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Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
1 
 
 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
2 
 
 
Raimunda Nonata da Silva Machado 
Tatiane da Silva Sales 
Rosyene Conceição Soares Cutrim 
Mariana Fernandes Brito 
Érica da Silva Pinto 
 
 
 
 
 
CURSO CDE | MÓDULO II 
DIVERSIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís/MA 
2021 
 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
3 
 
 
Estrutura do Módulo 
 
• Diversidade e direitos humanos 
• Desigualdades e Diversidade na educação 
• Diversidade nas Políticas Educacionais 
• Diferenças e Desigualdades na escola e sociedade 
• Estereótipos, Preconceitos e Discriminações 
• Racismo, Machismo e Sexismo: o que são e como combater? 
• Orientações Pedagógicas para a Diversidade 
 
Carga Horária: 30 horas 
Período: 4 de a 25 abril de 2021 
Objetivos 
• Contribuir para a promoção da inclusão social por intermédio de conteúdos transformadores 
das culturas discriminatórias sobre o corpo, relações de gênero e sexualidade em instituições 
educacionais. 
• Elaborar propostas e projetos didáticos de intervenção sobre Corpo e Diversidade, para 
utilização dos acervos culturais existentes em diversos contextos educativos e no 
desenvolvimento de atividades curriculares nas diferentes áreas do conhecimento nas escolas. 
• Produzir materiais didáticos de apoio para o trabalho pedagógico nas escolas de educação 
básica e outras instituições educativas do estado do Maranhão sobre as questões estudadas 
no Curso CDE. 
 
Professoras do Módulo 
• Profa. Dra. Raimunda Nonata Da Silva Machado 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5162649800057919 
• Profa. Dra. Tatiane da Silva Sales 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0926450377465770 
• Profa. Ma. Rosyene Conceição Soares Cutrim 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3306324046955974 
• Profa. Esp. Mariana Fernandes Brito 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9971627031619463 
• Profa. Ma Érica da Silva Pinto 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7095663733968749 
 
 
 
http://lattes.cnpq.br/5162649800057919
http://lattes.cnpq.br/0926450377465770
http://lattes.cnpq.br/3306324046955974
http://lattes.cnpq.br/9971627031619463
http://lattes.cnpq.br/7095663733968749
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
4 
 
SUMÁRIO 
 
p. 
1 Diversidade e Direitos Humanos 
Raimunda Nonata da Silva Machado 
 
 
5 
2 Desigualdades e Diversidade na educação 
Raimunda Nonata da Silva Machado 
 
 
12 
3 Diversidade nas Políticas Educacionais 
Raimunda Nonata da Silva Machado 
 
 
17 
4 Diferenças e Desigualdades na Escola e Sociedade 
Rosyene Conceição Soares Cutrim 
Érica da Silva Pinto 
 
 
23 
5 Estereótipos, Preconceitos e Discriminação 
Tatiane da Silva Sales 
 
 
32 
6 Machismo, Racismo e Sexismo: o que são e como 
combater? 
Mariana Fernandes Brito 
 
 
 
35 
7 Breves Orientações Pedagógicas para a Diversidade 
Mariana Fernandes Brito 
 
 
39 
8 Sugestões Materiais Didáticos 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
5 
 
