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Mariana Marques – T29 DOPAMINA CONCEITO: • É um neurotransmissor do tipo catecolamina, que atua no sistema nervoso central dos mamíferos, incluindo os seres humanos • Esse neurotransmissor está relacionado com diferentes funções, nas quais consta a regulação de algumas emoções, além disso, é capaz de aliviar a dor • Além da dopamina, há outros neurotransmissores do tipo catecolamina, como a noradrenalina e adrenalina que se caracterizam por possuírem a mesma rota biossintética • Os neurônios catecolaminérgicos são encontrados em regiões envolvidas na regulação do movimento, do humor, da atenção e das funções viscerais • Todos os neurônios catecolaminérgicos contém a enzima tirosina hidroxilase (TH) FUNÇÕES • As principais funções no corpo humano são: ▪ Melhora da memória, humor, cognição e da atenção ▪ Estímulo das sensações de bem-estar e prazer ▪ Controle do apetite, do sono e das funções mentais e motoras ▪ Combate à ansiedade e à depressão ▪ Precursora da norepinefrina e epinefrina ▪ Excreção renal de sódio, retardo do esvaziamento do estômago e impedimento da liberação da aldosterona • Além disso, a dopamina está relacionada com a capacidade de superação de desafios (motivação). SÍNTESE: • A dopamina é biossintetizada a partir do aminoácido tirosina • É produzida nos neurônios dopaminérgicos (originam-se na substância negra - porção heterogênea do mesencéfalo responsável pela produção de dopamina no cérebro) • No citoplasma desses neurônios, a dopamina é sintetizada a partir do aminoácido tirosina e a atividade da enzima é regulada por vários sinais no citosol do terminal axonal • A tirosina é obtida, principalmente, pela dieta, porém, uma pequena porção é produzida no fígado • Os locais do corpo onde ocorrem a síntese da dopamina: glândula suprarrenal e em quatro regiões do cérebro (nigroestriatal, mesolímbica, mesocortical e túbero infundibular) Produção da Dopamina: • Primeiro é necessário que o corpo possua o aminoácido tirosina disponível, essa tirosina é obtida principalmente através da dieta, em alimentos como ovos, peixes e carnes, castanhas etc. • Em seguida, ocorre a conversão da tirosina em L-di- hidroxifenilalnina (dopa) através da enzima tirosina hidroxilase (TH) - realiza a oxidação da tirosina. • Dessa forma, a enzima dopa descarboxilase atua removendo um grupo carboxila da dopa, transformando- a em 3,4-dihidroxi-feniletanamina (dopamina). • A dopamina, após produzida, é transportada do citoplasma e armazenada nas vesículas sinápticas intracelulares, onde ficam até receberem um estímulo de liberação. • A liberação ocorre pela estimulação da célula nervosa, promovendo a despolarização da membrana que induz a abertura dos canais de cálcio voltagem-dependentes, permitindo um influxo de cálcio, que desempenha um papel inicial na exocitose responsável pela liberação do neurotransmissor para o espaço sináptico. • Uma vez no espaço sináptico a dopamina difunde-se e é rapidamente captada pelos receptores da membrana pós-sináptica ou recaptada pelo neurônio pré-sináptico de origem. Neurotransmissores ---- Mariana Marques – T29 RECEPTORES: • Existem 5 tipos de receptores dopaminérgicos, que são proteínas receptores acopladas a proteína G: • Classe D1: D1 e D5 - são receptores excitatórios que possuem um efeito ativador na célula (estimulam a função celular e desencadeiam respostas diferentes em cada tecido do corpo). → D1: é o mais comum receptor de dopamina no sistema nervoso, está presente no córtex cerebral, no sistema límbico e no corpo estriado, ao ser ativado atua em algumas diferentes funções como: controle do humor, emoção e comportamento, além de modular a secreção de prolactina. → D5: presente em baixas concentrações no sistema límbico e no corpo estriado, atua em funções como emoção e comportamento, e secreção de prolactina. • Classe D2: D2, D3 e D4 - atuam diminuindo níveis celulares, agindo como receptores inibitórios. → D2: está presente no córtex cerebral, no