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Apostila_Unidade2 - Teoria do Conflito

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UNIDADE 2 
TEORIA DO CONFLITO, 
FORMAS E MÉTODOS 
DE TRATAMENTO DOS 
CONFLITOS 
 
 
Alessandra Balestieri, Taís Schilling Ferraz, 
Roberto Portugal Bacellar e Guilherme Ribeiro Baldan 
Com inclusão de textos dos Manuais de Mediação Judicial e do 
Manual de Mediação e Conciliação da Justiça Federal, 
editados pelo Conselho Nacional de Justiça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Formação de Conciliadores 
e Mediadores Judiciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 2 
TEORIA DO CONFLITO, 
FORMAS E MÉTODOS 
DE TRATAMENTO DOS 
CONFLITOS 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Formação de Conciliadores 
e Mediadores Judiciais
 
 
 
 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
Presidente 
Ministro José Antonio Dias 
Toffoli Corregedor 
Nacional de Justiça 
Ministro Humberto Eustáquio Soares Martins 
Conselheiros 
Ministro Emmanoel Pereira 
Rubens de Mendonça 
Canuto Neto Valtércio 
Ronaldo de Oliveira Candice 
Lavocat Galvão 
Francisco Luciano de Azevedo 
Frota Maria Cristiana Simões 
Amorim Ziouva Ivana Farina 
Navarrete Pena 
Marcos Vinícius 
Rodrigues André Luiz 
Guimarães Godinho 
Maria Tereza Uille 
Gomes Henrique de 
Almeida Ávila 
 
Secretário-Geral 
Carlos Vieira von 
Adamek Diretor-
Geral 
Johaness Eck 
Secretário Especial de 
Programas, Pesquisas e 
Gestão Estratégica Richard 
Pae Kim 
 
 
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 
Secretário de 
Comunicação Social 
Rodrigo Farhat 
Projeto 
gráfico Eron 
Castro 
Revisão 
Carmem Menezes 
 
 
2019 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
SUMÁRIO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 5 
APRESENTAÇÃO 6 
1 . TEORIA DO CONFLITO 7 
1.1 O CONFLITO 7 
1.2 A NORMALIZAÇÃO DO CONFLITO 7 
1. 3 ESPIRAIS DE CONFLITO 12 
1. 4 DIFERENÇA ENTRE INTERESSE E POSIÇÃO 13 
1. 5 COMPETIÇÃO E COLABORAÇÃO 14 
1. 6 MAPEAMENTO DO CONFLITO 15 
2 . FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 17 
2.1 AUTOTUTELA, AUTOCOMPOSIÇÃO E HETEROCOMPOSIÇÃO 17 
2 2 JURISDIÇÃO 18 
2.3 ARBITRAGEM 18 
2.4 NEGOCIAÇÃO 19 
2.5 CONCILIAÇÃO 20 
2 6 MEDIAÇÃO 21 
2.7 JUSTIÇA RESTAURATIVA E PRÁTICAS RESTAURATIVAS 23 
2.8 PROCESSOS HÍBRIDOS 24 
3 . AS PRINCIPAIS ESCOLAS DE MEDIAÇÃO 25 
3.1 ESCOLA DE HARVARD E A MEDIAÇÃO LINEAR, TRADICIONAL OU 
CLÁSSICA 25 
3.2 MODELO DE SARA COBB E A MEDIAÇÃO CIRCULARNARRATIVA 26 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 28 
 REFERÊNCIAS 29
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
5 
 
 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
 
 
 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
 
> Tratar o conflito em seus vários aspectos e formas, 
identificando suas dimensões positivas como elementos 
constitutivos das relações humanas. 
> Distinguir interesse de posição, percebendo que nem sempre 
o pedido formulado pela parte reflete a sua real necessidade. 
> Distinguir as principais formas de solução de conflitos, em 
especial, a mediação e a conciliação. 
> Identificar as diferentes Escolas de Mediação e seus elementos 
distintivos. 
 
 
 
 
UNIDADE 2 
CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL 
6 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 Nesta segunda apostila do nosso curso, dedicaremos os estudos à 
Teoria do Conflito. 
 Nos questionaremos sobre os aspectos positivos e negativos 
envolvidos nos conflitos distinguiremos as principais formas de solução, 
percebendo a importância da existência de múltiplas portas, uma vez que 
cada conflito pode indicar abordagens a partir de diferentes métodos. 
Neste caminho, nos deteremos um pouco mais nas semelhanças e 
diferenças entre mediação e conciliação. 
 Aprenderemos, também, que nem sempre as posições 
apresentadas pelos interessados no processo refletem seus reais 
interesses e que cabe ao conciliador e ao mediador criar as condições 
para que os verdadeiros interesses possam vir à luz para que o conflito 
possa ser verdadeiramente visualizado e, talvez, solucionado. 
 Teremos oportunidade, por fim, de conhecer algumas das 
principais Escolas de Mediação e suas contribuições para os métodos e 
técnicas aplicados à solução consensual dos conflitos.
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
7 
 
 
1 TEORIA DO CONFLITO 
 
1.1 O CONFLITO 
 
 O conflito, segundo Boardman e Horowitz (1994, p 1-12), pode ser definido como 
uma incompatibilidade de condutas, cognições (incluindo metas) e afetos entreindivíduos 
ou grupos que podem ou não conduzir a uma expressão agressiva. 
 Surge a partir de diferentes fatores, como divergências de ideias ou 
comportamentos, de objetivos ou modos de vida, de ideologia ou religião, de falta de 
informação ou de informação equi- vocada; de pontos de vista diferentes sobre o que é 
importante, de interpretações ou avaliações divergentes sobre os mesmos dados, entre 
outras razões. 
 Estabelece-se como uma crise, retratada no desentendimento entre duas ou mais 
pessoas sobre um tema de interesse comum Surge da dificuldade de se lidar com as 
diferenças, associada a um sentimento de impossibilidade de coexistência de interesses. 
 Uma compreensão adequada do conflito pode transformá-lo em oportunidade, sob 
diversas perspectivas para a retomada do diálogo que em algum momento tornou-se difícil 
ou foi bloqueado; para a realização de ajustes necessários à retomada de relações 
construtivas, para a identificação de soluções criativas para uma questão comum, para 
maior e melhor compreensão da realidade, para o amadurecimento e o fortalecimento de 
laços. 
 O conflito é inerente, inevitável e necessário às relações humanas É expressão de 
necessidade É oportunidade de desenvolvimento pessoal e de melhoria de vida É a 
diversidade e a diferença de valores É a principal alavanca da transformação social. 
 O problema não é a presença de conflito, mas o que fazemos quando ele surge e 
qual a resposta que oferecemos. 
 