Diversidade e Direitos Humanos 
Raimunda Nonata da Silva Machado 
 
 
Caríssimas/os cursistas, esse módulo inicia com discussões 
conceituais, visando a compreensão dos principais elementos que 
colocam, entre nós, a Diversidade e os Direitos Humanos como 
problema, levando-nos aos seguintes questionamentos: 
• Quais são as formas de expressões da diversidade? 
• Por que a diversidade se torna um problema? 
• Para quem a diversidade é um problema? 
• O que acontece com os sujeitos que não se integram na ordem 
estabelecida? 
A implementação histórica de políticas universalistas tem 
ampliado os problemas relacionados às desigualdades sociais. Tem 
aprofundado a pobreza, via produção de sistemas de poder, tais 
como: gênero, raça, sexualidade, geração, dentre outros, que 
funcionam, contraditoriamente, como operadores da exclusão, da 
violência e do genocídio das populações, que não se enquadram 
nos projetos universalistas de sociedade. 
Projetos de sociedade universalistas não consideram as 
múltiplas dimensões de ser e de (re)inventar-se de outro modo. 
Funcionam como máscaras – uma alegoria da exclusão/inclusão 
que nos impede de compreender o que, quem, porque, como se 
estruturam diferentes modos e possibilidades de vida ou 
(re)invenções socioculturais. Essas máscaras se (re)troalimentam 
no mercado, diariamente. E como isso pode ser observado? 
• É importante olhar com cautela espaços de referência que 
produzem múltiplas rejeições! 
• Entender os processos de dissolução dos laços sociais e 
questionar o que é considerado anomia social. 
• Entender a “instrumentalização generalizada da existência 
humana e a destruição dos corpos humanos e populações” 
(MBEMBE, p. 10, 2019). 
Nesse sentido, vale ressaltar que a diversidade deve ser 
analisada juntamente com as noções de identidade e diferença na 
produção de espaços e práticas promotoras de direitos humanos. 
Vejamos: 
A diversidade “se manifesta na 
originalidade e na pluralidade 
de identidades que 
caracterizam os grupos e as 
sociedades que compõem a 
humanidade. Fonte de 
intercâmbios, de inovação e de 
criatividade, a diversidade 
cultural é, para o gênero 
humano, tão necessária como 
a diversidade biológica para a 
natureza. Nesse sentido, 
constitui o patrimônio comum 
da humanidade e deve ser 
reconhecida e consolidada em 
benefício das gerações 
presentes e futuras.” 
 
Fonte: Art.1 - Declaração Universal 
sobre a Diversidade Cultural, 
UNESCO, 2002 
 
 
 
UNESCO|2002 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
6 
 
Identidade significa o mesmo, idêntico, igual. Na rede societária, funciona de modo 
relacional. Ela se torna singular no encontro com outras identidades. Acontece que projetos 
universalistas tornam determinadas identidades hegemônicas, a exemplo das identidades brancas, 
masculinas e heterossexuais. Como isso acontece? Vejamos na alegoria do FUXICO (PASSOS & 
PEREIRA, 2009): 
O fuxico é um artefato construído com sobras de 
tecido, cortados em pequenos círculos e costurados na forma 
de mosaico. Partes e todo relacionados e imbricados. Cada 
círculo possui sua própria identidade (cor, textura, tamanho, 
história). Cada tecido, utilizado na produção de cada fuxico 
único e estável, possui diferentes origens e histórias. Alguns 
são pouco prováveis de se encontrarem nos contextos 
originais de uso desses tecidos. Por exemplo as sobras de 
tafetá, frequentadoras de grandes salões de festas, podem estar ao 
lado da chita, frequentadora do carnaval, toalha de mesa, colcha, etc. 
O mesmo acontece no tecido social. É na relação com 
os outros que a identidade se torna singular, que se 
potencializa e produz novas possibilidades de relações, além 
de (de)compor hierarquias e agrupar diferentes experiências e 
histórias. 
Para Silva (2000), a diferença só faz sentido se compreendida em relação a identidade (o 
mesmo/idêntico) que, embora tenha algum atributo ou qualidade com eventuais mudanças, ainda 
permite reconhecer o mesmo. Por ordem prática, a identidade é privilegiada e isso contribui na 
produção dos espaços de poder, das violências e desigualdades sociais. Olhamos as coisas de modo 
idêntico não porque sejam assim, mas por comodidade, segurança, estabilidade, busca de controle... 
Assim, evitamos utilizar linguagens inclusivas no nosso cotidiano pessoal, familiar e de trabalho. 
Desse modo, entender a produção da diferença é fundamental na análise da diversidade 
porque envolve reconhecer a existência de mudança radical de um atributo, qualidade, estado ou 
momento por outro. Isso ocorre quando reconhecemos e valorizamos nossas experiências raciais 
de ser negra/o, parda/o, branca/o na sociedade brasileira ou de vivenciar relações homoafetivas. 
É preciso conscientizar-sede que a repetição do mesmo (experiências de ser branco, homem, 
heterossexual, jovens) apaga e criminaliza as diferenças, por 
conseguinte, aniquila corpos entendidos como desviantes. A 
diferença significa deixarmos de ser os mesmos, desafiar a 
normalidade reguladora de supremacia masculina, branca e 
heteronormativa. Reconhecer a diferença é algo mais 
próximo da realidade que insistimos mascarar. 
Logo, a diversidade, conforme (MONTEIRO, 1996), 
se constitui como objeto epistemológico e registra as 
diferenças empíricas observáveis, questionadoras da identidade 
fixa e estável. A diversidade é uma porção do real empírico 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
7 
 