sistema límbico, no corpo estriado e na porção ventral do hipotálamo e na hipófise anterior, ao ser ativado atua auxiliando no controle do humor, emoção e comportamento, e modula a secreção de prolactina → D3: presente em pouca quantidade no sistema límbico, no corpo estriado e na parte ventral do hipotálamo e hipófise anterior, auxilia em funções como emoção e comportamento e secreção de prolactina. → D4: presente em baixas concentrações no córtex, no sistema límbico e no corpo estriado, e assim interfere no humor, emoção, comportamento, e na secreção de prolactina. ÁREAS QUE A DOPAMINA É ENCONTRADA: • Encontra-se em quatro diferentes vias dopaminérgicas: ▪ Via mesolímbica: compreende o eixo área tegmentar ventral (ATV) do mesencéfalo-sistema límbico e está relacionada com o reforço e a estimulação, ou seja, a dopamina é enviada quando o indivíduo é exposto a situações de prazer e recompensa. ▪ Via mesocortical: liga a área tegmental ventral (VTA) do mesencéfalo aos lobos frontais do córtex cerebral e está relacionada com a atenção, cognição e orientação. ▪ Via nigrostriatal: é a via que contém 80% da dopamina no cérebro e que estimulam os movimentos voluntários, ou seja, locomoção e movimento. O início ocorre na substância negra do cérebro e o eixo estende-se até os gânglios da base. ▪ Via tuberoinfundibular: compreende o eixo hipotálamo-hipófise e a dopamina regula a prolactina, hormônio relacionado à produção de leite e que também atua no metabolismo, satisfação sexual e sistema imunológico. RECAPTAÇÃO: • Após a transmissão de dopamina, ela pode ser captada pela membrana pós-sináptica, sofrer recaptação pelo neurônio pré-sináptico de origem e serem reincorporadas em vesículas ou pode ser degradada por enzimas denominadas de MAO (monoaminoxidase) na fenda sináptica ou no terminal pré-sináptico • A ativação dos receptores pós-sinápticos causa os efeitos inibitórios ou excitatórios • Existem substâncias que agem na inibição da recaptação da dopamina (IRD), essas substâncias atuam impedindo a ação do transportador desse neurotransmissor Dopamina e a dependência/ apego: A Cocaína e as anfetaminas inibem a recaptação da dopamina A Cocaína é um competidor do transportador da dopamina que inibe reabsorção da dopamina aumentando a presença desta. As anfetaminas aumentam a concentração de dopamina na fenda sináptica, mas por um mecanismo diferente. As anfetaminas são similares em estrutura à dopamina, e dessa forma podem entrar no neurônio pré-sináptico através de seus transportadores da dopamina. Entrando, as anfetaminas forçam as moléculas de dopamina a sair das suas vesículas de armazenamento. Aumentando a presença de dopamina estes conduzem ao aumento dos sentimentos agradáveis e ao apego FALTA DE DOPAMINA: • Causa consequências como: ▪ Parkinson: distúrbio neurodegenerativo que afeta a via nigroestriada, especificamente os seus neurônios dopaminérgicos, onde, esses indivíduos perdem de forma exagerada os neurônios dopaminérgicos nessa região causando bradicinesia (movimentos lentos) ou acinesia (ausência de movimentos), rigidez articular, tremor de repouso, e instabilidade postural (desequilíbrio). Isso ocorre, pois, a redução de dopamina compromete a substância negra pars compacta que, normalmente Mariana Marques – T29 ativaria o neostriado para ativar as vias direta e indireta, e esse comprometimento impede essa ativação, e o resultado é que a substância negra pars reticulada se torna predominante, promovendo uma inibição do tálamo e consequente inibição cortical, ou seja, inibe a ativação dos movimentos ▪ Depressão: ocorre, pois, existe um sistema de recompensa, que permite que o ser humano tanha umareação de acordo com um determinado estímulo, a redução da dopamina na via mesolímbica está relacionada a uma disfunção do sistema de recompensa, levando à depressão ▪ Doenças Metabólicas e Parkinsonismo: podendo causar tremor, lentidão e rigidez aos movimentos do paciente. ▪ Prolactina e Lactação: a dopamina, produzida na via