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Dopamina: Funções e Síntese

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Mariana Marques – T29 
DOPAMINA 
CONCEITO: 
• É um neurotransmissor do tipo catecolamina, que atua 
no sistema nervoso central dos mamíferos, incluindo os 
seres humanos 
• Esse neurotransmissor está relacionado com diferentes 
funções, nas quais consta a regulação de algumas 
emoções, além disso, é capaz de aliviar a dor 
• Além da dopamina, há outros neurotransmissores do tipo 
catecolamina, como a noradrenalina e adrenalina que se 
caracterizam por possuírem a mesma rota biossintética 
• Os neurônios catecolaminérgicos são encontrados em 
regiões envolvidas na regulação do movimento, do 
humor, da atenção e das funções viscerais 
• Todos os neurônios catecolaminérgicos contém a 
enzima tirosina hidroxilase (TH) 
 
FUNÇÕES 
• As principais funções no corpo humano são: 
▪ Melhora da memória, humor, cognição e da atenção 
▪ Estímulo das sensações de bem-estar e prazer 
▪ Controle do apetite, do sono e das funções mentais 
e motoras 
▪ Combate à ansiedade e à depressão 
▪ Precursora da norepinefrina e epinefrina 
▪ Excreção renal de sódio, retardo do esvaziamento 
do estômago e impedimento da liberação da 
aldosterona 
• Além disso, a dopamina está relacionada com a 
capacidade de superação de desafios (motivação). 
 
SÍNTESE: 
• A dopamina é biossintetizada a partir do aminoácido 
tirosina 
• É produzida nos neurônios dopaminérgicos (originam-se 
na substância negra - porção heterogênea do 
mesencéfalo responsável pela produção de dopamina no 
cérebro) 
• No citoplasma desses neurônios, a dopamina é 
sintetizada a partir do aminoácido tirosina e a atividade 
da enzima é regulada por vários sinais no citosol do 
terminal axonal 
• A tirosina é obtida, principalmente, pela dieta, porém, 
uma pequena porção é produzida no fígado 
• Os locais do corpo onde ocorrem a síntese da dopamina: 
glândula suprarrenal e em quatro regiões do cérebro 
(nigroestriatal, mesolímbica, mesocortical e túbero 
infundibular) 
 
 
 
 
 
 
 
Produção da Dopamina: 
• Primeiro é necessário que o corpo possua o aminoácido 
tirosina disponível, essa tirosina é obtida principalmente 
através da dieta, em alimentos como ovos, peixes e 
carnes, castanhas etc. 
• Em seguida, ocorre a conversão da tirosina em L-di-
hidroxifenilalnina (dopa) através da enzima tirosina 
hidroxilase (TH) - realiza a oxidação da tirosina. 
• Dessa forma, a enzima dopa descarboxilase atua 
removendo um grupo carboxila da dopa, transformando-
a em 3,4-dihidroxi-feniletanamina (dopamina). 
• A dopamina, após produzida, é transportada do 
citoplasma e armazenada nas vesículas sinápticas 
intracelulares, onde ficam até receberem um estímulo de 
liberação. 
• A liberação ocorre pela estimulação da célula nervosa, 
promovendo a despolarização da membrana que induz a 
abertura dos canais de cálcio voltagem-dependentes, 
permitindo um influxo de cálcio, que desempenha um 
papel inicial na exocitose responsável pela liberação do 
neurotransmissor para o espaço sináptico. 
• Uma vez no espaço sináptico a dopamina difunde-se e é 
rapidamente captada pelos receptores da membrana 
pós-sináptica ou recaptada pelo neurônio pré-sináptico 
de origem. 
 
