Buscar

Farmacodinâmica: Fármacos e receptores - FARMACOLOGIA A 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FARMACOLOGIA A 
 
FARMACODINÂMICA 
 
A Farmacodinâmica estuda os mecanismos pelos quais 
um fármaco atua sobre as funções bioquímicas ou 
fisiológicas de um organismo vivo. Este ramo da 
Farmacologia realiza o estudo quantitativo, isto é, a 
relação dose-resposta dos efeitos biológicos e 
terapêuticos dos fármacos. 
 
Local de Ação dos Fármacos 
 Para que se desenvolva uma ação farmacológica, o 
fármaco deve alcançar o local do organismo onde deve 
atuar numa concentração determinada e esta parte do 
organismo deve ter a capacidade de responder ao 
fármaco. Assim os fármacos podem ter ação local ou 
tópica que corresponde à produzida no local de 
aplicação, sem penetrar na circulação. Esta ação ocorre 
sobre a pele e mucosas, especialmente a respiratória e a 
digestiva. É evidente que a natureza química do fármaco 
é que determina sua não absorção. O subnitrato de 
bismuto exerce seu efeito localmente no trato digestivo 
protegendo a mucosa. 
 A ação geral ou sistêmica é aquela produzida após a 
penetração do fármaco na circulação (absorção) e seu 
efeito manifesta-se nos diferentes órgãos, segundo a 
afinidade dos mesmos pelo fármaco. 
 A ação indireta ou remota é exercida sobre um órgão 
que não está em contato com o fármaco ou não tem 
afinidade pelo fármaco, mas como conseqüência da ação 
do fármaco sobre outras estruturas, o mesmo age 
indiretamente sobre o órgão com o qual estas estruturas 
mantém ligações nervosas ou hormonais. A cânfora, por 
exemplo, irrita a pele quando aplicada localmente e 
pode provocar alterações da freqüência cardíaca por via 
reflexa. 
 
Ação Farmacológica 
 É a modificação das funções do organismo no sentido 
de aumentá-las ou diminuí-las. Deve-se ter em conta que 
os fármacos não criam funções novas, apenas as 
modificam, sem tão pouco alterar as características das 
mesmas. O aumento ou diminuição de uma função 
pode, portanto, ser controlado através do uso de 
fármacos. Assim, os antiácidos não curam a úlcera, mas 
provocam a neutralização da acidez estomacal, 
favorecendo então a cicatrização da mucosa lesada. As 
manifestações da ação farmacológica que pode ser 
observada ou medida é chamada de efeito 
farmacológico, por exemplo a morfina age deprimindo o 
centro respiratório bulbar (CRB), sendo o efeito 
observado a diminuição da amplitude e freqüência 
respiratória. Logo o efeito será sempre uma 
conseqüência da ação farmacológica do fármaco. 
 
Alterações pelos Fármacos na Função Celular 
 Conforme a ação farmacológica produzida pelos 
fármacos eles podem produzir alterações na função 
celular, tanto do homem como dos animais, modificando 
estas funções num grau controlado, conforme a 
quantidade administrada e a intensidade dos efeitos 
produzidos. Na maioria das vezes não restauram a 
integridade de células lesadas, mas sim proporcionam 
condições para a recuperação pelo organismo. 
 
Estimulação – é o aumento da atividade funcional das 
células de um órgão ou sistema, podendo pela 
estimulação prolongada, levar a uma depressão pelo 
esgotamento celular. A intoxicação por anestésicos 
locais na 1ª fase estimula e depois deprime; a cafeína 
aumenta as funções do córtex cerebral, a niketamida ou 
doxapram aumenta a função do centro respiratório e a 
estricnina aumenta a atividade reflexa da medula. 
 
Depressão - é a diminuição da atividade funcional das 
células de um órgão ou sistema, podendo abolir 
parcialmente as funções e levar à paralisia ou a morte se 
paralisar totalmente. Os barbitúricos deprimem a 
atividade do sistema nervoso central na sua totalidade. 
Tanto a depressão como a estimulação são processos 
reversíveis, dependendo do grau atingido, e uma vez 
metabolizado o fármaco, a função normal se normaliza. 
 
Irritação – é uma estimulação violenta que produz 
alterações na nutrição, crescimento e morfologia celular. 
Pode ser leve, produzida por purgantes e anti-sépticos; 
forte, pela ação do ácido salicílico e desinfetantes ou 
ainda corrosiva, pela ação do nitrato de prata, sulfato de 
cobre e o iodo. 
 
Substituição - é a administração de um fármaco com a 
finalidade de substituir secreções ausentes ou 
insuficientes por alguma causa patológica. É o caso da 
utilização da insulina no diabetes e do extrato de 
tireóide no hipotireoidismo. 
 
Antiinfecciosa ou Quimioterápica – é o uso de fármacos 
que são capazes de atenuar o crescimento ou destruir os 
microorganismos e parasitas causadores de 
enfermidades, sem, no entanto, produzirem efeitos 
nocivos sobre o hospedeiro. O uso, por exemplo, de 
antibióticos como a penicilina contra bactérias gram 
positivas ou antihelmínticos como o mebendazole no 
combate da ascaridiose. 
 
Seletividade - é a capacidade do fármaco de ter uma 
maior ação predominante sobre determinadas 
estruturas ou tecidos em comparação com uma menor 
ação em outros tecidos, embora possam estar 
igualmente expostos ao fármaco na mesma 
concentração. A seletividade é de grande importância 
terapêutica, porque permite atuar sobre uma função 
orgânica alterada pela doença, sem modificar as outras 
funções do organismo, embora em grandes quantidades 
administradas, o fármaco pode agir também em outras 
estruturas. 
 Os glicosídeos têm ação seletiva sobre o miocárdio, 
com reações adversas no trato gastrointestinal e sistema 
nervoso central em altas doses, assim como as 
penicilinas têm alta seletividade por bactérias gram 
positivas, ou ainda os venenos protoplasmáticos como 
os fenóis e metais pesados que destroem 
microorganismos. 
 
COMO AGEM OS FÁRMACOS: PRINCÍPIOS GERAIS 
 Fármacos são moléculas que interagem com 
componentes moleculares específicos de um organismo, 
produzindo alterações bioquímicas e fisiológicas dentro 
desse organismo. 
 
Os fármacos precisam interagir com constituintes 
específicos de células ou tecidos para produzirem efeito. 
 
Alvos Farmacológicos/Alvos moleculares 
PROTEÍNAS 
o Receptores. 
o Enzimas. 
o Canais Iônicos. 
o Transportadores. 
Há exceções: hidróxido de magnésio/alumínio – reação 
química com ácido clorídrico. 
 
Os receptores são os elementos sensores no sistema de 
comunicações químicas que coordenam a função de 
todas as células. 
 
 
 
Os canais iônicos permitem a passagem de 
determinados íons. 
 
Canais de sódio voltagem dependentes: encontrados em 
todas as fibras nervosas. Fibras aferentes primárias (C e 
delta) conduzem informação dolorosa da periferia para o 
corno dorsal – SNC – tálamo e córtex. Essa informação 
vai através da despolarização que ocorre pela entrada de 
sódio dentro da fibra nervosa. Antes o interior é 
negativo e o exterior é positivo e vai invertendo essas 
cargas. Anestésicos locais atravessam por difusão a fibra 
nervosa na sua forma não ionizada, fica a forma ionizada 
e bloqueia os canais de sódio 
 
Enzimas: envolvidas em processos fisiológicos. Fármaco 
se liga na enzima e impede que ela atue. 
 
 
Os transportadores permitem a movimentação de íons e 
pequenas moléculas orgânicas. 
 