construído pelas/os pesquisadoras/es, principalmente, antropólogas/os, a partir de sua base 
teórico-metodológica. Contraditoriamente, é preciso ter cuidado para que, com o apelo a 
diversidade, não entremos na armadilha de naturalizar e cristalizar a diferença e a identidade. Afinal, 
é um constructo teórico produzido por diferentes pontos de vista ou perspectivas epistêmicas, tais 
como: 
 
 
 
 
 
 
 
Com esses argumentos iniciais é possível retomar ao entendimento das questões destacadas 
anteriormente. Vejamos: 
Quais são as formas de expressões da diversidade? 
Como vimos, as formas de expressões da diversidade, entre nós, se dão no movimento de 
intercambiar identidades e diferenças, especialmente, no processo de produção simbólica e 
discursiva em que, cotidianamente, organizamos nossa lógica de poder, saber e ser, ou seja, 
organizamos tudo aquilo que governa os modos de pensar nossa cultura, priorizando alguns saberes 
e experiências, em detrimento de outras. 
 
 
 
 
a) Noção Racionalista: traços universais do pensamento e ação humanos, procedimentos lógicos (índios são 
preguiçosos, negros não são inteligentes, deficientes não são capazes de estudar, trabalhar....). Problema da 
padronização, do etnocentrismo. 
b) Noção do Relativismo: negação do universalismo. Os significados são compreendidos no interior do 
contexto em que emergem. Problema de tradução do outro em nossos próprios termos. Oculta processos 
interculturais... (MONTEIRO, 1996) 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
8 
 
Por que a diversidade se torna um problema? 
A diversidade se torna um problema porque: 
• Desafia as epistemes reguladoras, sobretudo, as de origem eurocentrada. 
• Faz distinções, separando as identidades, julgando-as normais e desviantes. 
• Compromete o projeto de sociedade homogênea e monocultural. 
• É utilizada na violação dos Direitos Humanos na retórica da igualdade formal e integração 
das diferenças. 
Considerando que, a diversidade é reveladora das sociedades 
multiculturais, com suas diversidades humanas, ambientais, culturais 
e sociais, os acontecimentos atuais mostram, em curso, um projeto 
neoliberal que intensificou o uso predatório do ambiente natural e 
cultural. A busca pelo fortalecimento do capital tem ocasionado sérios 
fenômenos de desrespeito às normas internacionais e nacionais de 
proteção e defesa da dignidade humana. 
Tem-se, neste contexto, um estado fragilizado na composição 
de lideranças governamentais humanizadas e humanizadoras. Essa 
fragilidade é multidimensional, intersetorial e interseccional. Exemplo 
disso, é o que estamos enfrentando com a pandemia da Covid-19, 
ocasionada pela ameaça do coronavírus, que atinge ainda mais 
populações em situações de vulnerabilidade social e de acesso 
precarizado nos atendimentos de saúde essenciais. 
Isso reafirma a necessidade de uma agenda de educação em 
Direitos Humanos, tornando esse tipo de política ainda mais urgente, 
na atualidade! Educar em Direitos Humanos significa: conhecer e 
defender seus direitos; respeitar a igualdade de direitos dos outros e 
comprometer-se com a defesa da educação como/para/em direitos 
humanos (CANDAU; SACAVINO, 2013), questionando e 
repudiando situações de violência e injustiça social. 
É fundamental promover instâncias críticas nos espaços 
educativos de desconstrução do discurso retórico que nega os direitos 
humanos e legitima as suas violações. Nesse sentido, a diversidade é 
um problema. Os direitos humanos tornam-se problema. E para 
quem? 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
https://cio.com.br/tendencias/6-
passos-para-promover-a-diversidade-
nas-organizacoes/ 
 