 
Neurotransmissores 
---- 
Mariana Marques – T29 
RECEPTORES: 
• Existem 5 tipos de receptores dopaminérgicos, que são 
proteínas receptores acopladas a proteína G: 
• Classe D1: D1 e D5 - são receptores excitatórios que 
possuem um efeito ativador na célula (estimulam a 
função celular e desencadeiam respostas diferentes em 
cada tecido do corpo). 
→ D1: é o mais comum receptor de dopamina no 
sistema nervoso, está presente no córtex cerebral, no 
sistema límbico e no corpo estriado, ao ser ativado atua 
em algumas diferentes funções como: controle do humor, 
emoção e comportamento, além de modular a secreção 
de prolactina. 
→ D5: presente em baixas concentrações no sistema 
límbico e no corpo estriado, atua em funções como 
emoção e comportamento, e secreção de prolactina. 
• Classe D2: D2, D3 e D4 - atuam diminuindo níveis 
celulares, agindo como receptores inibitórios. 
→ D2: está presente no córtex cerebral, no sistema 
límbico, no corpo estriado e na porção ventral do 
hipotálamo e na hipófise anterior, ao ser ativado atua 
auxiliando no controle do humor, emoção e 
comportamento, e modula a secreção de prolactina 
→ D3: presente em pouca quantidade no sistema 
límbico, no corpo estriado e na parte ventral do 
hipotálamo e hipófise anterior, auxilia em funções como 
emoção e comportamento e secreção de prolactina. 
→ D4: presente em baixas concentrações no córtex, no 
sistema límbico e no corpo estriado, e assim interfere no 
humor, emoção, comportamento, e na secreção de 
prolactina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁREAS QUE A DOPAMINA É ENCONTRADA: 
• Encontra-se em quatro diferentes vias dopaminérgicas: 
▪ Via mesolímbica: compreende o eixo área tegmentar 
ventral (ATV) do mesencéfalo-sistema límbico e está 
relacionada com o reforço e a estimulação, ou seja, 
a dopamina é enviada quando o indivíduo é exposto 
a situações de prazer e recompensa. 
▪ Via mesocortical: liga a área tegmental ventral (VTA) 
do mesencéfalo aos lobos frontais do córtex cerebral 
e está relacionada com a atenção, cognição e 
orientação. 
▪ Via nigrostriatal: é a via que contém 80% da 
dopamina no cérebro e que estimulam os 
movimentos voluntários, ou seja, locomoção e 
movimento. O início ocorre na substância negra do 
cérebro e o eixo estende-se até os gânglios da base. 
▪ Via tuberoinfundibular: compreende o eixo 
hipotálamo-hipófise e a dopamina regula a 
prolactina, hormônio relacionado à produção de leite 
e que também atua no metabolismo, satisfação 
sexual e sistema imunológico. 
 
RECAPTAÇÃO: 
• Após a transmissão de dopamina, ela pode ser captada 
pela membrana pós-sináptica, sofrer recaptação pelo 
neurônio pré-sináptico de origem e serem reincorporadas 
em vesículas ou pode ser degradada por enzimas 
denominadas de MAO (monoaminoxidase) na fenda 
sináptica ou no terminal pré-sináptico 
• A ativação dos receptores pós-sinápticos causa os 
efeitos inibitórios ou excitatórios 
• Existem substâncias que agem na inibição da recaptação 
da dopamina (IRD), essas substâncias atuam impedindo 
a ação do transportador desse neurotransmissor 
 
Dopamina e a dependência/ apego: 
A Cocaína e as anfetaminas inibem a recaptação da 
dopamina A Cocaína é um competidor do transportador da 
dopamina que inibe reabsorção da dopamina aumentando a 
presença desta. 
As anfetaminas aumentam a concentração de dopamina na 
fenda sináptica, mas por um mecanismo diferente. As 
anfetaminas são similares em estrutura à dopamina, e dessa 
forma podem entrar no neurônio pré-sináptico através de 
seus transportadores da dopamina. Entrando, as 
anfetaminas forçam as moléculas de dopamina a sair das 
suas vesículas de armazenamento. Aumentando a presença 
de dopamina estes conduzem ao aumento dos sentimentos 
agradáveis e ao apego 
 