Noradrenalina administrada irá agir em seus receptores 
alfa e beta. Depois que ela se liga em seus receptores e 
promove a resposta, ela sofre recaptação feita pela 
terminação pré-sináptica mas também um pouco pode 
ser recaptada pela pós-sináptica. Determinada 
quantidade volta para a terminação nervosa. A maioria 
dos Antidepressivos agem sobre esse transportador, 
inibindo a recaptação de noradrenalina, serotonina, 
adrenalina e de dopamina. 
Antidepressivos tricíclicos – noradrenalina. Inibidores 
seletivos de serotonina – fluoxetina, sertralina. 
Os mais modernos interferem também na recaptação de 
dopamina e adrenalina. 
Consequentemente, Essa noradrenalina não volta para a 
terminação nervosa, acumulando na fenda sináptica e 
assim, podendo reverter os sintomas da depressão. Essa 
se não for para dentro de vesículas é degradada, 
metabolizadaou biotransformada pela MAO. 
Exceção que não age nesse receptor: antidepressivos 
inibidores da MAO – mono amino oxidases, aumentando 
a biodisponibilidade de noradrenalina (não muito usada) 
- a-metil-tirosina inibe a enzima que converte tirosina 
em noradrenalina 
 
 
 
Fármacos tem ações distintas, pois agem em locais 
diferentes: analgésicos opioides, antiinflamatórios 
esteroidais, anti-histamínicos, bronquiodilatadores 
(exceção das teofilinas que agem em enzimas) , agem 
em receptores, antiinflamatórios não esteroidas como 
aspirina e paracetamol agem em enzimas, anestésicos 
locais, agentes dilatadores agem em canais iônicos, 
antidepressivos agem em transportadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECEPTORES 
São sensores. Muitos fármacos terapeuticamente úteis 
agem, ou como agonistas ou como antagonistas, sobre 
os receptores de mediadores endógenos. 
 
 
 
FAMÍLIAS DE RECEPTORES 
Com base na estrutura molecular e nos mecanismos de 
transdução: 
 
 
 
 
Agonista: Dependendo do receptor, pode se ter uma 
resposta imediata, ou pode ter um mecanismo de 
transdução ao ativar o receptor. 
 
RECEPTORES ACOPLADOS A CANAIS IÔNICOS 
o Receptores Nicotínicos: se liga a acetilcolina 
geralmente, a nicotina do cigarro. 
o Receptor GABA A: acoplado a canal de cloreto. 
Ligante natural é o GABA – principal 
neurotransmissor inibitório. Cloreto dentro, 
hiperpolariza o neurônio, ficando menos ativo. 
Anticonvulsivantes, benzodiazepínicos. Alcool. 
Barbitúricos, propofol, alfaloxona. 
o Receptor de Glicina. 
o Receptor 5-HT3. 
o Receptores para o Glutamato. 
 
Receptor acoplado ao canal iônico na superfície celular – 
chega um agonista fármaco ou ligante natural, se liga 
nesse receptor e a conseqüência é a abertura desse 
canal iônico. Se o canal for de sódio ou cálcio, a resposta 
vai ser a despolarização. Se for um canal de cloreto, leva 
uma hiperpolarização. 
 
 
 
 
Para se abrir: ligar 2 moléculas de acetilcolina. Entra 
sódio para dentro da célula e gera uma resposta 
excitatória. 
 
RECEPTORES ACOPLADOS A PROTEÍNA G 
o Receptores Muscarínicos 
o Receptores Adrenérgicos 
o Receptores de Dopamina 
o Receptores 5-HT 
o Receptores Opióides 
o Receptores Purinérgicos 
o Receptores Canabinóides 
o Receptores de Eicosanóides 
Compreende sete alfa-hélices transmembrana. Classe 
mais comum de alvos para fármacos. 
 A família dos receptores ligados à proteína G 
representa a maioria dos receptores conhecidos na 
atualidade. Todos os receptores ligados à proteína G 
possuem sete hélices transmembranas; Uma das alças 
intracelular é maior que as outras e interage com a 
proteína G. As proteínas G são os mensageiros entre os 
receptores e as enzimas responsáveis pelas mudanças 
no interior das células. A proteína G, é uma proteína de 
membrana constituída de 3 subunidades denominadas, 
e (complexo), sendo que a subunidade se dissocia e 
possui atividade GTPase. Todas as 3 subunidades estão 
ancoradas na membrana citoplasmática, porém podem 
se deslocar livremente no plano da membrana. 
 Quando o receptor é ocupado por uma molécula do 
agonista ocorre alteração conformacional no receptor 
fazendo com que este adquira alta afinidade pelo 
complexo. A ligação do complexo com o receptor 
provoca dissociação do GDP ligado a fração, sendo este 
substituído por GTP. 
 A porção -GTP ativada se desloca na membrana e 
pode agir sobre várias enzimas e canais iônicos (proteína 
efetora), causando o conseqüente efeito celular. O 
processo é concluído quando o GTP é hidrolisado a GDP, 
pela GTPase da subunidade. 
 O -GDP resultante dissocia-se da proteína efetora e 
une-se novamente às subunidades , completando o 
ciclo. Exemplos de receptores ligados a proteína G: 
receptores muscarínicos (mAChR), adrenoceptores ( e ), 
receptores NK1 e NK2 para taquicininas, receptor 
metabotrópicos para glutamato (mGLU). 
- Ela pode andar na membrana e ativar a enzima ou se 
dirigir a um canal iônico, favorecendo a sua abertura, 
gerando alterações na excitabilidade. Se abrir um canal 
de K, o K que está dentro da célula sai e hiperpolariza. Se 
abrir um canal de cloreto, hiperpolariza. Se abrir um 
canal de cálcio, entra Ca ou Na e despolariza. 
 
Existem vários tipos de proteína G: 
Gs – estimulante da enzima adenilil ciclase e ativa os 
canais de Ca2+ + 
Gi – inibidora da enzima adenilil ciclase e ativa os canais 
de K 2+ 
Go – relacionada com canais iônicos, inibe as correntes 
de Ca 
Gq – ativadora da enzima fosfolipase C: DAG (proteínas 
quinases) e IP3 (cálcio – RE) 
Gt – estimula a adenilil ciclase ocular 
Gdf - estimula a adenilil ciclase nasal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS SUBTIPOS DA PROTEÍNA G 
 
 
Alvos da proteína G 
o Adenilil ciclase 
o Guanilil ciclase 
o Fosfolipase C 
o Fosfolipase A2/ácido araquidônico 
o Canais Iônicos (principalmente canais de Ca2+ e 
K). 
 
Sistema adenilil ciclase 
 
 
AMPc (3´ ,5´-adenosina-monofosfato cíclico). 
Hidrolisados pelas PDEs. 
 A ativação da proteína Gs irá ativar a enzima adenilil 
ciclase que catalisa a formação intracelular de AMPc, a 
partir do ATP. O AMPc é um segundo mensageiro que 
ativa várias proteínas quinases que controlam a função 
celular em diferentes vias. A ativação da proteína Gi irá 
inibir a enzima adenilil ciclase, reduzindo os níveis de 
AMPc. 
 
 
Sistema guanilil ciclase/GMPc: Ativação da enzima 
guanilil ciclase pela proteína G, catalisa a formação de 
GMPc. GPMc é um segundo mensageiro envolvido na 
ativação de proteínas quinases, fosfodiesterases, canais 
iônicos. 
 
