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Classificação dos crimes(alfancon grátis)

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CLASSIFICAÇÕES 
DOS CRIMES
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CLASSIFICAÇÕES DOS CRIMES
O crime pode ser classificado quanto ao agente, ao potencial ofensivo, ao resultado ou ao 
momento consumativo etc. Apesar disso, daremos atenção, nesse primeiro momento, às classifi-
cações sobre os agentes e resultados.
SUJEITOS DE UM CRIME
Trata-se dos autores que participam de um cenário criminoso. Em determinadas situações, 
exige-se uma qualidade especial do autor ou da vítima para que se configure um crime. É por esse 
motivo que devemos conceituar esses personagens.
ͫ	 Sujeito	Ativo:	é o autor do delito, sendo quem executa o núcleo do tipo penal em abstrato, 
ou seja, a conduta tipificada como crime. Importa destacar que pode ser uma pessoa 
física ou até mesmo pessoa	jurídica, por expressa previsão constitucional nos casos dos 
Crimes	Ambientais.
Constituição Federal
Art. 225, § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independen-
temente da obrigação de reparar os danos causados.
Para os tribunais superiores, a pessoa jurídica pode ser responsabilizada independentemente da pessoa física. 
Nesse sentido, não se coaduna com a CF a teoria da dupla imputação, que determinava a punição da pessoa 
jurídica somente quando estivesse conjuntamente com uma pessoa física no polo passivo (processada) de uma 
ação penal.
Sujeito	Passivo:	é aquele que recebe a ação, isto é, a	vítima	do	crime, sendo o titular do bem 
jurídico que o Direito Penal quer proteger. Pode ser pessoa física ou jurídica.
O estado sempre será sujeito passivo de um crime, haja vista ser titular da norma penal incriminadora, assim, 
surgindo, o jus puniendi, que é o poder punitivo do estado.
Sabendo disso, podemos classificar os crimes quanto aos sujeitos.
QUANTO AO SUJEITO
ͫ	 Crime	Comum:	pode ser praticado por qualquer pessoa, não exige condição ou qualidade 
especial do agente criminoso. Ex.: matar alguém – art. 121 do Código Penal.
ͫ	 Crime	Próprio:	só pode ser praticado por pessoa determinada, que possua as condições 
especiais expressas pelo tipo penal. Ex.: peculato – art. 312 do Código Penal.
ͫ	 Crime	de	Mão	Própria:	praticado por determinado agente, com qualidade e condição 
especial, praticando de maneira	direta	e	pessoalmente (crimes	de	atuação	pessoal). 
Ex.: reingresso de estrangeiro expulso (art. 338) e falso testemunho (art. 342), ambos 
tipificados no Código Penal.
QUANTO AO RESULTADO OU AO MOMENTO DA CONSUMAÇÃO
ͫ	 Material/De	Resultado:	exige-se o resultado naturalístico para sua consumação (con-
formação do mundo exterior), como é o caso de um homicídio, que essa alteração é 
plenamente captada por nossos sentidos.
CLASSIFICAÇÕES DOS CRIMES 3
ͫ	 Formal/Consumação	Antecipada/Efeitos	Cortados:	trata-se dos crimes que descrevem 
em seu tipo uma conduta e um resultado, mas esse último como mero exaurimento do 
crime, pouco importando a sua ocorrência, a exemplo da corrupção passiva.
Em outros termos, há resultado naturalístico, mas ele não é exigido para ser considerado 
consumado.
ͫ	 Mera	Conduta:	são os crimes que geram apenas resultado jurídico, a alteração ocorre 
somente no mundo normativo.
ͫ	 Permanentes:	nessa classificação em especial, o	crime	se	protrai	no	tempo. Em outros ter-
mos, a execução do crime está ocorrendo o tempo inteiro – extorsão mediante sequestro.
ͫ	 Continuado:	conforme art. 71 do CP, considera-se em continuidade delitiva, quando o 
agente pratica	mais	de	um	crime da mesma espécie, e pelas condições de tempo,	lugar	
e	modus operandi, devem os crimes subsequentes ser havidos como continuação	do	
primeiro.
ͫ	 Habitual:	se consuma com a reiteração de condutas – curandeirismo, art. 284; casa de 
prostituição, art. 229.
ͫ	 Qualificado:	é um crime derivado do tipo penal principal (caput), que agrava a pena do 
indivíduo em abstrato (aumento do patamar mínimo e máximo);
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
ͫ	 Privilegiado:	há uma diminuição em relação à sanção penal, considerando a redução em 
abstrato (mínimo/máximo) ou por fração.
ͫ	 Majorado/Circunstanciado:	diferente do homicídio qualificado, o aumento nesse caso 
é determinado por uma fração, por exemplo, 1/3 – 1/2; 2/3 ou 2x, a exemplo do roubo 
circunstanciado.
*Importante considerar o rigor técnico quando o assunto é agravamento (aumento) da pena: 
se a pena aumentar o patamar mínimo/máximo, o termo correto é QUALIFICADORA. Por 
outro lado, se o aumento se der em fração determinada, é MAJORANTE.
É POSSÍVEL SER SUJEITO ATIVO E PASSIVO, AO MESMO TEMPO, DE UM 
CRIME?
Não! O ordenamento jurídico brasileiro adota o princípio da alteridade, que fixa a impunibili-
dade de uma conduta que não transcende a esfera individual, isto é, não fere outra pessoa.
O Direito Penal não pune a autolesão!

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