FALTA DE DOPAMINA: 
• Causa consequências como: 
▪ Parkinson: distúrbio neurodegenerativo que afeta a 
via nigroestriada, especificamente os seus 
neurônios dopaminérgicos, onde, esses indivíduos 
perdem de forma exagerada os neurônios 
dopaminérgicos nessa região causando bradicinesia 
(movimentos lentos) ou acinesia (ausência de 
movimentos), rigidez articular, tremor de repouso, e 
instabilidade postural (desequilíbrio). Isso ocorre, 
pois, a redução de dopamina compromete a 
substância negra pars compacta que, normalmente 
Mariana Marques – T29 
ativaria o neostriado para ativar as vias direta e 
indireta, e esse comprometimento impede essa 
ativação, e o resultado é que a substância negra 
pars reticulada se torna predominante, promovendo 
uma inibição do tálamo e consequente inibição 
cortical, ou seja, inibe a ativação dos movimentos 
▪ Depressão: ocorre, pois, existe um sistema de 
recompensa, que permite que o ser humano tanha 
umareação de acordo com um determinado 
estímulo, a redução da dopamina na via 
mesolímbica está relacionada a uma disfunção do 
sistema de recompensa, levando à depressão 
▪ Doenças Metabólicas e Parkinsonismo: podendo 
causar tremor, lentidão e rigidez aos movimentos do 
paciente. 
▪ Prolactina e Lactação: a dopamina, produzida na via 
tuberoinfundibular, é o neurotransmissor que 
mantem inibida a produção de prolactina pela 
hipófise anterior durante toda a vida da mulher, 
exceto na amamentação, assim, caso ocorra uma 
diminuição da dopamina essa produção deixa de ser 
inibida, e com isso têm-se aumento da concentração 
de prolactina, causando a hiperprolactinemia. 
 
EXCESSO DE DOPAMINA: 
• Causa consequências como: 
▪ Alterações cardiovasculares: algumas áreas 
vasculares possuem receptores dopaminérgicos, 
especialmente o receptor D1, como nos vasos 
renais, mesentéricos, coronários, ramos da artéria 
cerebral média e esplênicos, quando esse receptor 
é ativado ocorre aumento de AMPc, e com isso, a 
vasodilatação desses vasos. A dopamina também 
consegue ativar receptores β (Beta), ao ativar os 
receptores β1, promove efeitos no coração, como o 
efeito inotrópico positivo (aumentando a força de 
contração cardíaca) e efeito cronotrópico positivo 
(aumento da frequência cardíaca). 
▪ Alterações do Sistema Nervoso: alucinações e 
psicoses. 
 
SEROTONINA 
INTRODUÇÃO: 
• A serotonina é secretada por núcleos que se originam na 
rafe mediana do tronco cerebral e se projetam para 
diversas áreas encefálicas e da medula espinal, 
especialmente para os cornos dorsais da medula espinal 
e para o hipotálamo. 
• Age como inibidor das vias da dor na medula espinal, 
podendo também auxiliar no controle do humor, 
provocando o sono. 
• O sono pode ocorrer pelo estímulo de qualquer um dos 
três locais do cérebro. O local mais potente são os 
núcleos da rafe da ponte caudal e bulbo. Muitos dos 
neurônios dos núcleos da rafe usam a serotonina como 
transmissor e sabe-se que os medicamentos que 
bloqueiam a formação de serotonina impedem o sono. 
• A estimulação do núcleo do trato solitário promove o 
sono, mas isso acontece apenas se os núcleos da rafe 
também estiveram em funcionamento. 
 