SISTEMA FOSFOLIPASE C 
 A ativação da fosfolipase C pela proteína Gq, catalisa 
a formação de 2 mensageiros intracelulares, o inositol 
1,4,5-trifosfato (IP3) e o diacilglicerol (DAG). 
 O IP3 promove a liberação de ions Ca de 
compartimentos intracelulares. O aumento de cálcio 
livre inicia muitos eventos, incluindo contração, 
secreção, ativação de enzimas e hiperpolarização de 
membrana. O DAG ativa proteína quinase C que causa a 
fosforilação de diferentes proteínas intracelulares, 
levando aos efeitos fisiológicos ou farmacológicos. 
DAG – alta mente lipossolúvel, IP3 - hidrossolúvel 
 
 
 
Sistema fosfolipase A2 / Ácido 
araquidônico/eicosanóides: A ativação de receptores 
ligados à proteína G podem ativar a fosfolipase A2, que 
leva a produção de eicosanóides, a partir do ácido 
araquidônico. A função do ácido araquidônico e de seus 
metabólitos nos eventos intracelulares é complexa, 
incluindo alteração da abertura de canais iônicos ligados 
ao potássio, estabelecendo comunicação entre as células 
e também funcionando como hormônios locais. 
 
RECEPTORES LIGADOS A QUINASES 
o Fatores de crescimento. 
o Citocinas. 
o Leptina. 
o Insulina. 
 
Receptores ligados a tirosina-quinase: Receptores para 
vários hormônios (insulina) e fatores de crescimento 
incorporam tirosina-quinase no seu domínio intracelular. 
Estes receptores têm uma arquitetura em comum, com 
um grande domínio ligante extracelular conectado via 
uma única hélice a região catalítica. 
 A transdução do sinal geralmente envolve 
dimerização do receptor, seguido pela autofosforilação 
dos resíduos tirosina. Os resíduos fosfotirosina atuam c 
para do domínio SH2 de uma variedade de proteínas 
intracelulares, permitindo, portanto, o controle de 
muitas funções celulares. 
 Eles estão envolvidos principalmente em eventos 
que controlam o crescimento e diferenciação celular, 
e atuam pela regulação da transcrição gênica. 
 
 
 
RECEPTORES NUCLEARES 
o Hormônios Esteróides. 
o T3. 
o Vitamina D e A. 
 
Receptores que regulam a transcrição de DNA: Ligantes 
para estes receptores incluem os hormônios esteroidais, 
h. da tireóide, vitamina D e ácido retinóico. 
 Estes receptores são proteínas que se encontram no 
interior da célula comoum constituinte solúvel do 
citosol ou do núcleo. 
 Assim os ligantes devem primeiro entra na célula para 
depois se ligarem a estes receptores. Após a ligação, 
estes receptores sofrem uma alteração constitucional 
que expõe um sítio de ligação com alta afinidade a 
determinadas regiões do DNA nuclear, conhecidas como 
regiões hormônio-responsiva. 
 Logo após essa ligação verifica-se aumento na 
atividade da RNA polimerase da produção de RNA 
mensageiro, como resposta que varia de horas a dias. 
Exemplos: receptores para glicocorticóides. A união 
fármaco-receptor envolve todos os tipos de interação-
química conhecida: iônicas polares, pontes de H, forças 
de Van der Walls, e ligações covalentes. As ligações 
covalentes em geral correspondem à ações irreversíveis. 
Ex. ligação de organofosforados com a enzima 
acetilcolinesterase. 
 
 
 
 
 
Ocupação dos receptores 
 O efeito de um fármaco nem sempre é diretamente 
proporcional ao número de receptores ocupados, 
embora na maioria das vezes seja assim, portanto a 
resposta depende do número de receptores ocupados. 
Há casos em que a ocupação de um número 
relativamente pequeno de receptores determina o 
aparecimento de um efeito máximo, neste caso o 
fármaco apresenta uma potência relativamente alta, 
pois pequenas doses são suficientes para obter-se o 
efeito. 
Especificidade dos fármacos 
 Para que um fármaco seja de algum modo útil como 
instrumento terapêutico ou científico, ele deve atuar 
seletivamente sobre determinadas células ou tecidos. 
Deve exibir elevado grau de especificidade relativa ao 
sítio de ligação. Por outro lado, as proteínas que 
funcionam como alvos para fármacos geralmente 
demonstram alto grau de especificidade de ligante; 
reconhecem apenas ligantes de um tipo preciso e 
ignoram moléculas estreitamente relacionadas. 
Nenhuma substância atua com total especificidade. Em 
muitos casos, o aumento na sua dose afeta alvos 
diferentes do alvo principal, podendo resultar em efeitos 
colaterais. 
 
Interação fármaco-receptor 
 A ocupação de um receptor por uma molécula de um 
fármaco pode ou não resultar em ativação do receptor. 
A ativação se refere à capacidade da molécula ligada de 
afetar o receptor de modo a desencadear uma resposta 
tecidual. A ligação e a ativação constituem duas etapas 
distintas na geração da resposta desencadeada por um 
agonista e mediada por um receptor. A tendência de um 
fármaco se ligar ao receptor é determinada por sua 
afinidade, enquanto que a tendência, uma vez ligada, de 
ativar o receptor é indicada pela atividade intrínseca ou 
eficácia. 
 
Afinidade: é a capacidade de ligação a um receptor. 
Atividade intrínseca ou eficácia: é a propriedade de gerar 
estímulos ao unir-se aos receptores produzindo uma 
resposta ou efeito. 
 
O estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da 
ligação fármaco-receptor. 
Quando um fármaco ou ligante endógeno liga-se a seu 
receptor, pode ocorrer uma resposta como 
consequência. Quando existir um número suficiente de 
receptores ligados/ocupados haverá uma resposta na 
célula. 
Resposta máxima tem 100% receptores ocupados (* 
exceção receptores de reserva) 
 
Relações de dose-resposta 
Relação entre dose (concentração) do fármaco e a 
resposta do organismo a este fármaco- intimamente 
relacionado com a concentração de receptores que 
estão ocupados pelo fármaco. 
Aumentando a concentração do fármaco – esse fármaco 
vai se ligando aos receptores, ativando cada vez mais, 
até que chegue em uma resposta máxima (ocupando 
100% dos receptores) 
 
Graduada: várias doses de um fármaco sobre o 
indivíduo. À medida que vai dando várias doses, vai 
observando a resposta. 
Quantal: várias doses de um fármaco sobre uma 
população de indivíduos. Usada para construir o índice 
terapêutico. 
 
Relações de dose-resposta GRADUADAS 
Potência (EC50): concentração em que o fármaco produz 
50% de sua resposta máxima 
Eficácia (Emáx.): resposta máxima produzida pelo 
fármaco 
 
 
À medida que ia se adicionando mais doses, chega um 
ponto em que não há mais resposta – dose máxima – 
100% receptores. Tanto o fármaco A, quanto o B são 
eficazes, pois atingiram a resposta máxima. No entanto, 
o A é mais potente que o B, pois foi usada uma 
concentração menor, para atingir os mesmos 50% do 
efeito. 
*Fármaco A na imagem tem mais afinidade pelos 
receptores – tempo mais curto e concentração menor 
para atingir os mesmos 50%. 
 
Curvas de ligação fármaco-receptor 
 A kd é a constante de dissociação em equilíbrio para 
determinada interação fármaco-receptor. Um valor mais 
baixo de Kd, indica uma interação fármaco-receptor mais 
firme ( maior afinidade). A Kd pode ser definida como a 
concentração de ligante em que 50% dos receptores 
disponíveis estão ocupados. Quanto maior a afinidade, 
mais potente e menor a Kd (e gráfico mais para 
esquerda). 
 
Relações de dose-resposta QUANTAIS 
Dose efetiva mediana (DE50): efetividade. 
Dose tóxica mediana (DT50): efeitos adversos. 
Dose letal mediana (DL50): efeito letal. 
 
 
IT: DL50/DE50 
 
Conceitos relacionados à interação fármaco receptor 
• Afinidade: Capacidade de se ligar ao receptor 
• Atividade intrínseca: Capacidade de ativar o receptor 
(α) 
• Os valores de α variam de 0-1 
 
Interação FÁRMACO-RECEPTOR 
Agonista: fármaco que tem afinidade pelo receptor, se 
liga e ativa o receptor pois tem atividade intrínseca. 
 