 
 
 
Fonte: 
http://anesp.org.br/todas-as-
noticias/2020/5/11/entidades-internacionais-
manifestam-alerta-com-direitos-humanos-
durante-pandemia 
 
 
 
 
 
Fonte: 
https://s4.static.brasilescola.uol.com.br
/img/2013/08/capoeira.jpg 
 
 
https://cio.com.br/tendencias/6-passos-para-promover-a-diversidade-nas-organizacoes/
https://cio.com.br/tendencias/6-passos-para-promover-a-diversidade-nas-organizacoes/
https://cio.com.br/tendencias/6-passos-para-promover-a-diversidade-nas-organizacoes/
http://anesp.org.br/todas-as-noticias/2020/5/11/entidades-internacionais-manifestam-alerta-com-direitos-humanos-durante-pandemia
http://anesp.org.br/todas-as-noticias/2020/5/11/entidades-internacionais-manifestam-alerta-com-direitos-humanos-durante-pandemia
http://anesp.org.br/todas-as-noticias/2020/5/11/entidades-internacionais-manifestam-alerta-com-direitos-humanos-durante-pandemia
http://anesp.org.br/todas-as-noticias/2020/5/11/entidades-internacionais-manifestam-alerta-com-direitos-humanos-durante-pandemia
https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/img/2013/08/capoeira.jpg
https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/img/2013/08/capoeira.jpg
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
9 
 
Para quem a diversidade é um problema? 
 
A diversidade é um problema para os defensores de relações sociais igualitárias, que 
entendem a integração das diferenças por meio de ajustamento e correção de anomias sociais. Este 
grupo contribui para a existência de sujeitos que 
não possuem condições de usufruírem dos bens 
materiais, ambientais e socioculturais produzidos 
historicamente e, consequentemente, são 
violentados e criminalizados. 
São defensores de políticas universalistas, 
que entendem igualdade como ajustamento de 
pessoas deficientes ou que não atendem às regras 
da heteronormatividade ou da supremacia branca e 
masculina. Estes, não reconhecem diferenças de 
gênero, raciais, étnicas, regionais, de geração, 
dentre outras. Nessa ótica, os direitos humanos são 
entendidos de maneira equivocada: “um guarda-
chuva que cabe a todo mundo”!!! 
O que acontece com os sujeitos que não se integram na ordem estabelecida? 
Nesse guarda-chuva, que não cabe todo mundo, o que acontece com os sem guarda-chuva? 
 
 
 
 
 
Sociedades que universalizam práticas de supremacia 
masculina, branca, heteronormativa, regional, bem como de 
desrespeito aos saberes e experiências de populações pobres, idosas, 
deficientes, das comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, 
dentre outros, produzem diferentes tipos violências: física, psíquica, 
simbólica que ocasionam o silenciamento e, por conseguinte, a 
exclusão social do grupo subalternizado. 
Reconhecer a diversidade é aprender a lidar com uma 
sociedade plural e multicultural. Significa destruir a cultura do silêncio, 
do apagamento da impunidade e das memórias violentadas. Os 
Direitos Humanos são importantes, nesse sentido, ao promoverem 
reparação de desumanidades e restauração de dignidades roubadas 
Numa escola de educação infantil, todas as crianças tinham seus cabelos 
lavados pela professora, exceto a menina negra. “A professora não lava meu 
cabelo, porque meu cabelo é duro, quero alisar meu cabelo.” (Geledés, 
29/03/2017) 
 
 
Fonte: https://www.geledes.org.br/tem-
racismo-na-escola-sim-e-perguntar-
criancas-negras/ 
 
 
Fonte: 
http://direitoeti.com.br/artigos/moroch
a-virtual-alguns-aspectos-da-violencia-de-
genero-na-internet/ 
 
