saúde pública brasileira. Da mesma forma, pode-se enaltecer a participação do Instituto Butantan criado em meados do século XIX, e o Instituto Vital Brazil importantíssimos no combate do surto de peste bubônica, fato que originou o Instituto Manguinhos (atual Fundação Oswaldo Cruz ou Fiocruz), as ações dessas instituições contribuem até hoje em incidência de acidentes com animais peçonhentos, como as serpentes (CAMARGO, 2002). Nesse contexto histórico não podemos deixar de destacar a participação dos grupos filantrópicos de cunho religioso como as Santas Casas de Misericórdia, que cuidava da saúde dos brasileiros, principalmente a população mais carente (SANTIAGO, 2010). A atuação da filantropia incitou o Estado a tomar atitude com relação à saúde da população, que iniciou algumas ações de saúde diante de epidemias, como ações de vacinação e de saneamento básico. Uma das primeiras ações do Estado ocorreu no final do século XIX e início do XX com o saneamento do Rio de Janeiro e a grande 17 campanha de vacinação contra varíola promovida pelo sanitarista Oswaldo Cruz (CARVALHO, 2013). Nessa perspectiva histórica por volta da década de 40 percebe-se que as primeiras iniciativas da saúde pública brasileira eram, portanto, de caráter emergencial mediada pelo Governo Central e organizada pela Diretoria Nacional de Saúde Pública – DNSP, Essas medidas faziam parte das ações da vigilância de controle ambiental, que deram origem a estrutura da saúde pública com o aparecimento dos Serviços Especiais de Saúde Pública (SESP), Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) e a Superintendência de Campanhas (SUCAM) (SANTIAGO, 2010). Todavia, a saúde pública só ganhou amplitude com a Proclamação da República, em 1889, implementando um modelo sanitarista visando erradicar epidemias urbanas e a criação de um novo Código de Saúde Pública, tornando a saúde brasileira uma medida coletiva sob a responsabilidade do governo (CORREIA, 2014). Porém, essas medidas não foram além do papel, e reduziram a saúde pública praticamente à atuação campanhista pelo conjunto do país. Tais ações favoreçam ações verticais permanentes da Liga de Saneamento, viabilizando construção dos serviços médicos previdenciários, abrindo outro setor socialmente significativo no conjunto das ações de saúde (MERHY& QUEIROZ, 1993). A partir de uma corrente cronológica as políticas públicas de saúde no Brasil foi desenvolvida mediante a chegada da família real em 1808, e ao longo dos anos, vem sofrendo modificações. A primeira medida tomada foi impor normas sanitárias para os portos combatendo entrada de doenças contagiosas que pudessem ameaçar a saúde da Realeza. Com o advento da Independência do Brasil em 1822, novas medidas foram estabelecidas atribuindo as províncias o controle dos portos e quaisquer decisões sobre tais questões e saúde. Em 1923, o Estado brasileiro, promulga a Lei Elói Chaves, através da criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs) estabelecendo as empresas e trabalhadores o direito assegurado a assistência médica, medicamentos, aposentadorias e pensões (CORREIA, 2014). 18 Outro aspecto levantado por Correia (2014) relata que ao longo dos anos, a CAPs, passou a corresponder aos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que estendeu o atendimento ao número maior de trabalhadores. Em 1967, foi implantado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que extinguiu os IAPs, com essa medida o atendimento se estendeu também aos trabalhadores rurais, assegurados pelo Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). É importante frisar que os trabalhadores com carteira eram assistidos pelo do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Em contrapartida, o governo através da Constituição Federal de 1988, cria o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde – SUDS, que mais tarde transformou-se no Sistema Único de Saúde - SUS, encarregado de organizar no plano regional, as ações do Ministério da Saúde, dos serviços Estaduais e Municipais de saúde, sendo o SUS uma conquista da sociedade brasileira (JUNIOR; COSTA, 2014). A década de 90 marca importantes mudanças na saúde brasileira onde a intervenção do poder público apresenta-se mais pertinentes implantando as campanhas de vacinações promovendo dessa maneira as primeiras coes da saúde coletiva para a população. Essas ações proporcionaram a unificação dos departamentos de saúde dando origem a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) que estrutura e incorpora o SUS (Sistema Único de Saúde) respondendo assim, às necessidades e exigências de um novo Brasil (SANTIAGO, 2010). A partir do surgimento do SUS a saúde pública brasileira se estruturou baseada no tripé da Descentralização, da Integralidade, da Assistência e da Participação da comunidade, oferecendo um serviço de qualidade para a população. Porém, o Sistema Único de Saúde é alvo de várias críticas em função da precariedade dos serviços prestados, da escassez de mão-de-obra qualificada, demora no atendimento da grande demanda populacional e da demora na solução de problemas por causa de uma grande sobrecarga burocrática (BRASIL, 2010). 