tuberoinfundibular, é o neurotransmissor que mantem inibida a produção de prolactina pela hipófise anterior durante toda a vida da mulher, exceto na amamentação, assim, caso ocorra uma diminuição da dopamina essa produção deixa de ser inibida, e com isso têm-se aumento da concentração de prolactina, causando a hiperprolactinemia. EXCESSO DE DOPAMINA: • Causa consequências como: ▪ Alterações cardiovasculares: algumas áreas vasculares possuem receptores dopaminérgicos, especialmente o receptor D1, como nos vasos renais, mesentéricos, coronários, ramos da artéria cerebral média e esplênicos, quando esse receptor é ativado ocorre aumento de AMPc, e com isso, a vasodilatação desses vasos. A dopamina também consegue ativar receptores β (Beta), ao ativar os receptores β1, promove efeitos no coração, como o efeito inotrópico positivo (aumentando a força de contração cardíaca) e efeito cronotrópico positivo (aumento da frequência cardíaca). ▪ Alterações do Sistema Nervoso: alucinações e psicoses. SEROTONINA INTRODUÇÃO: • A serotonina é secretada por núcleos que se originam na rafe mediana do tronco cerebral e se projetam para diversas áreas encefálicas e da medula espinal, especialmente para os cornos dorsais da medula espinal e para o hipotálamo. • Age como inibidor das vias da dor na medula espinal, podendo também auxiliar no controle do humor, provocando o sono. • O sono pode ocorrer pelo estímulo de qualquer um dos três locais do cérebro. O local mais potente são os núcleos da rafe da ponte caudal e bulbo. Muitos dos neurônios dos núcleos da rafe usam a serotonina como transmissor e sabe-se que os medicamentos que bloqueiam a formação de serotonina impedem o sono. • A estimulação do núcleo do trato solitário promove o sono, mas isso acontece apenas se os núcleos da rafe também estiveram em funcionamento. SÍNTESE: • No ribossomo do neurônio o códon UGG é traduzido no aminoácido triptofano. • Uma vez no citoplasma, o triptofano, com ajuda da enzima triptofano-hidroxilase, sofre hidroxilação sendo convertido em 5- Hidroxi-triptofano. • Em seguida, a enzima descarboxilase dos aminoácidos aromáticos facilita a descarboxilação dando origem à Serotonina (5-Hidroxi-triptamina). RECEPTORES: • Excitatórios: quando a serotonina é liberada na fenda sináptica, ela pode se ligar a diversos receptores, os quais são divididos em 7 classes, sendo eles o 5-HT1 (subclasses A, B, D, E, F), 5-HT2 (subclasses A, B e C), 5-HT3, 5-HT4, 5-HT5 (subclasses A e B), 5-HT6 e 5-HT7. Com exceção do 5-HT2B, todos são encontrados em alguma porção do encéfalo, sendo as mais comuns o córtex cerebral e o hipocampo. Além disso, diferente do 5- HT3, que é acoplado a um canal dependente de ligante, e do 5-HT5B, os demais receptores são conectados à proteína G (receptores metabotrópicos), que dará início à cascata de sinalização. Mariana Marques – T29 • Inibitórios: são os já mencionados receptores da classe 5-HT1 e sua respectiva subclasse A, B, C, D, E, F, estes Atuam no corpo celular de dendritos de neurônios da rafe e dos pré-sinápticos, principalmente no hipocampo. Esses receptores são populares e bastante utilizados em fármacos nos tratamentos de doenças como depressão, ansiedade e crises de pânico ÁREAS QUE A SEROTONINA É ENCONTRADA: • A serotonina é um neurotransmissor que é principalmente encontrado no Sistema Nervoso Central (SNC), também encontrado no trato gastrointestinal e nas plaquetas. • A maior parte da serotonina utilizada pelo nosso organismo localiza-se no intestino. • Também podemos obter serotonina através de alimentos ricos em triptofano, um aminoácido essencial do organismo que é responsável pela produção de serotonina no nosso organismo. ▪ Alguns exemplos desses alimentos são: origem animal (queijo, ovo, frango, salmão, etc.), frutas (banana, abacaxi), vegetais e tubérculos (couve-flor, brócolis), frutas secas (nozes, amendoim, castanha do Brasil), sojas e derivados e algumas algas RECAPTAÇÃO: • É um processo que consiste na reabsorção e transporte