 
Fonte: 
http://www.justificando.com/2019/01/
17/o-aumento-da-violencia-de-genero-e-
a-lei-do-feminicidio/http://obviousmag.org/egregora_e_alteridade/2016/id
entidade-cultural-brasileira-e-pos-modernidade.html 
 
https://www.geledes.org.br/tem-racismo-na-escola-sim-e-perguntar-criancas-negras/
https://www.geledes.org.br/tem-racismo-na-escola-sim-e-perguntar-criancas-negras/
https://www.geledes.org.br/tem-racismo-na-escola-sim-e-perguntar-criancas-negras/
http://direitoeti.com.br/artigos/morocha-virtual-alguns-aspectos-da-violencia-de-genero-na-internet/
http://direitoeti.com.br/artigos/morocha-virtual-alguns-aspectos-da-violencia-de-genero-na-internet/
http://direitoeti.com.br/artigos/morocha-virtual-alguns-aspectos-da-violencia-de-genero-na-internet/
http://www.justificando.com/2019/01/17/o-aumento-da-violencia-de-genero-e-a-lei-do-feminicidio/
http://www.justificando.com/2019/01/17/o-aumento-da-violencia-de-genero-e-a-lei-do-feminicidio/
http://www.justificando.com/2019/01/17/o-aumento-da-violencia-de-genero-e-a-lei-do-feminicidio/
http://obviousmag.org/egregora_e_alteridade/2016/identidade-cultural-brasileira-e-pos-modernidade.html
http://obviousmag.org/egregora_e_alteridade/2016/identidade-cultural-brasileira-e-pos-modernidade.html
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
10 
 
pelos horrores da colonização, das diferentes dominações racistas, sexistas, homofóbicas, dentre 
outras. 
Com o pensamento educacional é possível desenvolver e enraizar projetos universais que 
privilegiam práticas monoculturais, eurocentradas e epistemicidas, subalternizadoras de culturas 
que não se alinham nesta lógica. De outro modo, numa perspectiva crítica de libertação e com uso 
de metodologias participativas, que empregam diferentes linguagens e estabelecem interações, 
diálogo e reconhecimento de saberes e experiências subalternizadas, criamos possibilidades de 
ampliar práticas de Direitos Humanos e alargar processos e relações sociais mais complexos e mais 
tensos de nossa história. 
O momento atual exige, urgentemente, espaços humanizados e humanizadores; práticas 
sociais/educativas que enfrentem o debate multicultural com justiça social e cognitiva. Essa atitude 
exige políticas afirmativas que defendem mecanismos de reconhecimento e redistribuição de 
acessos, visando a diminuição das desigualdades historicamente construídas e/ou a prevenção de 
que novas desigualdades se estabeleçam no tecido social. 
 
 
 
Essas políticas são temporárias, especiais e compulsória endereçadas a materialização da 
igualdade de oportunidade, participação das minorias, exercício dos direitos, ruptura com 
estereótipos, preconceitos e discriminações. 
O pensamento educacional construído na especificidade da subversão dos modelos 
hegemônicos civilizatórios, heteronormativos e eurocentrados é desafiador porque seu projeto 
defende incluir figuras humanas que transgredem as identidades reguladoras e destruidoras. 
Vejamos, na seção seguinte, discutimos a relação desigualdades e diversidade, notadamente no 
campo educacional, no sentido de compreendermos como a diversidade pode se traduzir em 
desigualdades no âmbito das instituições de ensino, da educação básica à educação superior. 
 