19 2.2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Para compreendermos o processo evolutivo do Sistema Único de Saúde do Brasil, precisamos entender que as práticas de saúde no país fazem parte de ações organizadas pela sociedade em cada contexto político, econômico e social. Dessa forma, o SUS foi se desenvolvendo de acordo com as necessidades da sociedade.Sendo assim, não podemos dizer que esse sistema já nasceu pronto e acabado, mas sim, está em constante construção (BRASIL, 2010). Somente a partir da década de 80 que a saúde pública passou a ser mais universal e menos excludente, abrangendo atendimentos hospitalares para toda a população. De acordo com Lopes (2011), impulsionada pelos congressos e movimentos sociais que cobravam do Estado Brasileiro a Reforma Sanitária, na busca da garantia de um sistema unificado de saúde para toda a população, é criado em 1990, o Sistema Único de Saúde (SUS), com a finalidade de estender a toda à população o direito a saúde, oferecendo, serviço médico, assistência hospitalar e social de forma descentralizada e regional. Mediante a essa visão, pode-se afirmar que o SUS nasceu destinado a atender todos os cidadãos, financiado através dos recursos arrecadados como os impostos e contribuições sociais pagos pela população, complementado por recursos do governo federal, estadual e municipal. A legitimidade do Sistema Único de Saúde - SUS – está estabelecida pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8.142/90, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças dos serviços prestados por esse sistema. Nessa concepção Brasil (2000), conceitua o SUS, como todo o serviço de saúde prestado na esfera federal, estadual e municipal,sem custos adicionais para a população, onde o setor privado atua de forma 20 complementar. Dessa forma, torna-se necessário esclarecer que o SUS abrange também a participação do setor privado, que poderão atuar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos (BRASIL, 2000). Historicamente, o SUS foi instituído pela Constituição Federal de 1988, originário das lutas do movimento conhecido como Revolução Sanitária, inflamado pelos meios acadêmicos na década de 1970. A implantação do Sistema foi e é uma grande vitória da sociedade e de grande valia no setor da saúde do brasileiro, porém, atualmente, percebe-se que esse Sistema não exerce sua funcionalidade conforme seus princípios, de oferecer saúde como direito de todos (DINIZ, 2014). Por outro lado, a saúde pública no Brasil sempre enfrentou grandes problemas, principalmente relacionado à gestão e falta de recursos, representados pelos gastos indevidos, por esse motivo que o sistema ainda não tem surtido um resultado notório, pois a doença não está somente relacionada entre o homem e o meio natural, mas também entre o homem e o meio social (SINGER, 1988). Sendo assim, Junior; Costa (2014) ressaltam que a organização e gestão dos serviços do SUS, enfrentam grandes dificuldades, principalmente por parte dos Municípios brasileiros que não conseguem arrecadar os recursos necessários para o bom funcionamento do sistema de saúde. Nessa consonância, Polignano (2013, p.24) apresenta o seguinte cenário do Sistema Único de Saúde na esfera nacional afirmando que: Apesar das dificuldades enfrentadas pode-se afirmar que ao nível de atenção primária o SUS apresentou resultados significativos no setor público, mas enfrenta problemas graves com o setor privado, que detém a maioria dos serviços de complexidade e referência a nível secundário e terciário. Percebe-se que apesar das diversas falhas apresentada no SUS, vislumbrada por falta de investimento público, mão de obra mal qualificada, corrupção ou até falta de informação por parte de seus usuários. O SUS, e em 21 seus fundamentos nos mais modernos princípios da medicina pública, baseado nos princípios e objetivos da Universalidade, Equidade e Integralidade da atenção à saúde da população brasileira, sendo elogiado mundialmente pelos principais órgãos internacionais de saúde (LOPES, 2011). Todavia, elogios não são suficientes para melhorar o seu funcionamento. Como já mencionado a visão que se tem do Sistema Único de Saúde no Brasil é precária, sendo necessário reavaliar a gestão das verbas destinadas aos programas de saúde pública. Ao analisarmos os serviços ofertados, perceberemos a falta de médicos em regiões afastadas em contraponto à intensa concentração nas grandes cidades, a ausência de estrutura nos hospitais da rede pública, a grande incidência de infecções hospitalares, além da dificuldade em conseguir atendimento na ESF, são apenas alguns dos inúmeros problemas que atingem os brasileiros que tentam utilizar a saúde pública diariamente. 2.3 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CONCEITUAL DAS IRAS A história da ocorrência das IRAS mantém uma relação estreita com a própria história da atenção à saúde. A compreensão da dinâmica de aquisição das IRAS vem evoluindo desde quando foram criados os primeiros hospitais na Idade Média. As características de manifestação, assim como os fatores de risco modificaram-se com a evolução das concepções dominantes sobre o processo saúde-doença na sociedade ocidental bem como as práticas de prevenção e controle nos serviços de saúde (LACERDA, 1997). Com pessoas mais susceptíveis, expostas a procedimentos cada vez mais invasivos, surgiram novas modalidades de IRAS, com incidência em diferentes topografias corporais (ZANON, 1987; SANTOS, 1997). Vários profissionais entre médicos e enfermeiros contribuíram para a evolução da prevenção das IRAS. Entre eles, Florence Nightgale, que a partir de 1858, destacou-se pelos seus esforços na melhoria da organização e da higiene dos hospitais de campanha, que culminaram na redução importante na 22 mortalidade de soldados ingleses durante a guerra da Criméia (SHAFFER, 1974). Florence Nightingale, em 1863, descreveu uma série de cuidados e estratégias relacionados aos pacientes e ao meio com o objetivo de diminuir o risco de IRAS (COUTO et al., 2014 p. 4). A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o fenômeno das IRAS como um problema de saúde pública e preconiza que as autoridades em âmbito nacional e regional desenvolvam ações com vistas à redução do risco de aquisição. Os objetivos devem ser estabelecidos em âmbito nacional ou regional em consonância com demais objetivos de saúde nestas esferas (WHO, 2002; WHO, 2004 citado por ANVISA, 2013 - 2015). Historicamente no Brasil, o Controle das IRAS teve seu marco