 
SÍNTESE: 
• No ribossomo do neurônio o códon UGG é traduzido no 
aminoácido triptofano. 
• Uma vez no citoplasma, o triptofano, com ajuda da 
enzima triptofano-hidroxilase, sofre hidroxilação sendo 
convertido em 5- Hidroxi-triptofano. 
• Em seguida, a enzima descarboxilase dos aminoácidos 
aromáticos facilita a descarboxilação dando origem à 
Serotonina (5-Hidroxi-triptamina). 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECEPTORES: 
• Excitatórios: quando a serotonina é liberada na fenda 
sináptica, ela pode se ligar a diversos receptores, os 
quais são divididos em 7 classes, sendo eles o 5-HT1 
(subclasses A, B, D, E, F), 5-HT2 (subclasses A, B e C), 
5-HT3, 5-HT4, 5-HT5 (subclasses A e B), 5-HT6 e 5-HT7. 
Com exceção do 5-HT2B, todos são encontrados em 
alguma porção do encéfalo, sendo as mais comuns o 
córtex cerebral e o hipocampo. Além disso, diferente do 
5- HT3, que é acoplado a um canal dependente de 
ligante, e do 5-HT5B, os demais receptores são 
conectados à proteína G (receptores metabotrópicos), 
que dará início à cascata de sinalização. 
Mariana Marques – T29 
• Inibitórios: são os já mencionados receptores da classe 
5-HT1 e sua respectiva subclasse A, B, C, D, E, F, estes 
Atuam no corpo celular de dendritos de neurônios da rafe 
e dos pré-sinápticos, principalmente no hipocampo. 
Esses receptores são populares e bastante utilizados em 
fármacos nos tratamentos de doenças como depressão, 
ansiedade e crises de pânico 
 
ÁREAS QUE A SEROTONINA É ENCONTRADA: 
• A serotonina é um neurotransmissor que é 
principalmente encontrado no Sistema Nervoso Central 
(SNC), também encontrado no trato gastrointestinal e 
nas plaquetas. 
• A maior parte da serotonina utilizada pelo nosso 
organismo localiza-se no intestino. 
• Também podemos obter serotonina através de alimentos 
ricos em triptofano, um aminoácido essencial do 
organismo que é responsável pela produção de 
serotonina no nosso organismo. 
▪ Alguns exemplos desses alimentos são: origem 
animal (queijo, ovo, frango, salmão, etc.), frutas 
(banana, abacaxi), vegetais e tubérculos (couve-flor, 
brócolis), frutas secas (nozes, amendoim, castanha 
do Brasil), sojas e derivados e algumas algas 
 
RECAPTAÇÃO: 
• É um processo que consiste na reabsorção e transporte 
proposital do neurotransmissor presente na fenda 
sináptica para liberação dos receptores e possibilidade 
da realização de novas sinapses rapidamente. 
• Tem uma importante função no que diz respeito a 
reciclagem de neurotransmissores, já que ao sofrer esse 
processo eles são reabsorvidos pelo neurônio pré-
sináptico degradados e posteriormente reutilizados 
repetidas vezes. Sua importância é extrema para o 
organismo, pois reduz drasticamente a necessidade de 
sintetizar neurotransmissores poupando energia, tempo 
e recursos além de aumentar muito a velocidade com a 
qual as sinapses são realizadas repetidamente já que 
impossibilita atividades prolongadas do 
neurotransmissor sobre seus receptores e controlando 
continuamente sua quantidade dentro da fenda 
sináptica. 
 
 
 
 
 
 
FALTA DE SEROTONINA: 
• Depressão: essa hipótese se apoia principalmente nos 
tipos de fármacos usados nos distúrbios de humor, visto 
que alguns dos antidepressivos interferem nessas 
monoaminas, como a fluoxetina que é um inibidor 
seletivo da recaptação de serotonina (ISRS), que age 
apenas em terminais serotoninérgicos impedindo a 
recaptação da serotonina e a tornando mais disponível 
para seus receptores 
 
EXCESSO DE SEROTONINA: 
• O excesso de serotonina no organismo pode se dar pela 
administração em grandes quantidades de 
medicamentos pro-serotoninérgicos, levando a síndrome 
serotoninérgica. Geralmente, os casos mais graves são 
causados pela administração de dois ou mais 
medicamentos pro-serotoninérgico. 
• Os três principais sintomas da síndrome são: 
anormalidades neuromusculares, mudança do status 
mental e hiperatividade autonômica. Alguns exemplos de 
fármacos que podem aumentar as concentrações da 
serotonina: Cocaína, L-triptofano, IMAO’s e anfetamina 
 