1.2 A NORMALIZAÇÃO DO CONFLITO 
 O texto a seguir foi extraído e adaptado a partir do Manual de Mediação Judicial do CNJ 
(AZEVEDO, 2016). 
 O conflito pode ser definido como um processo ou estado em que duas ou mais pessoas 
divergem em razão de metas, interesses ou objetivos individuais percebidos como mutuamente 
UNIDADE 2 
CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL 
8 
 
 
incompa- tíveis. Em regra, intuitivamente, se aborda o conflito como um fenômeno negativo nas 
relações sociais que proporciona perdas para, ao menos, uma das partes envolvidas. Em 
treinamentos de técnicas e habilidades de mediação, os participantes frequentemente são 
estimulados a indicarem a primeira ideia que lhes vem à mente ao ouvirem a palavra conflito. Em 
regra, a lista é composta pelas seguintes palavras: 
 
 
 
 Você recorda do último conflito em que se envolveu significativamente? Quais foram 
suas reações fisiológicas, emocionais e comportamentais? 
 
 
 Uma compilação das reações mais comuns pode ser a seguinte: 
 Nesses conflitos, nota-se, em regra, a atuação abundante do hormônio chamado 
adrenalina, que provoca tais reações. 
 Pessoas significativamente envolvidas emocionalmente em conflitos e que 
participaram de formações anteriores indicam que adotam, em regra (ainda que 
posteriormente haja arrependimento), as seguintes práticas (mesmo sabendo que 
poderiam não ser aquelas mais eficientes ou produtivas): 
 
GUERRA 
BRIGA 
DISPUTA 
AGRESSÃO 
TRISTEZA 
VIOLÊNCIA 
RAIVA 
PERDA 
PROCESSO 
 
TRANSPIRAÇÃO 
TAQUICARDIA 
RUBORIZAÇÃO 
ELEVAÇÃO DO TOM DE VOZ 
IRRITAÇÃO 
RAIVA 
HOSTILIDADE 
DESCUIDO VERBAL 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
9 
 
 
 
 
 Diante de tais reações e práticas de resolução de disputas, seria possível sustentar que o 
conflito sempre consiste em um fenômeno negativo nas relações humanas? 
 A resposta da doutrina e dos participantes das citadas formações anteriores é 
negativa. Constata-se que, do conflito, podem surgir mudanças e resultados positivos. 
 Quando questionados sobre aspectos positivos do conflito (i e “O que pode surgir de 
positivo em razão de um conflito?”)– ou formas positivas de se perceber o conflito em regra, 
participantes de cursos de formação em técnicas e habilidades de mediação apresentam, entre 
outros, os seguintes pontos: 
 
 
GUERRA 
 
PAZ 
BRIGA 
DISPUTA 
ENTENDIMENTO 
SOLUÇÃO 
AGRESSÃO 
TRISTEZA 
COMPREENSÃO 
FELICITADA 
VIOLÊNCIA 
RAIVA 
AFETO 
CRESCIMENTO 
PERDA 
PROCESSO 
GANHO 
APROXIMAÇÃO 
 
 A possibilidade de se perceber o conflito de forma positiva consiste em uma das 
principais alterações da chamada moderna teoria do conflito Isso porque, a partir do 
momento em que sepercebeoconflitocomofenômenonatural na relaçãode quaisquer 
seresvivos, é possível se perceber o conflito de forma positiva. 
 Exemplificativamente, em determinada mediação, após a declaração de abertura, um 
advogado dirigese para o mediador e irritado diz “esta mediação está se alongando 
desnecessariamente e a cada minuto sinto que terei de gastar mais tempo com isso ou aquilo 
Acho que você não está sabendo mediar” O mediador, neste momento, poderia interpretar o 
 
REPRIMIR COMPORTAMENTOS 
ANALISAR FATOS 
JULGAR 
ATRIBUIR CULPA 
RESPONSABILIZAR 
POLARIZAR RELAÇÃO 
ANALISAR PERSONALIDADE 
CARICATURAR COMPORTAMENTOS 
UNIDADE 2 
CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL 
10 
 
 
discurso do advogado de algumas formas distintas: (i) como uma agressão (percebese o conflito 
como algo negativo); (ii) como uma oportunidade de demonstrar às partes e aos seus advogados 
como se despolariza uma comunicação (percebese o conflito como algo positivo); (iii) como um 
sinal de insatisfação com sua atuação como mediador (percebese o conflito como algo negativo); 
(iv) como um sinal de que algumas práticas autocompositivas podem ser aperfeiçoadas – e g sua 
declaração de abertura poderia ser desenvolvida deixando claro que o processo de mediação 
pode se estender por várias sessões e que o advogado pode auxiliar muito as partes ao 
permanecer de sobreaviso nos horários das sessões de mediação; (v) como um desafio ou 
confronto para testar sua força e domínio sobre a mediação (percebese o conflito como algo 
negativo); (vi) como um pedido realizado por uma pessoa que ainda não possui habilidades 
comunicativas necessárias (per- cebese o conflito como algo positivo) Na hipótese narrada, o 
mediador, se possuísse técnicas e habilidades autocompositivas mínimas necessárias para 
exercer esta função, seguramente perceberia a oportunidade que lhe foi apresentada perante 
as partes e tenderia a reagir como normalmente se reage perante oportunidade como essa: 
 
TRANSPIRAÇÃO 
TAQUICARDIA 
RUBORIZAÇÃO 
ELEVAÇÃO DO TOM DE VOZ 
IRRITAÇÃO 
RAIVA 
HOSTILIDADE 
DESCUIDO VERBAL 
MODERAÇÃO 
EQUILÍBRIO 
‘NATURALIDADE 
SERENIDADE 
COMPREENSÃO 
SIMPATIA 
AMABILIDADE 
CONSCIÊNCIAVERBAL 
 