Agonista total: α =1 
Agonista parcial: α › 0 ‹ 1 
 
Agonista parcial: molécula que liga ao receptor, mas que 
só produz uma resposta parcial. 
 
 
 
Antagonista: fármaco que tem afinidade, se liga ao 
receptor, mas não ativa o mesmo, pois não tem 
atividade intrínseca ( α = 0) 
 
 
 
 
 
Receptores reserva: possibilidade de obter uma resposta 
máxima com uma ocupação de menos de 100% dos 
receptores. 
Antagonista se liga no receptor do agonista. Tem 
afinidade, mas não tem atividade intrínseca. Se 
aumentar a concentração do agonista, este vai conseguir 
deslocar o antagonista. 
Depressão respiratória por morfina (agonista) – injetar 
analoxona que reverte os sintomas (antagonista que se 
liga no receptor); se aumentar a morfina, esta deslocará 
o analoxona. 
 
Antagonismo competitivo: representado em um gráfico 
em que a curva do antagonista é deslocada para direita, 
sendo que aquele tecido volta a ter a resposta máxima à 
medida que aumenta a concentração do agonista. 
 
Antagonismo Competitivo reversível: 
 
O antagonista compete com o agonista pelos mesmos 
sítios receptores, formando com ele um complexo 
inativo. Aumentando-se a quantidade do agonista, na 
presença do antagonista, o primeiro desloca o segundo 
do receptor. 
 
Antagonismo competitivo irreversível 
 
 
Este antagonismo ocorre quando o antagonista se 
dissocia muito lentamente ou não se dissocia dos 
receptores. Portanto, mesmo aumentando a 
concentração do agonista na presença do antagonista, 
não é possível alcançar o efeito máximo. 
 
Nunca consegue atingir a resposta máxima, por mais que 
aumente a concentração do fármaco. O agonista não 
consegue deslocar o antagonista do receptor, pois ele 
tem muita afinidade. Antagonista se dissocia muito 
lentamente. 
 
Antagonismo farmacológico não-competitivo: 
 
 
 
 
 
 
Esse sítio de ligação alostérico do antagonista, é onde 
alguns fármacos antagonistas não competitivos se ligam. 
Como ele está em um sítio que não atrapalha a ligação 
do agonista, o aumento da concentração do agonista 
nunca irá chegar no efeito máximo. Esse fármaco 
antagonista acaba impedindo a resposta de uma outra 
forma, é como se estivesse agindo em outra etapa. 
O antagonista bloqueia em algum ponto a cadeia de 
eventos que levaria a resposta desencadeada pelo 
agonista. Portanto, não é possível desfazer o bloqueio 
quando se aumenta a concentração do agonista. 
 
Antagonismo farmacológicoparcial reversível: 
Agonista parcial: ele só alivia. Ele tem uma ligação muito 
forte com o receptor, impedindo que a morfina se ligue, 
por exemplo. Assim, não ocorrendo o efeito dela. 
Antagonismo entre dois agonistas. 
Neste antagonismo os dois medicamentos utilizados são 
agonistas, porém com capacidade diferente de 
desencadear efeitos farmacológicos, isto é, com 
diferentes atividades intrínseca. Portanto, o agonista 
menos eficaz nesta situação experimental atua como 
antagonista parcial do agonista principal. 
 
Antagonismo fisiológico ou funcional: 
Reação alérgica – grande liberação de histamina 
(agonista) que se liga em seus receptores (H1) causando 
vasodilatação. A intensa vasodilatação faz a queda da 
pressão arterial. Injetar adrenalina (também agonista), 
mas vai promover a vasoconstrição, agindo em 
receptores alfa1. Dois agonistas atuando em receptores 
distintos com respostas opostas. A vasoconstrição anula 
a vasodilatação. 
 
Antagonismo químico ou antidotismo: 
Neutralizar com antagonista químico; cessar o efeito do 
fármaco com uma substancia que reage promovendo 
uma reação química que impede o efeito da substância. 
Reação entre 2 substancias, uma neutralizando o efeito 
do outro. Ex.: antiácido local com ácido clorídrico do 
estômago. 
 
 
D 
 
 
 
 
 
 
 
Dessensibilização e taquifilaxia 
- Só acontece em fármacos que se ligam a receptores. 
 Freqüentemente o efeito dos fármacos/drogas 
diminui gradualmente quando ela é dada continuamente 
ou repetidamente. 
 Dessensibilização e taquifilaxia são termos sinônimos 
para descrever este fenômeno que freqüentemente se 
desenvolve no curso de pouco minutos. 
 O termo tolerância é usado para descrever uma 
diminuição mais gradual na responsividade da droga, 
levando dias ou semanas para se desenvolver. 
 O termo refratariedade é algumas vezes usado, 
principalmente em relação à perda de eficácia 
terapêutica. 
 Resistência às drogas é um termo usado para 
descrever a perda de efetividade de drogas 
antimicrobianas. 
 
 Diferentes mecanismos podem dar origem a estes 
fenômenos e eles são poucos entendidos. Eles incluem: 
 Alteração nos receptores: Entre os receptores 
ligados a canais iônicos, a dessensibilização 
geralmente é rápida e pronunciada. Na junção 
neuromuscular há evidências que o estado 
dessensibilizado é causado por uma alteração 
lenta na configuração do receptor, resultando 
em estreita ligação da molécula do agonista sem 
a abertura do canal iônico. A fosforilação de 
regiões intracelulares da proteína receptora 
constitui um segundo mecanismo mais lento 
pelo qual ocorre dessensibilização dos canais de 
íons. Os receptores ligados a segundos 
mensageiros também exibem dessensibilização, 
como os -adrenoceptores, que 
dessensibilizados, são incapazes de ativar a 
adenilil ciclase, embora ele possa se ligar ao 
agonista. 
 Perda de receptores: Em alguns casos, a 
exposição prolongada de agonistas resulta na 
redução gradual no número de receptores. Isto 
ocorre com os - adrenoceptores. Acredita-se 
que o desaparecimento dos receptores para 
dentro da membrana celular é feito por 
endocitose de partes da membrana, um 
processo que também depende da fosforilação 
do receptor. Este tipo de mecanismo regulatório 
parece ser comum para receptores hormonais e 
tem relevância quando drogas são 
administradas por longos períodos. 
 Exaustão de mediadores: Em alguns casos, a 
dessensibilização está associada com a depleção 
de substâncias intermediárias essenciais. Drogas 
como as anfetaminas, as quais atuam liberando 
noradrenalina e outras aminas do terminal 
nervoso, mostram marcada taquifilaxia porque 
os estoques de noradrenalina são depletados. 
 Aumento degradação metabólica: Pode causar 
tolerância para algumas drogas como os 
barbitúricos. Onde a administração repetida da 
mesma dose da droga causa concentração 
plasmática mais baixa da mesma. Fenobarbital 
Aumenta CYP – degradação mais rápida – 
aumenta formação de metabólitos, diminui 
meia vida e resposta farmacológica. 
 Adaptação fisiológica: Pode ocorrer diminuição 
do efeito de um fármaco, devido à sua anulação 
por uma resposta homeostática. Por exemplo, o 
efeito de redução da pressão arterial dos 
diuréticos tiazídicos é limitado devido uma 
ativação gradual do sistema renina-
angiotensina. Estes mecanismos homestáticos 
são muito comuns, e, quando ocorrem 
lentamente, os resultados consistem no 
desenvolvimento gradual de tolerância. É 
comum verificar que muitos efeitos colaterais 
dos fármacos tendem a diminuir, apesar de sua 
administração contínua. Podemos supor que 
deve estar ocorrendo uma adaptação fisiológica, 
presumivelmente associada a uma alteração da 
expressão gênica, resultando em alterações nos 
níveis de várias moléculas reguladoras, embora 
pouco se saiba a respeito dos mecanismos 
envolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Receptor de membrana tem determinada meia vida, eles 
são reciclados. Na imagem, um receptor é seqüestrado 
por um endossomo e depois ele volta à membrana. Com 
isso, não houve ativação desse receptor e conseqüente 
resposta farmacológica. 
Outra situação que pode acontecer em que o fármaco 
chegou ao seu receptor, se ligou, mas não ativou e não 
gerou uma resposta: Receptor inativado. Acontece mais 
com os do tipo adrenérgico (alfa e beta) e nicotínicos 
(gânglio – neurônios aferentes, medula adrenal, m. 
esquelético – placa motora). Um dos motivos é quando 
eles são estimulados por um longo período. Receptores 
acoplados a canais iônicos. 
Receptores acoplados a proteína G: o agonista se liga, 
mas não consegue ativar a proteína G, impedindo a 
resposta. 
Outra situação: fármaco se liga a receptor de proteína G, 
mas essa proteína G acaba gerando uma proteína 
inibitória que interfere no funcionamento normal desse 
receptor. 
Imagem 2ª situação: perda de receptores: diminuição de 
receptores na superfície celular – Down regulation – 
Ativação muito intensa por agonistas desses receptores 
na membrana. Para diminuição AMPc, internaliza os 
receptores, menor ativação n° receptores, menos AMPc, 
diminui resposta farmacológica. 
*Excesso de acetilcolina – não ta sendo metabolizada 
(enzima que metaboliza está inibida): fica estimulando 
excessivamente o receptor nicotínico. 
 