proposital do neurotransmissor presente na fenda sináptica para liberação dos receptores e possibilidade da realização de novas sinapses rapidamente. • Tem uma importante função no que diz respeito a reciclagem de neurotransmissores, já que ao sofrer esse processo eles são reabsorvidos pelo neurônio pré- sináptico degradados e posteriormente reutilizados repetidas vezes. Sua importância é extrema para o organismo, pois reduz drasticamente a necessidade de sintetizar neurotransmissores poupando energia, tempo e recursos além de aumentar muito a velocidade com a qual as sinapses são realizadas repetidamente já que impossibilita atividades prolongadas do neurotransmissor sobre seus receptores e controlando continuamente sua quantidade dentro da fenda sináptica. FALTA DE SEROTONINA: • Depressão: essa hipótese se apoia principalmente nos tipos de fármacos usados nos distúrbios de humor, visto que alguns dos antidepressivos interferem nessas monoaminas, como a fluoxetina que é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS), que age apenas em terminais serotoninérgicos impedindo a recaptação da serotonina e a tornando mais disponível para seus receptores EXCESSO DE SEROTONINA: • O excesso de serotonina no organismo pode se dar pela administração em grandes quantidades de medicamentos pro-serotoninérgicos, levando a síndrome serotoninérgica. Geralmente, os casos mais graves são causados pela administração de dois ou mais medicamentos pro-serotoninérgico. • Os três principais sintomas da síndrome são: anormalidades neuromusculares, mudança do status mental e hiperatividade autonômica. Alguns exemplos de fármacos que podem aumentar as concentrações da serotonina: Cocaína, L-triptofano, IMAO’s e anfetamina GLUTAMATO CONCEITO: • É um aminoácido polar ácido presente no organismo humano, também conhecido como ácido glutâmico, que atua no sistema nervoso central como neurotransmissor excitatório e de outras maneiras em outros locais do corpo. • Esse é o aminoácido livre mais abundante no SNC e é o principal neurotransmissor. A sua concentração sempre se encontra elevada e constante por estar envolvido no metabolismo energético, na síntese de ácidos graxos, na regulação dos níveis de amônia. • O glutamato é extremamente importante por exercer um papel essencial no potencial de longa duração sendo capaz de interferir no desenvolvimento neural, na plasticidade plasmática, na memória, na ansiedade, depressão, na tolerância e dependência de drogas. Mariana Marques – T29 SÍNTESE: • O glutamato, assim como a glicina, é sintetizado no SNC, já que não atravessa a barreira hematoencefálica, a partir de glicose e de outros precursores utilizando algumas enzimas existentes nas células da Glia e nos neurônios. • Essa produção acontece por uma transaminação do α- cetoglutarato, com a adição de amônia e resultando em metabólitos como piruvato ou oxaloacetato, que participam em vias metabólicas como a gliconeogênese, a glicólise ou o ciclo dos ácidos tricarboxílicos. Há uma grande diferença entre a síntese deste aminoácido para neurônios glutamatérgicos em relação aos neurônios não glutamatérgicos, em que o glutamato é produzido em maior quantidade, sendo de duas a três vezes superior ao valor encontrado em células não glutamatérgicas. alanina + α-cetoglutarato⇔ piruvato + glutamato aspartato + α-cetoglutarato ⇔ oxaloacetato + glutamato RECEPTORES: • Existem dois grupos distintos de receptores de glutamato: os mGLUR (receptores metabotrópicos e menos comuns) e os iGLUR (receptores ionotrópicos e predominantes). • Eles são predominantes no Sistema nervoso central e estão presentes em cerca de 80% de seus neurônios, sendo responsáveis pela despolarização rápida e tendo ação excitatória. • Dentro do grupo iGLUR estão presentes 3 receptores: ▪ AMPA: é um receptor canal que faz influxo de Na e efluxo de K, sendo pouco permeável ao Ca. ▪ NMDA: é um receptor que permite influxo de Na, Ca e efluxo de K. Ele funciona de forma incomum pois, mesmo ativado, ele não