 Nota-se que a coluna da esquerda seria abandonada pelo mediador, na hipótese 
narrada, caso ele possuísse as técnicas e habilidades autocompositivas necessárias e 
percebesse o conflito como uma oportunidade. 
 Naturalmente, optase conscientemente pela coluna da direita no quadro anterior, isso 
porque o simples fato de se perceber o conflito de forma negativa desencadeia uma reação 
denominada “retorno de luta ou fuga” (ou apenas luta ou fuga) ou resposta de estresse agudo. 
 O retorno de luta ou fuga consiste na teoria de que animais reagem a ameaças com uma 
descarga ao sistema nervoso simpático impulsionandoo a lutar ou fugir. 
 Em suma, o mecanismo de luta ou fuga consiste em uma resposta que libera a 
adrenalina causadora das reações da coluna da esquerda no quadro anterior. Por sua vez, ao 
se perceber o conflito como algo positivo, ou ao menos potencialmente positivo, tem se 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
11 
 
 
que o mecanismo de luta ou fuga tende a não ser desencadeado ante a ausência de 
percepção de ameaça, o que, por sua vez, facilita que as reações indicadas na coluna da direita 
sejam alcançadas. 
 Note-se que, se o mediador tivesse insistido em ter uma interação caso houvesse 
reagido negativamente ao conflito, possivelmente tenderia a discutir com o advogado (e g 
“não é minha culpa– são os problemas trazidos pelas partes que precisam de mais tempo”), ou 
a julgá-lo (eg “Você sempreteveesse temperamento? Acho que ele não é compatível com a 
mediação”), ou a reprimir comportamentos (eg “esse discurso foi desnecessário. O que o Sr. 
gostaria não é ”), ou polarizaria a relação(eg “você é que não está sabendo participar de uma 
mediação”) Isto é, entre outras práticas (ineficientes) de resolução de disputas na hipótese 
citada temos aquelas da coluna da esquerda no quadro a seguir: 
 
 
REPRIMIR COMPORTAMENTOS 
ANALISAR FATOS 
JULGAR 
ATRIBUIR CULPA 
RESPONSABILIZAR 
POLARIZAR RELAÇÃO 
JULGAR O CARÁTER /PESSOA 
CARICATURAR COMPORTAMENTOS 
 
COMPREENDER COMPORTAMEN- 
TOS 
ANALISAR INTENÇÕES 
RESOLVER 
BUSCAR SOLUÇÕES 
SER PROATIVO PARA RESOLVER 
DESPOLARIZAR A RELAÇÃO 
ANALISAR PERSONALIDADE 
GERIR SUAS PRÓPRIAS EMOÇÕES 
 
 Por outro lado, no referido exemplo, o mediador poderia adotar práticas mais eficientes 
para atender de forma mais direta seus próprios interesses – como o de ser reconhecido como 
um mediador zeloso e que os seus usuários pudessem aproveitar a oportunidade da mediação 
para aprender a lidar com o conflito da melhor forma possível e com o mínimo de desgaste 
desnecessário. Para tanto, caberia ao mediador adotar algumas das práticas relacionadas à direita 
no quadro anterior. Assim, ao ouvir o comentário do advogado, o mediador poderia responder 
que: “Dr Tiago, agradeço sua franqueza Pelo que entendi o senhor, como um advogado já 
estabelecido, tem grande preocupação com o tempo investido na mediação e gostaria de 
entender melhor por quanto tempo estaremos juntos e em quais momentos sua participação 
seria essencial Há algum outro ponto na mediação que o senhor gostaria de entender melhor? 
 Vale destacar que a resposta dada ao advogado estabelece que não há necessidade de 
se continuar o diálogo como se um estivesse errado e o outro certo. Parte-se do pressuposto 
de que todos tenham interesses congruentes – como o de ter uma mediação que se 
UNIDADE 2 
CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL 
12 
 
 
desenvolva em curto prazo com a melhor realização de interesses das partes e maior grau de 
efetividade de resolução de disputas. O ato ou efeito de não perceber um diálogo ou um 
conflito como se houvesse duas partes antagônicas ou dois polos distintos (um certo e outro 
errado) denominase despolarização. No exemplo, constata-se que, se o mediador tivesse 
despolarizado a interação com o advogado, isso não o colocaria em situação de humilhação ou 
inferioridade em relação a este profissional. De fato, percebese que ele apenas assumiu 
posição mais confortável na mediação – de legitimidade e liderança – a partir do momento 
em que tivesse demonstrado saber resolver bem conflitos. 
 
1.3 ESPIRAIS DE CONFLITO 
 
 Para alguns autores como Rubin e Kriesberg, há progressiva escalada, em relações 
conflituosas, resultante de um círculovicioso de ação e reação. Cada reação torna-se mais 
severa do que a ação que a precedeu e cria nova questão ou pontode disputa. Esse modelo, 
denominado de espirais do conflito, sugere que, com esse crescimento (ou escalada) do 
conflito, as suas causas originárias pro- gressivamente tornam-se secundárias a partir do 
momento em que os envolvidos mostram-se mais preocupados em responder a uma ação que 
imediatamente antecedeu sua reação. 
 Po rexemplo, se em um dia de congestionamento, determinado motorista sente-se 
ofendido ao ser cortado por outro motorista, sua resposta inicial consiste em pressionar 
intensamente a buzinado seu veículo. O outro motorista responde também buzinando e com 
algum gesto descortês. O primeiro motorista continua a buzinar e responde ao gesto com um 
ainda mais agressivo. O segundo, por sua vez, abaixa a janela e insulta o primeiro.Este gritando, 
responde que o outro motorista deveria parar o carro e “agir como um homem” Este, por sua 
vez, joga uma garrafa de água no outro veículo. Ao pararem os carro sem um semáforo, o 
motorista cujo veículo foi atingido pela garrafa de água sai de seu carro e chutaa carroceria do 
outro automóvel. 
 Nota-se que o conflito desenvolveu-se em uma espiral de agravamento progressivo das 
condutas conflituosas. No exemplo citado, se houvesse um policial militar perto do último ato, 
este poderia ensejar um procedimento de juizado especial criminal. Em audiência, 
possivelmente o autor do fato indicaria que seria, de fato, a vítima; e, de certa forma, estaria 
falando a verdade, uma vez que, nesse modelo de espiral de conflitos, ambos são, ao mesmo 
tempo, vítima e ofensor ou autor do fato. 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
13 
 
 
 
 
1. 4 DIFERENÇA ENTRE INTERESSE E POSIÇÃO 
 
O texto a seguir foi extraído do Manual de Mediação e Conciliação da Justiça Federal 
(TAKAHASHI, 2019). 
 
