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Análise Real I Resolução lista 16 - Funções deriváveis. 1. Seja f : I → R uma função definida em um intervalo I e c ∈ I. Defina derivada de f à direita de c. Solução: Consideremos a função q : I�{c} → R definida por q(x) = f(x)−f(c) x−c , (1). Se a função q tem limite à direita no ponto c, então dezemos que a função f é derivável à direita no ponto c. O limite à direita de q no ponto c, que se designa por f ′+(c), é chamado a derivada lateral direita de f no ponto c. Notação: f ′+(c) = lim x→c+ f(x)− f(c) x− c . 2. Seja f : I → R uma função definida em um intervalo I e c ∈ I. Defina derivada de f à direita de c. Solução: Se a função q definida em (1) tem limite à esquerda em c, então diz-se que a função f é derivável à esquerda no ponto c. O limite à esquerda de q no ponto c, que se designa por f ′−(c), é chamado a derivada lateral esquerda de f no ponto c. Notação: f ′−(c) = lim x→c− f(x)− f(c) x− c . 3. Seja f : I → R uma função definida em um intervalo I e c ∈ I. Defina derivada de f em c. Solução: Seja agora c um ponto do interior de I. Se a função f for derivável à direita e à esquerda em c, e as derivadas laterais em c forem iguais, diremos que f é derivável em c. O valor comum das derivadas laterais em c, é chamado a derivada de f em c, e se designa por f ′(c). 4. Seja f : I → R uma função definida em um intervalo I e c ∈ I. Prove que se f é derivável à direita em c então f é cont́ınua à direita em c. Demonstração: Suponhamos, por contradição, que f não seja cont́ınua à direita em c. Logo, ou f(c+) não existe ou, se existe, f(c) 6= f(c+). Em qualquer caso, segue-se que existe uma sucessão (xn) decrescente convergindo para c e tal que f(xn) não converge para f(c). Então, existe d > 0 e uma subsucessão (xnj) de (xn) tal que |f(xnj)− f(c)| > d. Dáı decorre que |q(xnj)| = ∣∣∣∣f(xnj)− f(c)(xnj)− c ∣∣∣∣ . Portanto, temos xnj → c e |q(xnj)| → +∞, o que contradiz a hipótese de que q(xn) converge para f ′+(c). 5. Seja f : I → R uma função definida em um intervalo I e c ∈ I. Prove que se f é derivável à esquerda em c então f é cont́ınua à esquerda em c. Demonstração: Suponhamos, por contradição, que f não seja cont́ınua à esquerda em c. Logo, ou f(c−) não existe ou, se existe, f(c) 6= f(c−). Em qualquer caso, segue-se que existe uma sucessão (xn) decrescente convergindo para c e tal que f(xn) não converge para f(c). Então, existe d < 0 e uma subsucessão (xnj) de (xn) tal que |f(xnj)− f(c)| < d. Dáı decorre que |q(xnj)| = ∣∣∣∣f(xnj)− f(c)(xnj)− c ∣∣∣∣ . 1 Portanto, temos xnj → c e |q(xnj)| → −∞, o que contradiz a hipótese de que q(xn) converge para f ′−(c). 6. Seja f : I → R uma função definida em um intervalo I e c ∈ I. Prove que se f é derivável em c então f é cont́ınua em c. Demonstração: Provamos nas questões 4 e 5, respectivamente, que se f é derivável à direita e à esquerda no ponto c então f é cont́ınua à direita e à esquerda em c. Logo pelo estudos de continuidade anteriores, temos que f é cont́ınua em c. 7. Prove que se f e g são deriváveis em c então f + g também é derivável em c e vale (f + g)′(c) = f ′(c) + g′(c). Demonstração: Escrevendo a razão incremental de f + g: (f + g)(x)− (f + g)(c) x− c = f(x)− f(c) x− c + g(x)− g(c) x− c . (1) Usando o que já sabemos sobre limite de funções e a hipótese de que as duas razões incrementais no segundo membro de (1) têm limite no ponto c, segue-se que o primeiro membro também tem limite áı, o qual é igual a (f + g)′(c). 8. Prove que se f e g são deriváveis em c então f · g também é derivável em c e vale (f · g)′(c) = f ′(c) · g(c) + f(c) · g′(c). (2) Demonstração: Temos a seguinte identidade para a razão incremental de f · g: (f · g)(x)− (f · g)(c) x− c = f(x)− f(c) x− c · g(x) + g(x)− g(c) x− c · f(c) (2′). Como, por hipótese, f e g são deriváveis em c, temos que as razões incrementais de f e g têm limite em c e, pelas questões acima, vê-se que g é cont́ınua em c. Logo, usando as propriedades de limites de funções, segue-se que o primeiro membro de (2′) tem limite em c. 9. Se f é derivável em c e f(c) 6= 0 então ( 1 f ) (x) é derivável e vale( 1 f )′ (x) = − f ′(c) (f(c))2 . Demonstração; Consideremos a identidade: 1 f(x) − 1 f(c) x− c = −f(x)− f(c) x− c · 1 f(x)f(c) (4). Vemos que (4) não é válida para todo x em I�{c}, pois f(x) pode se anular em alguns pontos. Mas pelo Lema 1 abaixo, f(x) 6= 0 em um intervalo (c − �, c + �). Logo, a identidade (4) é válida para todo x nesse intervalo. Por propriedades dos limites de funções e pela hipótese sobre f , segue-se que o limite do segundo membro de (4) existe, e é igual a −f ′(c)/[f(c)]2. Como queŕıamos demonstrar. Lema 1. Seja f : I → R uma função cont́ınua em um intervalo I tal que f(c) 6= 0 para uma ponto c ∈ I. Então, existe um � > 0 tal que f(x) 6= 0 para todo x ∈ I tal que |x− c| 6 �. Demonstração: Se f(c) < 0, use a questão 1 da lista 14. Se f(c) > 0, use a questão 4 da lista 14. 2
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