GLUTAMATO 
CONCEITO: 
• É um aminoácido polar ácido presente no organismo 
humano, também conhecido como ácido glutâmico, que 
atua no sistema nervoso central como neurotransmissor 
excitatório e de outras maneiras em outros locais do 
corpo. 
• Esse é o aminoácido livre mais abundante no SNC e é o 
principal neurotransmissor. A sua concentração sempre 
se encontra elevada e constante por estar envolvido no 
metabolismo energético, na síntese de ácidos graxos, na 
regulação dos níveis de amônia. 
• O glutamato é extremamente importante por exercer um 
papel essencial no potencial de longa duração sendo 
capaz de interferir no desenvolvimento neural, na 
plasticidade plasmática, na memória, na ansiedade, 
depressão, na tolerância e dependência de drogas. 
 
Mariana Marques – T29 
SÍNTESE: 
• O glutamato, assim como a glicina, é sintetizado no SNC, 
já que não atravessa a barreira hematoencefálica, a 
partir de glicose e de outros precursores utilizando 
algumas enzimas existentes nas células da Glia e nos 
neurônios. 
• Essa produção acontece por uma transaminação do α-
cetoglutarato, com a adição de amônia e resultando em 
metabólitos como piruvato ou oxaloacetato, que 
participam em vias metabólicas como a gliconeogênese, 
a glicólise ou o ciclo dos ácidos tricarboxílicos. Há uma 
grande diferença entre a síntese deste aminoácido para 
neurônios glutamatérgicos em relação aos neurônios não 
glutamatérgicos, em que o glutamato é produzido em 
maior quantidade, sendo de duas a três vezes superior 
ao valor encontrado em células não glutamatérgicas. 
alanina + α-cetoglutarato⇔ piruvato + glutamato 
aspartato + α-cetoglutarato ⇔ oxaloacetato + glutamato 
 
 
RECEPTORES: 
• Existem dois grupos distintos de receptores de 
glutamato: os mGLUR (receptores metabotrópicos e 
menos comuns) e os iGLUR (receptores ionotrópicos e 
predominantes). 
• Eles são predominantes no Sistema nervoso central e 
estão presentes em cerca de 80% de seus neurônios, 
sendo responsáveis pela despolarização rápida e tendo 
ação excitatória. 
• Dentro do grupo iGLUR estão presentes 3 receptores: 
▪ AMPA: é um receptor canal que faz influxo de Na e 
efluxo de K, sendo pouco permeável ao Ca. 
▪ NMDA: é um receptor que permite influxo de Na, Ca 
e efluxo de K. Ele funciona de forma incomum pois, 
mesmo ativado, ele não permite o livre fluxo de íons, 
sendo bloqueado por um íon de Mg2+ até que a 
membrana entre em estado de despolarização 
(causando a retirada do íon Mg da entrada do canal 
e permitindo livre fluxo de íons). É um receptor 
importante para mudanças de longo prazo como 
memória, uma vez que é permeável ao cálcio (que é 
capaz de causar diversas mudanças celulares 
duradouras). Tende a aparecer concomitantemente 
com AMPA. 
▪ Cainato: Apesar de ter permeabilidade semelhante 
ao AMPA, este receptor não tem função bem 
definida na literatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁREAS QUE O GLUTAMATO É ENCONTRADO: 
• A partir da glutamina, o glutamato é sintetizado por meio 
da ação da enzima glutaminase (GA). O glutamato pode 
ser convertido no aminoácido γ-amino butírico (GABA), 
2-oxaglutarato, glicose, ornitina, uréia, síntese de outros 
aminoácidos (AAs) ou glutationa. Quando associado a 
amônia (NH3) e trifosfato de adenosina (ATP), sob a 
ação da enzima glutamina sintetase (GS), o glutamato 
converte-se novamente em glutamina. 
 