 A posição assumida na negociação, via de regra, obscurece os interesses em jogo, ou seja, 
o que realmente se quer (motivações, valores, necessidades). Como ponta do iceberg, o que 
aparece ao outro normalmente é a posição, ficando ofuscado o interesse em jogo. Ocorre que 
quando há conflito, nem sempre as pessoas buscam as mesmas coisas e têm os mesmos 
interesses. Por trás das posições opostas pode haver interesses comuns e compatíveis. 
 Para se identificarem os interesses, que nem sempre estão explícitos, uma técnica básica 
consiste em se colocar no lugar do outro e pensar em sua escolha (pergunte “por quê?”;“por que 
não?”) para reconhecer os interesses do outro como parte do problema, olhando para frente 
(futuro), e não somente para trás(passado). 
 Um exemplo bem simples e usado frequentemente para distinguir interesses e posições 
é o da disputa pela laranja. Imagine que dois filhos estejam brigando por uma mesma laranja, 
pois cada um quer a laranja inteira para si. A mãe, sem perguntar o motivo pelo qual os filhos 
querem a fruta, determina então que a laranja seja partida ao meio. Ocorre que, enquanto um 
deles queria a parte interna da laranja para fazer um suco, o outro queria apenas a casca para fazer 
a calda de um bolo. Quando a laranja foi partida ao meio, ambos saíram perdendo, mesmo que, 
no caso, pudessem ter tido seus intreresses integralmente satisfeitos, dado que não queriam a 
mesma coisa. Suas posições eram antagônicas, mas os interesses eram compatíveis. 
 A troca de informações e escuta ativa, assim, são muito importantes para se 
explorarem os interesses envolvidos, fortalecendo a confiança dos envolvidos, a fim de gerar 
opções de ganho mútuo. 
 A negociação propicia a construção de uma agenda com alternativas e soluções possíveis 
para resolver o conflito, que atendam aos interesses comuns e conciliem os interesses 
divergentes. Para inventar opções criativas (brainstorming), é preciso separar o ato de inventar 
opções do ato de julgá-las, ampliar as opções sobre a mesa, em vez de buscar uma resposta 
única, buscando benefícios mútuos. O brainstorming pode ser feito individual ou conjuntamente 
pelos interessados e costuma ser muito útil para se pensar opções de ganho mútuo. 
 
UNIDADE 2 
CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL 
14 
 
 
 
1. 5 COMPETIÇÃO E COLABORAÇÃO 
 
 No seu processo contínuo de tomada de decisão, a pessoa com frequência se depara com 
alguns dilemas. É comum que mais de uma pessoa tenha interesse sobre um mesmo bem, seja 
ele um bem material ou imaterial. 
 Nesse momento, duas atitudes podem surgir, em especial quando não há segurança 
quanto à reação dos demais interessados diante de uma suposta escassez, ou seja, de uma 
suposta impossibilidade de um mesmo bem satisfazer a todos: pode haver competição ou 
pode haver colaboração. 
 A chamada Teoria dos Jogos nos indica que a melhor opção é a colaboração. Foi 
desenvolvida por John Nash, um matemático que ousou questionar as ideias de Adam Smith, 
para quem, em uma competição, a ambição individual serve ao bem comum. Nash, partindo do 
pressuposto de que se todos competem pelo mesmo bem, todos se bloqueiam e ninguém ganha, 
defendeu que o melhor resultado é obtido quando todos no grupo fazem o que é melhor para si 
e para o grupo. 
 A Teoria dos Jogos é o estudo da tomada de decisões entre indivíduos, quando o 
resultado de cada um depende das decisões dos outros, em uma interdependência similar 
a um jogo. Ela oferece algumas ferramentas para antecipar o movimento do outro 
interessado, auxiliando na elaboração de estratégia que antecipe as opções, considerando as 
possíveis reações do outro. Essa teoria nos oferece bom fundamento teórico para explicar 
quando a solução consensual de um conflito pode apresentar vantagens e desvantagens em 
relação à entrega da solução a um terceiro (heterocomposição). 
 De forma muito resumida – e você poderá aprofundar-se um pouco mais no tema por 
meio da leitura do Manual de Mediação do CNJ, a Teoria dos Jogos nos indica que, se todos 
fizerem o melhor para si e para os outros, todos ganham. 
Trata-se de demonstrar que o elemento-chave para uma estratégia de negociação é a coope- 
ração e, não, a competição. 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
15 
 
 
 
1 .6 MAPEAMENTO DO CONFLITO 
 
 
 Geralmente as pessoas respondem a um conflito com: 
> Dominação: um dos interessados tenta impor seus desejos de forma física ou psicológica; 
> Concessão: um dos interessados cede unilateralmente diante do outro; 
> Abandono: um dos interessados abandona o conflito; 
> Evitação: um dos interessados não faz nada, ignorando o outro, ou aguarda que o decorrer 
do tempo melhore asituação; 
> Negociação: os interessados buscam um acordo; 
> Intervenção de terceiros: um indivíduo ou grupo intervém junto aos interessados e os auxilia 
para que encontrem possíveissoluções. 
 
 Nem sempre a posição adotada pelas pessoas em um conflito traduz os seus reais 
interesses e necessidades. 
 O mapeamento do conflito é instrumento que auxilia na busca de elementos para a 
formulação de estratégias de atuação pelo terceiro facilitador diante do conflito. 
 Por meio de algumas perguntas, pode-se obter melhor desenho do conflito, 
identificando-se o porquê da sua existência, qual a questão de fundo e quais os reais 
interesses e sentimentos envolvidos. 
 Entre as perguntas que podem ser formuladas pelo terceiro facilitador (conciliador ou 
mediador), para si mesmo ou para os interessados, estão: 
> Qual o objeto aparente do conflito (questão/problema)? 
> Quem são os atores do conflito (principais e secundários/rede de pertinência)? 
> Já houve tentativas de resolver o conflito? Quais? Quando? 
> Alguém já ajudou a minimizar o problema ou aumentá-lo? Quem? Por quê? 
 