 
 
 
Efeitos adversos dos fármacos 
Todos os fármacos possuem efeitos adversos. 
• Reações adversas - Inclui todos os efeitos indesejados 
de um fármaco. 
• Efeitos colaterais - Indica os efeitos indesejáveis que 
ocorrem em tecidos diferentes do sítio-alvo, mesmo com 
doses terapêuticas. 
• Toxicidade - Implica em efeitos de superdosagem. 
• Efeitos Tóxicos: - Superdosagem absoluta, - 
Superdosagem relativa 
 
Efeitos secundários: São conseqüência da ação primária 
dos fármacos, ou seja, dependem do mesmo mecanismo 
de ação geradora da resposta terapêutica. 
 
Efeitos teratogênicos: Compreendem as manifestações 
anormais do desenvolvimento fetal, geradas por 
fármacos administrados à gestante. O maior risco ocorre 
no primeiro trimestre de gestação. 
 
Efeitos de hipersensibilidade: São ocasionadas por 
respostas anormais do sistema imunitário. São 
independentes da dose, podendo ser desencadeados por 
ínfimas quantidades de alergênicos, após uma 
sensibilização prévia. Exteriorizam-se de várias formas, 
classificando-se em localizadas ou sistêmicas e em 
imediatas ou tardias. São exemplos de reações alérgicas 
o choque anafilático, urticária, exantema, dermatite de 
contato, dentre outros. 
 
Efeitos idiossincrásicos: Consiste numa resposta 
qualitativamente diferente da esperada na população 
em geral. São reações raras, independente da dose, 
geralmente associadas a variações individuais 
geneticamente induzidas. Hipertermia maligna – d. 
genética  anestesia halotano – contrações musculares 
intensas e hipertemia.Suínos. 
 
Tolerância: A tolerância corresponde à necessidade de 
aumentar progressivamente as doses de certos fármacos 
para manter a intensidade de seus efeitos iniciais. 
Quando isto acontece o organismo precisa adaptar-se à 
quantidade exagerada da substância administrada. 
 
Síndrome de retirada e efeito rebote: A síndrome de 
retirada caracteriza-se pelo aparecimento de 
manifestações clínicas em decorrência da suspensão 
abrupta de um fármaco usado em doses terapêuticas 
por tempo prolongado, quando a interrupção do uso da 
droga leva ao recrudescimento dos sintomas iniciais da 
doença. 
 
Efeito paradoxal: Caracteriza-se pelo aparecimento de 
manifestações opostas às esperadas após o uso de 
fármaco. Tranquilizante – estimula. 
 
FATORES QUE MODIFICAM OS EFEITOS DOS FÁRMACOS 
E POSOLOGIA 
 
Fase de pré-administração 
Dose prescrita: 
 Adesão do cliente ao tratamento 
 Erros medicamentosos 
 Interações pré-tratamento 
 Qualidade do produto 
 
Fase farmacocinética 
Dose administrada: 
 Via e local administração 
 Características da formulação 
 Propriedade Físico-químicas fármaco 
 Composição e tamanho corporal 
 Regime de alimentação 
 Biodisponibilidade 
 Estado fisiológico/patológico 
 Ligação protéica e tecidual 
 Genótipo 
 Interações medicamentosas e não 
medicametosas 
 Depuração 
 
Fase farmacodinâmica 
Concentração no local de ação: 
 Interações fármaco-receptor 
 Resistência 
 Dessensibilização/Taquifilaxia 
 Potencial real da resposta 
 Perfil tempo-concentração 
 
Efeito 
 Efeito quantitativo 
 Efeito qualitativo 
 Impacto dos fenômenos placebo e Nocebo 
 
Fatores que Dependem dos Fármacos: 
Qualidade: medicamentos de baixo custo e qualidade 
inferior merecem um cuidado especial do clínico. 
Embora a terapêutica veterinária seja essencialmente 
econômica, devemos procurar receitar medicamentos 
de boa qualidade e recorrer a laboratórios idôneos, a fim 
de obtermos resultados seguros. Ex: fenotiazina 
purificada ou comum, ivermectinas, penicilinas, 
benzimidazóis. 
 
Veículo: o veículo ao qual se incorpora o medicamento 
também pode fazer variar a sua ação. Ex: o sulfato de 
cobre em solução de 1% é adstringente, pulverizado com 
açúcar a 1:5 é vomitivo, puro é cáustico. 
 
Formas Farmacêuticas: dependendo da forma 
farmacêutica, o medicamento pode variar sua 
velocidade de absorção. Os líquidos agem mais 
rapidamente que os sólidos quando administrados 
oralmente e estes conforme a consistência 
(comprimidos, drágeas, cápsulas), varia a ação. 
Medicamentos em cápsulas gelatinosas passam pelo 
estômago sem sofrer alteração. 
 
Dose: dependendo da dose, um medicamento pode se 
tornar veneno. Há vários medicamentos num só, 
dependendo da dose em que é administrado. 
 
Via de Administração: os fármacos podem agir 
diferentemente conforme a via de administração. Ex: 
sulfato de magnésio por via oral é purgante, por via 
endovenosa é hipnótico. A digital por via oral é ineficaz 
em bovinos. 
 
Fármacos e Posologia 
Tamanho da partícula - A biodisponibilidade tende e a 
ser aumentada com partículas reduzidas. 
 
Formas salinas - Apresentam maior taxa dissolução e a 
absorção, é limitada pela dissolução. Sais = melhor 
biodisponibilidade 
 
Anestésicos locais têm dificuldade de dissolução 
Estrutura química de caráter básico – para se 
dissolverem, precisam ser colocados em uma solução 
ácida para fazer com que fiquem como solução aquosa. 
Fica na sua forma ionizada. 
 
Excipientes – Componentes farmacologicamente 
inativos, mas que determinam a forma física, liberação e 
estabilidade das formulações. Diferenças nos mesmos 
podem influenciar a biodisponibilidade forma positiva ou 
negativa. 
 
Efeitos fisiológicos - Dependendo dos constituintes 
ativos quanto da formulação pode ocorrer dor, danos 
tecidual, vômitos, irritação mucosa oral. Efeitos podem 
prejudicar a biodisponibilidade fármaco. 
 