referencial com a Portaria MS nº 196, de 24 de junho de 1983, que instituiu a implantação de Comissões de Controle de Infecções Hospitalares em todos os hospitais do país, independente de sua natureza jurídica (ANVISA, 2000). Mas somente a partir de 1985, com a repercussão da morte do ex- presidente Tancredo Neves, em consequência de IRAS, essa questão assumiu umadimensão maior, sensibilizando a população e, principalmente, os profissionais da área de saúde (ANVISA, 2004). Em maio de 1998 foi publicada pelo Ministério da Saúde a portaria 2.616, que passa a nortear todo o sistema de controle de IRAS nacional. Essa portaria revoga a de nº 930 de 1992. Institui o programa de controle de IRAS a ser executado por CCIH constituída de membros consultores e executores. Determina a carga horária desses membros executores levando em consideração o tamanho e a complexidade da instituição. Cria oportunidade de surgimento de consórcios interinstitucionais, otimizando a utilização de recursos. Há extenso detalhamento sobre as formas de executar o controle de IRAS, o que certamente contribuirá para melhorar a prevenção desse tipo de infecção no Brasil (COUTO, 2014 p. 6). Nas UTI’s são desenvolvidos vários serviços aos pacientes criticamente doentes, como: (a) suporte de vida que possibilite à sobrevida a pacientes com falências orgânicas graves e (b) monitoração intensiva para permitir a 23 identificação precoce e o tratamento apropriado das intercorrências clínicas graves. Nesse contexto, as UTI’s representam 10 a 15% dos leitos hospitalares, cuja demanda tem crescido mais de 17% na última década, correspondente a uma tendência também crescente na complexidade dos pacientes que se internam em hospitais (COUTO R. C. et al, 2014 p. 525). Nessas unidades, pratica-se uma medicina ao mesmo tempo dinâmica e “agressiva”, com o objetivo de estabilizar disfunções orgânicas agudas e viabilizar a execução dos procedimentos médicos cada vez mais complexos. No entanto, como decorrência natural dessa assistência intensiva aos pacientes graves, aumenta também a probabilidade de dois desfechos inoportunos importantes: as iatrogênicas e as IRAS. As infecções são as complicações mais prevalentes dos pacientes internados em UTI’s e contabilizam 20 a 30% de todos os casos hospitalares (COUTO R. C. et al, 2014 p. 525). 2.4 BASES CONCEITUAIS Conforme a Portaria nº 2.616 de 12 de maio de 1998, define-se Infecção Hospitalar (IH) como aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares (BRASIL, 1998). Atualmente o termo “infecção hospitalar” foi substituído por “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS), sendo essa designação uma ampliação conceitual que incorpora infecções adquiridas e relacionadas à assistência em qualquerambiente (PADOVEZE; FORTALEZA, 2014). A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é considerada o epicentro das IRAS e elo influenciador na cadeia epidemiológica de transmissão. Tal fato deve-se à peculiaridade dos pacientes internados nessa unidade, pois utilizam dispositivos invasivos como: cateter venoso central, sonda vesical de demora e ventilação mecânica; além disso, uso de imunossupressores, período de internação prolongado, colonização por microrganismos resistentes, prescrição de antimicrobianos e a própria característica do ambiente da UTI 24 que favorece a seleção natural de microrganismos (GOMES et al, 2014). Os pacientes de UTI, na sua maioria encontram-se acamados por tempo prolongado, imunodeprimidos, e com doenças graves que necessitam de monitoramento invasivo e uso de antibióticos de largo espectro, tornando- os mais suscetíveis às IRAS. Nos últimos anos, a incidência de IRAS associada a microrganismos resistentes tem aumentado em todo o mundo (SANTOS et al, 2016). O controle de infecção em UTI é um assunto complexo e de extrema importância para o bom funcionamento da unidade, evidenciando-se, portanto, a necessidade da proteção tanto individual quanto dos pacientes, bem como a realização de técnicas e procedimentos adequada a fim de evitar qualquer prejuízo para o paciente (SANTOS et al, 2016). Segundo Couto et al (2014) as taxas de incidência de IRAS para pacientes de UTI variam conforme o tipo de unidade considerada e a população atendida, atingindo de 10 a 30% dos pacientes. Essas infecções caracterizam-se como importante causa de morbimortalidade, com a mortalidade atribuída podendo exceder 25%. Além disso, as IRAS contribuem para o prolongamento do tempo de permanência e custos na UTI. Os pacientes internados em UTI possuem um risco de 5 a 10 vezes maior de adquirir IRAS do que aqueles de outras unidades gerais do hospital, e, diferentemente das unidades de internação abertas, onde as infecções urinárias são as mais frequentes, nas UTI’s as infecções do trato respiratório predominam invariavelmente (COUTO et al, 2014). A ANVISA (2017) salienta que vários fatores de risco independentes para IRAS têm sido identificados, estando entre os mais importantes: a gravidade da doença de base; as doenças adjacentes; o grau de comprometimento das defesas orgânicas; a idade avançada; a permanência prolongada na UTI; o uso abusivo e inapropriado de antibióticos; os procedimentos invasivos; disfunção neurológica grave; trauma, complicações iatrogênicas, a colonização progressiva dos epitélios; a superlotação das unidades, entre outros. As infecções causadas por microrganismos resistentes tais como 25 MRSA, VRE, Gram-negativos ESBL, além de mais difíceis de tratar, aumentam a mortalidade e a permanência na UTI (COUTO et al, 2014). O sucesso para o controle da resistência depende de várias ações direcionadas para a observância das normas de controle de infecção: as orientações para evitar o uso inadequado de antibióticos, as medidas restritivas para o uso de algumas drogas, como as cefalosporinas indutoras de ESBL, os carbapenêmicos e quinolonas (liberados somente com indicação específica) e o uso criterioso de vancomicina (SANTOS, 2006). De acordo com Couto et al (2014) apesar da tendência crescente de maior complexidade dos pacientes hospitalizados e, consequentemente do aumento de infecções hospitalares, as medidas tradicionais de prevenção permanecem como o eixo fundamental da estratégia de controle das mesmas, devendo ser incentivadas. As ações devem ser instituídas através do conhecimento dos dados gerados pelo processo de vigilância epidemiológica, adequando-as às necessidades específicas de cada serviço. No ambiente complexo da UTI, é indicado que as ações preventivas de controle de IRAS sejam mais rigorosas, haja vista o tipo de paciente e a intensidade dos procedimentos de risco (COUTO et al, 2014). 