RECAPTAÇÃO: 
• Após interagirem com os receptores pós-sinápticos, os 
neurotransmissores devem ser removidos da fenda 
sináptica para permitir que ocorra um novo ciclo da 
transmissão sináptica. 
• Essa remoção pode ocorrer pela difusão das moléculas 
do neurotransmissor através do líquido extracelular, no 
entanto, para a maioria dos neurotransmissores do tipo 
aminoácidos ou aminas, essa difusão é auxiliada pela 
recaptação, que é feita por transportadores proteicos 
específicos presentes na membrana pré-sináptica ou nas 
membranas das células da glia. 
Mariana Marques – T29 
• O glutamato, especificamente, é recaptado pelas células 
da glia, principalmente pelos astrócitos. No citosol do 
astrócito ele é convertido em glutamina, que, então, é 
transferida para o terminal pré-sináptico, onde é 
convertida, novamente, em glutamato com auxílio da 
enzima glutaminase. 
 
 
ALTERAÇÕES CAUSADAS PELA FALTA OU EXCESSO 
DE GLUTAMATO: 
• Sobre o aumento do glutamato na fenda sináptica, a 
estimulação incontrolada deste neurotransmissor sobre 
as células nervosas, um processo denominado 
excitotoxicidade. 
• As concentrações do glutamato são controladas pela 
existência de transportadores para o neurotransmissor e 
de enzimas, ambos presentes em neurônios e células da 
glia. 
• O receptor ionotrópico chamado de NMDA é ativado pelo 
glutamato, que permite o influxo de cálcio na célula. 
• Em uma situação normal, o glutamato, presente no 
terminal pré-sináptico, é liberado na fenda sináptica 
ativando receptores NMDA, presentes no terminal pós-
sináptico. Assim, ocorre a entrada de cálcio no neurônio 
pós-sináptico e como este íon faz parte de processos 
para manutenção da célula, não há respostas negativas 
ao neurônio. Porém, em casos patológicos, pode ocorrer 
o acúmulo de glutamato na fenda, levando à danos 
cerebrais e, consequentemente, morte celular. 
• Sendo assim, se os transportadores, enzimas e 
receptores não realizarem suas funções para manter as 
concentrações de glutamato normalizadas, ocorrerá um 
influxo excessivo de cálcio resultando na ativação de 
uma cascata de sinalização celular e posterior apoptose. 
• Portanto, pode-se afirmar que este mecanismo se 
relaciona com doenças neurológicas, como a epilepsia e 
o acidente vascular cerebral, e doenças 
neurodegenerativas, como a esclerose lateral 
amiotrófica (ELA) e a doença de Huntington. 
 
Esclerose lateral amiotrófica (ELA): quando o glutamato é 
produzido em excesso, acaba se tornando tóxico para as 
células nervosas e a ELA é a hiperprodução do glutamato, 
que vai causar a morte dos neurônios por todo o cérebro e 
medula espinal. 
• É caracterizada por ser uma doença que ocorre uma 
disfunção do transportador glutamatérgico (o transporte 
de aminoácidos é realizado por proteínas, que fazem o 
transporte do glutamato do meio extracelular para o meio 
intracelular). 
• A ELA é causada pela degradação progressiva do 
primeiro neurônio motor superior no cérebro e do 
segundo neurônio motor inferior na medula espinal. 
Quando os neurônios são afetados eles perdem a 
capacidade de transmitir os impulsos elétricos. Sintomas: 
atrofia muscular, fraqueza e endurecimento muscular, 
entre outros. Tratamento: é multidisciplinar e por mais 
que seja uma doença incurável, muitas pesquisas estão 
sendo feitas com a finalidade de desenvolver uma 
medicação. 
Alzheimer: é uma doença degenerativa do cérebro que 
acomete pessoas com mais idade. Funções cerebrais como 
memória, linguagem, comportamento são comprometidas de 
forma lentamente progressiva levando o paciente a uma 
dependência para executar suas atividades de vida diária. 
• É um processo diferente do envelhecimento cerebral, 
pois ocorrem alterações patológicas no tecido cerebral 
como deposição de proteínas anormais e morte celular. 
• O Alzheimer pode ser causado pela hiperprodução de 
glutamato, a qual vai causar a morte dos neurônios. 
• É caracterizada por ser uma doença que ocorre uma 
disfunção do transportador glutamatérgico (o transporte 
de aminoácidos é realizado por proteínas, que fazem o 
transporte do glutamato do meio extracelular para o meio 
intracelular) 
• Sintomas: perda de memória recente; dificuldade para 
encontrar palavras; desorientação no tempo e no 
espaço; dificuldade para tomar decisões; perda de 
iniciativa e de motivação; sinais de depressão; 
agressividade 
Mariana Marques – T29 
GABA 
CONCEITO: 
• O ácido gama-aminobutírico é um dos mais importantes 
neurotransmissores, é encontrado no cérebro e utilizado 
para regular a agitação cerebral por meio da inibição do 
disparo excessivo dos neurônios, o que leva a uma 
sensação de calma. 
 