Adesão ao tratamento 
Os erros na adesão incluem: 
 Omissão de tratamento 
 Administração incorreta 
 Dosagem 
 Horário ou sequência 
 Adição de medicamentos 
 
Fatores que influenciam o rigor na adesão ao 
tratamento: 
 A doença que está sendo tratada 
 Cliente 
 Paciente 
 Veterinário 
 Medicação (forma física e facilidade 
administração, frequência, propensão para 
efeitos colaterais, Influência sobre a doença, 
rapidez efeito) 
 
Adesão ao tratamento pode ser influenciada por: 
 Comunicação clínico/paciente 
 Instruções escritas 
 Medicação 
 Posologia 
 Acompanhamento 
 
Erros médicos e medicamentos 
Falhas ativas: 
 Erros 
 Deslizes 
 Lapsos 
 
Condições latentes que provocam erros por: 
 Pressão do tempo 
 Negligência 
 Fadiga 
 Equipamentos inadequados 
 Inexperiência 
 
Alimentação 
A interação de alimentos com fármacos é manifestada 
por efeitos na: 
 Absorção do fármaco (diminuído/retardado) 
 Metabolismo do fármaco 
 Diminuição da irritação tecidual 
 
Os alimentos podem interferir com um fármaco por 
atuar: 
 Esvaziamento gástrico 
 Dissolução da forma farmacêutica 
 Atividade dos ácidos biliares 
 Atividade enzimática pancreática e das mucosas 
intestinais 
 Fluxo sanguíneo esplâncnico 
 Barreira às superfícies de absorção 
 Constituintes alimentares farmacologicamente 
ativos - suco laranja Sevilha, limão galego ou 
toranja inibem CYP3A, aumentando a 
biodisponibilidade fármacos 
 
A magnitude da interação alimento-fármaco depende: 
 Propriedade físico-químicas do fármaco 
 Formulação - saída estômago mais rápida para 
soluções, suspenções, pastas, comprimidos e 
cápsulas. 
 Tipo e tamanho da refeição - Líquidas e baixa 
viscosidade rápido esvaziamento gástrico – 
pode levar a um aumento ou diminuição 
biodisponibilidade. 
 Refeições ricas em gorduras aumentam os níveis 
de ácidos graxos livres circulantes que se ligam 
na albumina- aumento forma livre de fármacos 
ácidos. 
 Intervalo de tempo e a sequência entre comer e 
administração dos fármacos. 1-2 hs antes ou 
depois. 
 
Interações medicamentosas 
Ocorre quando o efeito de um fármaco é alterado pela 
presença do outro. Os efeitos podem ser: 
 positivos 
 negativos 
 
Podem ser: 
 Fisicoquímicas ou farmacêuticas 
 Farmacocinéticas 
 Farmacodinâmicas 
 
Resultado final pode ser: 
 Aumento dos efeitos de um ou outro fármaco 
 Efeitos totalmente novos ou Inibição de um 
fármaco por outro 
 Nenhuma mudança no resultado final 
 
Mecanismos de Interação 
Interações químicas ou físicas diretas: Ex.: inativação e 
precipitação da penicilina com fenitoína ou vit. 
Complexo B. 
 
Interação na absorção: 
 Interações físicas - tetraciclina + leite 
 Motilidade alterada - metoclopramida 
 Alteração da flora bacteriana - disbiose 
 Ligação protéica- competição entre fármacos 
pelo sítio ligação. 
 
Interações nos sítios receptores 
 Agonistas e antagonistas podem inibir o efeito 
 Múltiplos agonistas ou antagonistas podem 
levar efeito maior 
 
Interação devido ao metabolismo acelerado 
Fármacos indutores enzimáticos – fenobarbital, 
carbamazepina, fenitoína. 
 
Inibição do metabolismo 
Fármacos inibidores enzimáticos - cloranfenicol, 
fenilbutazona, antifúngicos azóis, cimetidina, verapamil. 
 
Alteração da excreção renal 
Alteração do pH urinário 
 
Espécie: 
 Mesmo que o mecanismo básico de ação de um 
fármaco seja o mesmo, a intensidade e a duração do 
efeito produzido nas várias espécies de animais pode 
variar consideravelmente. As variações de acordo com a 
espécie nas respostas obtidas por uma dose fixa de uma 
droga podem ser atribuídas a diferenças nos processos 
farmacocinéticos (absorção, distribuição, 
biotransformação e excreção) ou na sensibilidade 
farmacodinâmica dos receptores tissulares específicos. 
 Existemdiferenças anatômicas e funcionais entre os 
aparelhos digestivos das diversas espécies de animais 
selvagens e domésticos que podem influenciar na 
disposição de fármacos administrados por via oral. 
 
Carnívoros - se alimentam periodicamente; aparelho 
gastrointestinal curto; paredes grossas; trânsito 
intestinal do bolo digestivo aproximadamente 6 h; pH do 
suco gástrico varia de 1 a 3. Podem vomitar facilmente. 
A absorção de fármacos no cão e no gato é sem 
complicações, ocorrendo principalmente no trato 
gastrointestinal superior. 
 
Herbívoros monogástricos (eqüinos, cobaios e coelhos) - 
Possuem ceco e cólon retal volumosos nos quais ocorre 
degradação microbiana ativa da celulose e outros 
carboidratos insolúveis. Estes processos de fermentação 
são sensíveis a agentes antimicrobianos de amplo 
espectro, as vezes com conseqüência fatal. O 
metabolismo de fármacos pela microflora pode dar 
origem a metabólitos diferentes daqueles observados 
nas espécies monogástricas simples. 
 
Eqüinos - tem trânsito intestinal de mais de 30 horas. 
Não possuem vesícula biliar e excretam bile 
constantemente com eliminação biliar ativa de fármaco. 
Realiza ciclo êntero-hepático. Não são capazes de 
vomitar. 
 
Ruminantes - A absorção de fármacos a partir do rúmem 
e retículo é retardada devido à diluição no líquido 
ruminal. Com estase ruminal a taxa de absorção diminui. 
O pH do líquido ruminal varia de 6,0 - 8,0, porém 
depende da dieta. Dieta rica em grãos o pH intra-ruminal 
varia 5,5 a 6,0, embora a ingestão excessiva de proteínas 
pode elevar o pH até 8,0. A biodisponibilidade de 
fármacos administrados por via oral é variável, devido a 
complexidade da atividade dos estômagos anteriores. A 
microflora anaeróbia é capaz de inativar várias drogas no 
rúmen como o cloranfenicol e glicosídeos cardíacos. O 
contrário também é possível, quando antimicrobianos 
de amplo espectro destroem a microflora ruminal com 
atonia ruminal resultante. 
 
Suínos, cordeiros e novilhos gordos - o tecido adiposo 
pode representar um grande compartimento de 
distribuição para os agentes solúveis em lipídios que se 
metabolizam lentamente. 
 
A passagem de fármacos através da placenta nas fêmeas 
prenhas varia também entre as espécies. Parece que 
espécies com placentas menos íntimas (epiteliocorais) 
tendem a excluir drogas do feto mais que outros animais 
com placenta mais íntima (endoteliocorial, hemocorial 
ou hemoendotelial). 
 
Diferenças entre espécies: 
Diferenças farmacocinéticas - Principalmente no 
metabolismo. Gatos metabolizam mais lentamente que 
cães. Aspirina em cães- 12/12h, em gatos 48/48h 
Diferenças farmacodinâmicas - Xilazina induz vômito 
mais fácil em gatos que em cães 
Diferenças comportamentais - Hábito lamber do gatos 
aumenta risco de ingerir medicamento aplicado 
topicamente. 
Diferenças intraespécies • Idade • Sexo • Doenças • 
Estado físico • Mobilidade • Dieta • Genética • Ritmos 
circadianos 
 
Fatores Ambientais e Nutricionais: podem influir nas 
reações da fase 1 e 2 em diferentes espécies de animais. 
 