26 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 TIPO DE ESTUDO Trata-se de um estudo exploratório descritivo, com abordagem quanti- qualitativa sobre a prevenção e controle de infecção hospitalar na unidade de terapia intensiva do Hospital Geral de Roraima, desenvolvido com os técnicos de enfermagem atuante na UTI adulto, no município de Boa Vista RR. Mediante a esse contexto a pesquisa se caracteriza como exploratória descritiva, buscando descrever e registrar o fenômeno a maneira como ele ocorre, recorrendo a interpretações e avaliações na aplicação de determinados fatores ou simplesmente dos resultados já existentes dos fenômenos, estando dentro de análises quantitativas e qualitativas, quando há um levantamento de dados e o porquê destes dados (MARCONI; LAKATOS, 2002). Os métodos adotados pela pesquisa foram o qualitativo e o método quantitativo possibilitando a autenticidade, precisão, e determinação prévia de resultados (Portela, 2004). Segundo Ramos; Ramos; Busnello (2005), a pesquisa quantitativa é tudo que pode ser mensurados em números, classificados e analisados utilizando de técnicas estatísticas, enquanto que a qualitativa, não é traduzida em números, mas verifica a relação da realidade com o objeto de estudo, obtendo várias interpretações de uma análise indutiva por parte do pesquisador. 3.2 LOCAL DO ESTUDO O estudo foi desenvolvido no Hospital Geral de Roraima – HGR - RR, referência para a população da capital do estado de Roraima, bem como do interior do estado, áreas indígenas e países fronteiriços. O hospital em 27 questão conta com duas unidades de terapia intensiva, cada uma com 10 leitos totalizando 20 leitos de UTI adulto. A UTI é composta por uma Equipe Interdisciplinar, entre os profissionais estão médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, dentre outros profissionais que compõe uma equipe de UTI, bem como equipe de limpeza. 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA A população deste estudo compreende os técnicos de enfermagem da UTI adulto do Hospital Geral de Roraima. A amostra foi desenvolvida por conveniência e não se baseia no critério numérico para garantir sua representatividade (MINAYO, 2004). 3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO NO ESTUDO Quanto aos critérios de inclusão e exclusão foram incluídos no estudo os técnicos de enfermagem que se encontravam na UTI adulto do hospital em questão no momento da entrevista, independente do sexo e idade, além de pesquisa em prontuários dos pacientes e obtenção de dados com a CCIH do hospital. Dessa forma, foram excluídos os profissionais os técnicos de enfermagem que não estiveram presentes no período da coleta de dados por qualquer motivo (folgas, férias, afastamentos, licenças medicas entre outros), além dos pacientes que não apresentaram infecção hospitalar no período pesquisado. 3.5 RISCOS E BENEFÍCIOS O estudo não envolveu riscos, uma vez que os dados foram obtidos 28 através das informações pela CCIH. A pesquisa visou evidenciar a incidência de infecção hospitalar na UTI do Hospital Geral de Roraima no segundo semestre de 2017, propondo assim medidas e meios de combate as IRAS contribuindo para ajudar a identificar falhas no processo para melhor dinamizar e efetivar todo o processo de cura. 3.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS Primeiramente, os profissionais escolhidos foram informados dos objetivos dessa pesquisa e assinaram de livre e espontânea vontade o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXOS) para participarem da mesma. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista individual, em um local dentro da UTI, tanto no período da manhã, tarde ou noite, conforme a disponibilidade do profissional, além da coleta de dados estatísticos diretamente da CCIH. O questionário segundo Gil (1991) é uma ferramenta composta de uma série ordenada de perguntas, podendo ser abertas,fechadas ou semiabertas, sendo assim deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções, ressaltando a importância da colaboração do informante e facilitar o preenchimento de sua aplicação. A entrevista seguiu um roteiro estruturado (APÊNDICE A) apresentado aos profissionais escolhidos, às questões foram formuladas para tentar extrair dos sujeitos suas percepções quanto às dificuldades encontradas no uso das técnicas e ferramentas para prevenção das IRAS na UTI, as quais guiarão na direção do objetivo da pesquisa. No caso da entrevista quando utilizada permite uma relação direta do entrevistador e o entrevistado dando veracidade à pesquisa qualitativa, pois é uma importante ferramenta de coleta de dados na abordagem qualitativa de pesquisa sendo utilizada semiestruturada para fortalecer dissertações e tese de doutorado. Portanto, a entrevista se da através da conversa entre duas ou 29 mais pessoas com o intuito de investigar, e assim obter as informações necessária (SEGENHEICH, 2005). 