 Assista vídeos sobre direitos 
humanos: 
http://www.youtube.com/watch?v=yioq9-WSaA8&feature=fvw 
http://www.youtube.com/watch?v=vKB9G5Y8Kdo 
http://www.youtube.com/watch?v=Qb89fQiZ6wc&feature=related 
http://www.youtube.com/watch?v=yioq9-WSaA8&feature=fvw
http://www.youtube.com/watch?v=vKB9G5Y8Kdo
http://www.youtube.com/watch?v=Qb89fQiZ6wc&feature=related
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
11 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
CANDAU; Vera Maria Ferrão SACAVINO, Susana Beatriz. Educação em direitos humanos e 
formação de educadores. Revista Educação. Porto Alegre, v. 36, n. 1, p. 59-66, jan./abr. 2013. 
Disponível em: 
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/download/12319/8741 Acesso 
em: 18 ago 2018. 
MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: N-1 edições, 2020. 
MONTERO, Paula. Diversidade Cultural: inclusão, exclusão e sincretismo. In: DAYRELL, 
Juarez (Org.). Múltiplos olhares sobre educação e cultural. Belo Horizonte: Editora UFMG, 
1996. 
PASSOS, Mailsa Carla Pinto; PEREIRA, Rita Marisa Ribes. Ouvir, cerzir, narrar: apresentando 
um livro como quem fuxica. In: ______. Identidade, Diversidade: práticas culturais em pesquisa. 
Rio de Janeiro: DP et Alii; Faperj, 2009. 
SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. In: ______. (et al.). 
Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. RJ: Vozes, 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/download/12319/8741
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
12 
 
Desigualdades e Diversidade na educação 
Raimunda Nonata da Silva Machado 
 
Na seção anterior, vimos que a diversidade pode ser um obstáculo no reconhecimento das 
diferenças humanas, culturais, geográficas e, por conseguinte, na promoção dos Direitos Humanos. 
O embate por afirmação das diferenças com usufruto de direitos fundamentais como: saúde, 
segurança, alimentação, educação é uma luta histórica. A ideia de que todos são iguais por natureza 
e têm os mesmos direitos gera disputas e lutas de resistências quando um projeto monocultural e 
eurocentrado é priorizado ou legitimado em sociedades que são multiculturais. 
As instituições de ensino são os principais territórios desse confronto e tensionamentos. 
Crianças, jovens, adultos, idosos são marcados por diferentes trajetórias e histórias de vida. A 
sociedade brasileira possui diferentes salas de aula, distribuídas numa diversidade regional, exigindo 
políticas educacionais que atendam a essa multiplicidade de pessoas, ambientes e culturas. 
Especialmente porque alguns grupos sociais são, historicamente, violentados e subalternizados, e, 
com isso, são excluídos dos acessos aos direitos fundamentais, logo, são desviados de ocuparem as 
posições consideradas de prestígio social na sociedade brasileira. 
A ênfase em projetos universalistas significa a violação da defesa e proteção da dignidade 
humana. Os projetos educacionais brasileiros foram construídos nessa lógica monocultural, 
heronormativa e eurocentrada. A luta pelo reconhecimento das diferenças, pelo acesso e 
permanência dos grupos subalternizados nas instituições de ensino da educação básica é secular. 
Mulheres e negros, por exemplo, não podiam frequentar escolas. A naturalização e universalização 
de estereótipos, sobre ser mulher e pessoas negras, produziu um sistema de hierarquização, 
desigualdades e exclusão social que nos coloca as seguintes indagações: Qual a relação existente entre 
DESIGUALDADES e DIVERSIDADES, especialmente no território das instituições de ensino e como, 
nessa relação, as DIVERSIDADES se traduzem ou são utilizadas na produção das DESIGUALDADES? 
Como esses grupos vêm compondo frentes de lutas e resistências no sentido de que a diversidade não seja utilizada 
como estratégia de aprofundamento das desigualdades sociais? 
 
 
 
 
 
Consideremos o fato de que as instituições de ensino (especialmente escolas e 
universidades), assim como as demais instituições sociais, ao mesmo tempo, são atravessadas e 
produtoras das relações de gênero, étnico-raciais, geracionais, dentre outras. Nesse sentido, o 
trabalho docente é uma prática social que se constitui por meio de atividades humanas, logo, é um 
modo de engendrar agentes sociais, a partir de suas representações de gênero, sexualidade, raça, 
geração, classe, região, dentre outras. 
Sobre a primeira questão: Qual a relação existente entre DESIGUALDADES e 
DIVERSIDADES, especialmente no território das instituições de ensino e como, nessa relação, as 
DIVERSIDADES se traduzem ou são utilizadas na produção das DESIGUALDADES? 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
13 
 