Carnívoros tendem a conjugar as drogas e seus 
metabólitos lentamente, enquanto que estas reações 
são bastante rápidas em herbívoros. 
 
Gatos metabolizam o fenol muito lentamente em 
comparação com outros animais e por isso se intoxicam 
mais facilmente. 
Gatos têm deficiência de glicuroniltransferase hepática, 
que retarda a biotransformação de certos compostos, 
com aumentos freqüentes na duração de ação e 
toxicidade potencial destes agentes. 
 
Suínos são deficientes em realizar reações de conjugação 
com sulfato. Fármacos cuja excreção renal pode ser 
influenciada pelo pH da urina tem taxas de eliminação 
diferentes em: 9 Ruminante - pH da urina de 7.0 a 8.0 9 
Cavalo e suíno - pH da urina 7.0 9 Carnívoros - pH da 
urina de 5.0 a 6.5. 
 
Raça: 
Certas características genéticas ou da raça também 
podem alterar a sensibilidade de um agente 
farmacológico. Os poucos exemplos de respostas 
características conhecidas de uma raça incluem: 
 
Cavalos puro sangue - resposta imprevisível aos 
depressores do SNC; 
 
Gado bovino Brahman é mais sensível ao efeito da 
xilazina que outras raças européias; 
 
Cães galgos e lebreiros mostram sono prolongado depois 
da administração de tiopental sódico; 
 
Raças braquicefálicas como Boxer, Pequinês e Bulldog 
podem ter síncope depois da administração de 
acepromazina. → Raças collie e shepdog são muito 
sensíveis a ivermectinas. 
 
Idade: 
O recém nascido (até aproximadamente um mês de 
vida) se diferencia dos mais velhos da mesma espécie 
em várias áreas significativas: 
A barreira hematoencefálica está pouco desenvolvida no 
feto e recém nascido de várias espécies; 
A hemoglobina fetal é diferente da hemoglobina do 
adulto. Vários fármacos podem produzir 
metahemoglobinemia no recém-nascido, como as 
sulfonamidas, nitrofuranos, azul de metileno, ácido 
salicílico e as fenotiazinas; 
Há um aumento da permeabilidade do intestino delgado 
logo após o nascimento e a absorção de drogas retidas 
no intestino pode ser maior; 
É comum a hipoproteinemia em recém-nascidos, o que 
pode aumentar a quantidade de fármaco disponível para 
se difundir nos tecidos; 
Recém-nascido é deficiente na função enzimática de 
microssomas hepáticos durante as primeiras 4 semanas 
e especialmente os primeiros 7 dias. Os fármacos que 
tem meias-vidas mais prolongadas no recém-nascido, 
especialmente na primeira semana, são a fenitoína, 
fenobarbital, cloranfenicol, salicilatos e teofilina; 
A função renal é deficiente ao nascer e seu 
desenvolvimento se completa nos primeiros um ou dois 
meses; para tanto as taxas de eliminação de fármacos 
são lentas e o neonato ou animal jovem pode ser mais 
sensível ao efeito tóxico de drogas nos rins; 
Em pacientes geriátricos há indicações de que a 
atividade das enzimas microssomais hepáticas está 
reduzida. A meia-vida de alguns fármacos pode 
aumentar em até 50% nos pacientes geriátricos, o que 
normalmente se acompanha de uma redução na 
depuração plasmática total; 
A eficácia de agentes bacteriostáticos depende do 
sistema imune competente. Animais neonatos e velhos 
geralmente não são imunocompetentes, é preferível 
usar drogas bactericidas para controlar infecções 
bacterianas. 
 
Sexo: 
 A influência do sexo sobre o efeito dos fármacos e as 
reações farmacológicas adversas se relaciona 
principalmente com a função reprodutiva. As 
preocupações farmacoterapêuticas principais, 
associadas com o tratamento das fêmeas são as 
seguintes: 
Efeito potencial dos fármacos usados sobre os órgãos 
reprodutivos e sua função; 
Possível atividade teratogênica, embriocida e 
abortificante dos fármacos usados em fêmeas prenhes; 
Influência potencial do fármaco administrado sobre o 
processo de parição - indução ou atraso do parto; 
Possível efeito do fármaco sobre a lactação; 
Presença do fármaco administrado como resíduo no 
leite de um animal lactente. 
 
Peso e Superfície Corporal: 
 As doses dos fármacos são determinadas em função 
do peso do animal. Mas o uso do peso corporal tem 
várias limitações que devem ser reconhecidas quando se 
administram agentes terapêuticos de grande potência 
nas seguintes situações: obesidade, inanição, ascite ou 
edema generalizado, desidratação severa, falta de 
maturidade, idade avançada e presença de grandes 
tumores. 
 
Dieta e estado de nutrição: 
 Animais bem nutridos normalmente podem eliminar 
os fármacos com pouca dificuldade. Animais que 
apresentam desnutrição protéica-calórica, a absorção, 
distribuição, biotransformação e excreção podem estar 
afetadas em maior ou menor grau. 
 
Temperamento: Pode influenciar sobre a resposta de um 
fármaco, especialmente no caso de agentes com ação no 
SNC. 
 
Atividade relativa e ritmos circadianos: 
 Foram identificadose caracterizados muitos “ritmos” 
biológicos nos animais domésticos. Os ciclos circadianos 
podem apresentar máximas diurnas ou noturnas. Sua 
importância cronofarmacológica se relaciona com a 
possibilidade de que seja mais desejável indicar regimes 
terapêuticos para seguir certos ciclos específicos ao 
invés de modificá-los ou inibir os mecanismos de 
controle que funcionam através de círculos de 
informação recíproca. 
 
Condições do Meio Ambiente: 
 Extremos de calor e de frio causam vasodilatação ou 
vasoconstrição periférica respectivamente, com 
possíveis efeitos sobre a disposição dos agentes. 
Temperaturas elevadas aumentam a taxa de 
volatilização dos anestésicos inalatórios e aumentam 
também a taxa respiratória, facilitando assim a anestesia 
inalatória quando são usados métodos abertos de 
administração. Temperaturas extremas também podem 
influir sobre as concentrações sanguínea de vários 
hormônios como a adrenalina, tiroxina, triiodotironina e 
os glicocorticóides. 
______________________________________________ 
Posologia e Administração: 
 Na maioria dos casos a administração de uma fórmula 
farmacêutica na taxa e freqüência adequadas, pela via 
indicada, produz um padrão cinético e uma resposta 
terapêutica satisfatória quando se usa para a afecção 
indicada. Mas há vários fatores relacionados com as 
formas posológicas dos fármacos e sua administração 
que poderiam causar inesperadamente uma alteração 
na resposta ao fármaco. 
 A absorção de um agente desde o sítio de 
administração parenteral (menos intravenoso), é 
determinado pela fórmula do agente, vascularização do 
tecido em que se depositou a preparação, grau de 
ionização e solubilidade em lipídios da preparação. 
 A forma química utilizada do fármaco, assim como os 
veículos, solubilizantes, estabilizantes, tampões e 
agentes emulsificantes incluídos, são capazes de 
modificar a taxa de absorção do fármaco desde o sítio da 
injeção. Todas as formas posológicas sólidas necessitam 
passar por desintegração e dissolução antes de ocorrer a 
absorção. 
 A dissolução a princípio controla a taxa de absorção 
do fármaco e para tanto pode haver diferenças entre a 
biodisponibilidade de várias formas farmacêuticas do 
mesmo agente. Tanto na administração parenteral 
quanto oral, quanto maior a concentração do fármaco 
na preparação, mais rápida será sua taxa de absorção na 
circulação sistêmica e mais cedo se terá em evidência 
seus efeitos farmacológicos. 
 