3.7 ANÁLISES DOS DADOS Para a análise dos dados, utilizou-se a Análise Qualitativa, essa etapa representa o momento em que o pesquisador obtém os dados coletados por meio da aplicação de técnicas de pesquisa, usando instrumentos específicos para o tipo de informação que deseja obter, de acordo com o objeto de pesquisa em análise. Esses dados, após seu registro, foram organizados e classificados de forma sistemática, passando pelas fases de seleção, codificação e tabulação. Após a seleção e posse dos dados coletados, foi necessário fazer uma análise crítica, para identificar questões falsas, confusas ou distorcidas. Verificou-se que os dados coletados estavam completos não sendo preciso retornar ao campo para nova coleta. Na fase de análise, ocorreu a redução dos dados que consistiram em processo de seleção, simplificação, abstração e transformação dos dados originais provenientes das observações de campo. Essa etapa foi desenvolvida mediante ao retorno dos objetivos verificando se os dados atendiam ao proposto pela pesquisa ao longo do estudo de campo. Na codificação utilizou os seguintes passos para caracterizar os dados que se relacionam, conforme a sequência: classificação dos dados, agrupando-os sob determinadas categorias; atribuição de um código, um número ou uma letra, de forma que a cada um deles seja atribuído um significado. A codificação foi necessária, pois possibilitou a transformação do que é qualitativo em quantitativo. A categorização consistiu na organização dos dados que possibilitou ao pesquisador tomar decisões e tirar conclusões a partir deles. Nesse processo foi elaborada uma construção de conjunto de categorias descritivas 30 fundamentadas e norteadas no referencial teórico da pesquisa. Esse processo demandou tempo, visto que nem sempre, porém, essas categorias podem ser definidas de imediato. Pois, para chegar a elas, foi preciso ler e reler o material obtido até alcançar o domínio de seu conteúdo, a fim de contrastá-lo com o referencial teórico. A tabulação e interpretação dos dados coletados foram dispostas em tabelas e gráficos, organizados de acordo com a estruturação anterior, servindo para facilitar a compreensão e interpretação do leitor. Os dados foram classificados pela divisão em subgrupos e reunidos de modo que as hipóteses possam ser comprovadas ou refutadas. Os resultados obtidos foram analisados, criticados e interpretados. 3.8 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS Este estudo atende a resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde que define as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. A coleta das informações foi realizada após aprovação do estudo pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Roraima. Sendo assegurada a privacidade das informações deste estudo. As informações somente foram coletadas após o consentimento dos entrevistados através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, (ANEXOS) elaborado pelo pesquisador. No termo ficou claro que caso o participante optasse por desistir do estudo, o mesmo poderia fazê-lo durante qualquer momento do mesmo, sendo apenas necessário avisar ao pesquisador. Os dados obtidos pela pesquisa tiveram como finalidade o trabalho de conclusão de graduação do curso Enfermagem da Universidade Federal de Roraima. Os participantes foram informados sobre a finalidade do trabalho e assegurados que sua participação não terá nenhum prejuízo aos mesmos. Os participantes tiveram suas identidades preservadas. Nesse sentido, 31 na necessidade da pesquisa foram dados nomes fictícios, pelo pesquisador aos participantes como o exemplo a seguir (M1, M2, M3...). 3.8 DESFECHOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO O estudo tem como resultado esperado ao final da pesquisa o conhecimento das incidências da infecção hospitalar na UTI. Dessa forma, os resultados obtidos foram utilizados para finalizar o trabalho de conclusão da graduação do curso de enfermagem da Universidade Federal de Roraima, e para publicação de artigo em periódicos da área. Bem como estão à disposição da sociedade e do poder público para seus diversos fins. 32 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Essa sessão discorre sobre os resultados e discussão da pesquisa apresentando o perfil dos entrevistados e do atendimento e serviços ofertados nas UTI's no Hospital Geral de Roraima no município de Boa Vista, bem como a concepção dos profissionais a respeito das “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS). 4.1 PERFIL DOS PROFISSIONAIS Conforme os dados obtidos pelos questionários, a pesquisa estabeleceu o seguinte perfil socioeconômico dos profissionais que atuam nas UTI’s do Hospital Geral de Roraima no município de Boa Vista: Faixa etária entre 20 e 50 anos, o gênero corresponde a 35% masculino e 55% feminino todos exercem a função de Técnico em Enfermagem. Dessa forma, percebe- se que a maior parte dos profissionais é do sexo feminino e adulto acima de 20 anos. Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN (2010, p. 38) a faixa etária dos profissionais de enfermagem concentram-se entre 26 a 55 anos, “sendo a grande maioria está na faixa de 26 a 35 anos, a qual representa 35,98% do total dos profissionais de enfermagem do Brasil”. Ver (fig. 01). Figura – 01: Quantidade de profissionais de enfermagens por faixa etária. 33 Fonte: COFEN (2010) Com relação ao tempo que exerce a função na unidade, percebe-se que há profissionais com uma vasta experiência onde cerca de 83% exercem a profissão a mais de dez anos e profissionais ainda iniciantes com apenas alguns meses de exercícios conforme a figura 02. Figura – 02: Tempo de atuação na profissão. Fonte: dados da pesquisa (2017) Num comparativo com os dados do COFEN (2010) observa-se que existe uma concentração de profissionais na faixa etária entre 20 a 55 anos atuando há muito tempo na função. De acordo com Magalhães et al (2016) é possível evidenciar um aumento significativo nesse grupo de profissionais que buscam qualificação para se manter no cargo devido a grande concorrência de mercado. Quando se trata de quanto tempo de atuação em UTI percebe-se que apenas 32% tem experiência nesse setor como mostra a figura 03. 