 A partir dessas e de diversas outras perguntas (você poderá aprofundar-se nelas na 
Unidade IV), o mediador ou o conciliador terá condições de mapear o conflito, 
identificando as questões controvertidas, os reais interesses, os sentimentos associados, tendo 
oportunidade de elaborar uma pauta que possa ser comum aos interessados, auxiliando no 
entendimento futuro e na retomada do diálogo. 
UNIDADE 2 
CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL 
16 
 
 
 Com um adequado mapeamento do conflito, os interessados talvez tenham melhores 
condições de perceberem as perspectivas e necessidades um do outro e de visualizar 
possibilidades de solução do problema por meio de uma comunicação mais eficaz. 
 No mapeamento do conflito, mediante a formulação de perguntas e, em especial, 
por meio da escuta ativa – para além das palavras, você terá melhores chances de identificar 
os reais interesses. 
 Nesse processo, será fundamental que a partes perceba ouvida e que tenha seus 
sentimentos validados, ou seja, que os sentimentos e as necessidades demonstrados não 
sejam julgadosnem considerados menores em importância. 
 Após a identificação de todos os sentimentos e todas as posições, caberá ao mediador 
pontuar os pontos positivos e eventuais interesses comuns, juntamente com os envolvidos, 
abrindo espaço para a construção de soluções que possam atender aos seus efetivos interesses. 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
17 
 
 
 
 
 
2 FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
 
2 .1 AUTOTUTELA, AUTOCOMPOSIÇÃO E HETEROCOMPOSIÇÃO 
 
 A doutrina tradicional faz menção a três formas de solução dos conflitos: a autotutela, 
a auto-composição e a heterocomposição. 
 A autotutela significa a solução do conflito por esforço próprio. É conhecida como 
fazer justiça pelas próprias mãos e apenas excepcionalmente está autorizada na lei. Um dos 
exemplos é o previsto no §1º do art. 1210 do Código Civil, segundo o qual “o possuidor 
turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contato que 
o façal ogo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à 
manutenção, ou restituição da posse”. 
 Excetuando-se as poucas hipóteses previstas em lei, a autotutela constitui crime e está 
tipificada no art. 345 do Código Penal como exercício arbitrário das próprias razões: “Fazer 
justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei 
o permite: Pena– detenção de 15 dias a 01 mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência”. 
 A autocomposição ocorre quando os próprios litigantes encontram a solução para 
o término do conflito. Poderá haver, ou não, a interveniência de um terceiro como facilitador 
e estimulador do diálogo, como na conciliação e na mediação. Porém, o terceiro não compõe 
o conflito. 
 Podemos identificar, como espécies de autocomposição a negociação, a mediação e 
a conciliação. A primeira não necessitando da interveniência de um terceiro e nas duas 
últimas um terceiro intervém para facilitar o estabelecimento da comunicação entre os 
interessados e o entendimento. 
 E, por fim, tem-se a heterocomposição. Dá-se a heterocomposição quando a solução do 
conflito é dada por um terceiro. É este terceiro quem estabelece a solução para o litígio, tal como 
lhe é apresentado pelos interessados. 
 São espécies de heterocomposição a jurisdição e a arbitragem. 
 Duas diferenças entre autocomposição e heterocomposição são marcantes: 
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a) na autocomposição, a presença do terceiro facilitador do diálogo é facultativa. Na 
negociação, por exemplo , ela não ocorre. Em contrapartida, na heterocomposição , 
a presença do terceiro é condição determinante para a composição do litígio. 
 
b) na autocomposição, o terceiro é ator coadjuvante, pois que não é ele quem soluciona o 
conflito. São os próprios litigantes que encontram a solução do conflito. Diversamente, 
na heterocomposição, o terceiro tem um maior protagonismo, substituindo-se à vontade 
de cada uma dos interessados, ao apresentar a solução para o conflito. 
 
 
2 .2 JURISDIÇÃO 
 
 A Constituição, no artigo 5º, inciso XXXV, consagra o princípio da inafastabilidade da 
tutela juris- dicional, segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão 
ou ameaça a direito”. 
 Com base nesta garantia e na vedação, como regra, da autotutela, como acima referido, 
é assegurado aos interessados que tiverem seus direitos violados o acesso à Justiça, para fazê-los 
valer. Ao pedir a atuação do Poder Judiciário, por meio do ajuizamento de um processo, o 
interessado busca que a resolução de seu litígio, que supostamente não foi obtida de forma 
consensual, seja dada por uma decisãojudicial. 
 A atuação jurisdicional é substitutiva da vontade dos interessados. Uma vez prolatada 
uma decisão sobre o litígio, esta decisão tem imperatividade e autoridade, e valerá ainda que 
desagrade a ambos os litigantes. 
 A judicialização dos conflitos tornou-se fenômeno extremamente preocupante no 
Brasil. O grande volume de demandas ajuizadas é revelador de grande dificuldade de 
resolução dos conflitos sem a intervenção do Poder Judiciário. 
 Hoje se sabe, porém, que a sentença, por melhor que seja, muitas vezes não resolve o 
conflito real entre os interessados, sendo muito comum que o torne ainda mais acirrado e 
propenso a reproduzir-se em mais litígios, inclusive pelo caminho judicial. 
 
2. 3 ARBITRAGEM 
 
 A decisão sobre os conflitos não é monopólio estatal Dizer quem tem razão não depende 
exclusivamente da intervenção do Poder Judiciário. Embora, nos termos do art 5º, XXXV, da 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
19 
 
 
Constituição, a lei não possa afastar do controle jurisdicional lesão ou ameaça a direito, os 
próprios interessados podem, por livre manifestação de suas vontades, convencionar a entrega da 
decisão sobre eventual litígio que as envolve a um terceiro. 
 Segundo Bacellar, a arbitragem pode ser definida como “um processo convencional 
(convenção) que defere a um terceiro, não integrante dos quadros da magistratura oficial do Estado, 
a decisão a respeito de questão conflituosa envolvendo duas ou mais pessoas” Para que este 
processo de tomada de decisão se instaure, é essencial o consentimento dos interessados: 
“enquanto o juiz retira seu poder da vontade da lei, o árbitro só o conquista pela submissão da 
vontade das partes” (BACELLAR, 2016, p 130). 
 A sentença arbitral resolve o conflito. E esta sentença, em caso de descumprimento 
pelas partes compromissárias, poderá ser executada judicialmente através do processo judicial, 
já que a sentença arbitral é título executivo judicial como previsto no inciso VII do art. 515 do 
Código de Processo Civil. 
 A Lei n 9 307/1996, que foi alterada e complementada pela Lei n 13 129/2015, 
atualmente regulamenta a arbitragem. Em que pese não haver mais o monopólio estatal para 
a resolução dos conflitos, a jurisdição exsurge como última fronteira para a manutenção da 
ordem jurídica com amparo no princípio da inafastabilidade do controle pelo Poder Judiciário 
de qualquer lesão ou ameaça de lesão a qualquer direito. 
 