Relações diretas entre um fármaco e outro: 
 Quando as preparações farmacêuticas se misturam 
indiscriminadamente antes de sua administração por 
qualquer rota, podem ocorrer reações entre os 
ingredientes ativos das mesmas ou entre os ingredientes 
ativos e os coadjuvantes da fórmula. As 
incompatibilidades que ocorrem podem resultar em 
precipitação, inativação química ou mudanças na cor, 
sabor ou forma física das preparações. 
 A temperatura, umidade, agitação e luz ultra-violeta 
podem iniciar reações lesivas em fórmulas misturadas de 
modo inapropriado. A regra geral para evitar interações 
farmacológicas diretas consiste em não misturar 
preparações farmacêuticas antes ou durante sua 
administração, a menos que se tenha segurança que as 
fórmulas são compatíveis. 
 
Relações entre um fármaco e a dieta: 
 Um componente dietético ou a simples presença de 
alimentos pode influir na absorção de fármacos e estes 
por sua vez, podem reduzir a absorção de elementos 
nutritivos. 
Exemplos: - A absorção de tetraciclinas é diminuída pelo 
leite e produtos lácteos; - A presença de alimentos pode 
reduzir a absorção do sulfisoxazol, ampicilina e algumas 
penicilinas semi-sintéticas, cefalexina, tetraciclinas, 
lincomicina e rifampicina. 
 Alguns fármacos administrados por via oral podem 
interferir com a absorção de certos agentes nutritivos. 
Exemplos: - Tratamento crônico com fenitoína suprime a 
absorção de ácido fólico dietético. - Administração diária 
de óleo mineral impede a absorção de vitaminas 
lipossolúveis; - Administração oral de antibióticos como 
tetraciclinas e aminoglicosídeos podem causar 
depressão da síntese microbiana de vitamina K e do 
complexo vitamínico B. 
 
Reações Farmacológicas que Afetam a Absorção 
Gastrointestinal: 
 Existem muitos mecanismos que podem modificar a 
taxa de absorção de drogas desde o TGI pela ação de um 
segundo fármaco: 
- Os antiácidos e a cimetidina elevam o pH intragástrico 
e podem mudar a taxa de desintegração e dissolução das 
formas farmacêuticas orais sólidas e retardar a absorção 
de fármacos levemente ácidos. 
- A taxa de esvaziamento gástrico e o grau de motilidade 
intestinal podem influenciar sobre a taxa de absorção do 
fármaco. 
- Agentes anticolinérgicos, adrenérgicos, neurolépticos, 
anti-histamínicos e opióides diminuem a motilidade 
gastrointestinal e os agentes colinérgicos, 
metoclopramida, antiácidos e alguns purgantes 
aumentam a motilidade gastrointestinal. 
- O caulim, carvão ativado reduzem a absorção 
gastrointestinal de fármacos concomitantemente por via 
oral - promovem adsorção. 
- Certos fármacos como cloranfenicol, neomicina e 
tetraciclina podem lesar as células da mucosa intestinal 
em terneiros e causar síndrome da má absorção. 
 
Reações Farmacológicas que Afetam a Distribuição: 
 A administração concomitantemente de dois ou mais 
fármacos pode alterar o padrão de distribuição 
intracorpórea para cada um deles. A competição pelos 
sítios de ligação às proteínas plasmáticas é comum e o 
fármaco deslocado pode causar resposta exagerada ou 
tóxica. 
Exemplos: - Fenilbutazona desloca warfarin; - AINE 
desloca sulfonamidas; - Ácido valpróico desloca 
fenitoína. 
 
Reações Farmacológicas que Afetam a 
Biotransformação: 
 Interações que causam mudança na taxa do 
metabolismo do fármaco podem ter grande significado 
clínico. Um fármaco pode alterar o metabolismo de 
outro estimulando ou inibindo os sistemas enzimáticos 
microssômicos. 
 
Reações Farmacológicas que Afetam a Excreção: 
 Reações farmacológicas podem afetar a eficiência dos 
órgãos que promovem a excreção dos fármacos e seus 
metabólitos. Qualquer fármaco que modifique o fluxo 
sanguíneo renal pode alterar a depuração renal de 
outros fármacos. 
- Aumento do fluxo sanguíneo Aumento da excreção 
renal; 
- Diminuição do fluxo sanguíneo Diminuição da excreção 
renal. 
- Alteração do pH da urina modifica a taxa de excreção 
pelos rins, especialmente quando os valores de pKa dos 
fármacos se encontram dentro dos limites do pH 
urinário. 
 
Reações Farmacodinâmicas Ocorrem quando duas ou 
mais drogas são administradas simultaneamente, os 
efeitos resultantes podem ser: 
Benéficos: Exemplos: 
- Pré-medicação com neurolépticos antes de anestesia 
geral; 
- Reversão da narcose por opióides com naloxona. 
Maléficos: Exemplos: - Efeitos ototóxicos e nefrotóxicos 
dos antibióticos aminoglicosídeos são potencializados 
por diuréticos como a furosemida. 
 
Fatores Patológicos que Modificam a Ação dos Fármacos 
Lesões patológicas em sistemas orgânicos importantes, 
ou mudanças patofisiológicas dentro dos líquidos 
corporais, podem alterar substancialmente tanto a 
farmacocinética como a ação farmacológica de muitos 
fármacos. 
 
Enfermidade gastrointestinal: Várias afecções podem 
alterar as taxas de absorção dos fármacos administrados 
por via oral. Afecções tais como: 
 Vômito 
 Acidose ruminal 
 Úlcera duodenal 
 Gastrite 
 Enterite 
 Peritonite 
 Úlcera gástrica 
 Estase ruminorreticular 
 Ruminite 
 Diarréia 
 Transtornos pancreáticos 
 
Enfermidade hepática: 
 Aguda ou crônica pode alterar a disposição e 
eliminação de muitos fármacos. Pode causar: a) 
Diminuição da atividade de sistemas enzimáticos 
metabolizadores de fármacos; 
b) Limitação da eficiênciado sistema secretório 
hepatobiliar; 
c) Mudanças no fluxo sanguíneo hepático; 
d) Síntese reduzida de proteínas plasmáticas, 
especialmente albumina e alteração da capacidade de 
conjugar fármacos; 
e) Desenvolvimento de ascite e edema periférico com 
aumento conseqüente do volume de distribuição para 
muitos fármacos e prolongamento de suas meias-vidas 
de eliminação. 
Muitos estados patológicos podem ter impacto sobre o 
papel do fígado na depuração hepática. Ex.: hepatite 
viral, bacteriana e tóxica, hepatopatias, cirrose, 
abscessos hepáticos e transtornos na circulação do 
sangue através do fígado. 
 
Enfermidade renal: 
 A insuficiência renal causa uma diminuição na 
depuração do fármaco e, portanto, uma eliminação mais 
lenta. Um regime posológico usual em tais casos causa 
acumulação e finalmente toxicidade. Podem ocorrer 
vários transtornos dentro do rim afetado, todos os quais 
podem influir de uma maneira ou outra sobre a excreção 
e depuração renal de fármacos. Mudanças no pH do 
filtrado alteram a taxa de excreção do fármaco. Isquemia 
renal, lesões glomerulares, lesão tubular, redução da 
perfusão intrarrenal, transtornos funcionais das células 
tubulares e lesões obstrutivas dos túbulos, ductos 
coletores e ureteres podem influir na depuração renal 
eficaz de fármacos e seus metabólitos. 
 
- Enfermidades e Conjugação Protéica dos Fármacos 
- Enfermidade Pulmonar 
- Enfermidade Cardiovascular 
- Transtornos Neurológicos

Continue navegando