63% De 11 a 20 anos De 21 a 25 anos 20% De 1 a 3 meses De 1 a 10 anos 7% 10% 34 Figura – 03: Tempo de atuação em UTI. Fonte: dados da pesquisa (2017) A figura 03 evidencia que grande parte dos profissionais apesar de terem mais de 20 anos de profissão, os mesmos não tem experiência na área de UTI que hipoteticamente pode acarretar para intensificar a incidência de infecções nesse setor. Nessa perspectiva, Oliveira (2010, p. 2) menciona que “O sucesso de qualquer serviço de terapia intensiva é diretamente proporcional àqualidade da equipe de Enfermagem que nela atua” sendo assim é necessário ao profissional certo de experiência para atuar nas unidades de UTI’s. Conforme Rocha; Leme (2010) é essencial que nas unidades de UTI’s exista uma vigilância dobrada tendo em vista que as IRAS são mais frequentes e ocasionam importantes complicações aos pacientes hospitalizados tornando-se uma das grandes preocupações encontradas dentro das unidades hospitalares. Todavia, no que tange ao tempo de atuação na UTI do Hospital Geral de Roraima os dados mostram uma disparidade importante para a erradicação das infecções, pois do total entrevista 100% já apresentam experiência nessa instituição. Entretanto, o grau de experiência varia entre 2 a 21 anos de experiências. Ver (fig. 04). 0 0 32% De 1 a 21 anos 22 a 25 anos 68% 35 Figura – 04: Tempo de atuação na UTI do HGR. Fonte: dados da pesquisa (2017) Conforme mostra a figura 04 a equipe de técnicos que atuam na UTI do Hospital Geral de Roraima todos estão habilitados e possuem experiência no setor onde 59% tem experiência de 1 a 5 anos de atuação, 23% tem experiência em torno de 5 a 10 anos, e 18% representam o quadro dos mais experiente entre 11 a 21 anos de experiência em serviços nas unidades de UTI no HGR. Reforçando a importância da experiência do profissional da enfermagem na unidade de UTI Gonçalves (1979, p. 177) ressalta que atuação é fundamental, pois cabem ao técnico as seguintes atribuições: Prestar assistência de enfermagem em serviços de proteção, de recuperação e de reabilitação da saúde, de acordo com o plano estabelecido; Prestar cuidados de conforto e de higiene a pacientes em estado grave, sob supervisão e orientação do enfermeiro (a); Ministrar medicamentos; Observar e registrar sinais e sintomas apresentados pelo paciente; Colher material para exames de laboratórios; Fazer registro das atividades executadas; Aplicar imunizantes; Realizar orientação individual e a grupos da comunidade sobre assuntos de saúde; Executar atividades de apoio, tais como: preparo de ambiente e disposição do material para exames, tratamentos, intervenções cirúrgicas e atendimento obstétrico". 0 23% De 1 a 5 anos De 6 a 10 anos De 11 a 21 anos 59% 18% 36 4.2 PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUANTO AO AMBIENTE DE TRABALHO A pesquisa busca apresentar a percepção dos profissionais quanto aos serviços prestados na UTI traçando os seguintes quadros avaliativos. Quadro 01 - Percepção dos profissionais da enfermagem sobre os cuidados e incidências de infecções na UTI. UTI SIM NÃO Você passou por treinamento antes de começar a trabalhar nessa UTI? 27% 73% Existe uma periodicidade deste treinamento: 3% 97% ( ) 1 (um) a cada seis meses; ( ) 1 (um) a cada ano 27% 73% Existe POP na UTI? 37% 63% O POP é acessível? 34% 66% Você recebeu informações ou orientações sobre o POP da UTI? 20% 80% Você usa adornos como: (pulseiras, brincos, relógio, aliança, cordões ou outros) em seu local de trabalho? 48% 52% Existem faltas de EPI (equipamento de proteção individual) na UTI? 94% 6% Fonte: dados da pesquisa (2017) De acordo com o quadro 01 é possível verificar que a maioria dos profissionais não passou por treinamento para atuarem na área de UTI e que pouco tem conhecimento sobre o Procedimento Operacional Padrão – POP, bem como a falta de EPI’s que pode contribuir para a incidência de infecções no local. Conforme santos (2006) a falta de ações de vigilância epidemiológica impede a notificação adequada das infecções hospitalares, dificultando e comprometendo o monitoramento das áreas de risco. Tais ações comprometem a adoção de políticas de uso racional para o controle de infecções nas áreas de UTI. Com relação às normas e órgãos que auxiliam para diminuir as incidências de infecções hospitalares nas UTI’s a pesquisa apresenta o seguinte quadro avaliativo. 37 Quadro 02 – Avaliação do grau de incidências de infecções na UTI Normais e órgãos auxiliam a incidências de infecções na UTI SIM NÃO Você conhece alguém que faz parte da CCIH? 20% 60% Existem normas e rotinas, visando limitar disseminação de micro- organismos de doenças infectocontagiosas em curso na UTI? 37% 63% Todos os setores da UTI dispõem de lavatórios com água corrente, sabão e ou antisséptico e papel toalha para a lavagem das mãos dos profissionais? 27% 73% Fonte: dados da pesquisa (2017) Ao analisar o quadro 02 observa-se que a grande maioria, 60% não tem conhecimento sobre a equipe de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH e que 63% desconhece a existência as normas de controle de infecção hospitalar nas UTI’s. Santos (2006) afirma que a presença de CCIH atuando de forma isolada e “desacompanhada de um programa sistemático de ações educativas planejadas e de vigilância epidemiológica efetiva”, não atenderá jamais as normas vigentes determinadas para o controle de infecções hospitalares nas UTI’s. Com relação aos procedimentos escritos orientando que auxiliam para diminuir as incidências de infecções hospitalares nas UTI’s a pesquisa apresenta o seguinte quadro avaliativo. Quadro 03 – Avaliação do grau de incidências de infecções na UTI Existem procedimentos escritos orientando: SIM NÃO Lavagem das mãos? 60% 20% Biossegurança (exposição à material biológico e acidentes com perfuro cortantes)? 