2. 4 NEGOCIAÇÃO 
 
 A negociação é a autocomposição obtida pelos próprios litigantes, normalmente sem a 
interferência de qualquer outra pessoa. Como em um acidente de trânsito sem maiores 
consequências, em que, no próprio local do evento, os motoristas resolvem de comum acordo 
apurar suas responsabilidades, valoram os danos e assumem reciprocamente, se for o caso, a 
reparação dos danos. 
 Pode ser um processo mais sofisticado, em face de litígios mais complexos. Se for 
cumprido o eventual acordo obtido entre os interessados, desnecessária a intervenção do 
Judiciário. Este se fará presente tão somente na hipótese de não cumprimento do acordo quando 
então aquele que se sentir prejudicado haverá de buscar o eventual cumprimento do acordo 
e/ou a reparação de seu direito por meio do exercício regular do direito de ação. Diversas técnicas 
de negociação são utilizadas nos processos de mediação e conciliação. A negociação 
normalmente se processa de forma extrajudicial. Se olitígio já houver sido judicializado, os 
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interessados poderão negociar uma solução e requerer ao juiz que homologue o eventual 
acordo que obtiverem, pondo fim ao processo. 
 
2 .5 CONCILIAÇÃO 
 
 A conciliação é definida, por Bacellar, como: 
 
[ ] um processo técnico (não intuitivo), desenvolvido pelo método consensual, na forma 
autocompositiva, destinado a casos em que não houver relacionamento anterior entre 
as partes, em que terceiro imparcial, após ouvir seus argumentos, as orienta, auxilia, 
com perguntas, propostas e sugestões a encontrar soluções (a partir da lide) 
Que possam atender aos seus interesses e as materializa em um acordo que conduz 
à extinção do processo judicial (BACELLAR,2016, p 84-85). 
 
 
 A conciliação pode ser extrajudicial e judicial. Em sendo judicial, poderá ser 
estimulada em qualquer fase do processo, e poderá ser promovida por órgãos jurisdicionais 
revisores de 2º grau ou de 3º grau. 
 O Código de Processo Civil, já no art 3º, estabelece que o Estado promoverá, sempre 
que possível, a solução consensual dos conflitos e que a conciliação, a mediação e outros 
métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, 
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive – mas não exclusivamente – 
no curso do processo judicial. 
 O Código de Processo Civil (CPC), no art. 334 e seus parágrafos, estabelece que o juiz, ao 
receber a petição inicial, e estando a mesma em termos, determinará a citação do réu para que o 
mesmo compareça à audiência de conciliação ou de mediação. Não se trata, portanto, de uma 
citação para apresentar defesa, mas apenas para participar da audiência. 
 O CPC ainda estabelece que poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à 
mediação, desde que necessário, que o ato poderá ocorrer por meio eletrônico, e que a audiência 
só não será realizada se ambas as partes manifestarem, de forma expressa, desinteresse na 
composição consensual ou nos casos em que não se admitir a autocomposição 
 Alguns princípios informam a conciliação, assim como a mediação são eles: independência, 
imparcialidade, autonomia da vontade, confidencialidade, oralidade, informalidade e decisão 
informada (CPC, art 166). 
 A conciliação surge como a mais adequada, como método de resolução do conflito, 
quando não houver vínculo anterior entre as partes (CPC, art 165, § 2º), sendo esta, na visão do 
legislador, a principal diferença entre esta via de solução de conflitos e a mediação. 
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21 
 
 
 Entre conciliação e mediação, são apontadas outras notas distintivas, em especial quanto 
à maior ou menor intervenção do terceiro facilitador na construção da solução para o conflito. A 
postura do conciliador é mais ativa que a do mediador, na busca de possibilidades para a 
solução do conflito. Sua abordagem é distinta da adotada pelo mediador, de forma que, 
eventualmente, ele sugere soluções possíveis para a controvérsia trazida a juízo, na busca, 
com os interessados, de possibilidades de solução consensual. 
 Esta postura mais ativa e focada na facilitação de um acordo, porém deve ser 
adotada com cautela. Assim como a mediação, a conciliação é instrumento para a obtenção 
de cenários de paz, de forma que o conciliador deve estar atento para identificar sinais de que 
o verdadeiro conflito, a chamada lide sociológica pode estar sendo aprofundado com a mera 
obtenção de um acordo para pôr termo a um processo. Em casos tais, ele talvez deva adotar 
postura menos ativa, fazendo uso mais intenso das técnicas de mediação. 
 Assim como a mediação, a conciliação pressupõe a livre manifestação de vontade dos 
litigan- tes, de forma que em hipótese alguma o conciliador poderá adotar posturas que 
possam ser interpretadas como constrangimento para que o acordo seja realizado ou como 
intimidação, acaso não ocorra. 
 A lei processual, no § 4º do art 166, fala em“livre autonomia dos interessados, inclusive 
no que diz respeito à definição das regras procedimentais”. Portanto, o conciliador deverá estar 
capacitado para perceber que sua atuação tem um limite, qual seja, a vontade dos reais 
interessados. 
 Tanto judicial quanto extrajudicial, o conciliador haverá de ser imparcial, 
independente, probo e estar capacitado para o exercício das técnicas de resolução 
consensual de conflitos. 
 Os interessados podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a 
câmara privada de conciliação e de mediação. O CPC, no art 168, estabelece algumas 
normas sobre esta escolha e recomenda que, sempre que possível, sejam designados mais de 
um mediador ou conciliador para conduzir o ato. 
 