permite o livre fluxo de íons, sendo bloqueado por um íon de Mg2+ até que a membrana entre em estado de despolarização (causando a retirada do íon Mg da entrada do canal e permitindo livre fluxo de íons). É um receptor importante para mudanças de longo prazo como memória, uma vez que é permeável ao cálcio (que é capaz de causar diversas mudanças celulares duradouras). Tende a aparecer concomitantemente com AMPA. ▪ Cainato: Apesar de ter permeabilidade semelhante ao AMPA, este receptor não tem função bem definida na literatura. ÁREAS QUE O GLUTAMATO É ENCONTRADO: • A partir da glutamina, o glutamato é sintetizado por meio da ação da enzima glutaminase (GA). O glutamato pode ser convertido no aminoácido γ-amino butírico (GABA), 2-oxaglutarato, glicose, ornitina, uréia, síntese de outros aminoácidos (AAs) ou glutationa. Quando associado a amônia (NH3) e trifosfato de adenosina (ATP), sob a ação da enzima glutamina sintetase (GS), o glutamato converte-se novamente em glutamina. RECAPTAÇÃO: • Após interagirem com os receptores pós-sinápticos, os neurotransmissores devem ser removidos da fenda sináptica para permitir que ocorra um novo ciclo da transmissão sináptica. • Essa remoção pode ocorrer pela difusão das moléculas do neurotransmissor através do líquido extracelular, no entanto, para a maioria dos neurotransmissores do tipo aminoácidos ou aminas, essa difusão é auxiliada pela recaptação, que é feita por transportadores proteicos específicos presentes na membrana pré-sináptica ou nas membranas das células da glia. Mariana Marques – T29 • O glutamato, especificamente, é recaptado pelas células da glia, principalmente pelos astrócitos. No citosol do astrócito ele é convertido em glutamina, que, então, é transferida para o terminal pré-sináptico, onde é convertida, novamente, em glutamato com auxílio da enzima glutaminase. ALTERAÇÕES CAUSADAS PELA FALTA OU EXCESSO DE GLUTAMATO: • Sobre o aumento do glutamato na fenda sináptica, a estimulação incontrolada deste neurotransmissor sobre as células nervosas, um processo denominado excitotoxicidade. • As concentrações do glutamato são controladas pela existência de transportadores para o neurotransmissor e de enzimas, ambos presentes em neurônios e células da glia. • O receptor ionotrópico chamado de NMDA é ativado pelo glutamato, que permite o influxo de cálcio na célula. • Em uma situação normal, o glutamato, presente no terminal pré-sináptico, é liberado na fenda sináptica ativando receptores NMDA, presentes no terminal pós- sináptico. Assim, ocorre a entrada de cálcio no neurônio pós-sináptico e como este íon faz parte de processos para manutenção da célula, não há respostas negativas ao neurônio. Porém, em casos patológicos, pode ocorrer o acúmulo de glutamato na fenda, levando à danos cerebrais e, consequentemente, morte celular. • Sendo assim, se os transportadores, enzimas e receptores não realizarem suas funções para manter as concentrações de glutamato normalizadas, ocorrerá um influxo excessivo de cálcio resultando na ativação de uma cascata de sinalização celular e posterior apoptose. • Portanto, pode-se afirmar que este mecanismo se relaciona com doenças neurológicas, como a epilepsia e o acidente vascular cerebral, e doenças neurodegenerativas, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA) e a doença de Huntington. Esclerose lateral amiotrófica (ELA): quando o glutamato é produzido em excesso, acaba se tornando tóxico para as células nervosas e a ELA é a hiperprodução do glutamato, que vai causar a morte dos neurônios por todo o cérebro e medula espinal. • É caracterizada por ser uma doença que ocorre uma disfunção do transportador glutamatérgico (o transporte de aminoácidos é realizado por proteínas, que fazem o transporte do glutamato do meio extracelular para o meio intracelular). • A ELA é causada pela degradação progressiva do primeiro neurônio motor superior no cérebro e do segundo neurônio motor inferior na medula espinal. Quando os neurônios são afetados eles perdem