 
 
 
 
 
 
FUNÇÃO: 
• A função principal do GABA como neurotransmissor 
inibidor é desacelerar a atividade cerebral. 
• Além disso, também está envolvido na visão, no sono, no 
tônus muscular e no controle motor. 
 
SÍNTESE: 
• O neurotransmissor GABA é sintetizado pelo glutamato 
através de um processo de descarboxilação gerado pela 
enzima glutamato descarboxilase. Se caracteriza como o 
principal neurotransmissor inibitório do SNC. Seus 
principais receptores são o GABAA, que se encontra nos 
canais iônicos de cloro e que tem como função aumentar 
a condutância de cloro nos neurônios pré-sinápticos; e o 
GABAB, que através proteína-G intracelular aumenta a 
condutância de canais de potássio associados. Este 
neurotransmissor é encontrado em diversos 
interneurônios, em células de Purkinje e em neurônios de 
projeção no SNC 
 
RECAPTAÇÃO: 
• A recaptação do GABA ocorre através de 
transportadores específicos e por células da glia. Os dois 
principais transportadores responsáveis pela recaptação 
de GABA são o GAT-3 e o GAT-1. Quando ocorre a 
sinapse, o GABA pode ser recaptado diretamente no 
terminal pré-sináptico, onde será armazenado em 
vesículas (GAT-1), onde estará rapidamente disponível 
para ser liberado novamente, ou ser reencaminhado para 
os astrócitos (GAT-3), onde será metabolizado em 
glutamato, que depois será convertido em glutamina. A 
glutamina é, então, transportada até o neurôniopré-
sináptico, onde depois é convertida novamente em 
glutamato, que posteriormente sintetizará GABA. 
 
ALTERAÇÕES CAUSADAS PELA FALTA OU EXCESSO 
DE GABA: 
• A presença do GABA tem grande importância quando 
falamos de doenças como TAG (transtorno de ansiedade 
generalizada) pois o neurotransmissor aumenta as 
ondas cerebrais associadas a um estado relaxado 
(ondas alfa) e diminui as associadas com o estresse e a 
ansiedade (ondas beta). A falta desse neurotransmissor 
no organismo pode causar, portanto, um agravo da TAG 
pois aumenta os níveis de ansiedade. Além da TAG o 
baixo GABA resulta em muitas outras doenças 
psiquiátricas como transtorno de humor bipolar, autismo, 
esquizofrenia e alguns tipos de demência. Também 
resulta em doenças neurológicas como fibromialgia, 
parkinson, meningite e epilepsia 
 
ACETILCOLINA 
CONCEITO: 
• É um neurotransmissor do grupo das aminas que atua 
mediando as sinapses no sistema nervoso central e 
periférico e na junção neuromuscular. 
 
Mariana Marques – T29 
SÍNTESE: 
• Sua síntese acontece no compartimento citoplasmático 
dos terminais nervosos colinérgicos por meio da enzima 
Colina-O-Acetil-Transferase (ChAT) que converte 
acetil-coenzima A e colina em acetilcolina. Sendo que 
a acetil-CoA é sintetizada a partir do piruvato derivado da 
glicólise, e a colina retirada do compartimento 
extracelular por meio do sistema de captação de colina 
coordenado pelo potencial da membrana plasmática. 
Após sua síntese parte da acetilcolina (Ach) é 
transportada e armazenada em vesículas sinápticas. 
• Quando necessário ela é liberada por exocitose na fenda 
sináptica. 
 