2. 6 MEDIAÇÃO 
 A mediação é um método de resolução de conflito sem que um terceiro 
independente e imparcial coordena reuniões conjuntas ou separadas com as partes 
envolvidas em conflito. Seu objetivo, entre outros, é o de estimular o diálogo cooperativo 
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entre elas para que alcancem a solução dos conflitos em que estão envolvidas (SAMPAIO, 
2016, p 444). 
 Na mediação, a obtenção d oacordo não surge como o alcance de um objetivo 
preestabelecido, mas como consequência lógica de um trabalho de cooperação e de 
retomada do diálogo entre os interessados, com o auxílio de um terceiro facilitador. 
 As principais notas distintivas, apontadas pelo legislador, entre mediação e conciliação, 
estão no vínculo anterior entre os interessados e na postura do terceiro facilitador. O mediador 
atuará preferencialmente “nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos 
interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, 
pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios soluções consensuais que gerem 
benefícios mútuos” (CPC, art 165, § 3º). 
 Como se percebe, diferentemente do conciliador, que pode adotar uma postura mais 
ativa, participando da construção da solução para o conflito, o mediador tem por função auxiliar 
no restabelecimento da comunicação, de forma a que os próprios interessados encontrem 
caminhos para a eventual superação de suas controvérsias. 
 A mediação foi sendo introduzida gradativamente no Brasil, inicialmente sem uma 
regulamentação específica. Em 2010, o CNJ a institucionalizou com o meio de solução de 
conflitos judicializados, por meio da Resolução CNJ nº 125, estabelecendo uma série de 
normas, inclusive quanto à formação dos mediadores equantoa os princípios norteadores 
de sua atuação. E, porfim, em 2015 entrou em vigor a Lei nº 11 140/2015, Lei da Mediação e, 
em 2016, o CPC, que trouxeram para o plano da lei formal este importante método de 
resolução de conflitos, estabelecendo seus princípios epressupostos. 
 A mediação tem como princípios, além daqueles aplicáveis à conciliação e definidos no 
art. 166 do CPC (independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da 
confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada), a isonomia, a busca do 
consenso e a boa-fé, trazidos pela Lei da Mediação, no art 2º. 
 A mediação processa-se de forma judicial ou extrajudicial e, por meio dela, se estimula o 
amadurecimento da sociedade e uma nova cultura, na qual os próprios cidadãos passam a ser 
capazes de solucionar seus conflitos, principalmente de forma pré-processual eextrajudicial. 
 É importante ter presente que a fronteira entre a conciliação e a mediação não é 
claramente demarcada. E talvez não deva ser. Como ensina LAGRASTA, embora existam várias 
teorias oferecendo critérios para diferenciar os dois métodos, na prática, eles não podem ser 
 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
23 
 
 
rigorosamente definidos, pois suas técnicas são praticamente as mesmas e seus conceitos se 
interrelacionam, não sendo absoluta a regra que recomenda a conciliação para conflitos 
objetivos e a mediação para os subjetivos. A distinção, segundo a autora, é útil apenas para que 
o terceiro facilitador reconheça a situação que lhe é apresentada e use as técnicas mais 
adequadas para atingir as expectativas das partes com maior ou menor ênfase às questões 
subjetivas ou objetivas (LAGRASTA, 2016, p 233-245). 
 
2. 7 JUSTIÇA RESTAURATIVA E PRÁTICAS RESTAURATIVAS 
 
 Tendo surgido como um movimento para reformas na Justiça Criminal, a Justiça 
Restaurativa foi concebida como tentativa de olhar o crime e a justiça como novas lentes e 
abordagens. Segundo Bazemore e Walgrave, os objetivos restaurativos primários são oferecer um 
modo mais aberto e satisfatóriopara reparar danos e solucionar conflitos, reduzindo os papéis 
profissionais da justiça criminal e buscando menos intervenções do sistema e mais intervenções 
da comuni- dade (BAZEMORE e WALGRAVE, 1999, p 371-374). 
 Em 2016, o CNJ, editou a Resolução nº 225, que institui a Política Pública Nacional de 
Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário, como um conjunto ordenado e sistêmico 
de princípios, métodos, técnicas eatividades próprias, que visa à conscientização sobe os 
fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos eviolência, e por meio do 
qual os conflitos que geram danos, concretos ou abstratos, são solucionados de modo 
estruturado. 
 Da Justiça Restaurativa, surge o conceito de práticas restaurativas, que são ferramentas 
que possibilitam o diálogo, contribuindo para o restabelecimento ou o aprofundamento de 
vínculos, promoção de responsabilidades, integração e pacificação. Não se confundem com os 
processos de mediação e de conciliação, mas também se fundamentam no diálogo. Atualmente 
as práticas restaurativas não ficam limitadas ao âmbito do Direito Penal. Têm sido aplicadas 
com grupos de diversas faixas etárias, nasescolas, nas comunidades, espaços não 
governamentais e empresas. Existem diferentes práticas e metodologias originadas da 
Justiça Restaurativa, entre as quais estão os chamados Círculos Restaurativos. 
 
 
 
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2 .8 PROCESSOS HÍBRIDOS 
 
 Os processos híbridos são mecanismos de resolução de disputas que adotam 
características ou procedimentos de mais de um método. O termo híbrido é utilizado na 
literatura de resolução de conflitos para indicar uma classe de processos cujas 
características advêm simultaneamente de métodos heterocompositivos e de métodos 
autocompositivos. 
 Podem ser citados os processos Med-Arb, Arb-Med, Co-Med-Arb, como também a 
Binding Mediation, a Abordagem Paralela de RDs, Avaliação Neutra Preliminar e a Avaliação 
Preliminar de Conflitos. 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
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3 . AS PRINCIPAIS ESCOLAS DE MEDIAÇÃO 
(Desembargador - Roberto Portugal Bacellar) 
 
 Veremos aqui algumas modalidades de mediação e suas principais escolas. 
 Em geral as definições e os conceitos que se procuram atribuir à mediação não 
distinguem suas linhas doutrinárias nem as escolas de onde originaram-se seus estudos e raízes. 
 