a capacidade de transmitir os impulsos elétricos. Sintomas: atrofia muscular, fraqueza e endurecimento muscular, entre outros. Tratamento: é multidisciplinar e por mais que seja uma doença incurável, muitas pesquisas estão sendo feitas com a finalidade de desenvolver uma medicação. Alzheimer: é uma doença degenerativa do cérebro que acomete pessoas com mais idade. Funções cerebrais como memória, linguagem, comportamento são comprometidas de forma lentamente progressiva levando o paciente a uma dependência para executar suas atividades de vida diária. • É um processo diferente do envelhecimento cerebral, pois ocorrem alterações patológicas no tecido cerebral como deposição de proteínas anormais e morte celular. • O Alzheimer pode ser causado pela hiperprodução de glutamato, a qual vai causar a morte dos neurônios. • É caracterizada por ser uma doença que ocorre uma disfunção do transportador glutamatérgico (o transporte de aminoácidos é realizado por proteínas, que fazem o transporte do glutamato do meio extracelular para o meio intracelular) • Sintomas: perda de memória recente; dificuldade para encontrar palavras; desorientação no tempo e no espaço; dificuldade para tomar decisões; perda de iniciativa e de motivação; sinais de depressão; agressividade Mariana Marques – T29 GABA CONCEITO: • O ácido gama-aminobutírico é um dos mais importantes neurotransmissores, é encontrado no cérebro e utilizado para regular a agitação cerebral por meio da inibição do disparo excessivo dos neurônios, o que leva a uma sensação de calma. FUNÇÃO: • A função principal do GABA como neurotransmissor inibidor é desacelerar a atividade cerebral. • Além disso, também está envolvido na visão, no sono, no tônus muscular e no controle motor. SÍNTESE: • O neurotransmissor GABA é sintetizado pelo glutamato através de um processo de descarboxilação gerado pela enzima glutamato descarboxilase. Se caracteriza como o principal neurotransmissor inibitório do SNC. Seus principais receptores são o GABAA, que se encontra nos canais iônicos de cloro e que tem como função aumentar a condutância de cloro nos neurônios pré-sinápticos; e o GABAB, que através proteína-G intracelular aumenta a condutância de canais de potássio associados. Este neurotransmissor é encontrado em diversos interneurônios, em células de Purkinje e em neurônios de projeção no SNC RECAPTAÇÃO: • A recaptação do GABA ocorre através de transportadores específicos e por células da glia. Os dois principais transportadores responsáveis pela recaptação de GABA são o GAT-3 e o GAT-1. Quando ocorre a sinapse, o GABA pode ser recaptado diretamente no terminal pré-sináptico, onde será armazenado em vesículas (GAT-1), onde estará rapidamente disponível para ser liberado novamente, ou ser reencaminhado para os astrócitos (GAT-3), onde será metabolizado em glutamato, que depois será convertido em glutamina. A glutamina é, então, transportada até o neurôniopré- sináptico, onde depois é convertida novamente em glutamato, que posteriormente sintetizará GABA. ALTERAÇÕES CAUSADAS PELA FALTA OU EXCESSO DE GABA: • A presença do GABA tem grande importância quando falamos de doenças como TAG (transtorno de ansiedade generalizada) pois o neurotransmissor aumenta as ondas cerebrais associadas a um estado relaxado (ondas alfa) e diminui as associadas com o estresse e a ansiedade (ondas beta). A falta desse neurotransmissor no organismo pode causar, portanto, um agravo da TAG pois aumenta os níveis de ansiedade. Além da TAG o baixo GABA resulta em muitas outras doenças psiquiátricas como transtorno de humor bipolar, autismo, esquizofrenia e alguns tipos de demência. Também resulta em doenças neurológicas como fibromialgia, parkinson, meningite e epilepsia ACETILCOLINA CONCEITO: • É um neurotransmissor do grupo das aminas que atua mediando as sinapses no sistema nervoso central e periférico e na junção neuromuscular. Mariana Marques – T29 SÍNTESE: • Sua síntese acontece no compartimento citoplasmático dos terminais nervosos