Para Guacira Louro (1997, p. 89) “é impossível pensar sobrea instituição sem que se lance 
mão das reflexões sobre as construções sociais e culturais de masculino e feminino. Além disso, 
nesse espaço, conforme Gomes (2002, p. 40): “aprendemos e compartilhamos não só conteúdos e 
saberes escolares, mas também valores, crenças, hábitos e preconceitos raciais, de gênero, de classe 
e de idade”. 
As instituições de ensino são territórios plurais de manifestação das relações de poder 
presentes na sociedade. Nesse lugar, se encontram diferentes saberes e experiências, narrativas de 
vida, de controle e libertação dos corpos. 
 
 
Esses encontros se dão por diferentes formas: brincadeiras, estudos, leituras... 
 
https://blog.estacio.br/futuro-
profissional/grupo-de-estudos/ 
https://www.mundinhodacrianca.net/2018/
09/brincadeiras-para-educacao-infantil.html 
https://www.educamundo.com.br/blog/bri
ncadeiras-recreacao-infantil-ludicidade 
Quando as instituições de ensino reforçam as diversidades, a partir dos estereótipos 
marcadores de submissão e violência sexista e racistas, está contribuindo com a produção de 
preconceitos, discriminações e, por conseguinte, das desigualdades. São fenômenos como 
misoginia, racismo, homofobia grandes geradores da repetência e evasão escolar. A diversidade não 
tem espaço em projetos educacionais monoculturais, eurocentrados, machistas, patriarcais, 
homofóbicos, xenofóbicos... esses tipos de projetos produzem epistemicídio, o silenciamento e o 
apagamento das narrativas dos grupos sociais subalternizados historicamente, como mulheres, 
negros/as, indígenas, idosos/as, deficientes físicos, praticantes de religiões de matriz africana, 
dentre outros agentes sociais. 
Eis a contribuição das instituições de ensino na produção das desigualdades, logo, no 
aprofundamento do desemprego, do não acesso, desse grupo, aos bens materiais, ambientais, 
culturais e socioeconômicos! Mas, esse território é marcado também por conflitos, tensões e 
contra-movimentos de libertação. É o que discutiremos com a nossa segunda questão: 
 
 
A escola não é um campo neutro onde, após entrarmos, os conflitos sociais e raciais permanecem do lado de 
fora. A escola é um espaço sócio-cultural onde convivem os conflitos e as contradições. O racismo, a 
discriminação racial e de gênero, que fazem parte da cultura e da estrutura da sociedade brasileira, estão presentes 
nas relações entre educadores/as e educandos/as (GOMES, 1996, p. 69). 
Sobre a segunda questão: E, como esses grupos vêm compondo frentes de lutas e resistências no sentido 
de que a diversidade não seja utilizada como estratégia de aprofundamento das desigualdades sociais? 
https://blog.estacio.br/futuro-profissional/grupo-de-estudos/
https://blog.estacio.br/futuro-profissional/grupo-de-estudos/
https://www.mundinhodacrianca.net/2018/09/brincadeiras-para-educacao-infantil.html
https://www.mundinhodacrianca.net/2018/09/brincadeiras-para-educacao-infantil.html
https://www.educamundo.com.br/blog/brincadeiras-recreacao-infantil-ludicidade
https://www.educamundo.com.br/blog/brincadeiras-recreacao-infantil-ludicidade
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
14 
 
 
Sobre as condições de vida de mulheres, negros/as, indígenas, deficientes, idosos, existem 
diferentes grupos como: os movimentos negros, de mulheres negras, feministas, LGBTQIA+, 
indígenas, quilombolas em constantes lutas por reconhecimentos de suas narrativas, formas de 
saber, ser e comunicar suas experiências. Esses grupos têm exigido políticas públicas de ações 
afirmativas, de educação escolar, trabalho, moradia, dentre outros direitos fundamentais. 
 