3. 1 ESCOLA DE HARVARD E A MEDIAÇÃO LINEAR, TRADICIONAL OU 
CLÁSSICA 
 
 Temos, na Harvard Law School, o início do projeto de negociação coordenado por 
Roger Fisher juntamente com William Ury e Bruce Patton. Na obra traduzida para o português, 
denominada “Como chegar ao sim: a negociação de acordos sem fazer concessões”, os 
professores apresentam os pontos de partida de outros trabalhos que acabaram aos 
contornos da Mediação da escola de Harvard, também denominada mediação linear ou 
mediação tradicional/clássica. 
 A mediação para essa escola é um desdobramento da negociação, uma negociação que 
se afasta das barganhas e é baseadaem princípios. Seu processo é estruturado linearmente com 
etapas e fases definidas estruturalmente com a intencionalidade de estabelecer ou restabelecer 
a comunicação entre as pessoas, identificando os interesses (lide sociológica) encobertos pelas 
posições (lide processual) para, como resultado chegar a um acordo que possa satisfazer as 
partes. 
 Em resumo, foi a escola que teve maior influência no Brasil e as principais diretrizes 
iniciais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que orientaram o recente movimento de 
conciliação, tiveram nela a sua principal referência. 
 
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3 .2 MODELO DE SARA COBB E A MEDIAÇÃO CIRCULARNARRATIVA 
 Há, no modelo, a proposta de uma visão sistêmica destinada a ampliar o foco não só nos 
conflitos, mas com especial atenção nas pessoas. 
 Cada pessoa tem sua história de vida, seus valores, suas percepções e relações sociais 
de per- tença em relação ao conflito. 
 Para essa escola ou para essa linha de pensamento, tudo se interrelaciona 
reciprocamente e deve ser visto de forma global Nada pode ser visto de maneira isolada. A 
linha tem foco tanto nas relações quanto na busca de um acordo. 
 
3 .3 MODELO DE BUSH E FOLGER E A MEDIAÇÃO TRANSFORMATIVA 
 Como o nome já sinaliza, decorre de uma pesquisa elaborada por Robert Baruch 
Bushe Joseph Folger, é orientada e tem por intencionalidade a transformação do conflito. 
Formulam uma crítica à mediação orientada para o alcance de acordos que pode o fuscar o 
empoderamento das partes e a cooperação. 
 O foco é a busca da transformação do conflito em algo positivo a partir de uma 
postura de maior autonomia das pessoas. De uma postura adversarial nas relações, 
persegue a identificação das necessidades das pessoas, suas capacidades de escolher uma 
postura de colaboração, estabelecendo ou restabelecendo seus vínculos e, com isso, 
produzindo mudança, transformação cognitivo-comportamental e da própria espiral do 
conflito que pode ou não evoluir para um acordo. O objetivo não é o acordo, mas a 
autonomia das pessoas e a transformação do conflito. 
 
3. 4 MODELO DE LEONARD RISKIN E A MEDIAÇÃO AVALIADORA OU 
AVALIATIVA 
 
 O professor Riskin define a mediação e apresenta um gráfico a partir de um quadrante 
sobre a orientação do mediador que pode ser um mediador avaliador ou facilitador e que 
tratará os casos de forma ampla ou restrita. É uma linha que, em um de seus 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
27 
 
 
 
quadrantes – o da mediação facilitadora restrita –, de certa forma se aproxima da conciliação 
(que pode sugerir opções de soluçãoparaoconflito, a partir da lide e até da arbitragem, o 
que ocorre na mediação avaliadora restrita, em que as partes mantêm uma postura 
adversarial e heterocompositiva e se apresenta avaliação sobre algum aspecto do conflito). 
 Há até dúvidas se ela verdadeiramente pode ser definida como mediação e se apresenta 
com duas fases bem distintas. Na primeira, o“mediador”, depois de fazer inicialmente o seu papel 
como um verdadeiro mediador (sem intervenção direta no mérito do conflito e procurando 
inicialmente só as soluções que advenham das propostas dos próprios interessados), não 
alcançando o acordo, modifica seu perfil de facilitador para avaliador. 
 Na segunda, ao perceber que há impasse e não consegue avançar na mediação porque 
as partes apresentam expectativas muito diferentes sobre o caso e não apresentaram por elas 
próprias as opções de um acordo satisfatório, ele passa a oferecer, ao final, sugestões, sua própria 
opinião sobre a melhor solução para o caso com o objetivo de facilitar o acordo Pode ter 
característica ampla (envolvendo vários aspectos do conflito), ou se restringir a apenas um ou 
outro ponto controvertido (RISKIN, 1996). 
 Tenho defendido que não há, no Brasil, na mediação e na conciliação, foco no alcance 
de um acordo nem restrição da discussão ao objeto controvertido e, sim, permissão, de maneira 
ampla, para que todos os pontos levantados como questões sejam apreciados. Na verdade, o uso 
determina o sentido e haveremos de conhecer os métodos, os processos, as formas e as 
escolas para verificar como cada uma delas pode melhor colaborar no contexto da solução 
pacífica dos conflitos (BACELLAR, 2016,p 109-110). 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Os estudos que desenvolvemos até aqui demonstraram que é 
inevitável que existam conflitos nas relações humanas e que, entre seus 
principais fatores, estão falhas ou dificuldades na comunicação entre as 
pessoas. 
 O auxílio no restabelecimento desta comunicação é uma das 
principais funções dos conciliadores e dos mediadores. Compreendendo o 
conflito como normal, temos melhores condições de contribuir com a sua 
normalizaçãopor aqueles que estão diretamente nele envolvidos. 
 Especial atenção foi dedicada à distinção entre os conceitos de 
interesse e posição e à importância de que os processos de conciliação e de 
mediação possam trazer à luz os reais interesses e necessidades dos 
envolvidos, para que haja melhores condições de resolução de seus 
conflitos. 
 Tivemos também a oportunidade de transitar sobre as variadas 
formas de resolução de controvérsias, diferenciando-as, com especial 
ênfase na conciliação e na mediação, tendo presente que a escolha entre um 
ou outro método não é aleatória e deve comportar flexibilidade. 
 Por fim, nos dedicamos a conhecer as principais escolas de mediação, 
que nos trazem importantes e diferentes contribuições para a construção 
dos métodos de solução pacífica dos conflitos. E, assim, concluímos, a 
Unidade 2. 
TEORIA DO CONFLITO, FORMAS E MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
29 
 
 
 
 
 
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