13% 87% Cuidados com cateteres intravasculares e urinários? 10% 90% Curativos? 13% 87% Limpeza e Desinfecção de artigos? 13% 87% 38 Limpeza de ambientes? 13% 87% Existe treinamento dos funcionários para a aplicação dos procedimentos citados acima? 3% 97% Existem programas de imunização ativa em profissionais de saúde em atividade de risco? 87% 13% Seu esquema vacinal está atualizado e em dia? 94% 6% Você conhece a taxa de infecção hospitalar da UTI do HGR? - 100% Você conhece a taxa de paciente com infecção hospitalar do último ano da UTI do HGR? - 100% Você conhece a taxa de letalidade por infecção hospitalar da UTI do HGR? - 100% Fonte: dados da pesquisa (2017) Apesar dos profissionais terem um cuidado individual percebe-se nos dados do quadro 03 que os profissionais desconhecem os cuidados coletivos e que a Unidade Hospitalar não oferece os procedimentos escritos orientando para os cuidados com a incidência de infecções. Segundo Santos (2006) os hospitais de pequeno e médio porte, geralmente não apresentam esses procedimentos escritos orientando para os cuidados com a incidência de infecções e se destacam por apresentarem as piores condições de organização para a prevenção dos riscos relacionados a infecções hospitalares, descumprindo o modelo vigente estabelecido. Fica evidente ainda que a grande maioria desconhece as taxas de infecção hospitalar do seu local de trabalho caracterizando um grave descompromisso com o modelo de controle de infecções hospitalares instituído pelas normas da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH, indicando que a infecção hospitalar é de fato um dos sérios problemas da saúde pública brasileira. 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos dados apresentados e após a finalização da tabulação e análise dos resultados, a pesquisa retorna ao objetivo geral, que buscou analisar a incidência da infecção hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Roraima no período de janeiro a julho de 2017 evidenciando que em conformidade com a pesquisa documental dos relatórios do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar – SCIH do Hospital Geral de Roraima percebe-se que há um alto e crescente índice das “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS) nessa unidade. Os relatórios mostram que no ano de 2016 o índice de IRAS no HGR era de 2,2% e nas UTI’s era de 4,8% a 6,2%, enquanto que nos primeiro meses (janeiro, fevereiro, março, abril)de 2017 temos uma oscilação na incidência de IRAS com 10,7% em janeiro, 2,1% em fevereiro, 2.6% em março e 3.0% em abril. Nos meses seguintes (maio, junho e julho) percebe-se uma pequena queda nos índices, pois o mês de maio apresenta 2.1% de IRAS, junho 3.9%, e julho 1,8% no Hospital Geral de Roraima. Todavia nas áreas de UTI esses números são maiores 15% a 20% de infecções. Quanto ao diagnóstico das falhas que proporcionam riscos para infecções hospitalares, a pesquisa evidenciou que essas falhas ocorrem por vários motivos como visto nos resultados das entrevistas, como por exemplo: falta de periodicidade de treinamentos para os profissionais, falta de EPI e etc. Comprometendo dessa forma a ação de combate as infecções hospitalares. Quanto a propor medidas de prevenções às infecções hospitalares na UTI, a pesquisa aponta a necessidade de construir um sistema hospitalar não apenas critérios de acesso e interesses econômicos, mas que proporcione à assistência a saúde como segurança, qualidade e resolubilidade dos serviços. Dessa forma, torna-se necessário a criação de ações de controle de infecção com base na formação de comissões. Tendo em vista que atualmente a utilização de comissões como forma participativa de solução de problemas e planejamento não faz parte da cultura do país. Tais comissões incorporam ações de proteção ao paciente, profissionais de saúde e ambiente, em todos os serviços de saúde é um caminho a ser reforçado 40 no campo da regulamentação e da gestão da assistência e precisa ser construído com a participação de todo o sistema de saúde e a população. 41 REFERÊNCIAS ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.(2000).Epidemiologia para o Controle de Infecção Hospitalar. 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Rio de Janeiro: Forense-Universitária. 1988. 45 APÊNDICES 46 APÊNDICE A ROTEIRO PARA ENTREVISTA Agradecimento Esclarecimento de dúvidas relacionadas aos objetivos e intenções Reiteração do compromisso de sigilo Data da Entrevista: / /2017Turno: M( ) T ( ) N( ) Código identificador do participante: Idade: anos; Sexo: M( ) F ( ) Qual a sua profissão? Tempo de atuação na profissão Tempo de atuação em UTI Tempo de atuação nessa UTI UTI SIM NÃO Você passou por treinamento antes de começar a trabalhar nessa UTI? Periodicidade deste treinamento: ( ) 1 (um) a cada seis meses; ( ) 1 (um) a cada ano; ( ) Outros especificar: Existe POP na UTI? O POP é acessível? Você recebeu informações ou orientações sobre o POP da UTI? Você usa adornos como: (pulseiras, brincos, relógio, aliança, cordões ou outros) em seu local de trabalho? Qual adorno? Existem faltas de EPI (equipamento de proteção individual) na UTI? Quais os que mais faltam: Você conhece alguém que faz parte da CCIH? Obs. Existem normas e rotinas, visando limitar disseminação de micro- organismos de doenças infectocontagiosas em curso na UTI? 47 Todos os setores da UTI dispõem de lavatórios com água corrente, sabão e ou antisséptico e papel toalha para a lavagem das mãos dos profissionais? Existem procedimentos escritos orientando: Lavagem das mãos? Biossegurança (exposição a