colinérgicos por meio da enzima Colina-O-Acetil-Transferase (ChAT) que converte acetil-coenzima A e colina em acetilcolina. Sendo que a acetil-CoA é sintetizada a partir do piruvato derivado da glicólise, e a colina retirada do compartimento extracelular por meio do sistema de captação de colina coordenado pelo potencial da membrana plasmática. Após sua síntese parte da acetilcolina (Ach) é transportada e armazenada em vesículas sinápticas. • Quando necessário ela é liberada por exocitose na fenda sináptica. RECEPTORES: • Esse neurotransmissor para desempenhar suas ações necessita de receptores. • Esses podem ser divididos em duas classes, sendo elas a dos receptores nicotínicos e a dos muscarínicos. • Os receptores nicotínicos funcionam por abertura rápida do canal iônico, estão distribuídos pelo cérebro e pelo tecido muscular, são compostos por 5 subunidades proteicas. Eles são responsáveis por promover a contração muscular e a ativação sináptica atuando na memória e no aprendizado. • Já os receptores muscarínicos estão associados a uma proteína G, necessitam de ATP, transforma ATP em AMPc e promove o relaxamento muscular. ÁREAS QUE A ACETILCOLINA É ENCONTRADA: • É encontrada na membrana muscular esquelética, sendo esse neurotransmissor responsável por iniciar a concentração muscular esquelética, no SNA ficando responsável por atuar na frequência cardíaca, contração das pupilas, secreção digestiva e a contração muscular lisa e no cérebro em que a acetilcolina é responsável pela função cognitiva, excitação, prazer e sentimento de recompensa. RECAPTAÇÃO: • Após a acetilcolina (Ach) cumprir sua função excitatória na fenda sináptica ela precisa ser degradada para que esse efeito cesse. • Assim, através da ação da enzima acetilcolinesterase, a Ach é degradada em acetato e colina. • Ademais, parte da colina é recaptada pelo neurônio pré- sináptico e reutilizada para a síntese de novas moléculas de Ach, que serão em liberadas novamente na fenda. ALTERAÇÕES CAUSADAS PELA FALTA DE ACETILCOLINA: Miastenia Grave: uma doença autoimune decorrente de um defeito na transmissão neuromuscular gerado pela perda de receptores da acetilcolina na membrana pós-sináptica. • Essa perda acontece devido a produção de anticorpos anti-AChRs ( anti receptores de Acetilcolina) que inibem a ligação da acetilcolina ao seu receptor, impedindo a resposta pós-sináptica a esse neurotransmissor fazendo com que não ocorra a ativação do potencial de ação na junção neuromuscular. • Desse modo, não há a liberação dos canais de cálcio, e consequentemente não ocorre a contração muscular. • As principais manifestações clínicas são: fraqueza muscular generalizada, ptose, diplopia e disfunções respiratórias. • O tratamento é feito à base de terapias imunossupressoras e a partir de inibidores da acetilcolinesterase buscando manter o neurotransmissor por mais tempo na fenda sináptica para acentuar sua ação. Mal de Alzheimer: doença na qual a atrofia cerebral gera uma diminuição considerável da concentração desse neurotransmissor, devido ao comprometimento da região do hipocampo e do córtex associativo que tem alta atividade colinérgica. • Essas alterações levam à uma perturbação da memória de curto prazo sendo o principal sintoma da doença. • Não existe cura para essa doença, somente tratamento que busca melhorar os sintomas temporariamente através de remédios anticolinesterásicos. Mariana Marques – T29 ALTERAÇÕES CAUSADAS PELO EXCESSO DE ACETILCOLINA: Síndrome Colinérgica: acontece por intoxicação com praguicidas e armas biológicas, os quais estimulam os receptores colinérgicos (muscarínicos e/ou nicotínicos) ou inibem a atividade da enzima acetilcolinesterase. Nesse caso ocorre o comprometimento do estado mental, fraqueza muscular e atividade secretória excessiva. As manifestações variam de acordo com o tipo de receptor que é estimulado e, portanto, podem ser classificadas em efeitos muscarínicos, nicotínicos e centrais.
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