RECEPTORES: 
• Esse neurotransmissor para desempenhar suas ações 
necessita de receptores. 
• Esses podem ser divididos em duas classes, sendo elas 
a dos receptores nicotínicos e a dos muscarínicos. 
• Os receptores nicotínicos funcionam por abertura rápida 
do canal iônico, estão distribuídos pelo cérebro e pelo 
tecido muscular, são compostos por 5 subunidades 
proteicas. Eles são responsáveis por promover a 
contração muscular e a ativação sináptica atuando na 
memória e no aprendizado. 
• Já os receptores muscarínicos estão associados a uma 
proteína G, necessitam de ATP, transforma ATP em 
AMPc e promove o relaxamento muscular. 
 
ÁREAS QUE A ACETILCOLINA É ENCONTRADA: 
• É encontrada na membrana muscular esquelética, sendo 
esse neurotransmissor responsável por iniciar a 
concentração muscular esquelética, no SNA ficando 
responsável por atuar na frequência cardíaca, contração 
das pupilas, secreção digestiva e a contração muscular 
lisa e no cérebro em que a acetilcolina é responsável pela 
função cognitiva, excitação, prazer e sentimento de 
recompensa. 
 
RECAPTAÇÃO: 
• Após a acetilcolina (Ach) cumprir sua função excitatória 
na fenda sináptica ela precisa ser degradada para que 
esse efeito cesse. 
• Assim, através da ação da enzima acetilcolinesterase, a 
Ach é degradada em acetato e colina. 
• Ademais, parte da colina é recaptada pelo neurônio pré-
sináptico e reutilizada para a síntese de novas moléculas 
de Ach, que serão em liberadas novamente na fenda. 
 
 
ALTERAÇÕES CAUSADAS PELA FALTA DE 
ACETILCOLINA: 
Miastenia Grave: uma doença autoimune decorrente de um 
defeito na transmissão neuromuscular gerado pela perda de 
receptores da acetilcolina na membrana pós-sináptica. 
• Essa perda acontece devido a produção de anticorpos 
anti-AChRs ( anti receptores de Acetilcolina) que inibem 
a ligação da acetilcolina ao seu receptor, impedindo a 
resposta pós-sináptica a esse neurotransmissor fazendo 
com que não ocorra a ativação do potencial de ação na 
junção neuromuscular. 
• Desse modo, não há a liberação dos canais de cálcio, e 
consequentemente não ocorre a contração muscular. 
• As principais manifestações clínicas são: fraqueza 
muscular generalizada, ptose, diplopia e disfunções 
respiratórias. 
• O tratamento é feito à base de terapias 
imunossupressoras e a partir de inibidores da 
acetilcolinesterase buscando manter o neurotransmissor 
por mais tempo na fenda sináptica para acentuar sua 
ação. 
 
Mal de Alzheimer: doença na qual a atrofia cerebral gera uma 
diminuição considerável da concentração desse 
neurotransmissor, devido ao comprometimento da região do 
hipocampo e do córtex associativo que tem alta atividade 
colinérgica. 
• Essas alterações levam à uma perturbação da memória 
de curto prazo sendo o principal sintoma da doença. 
• Não existe cura para essa doença, somente tratamento 
que busca melhorar os sintomas temporariamente 
através de remédios anticolinesterásicos. 
 
Mariana Marques – T29 
ALTERAÇÕES CAUSADAS PELO EXCESSO DE 
ACETILCOLINA: 
Síndrome Colinérgica: acontece por intoxicação com 
praguicidas e armas biológicas, os quais estimulam os 
receptores colinérgicos (muscarínicos e/ou nicotínicos) ou 
inibem a atividade da enzima acetilcolinesterase. Nesse caso 
ocorre o comprometimento do estado mental, fraqueza 
muscular e atividade secretória excessiva. As manifestações 
variam de acordo com o tipo de receptor que é estimulado e, 
portanto, podem ser classificadas em efeitos muscarínicos, 
nicotínicos e centrais.

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