material biológico e acidentes com perfuro cortantes)? Cuidados com cateteres intravasculares e urinários? Curativos? Limpeza e Desinfecção de artigos? Limpeza de ambientes? Existe treinamento dos funcionários para a aplicação dos procedimentos citados acima? Existem programas de imunização ativa em profissionais de saúde em atividade de risco? Seu esquema vacinal está atualizado e em dia? Você conhece a taxa de infecção hospitalar da UTI do HGR? Você conhece a taxa de paciente com infecção hospitalar do último ano da UTI do HGR? Você conhece a taxa de letalidade por infecção hospitalar da UTI do HGR? 48 APÊNDICE B ROTEIRO PARA ENTREVISTA Agradecimento Esclarecimento de dúvidas relacionadas aos objetivos e intenções Reiteração do compromisso de sigilo Data da Entrevista: / /2017Turno: M( ) T ( ) N( ) Código identificador do participante: Idade: anos; Sexo: M( ) F ( ) CCIH SIM NÃO Existe CCIH neste hospital? A CCIH está formalmente nomeada? Existe PCIH neste hospital? Existe formulário para a prescrição de antimicrobianos? Existem manuais ou rotinas técnico-operacionais visando a prevenção e controle da Infecção Hospitalar? Existe treinamento específico, sistemático e periódico do pessoal da UTI para o controle de Infecção Hospitalar? Qual a periodicidade deste treinamento? 1. 1A cada 6 meses( ) 2. 1A cada ano ( ) 3. Outros ( ) Especificar: Existem procedimentos escritos e padronizados do serviço de limpeza? A CCIH supervisiona a aplicação destes procedimentos? A CCIH estabelece programa de treinamento para o serviço de limpeza? A CCIH elabora regularmente relatórios contendo dados informativos e indicadores do Controle de Infecção Hospitalar? Com que periodicidade? 49 A CCIH divulga os relatórios entre o Corpo Clínico do Hospital? A CCIH promove debates com a comunidade hospitalar sobre o CIH? Qual a periodicidade dos debates? 1.Trimestral ( ) 2.Semestral ( ) 3.Anual ( ) 4.Outros( ) Especificar: A CCIH conta com membros executores? Estão formalmente nomeados? Quais as áreas de formação dos membros executores da CCIH? Indique o número de cada categoria: Enfermeiro( ) Médicos( ) Farmacêuticos( ) Outros( ) Especificar: Qual a carga horária destes profissionais? Enfermeiros: Médicos: Outros: Especificar: Qual a periodicidade de visitas dos membros executores da CCIH na UTI adulto? 1. Diariamente( ) 2. Semanalmente( ) 3. Outros( ) Especificar: Existe Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares? Existe coleta de dados sobre Infecção Hospitalar? Qual o processo utilizado? Busca Ativa? ( ) Busca Passiva (ficha de notificação/prontuário)?( ) Busca Mista(busca ativa + busca passiva)?( ) Existe EPI (Equipamento de ProteçãoIndividual) pararealização de procedimentos críticos? O uso do EPI é supervisionado pela CCIH? Obs. Qual é a frequência de limpeza nos aparelhos de ar condicionado das UTI do HGR? Obs. 50 ANEXOS 51 ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título do Projeto:INFECÇÃO HOSPITALAR: PREVENÇÃO E CONTROLE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DO HOSPITAL GERAL DE RORAIMA Pesquisador Responsável: Hudson Alves Oliveira Orientador do Projeto: Msc. Fabrício Barreto Este projeto tem o objetivo de destacar a incidência da infecção hospitalar na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Roraima no ano de 2017. Para tanto, será necessário realizar os seguintes procedimentos: A coleta de dados, que será realizada por meio de entrevista individual, em um local dentro da UTI, tanto no período da manhã, tarde ou noite, conforme a disponibilidade do profissional, garantindo o caráter confidencial das informações e que o participante da entrevista não será identificado, também será feita a coleta de dados diretamente nos prontuários dos pacientes com infecção hospitalar, além da obtenção de dados estatísticos diretamente da CCIH. Trata-se de um estudo exploratório descritivo, com abordagem quanti- qualitativa sobre a infecção hospitalar: prevenção e controle na unidade de terapia intensiva do Hospital Geral de Roraima, desenvolvido com os técnicos em enfermagem atuante na UTI adulto, no município de Boa Vista RR. Esta pesquisa é de caráter voluntário, o participante não precisa responder a qualquer pergunta, se sentir que ela é muito pessoal ou sentir desconforto em falar. Não existirão despesas ou compensações pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa. Após ler e receber explicações sobre a pesquisa, e ter meus direitos de: 1. Receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os 52 procedimentos, benefícios e outros relacionados à pesquisa; 2. Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo; 3. Não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações relacionadas à privacidade. 4. Procurar esclarecimentos com o pesquisador Hudson Alves Oliveira, por meio do número de telefone (95) 99164-7041. Orientador da Pesquisa Fabricio Barreto (95) 8111-4150, Coordenação do Curso de Enfermagem (95) 3224- 3223 ou no endereço: Av. Cap. Ene Garcez, nº 2413, Bairro Aeroporto (Campus do Paricarana), CEP: 69.310-000 - Boa Vista – RR, Bloco Centro de Ciências da Saúde (CCS) Curso de Bacharelado em Enfermagem, em caso de dúvidas ou notificação de acontecimentos não previstos. Eu, ______________________________________________________, declaro estar ciente do anteriormente exposto e concordo voluntariamente em participar desta pesquisa, assinando este consentimento em duas vias, ficando com a posse de uma delas. Acrescentar contato do colaborador se houver: ( ) Boa Vista-RR, de de 2017. Assinatura do participante da pesquisa: Eu, Hudson Alves Oliveira com orientação do Msc Fabricio Barreto, declaro que forneci todas as informações referentes à pesquisa ao participante, de forma apropriada e voluntária. Assinatura do pesquisador: Assinatura do Orientador: Boa Vista-RR, de de 2017.