 
https://www.redebrasilatual.com.br/
cidadania/2018/06/movimento-
negro-unificado-comemora-40-anos-
de-existencia-em-sao-paulo/ 
 
https://www.politize.com.br
/movimento-feminista/ 
https://santosturismo.wordp
ress.com/2012/09/18/cami
nhada-na-orla-vai-marcar-
luta-pelos-direitos-de-
pessoas-com-deficiencia/ 
https://portal.to.gov.br/noticia/202
0/6/17/seciju-explica-o-que-
significa-cada-letra-da-sigla-lgbtqi-e-
alguns-outros-termos-usados-na-luta-
por-respeito-e-diversidade/ 
 
 Esses movimentos constroem saberes e possibilidades de lidarmos com experiências 
multiculturais, tal como ocorre na sociedade brasileira. Uma dessas formas é entender que a 
diversidade existente entre nós deve ser vista, sentida e praticada como 
INTERCULTURALIDADE. É fundamental reconhecer as riquezas que existem quando 
diferentes grupos sociais se relacionam e interagem. Nessa interação deve haver o reconhecimento 
do outro, estabelecimento de pontes e o exercício da alteridade e do diálogo. Para tanto, quais 
questões precisamos enfrentar? Vejamos: 
 
1- O que a abordagem intercultural exige? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
✓ Esforço contra o etnocentrismo, os estereótipos e os preconceitos; 
✓ Um trabalho de descentração e de meta-conhecimento da sua própria identidade cultural, 
do seu papel, reflexão de sua cultura; 
✓ Novas formas de comunicação, de negociação e de gestão da diversidade cultural, visando 
cooperação com os outros nas diferentes atividades humanas; 
✓ Aprender a dialogar com as outras culturas e aprender a conhecer o outro e as suas tradições 
e culturas; 
✓ Aceitar negociar e propor compromissos de modo a evitar comportamentos de rejeição ou 
de assimilação; 
✓ Desenvolvimento de processos reflexivos, modelos pedagógicos e competências que 
contribuam na construção de sociedades democráticas e equitativas, favorecendo o trabalho 
em equipe e inter/multidisciplinar e não apenas a aquisição de conhecimentos e a 
aprendizagem de uma simples profissão; 
Natália Ramos (2009) 
https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/06/movimento-negro-unificado-comemora-40-anos-de-existencia-em-sao-paulo/
https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/06/movimento-negro-unificado-comemora-40-anos-de-existencia-em-sao-paulo/
https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/06/movimento-negro-unificado-comemora-40-anos-de-existencia-em-sao-paulo/
https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2018/06/movimento-negro-unificado-comemora-40-anos-de-existencia-em-sao-paulo/
https://www.politize.com.br/movimento-feminista/
https://www.politize.com.br/movimento-feminista/
https://santosturismo.wordpress.com/2012/09/18/caminhada-na-orla-vai-marcar-luta-pelos-direitos-de-pessoas-com-deficiencia/
https://santosturismo.wordpress.com/2012/09/18/caminhada-na-orla-vai-marcar-luta-pelos-direitos-de-pessoas-com-deficiencia/
https://santosturismo.wordpress.com/2012/09/18/caminhada-na-orla-vai-marcar-luta-pelos-direitos-de-pessoas-com-deficiencia/
https://santosturismo.wordpress.com/2012/09/18/caminhada-na-orla-vai-marcar-luta-pelos-direitos-de-pessoas-com-deficiencia/
https://santosturismo.wordpress.com/2012/09/18/caminhada-na-orla-vai-marcar-luta-pelos-direitos-de-pessoas-com-deficiencia/
https://portal.to.gov.br/noticia/2020/6/17/seciju-explica-o-que-significa-cada-letra-da-sigla-lgbtqi-e-alguns-outros-termos-usados-na-luta-por-respeito-e-diversidade/
https://portal.to.gov.br/noticia/2020/6/17/seciju-explica-o-que-significa-cada-letra-da-sigla-lgbtqi-e-alguns-outros-termos-usados-na-luta-por-respeito-e-diversidade/
https://portal.to.gov.br/noticia/2020/6/17/seciju-explica-o-que-significa-cada-letra-da-sigla-lgbtqi-e-alguns-outros-termos-usados-na-luta-por-respeito-e-diversidade/
https://portal.to.gov.br/noticia/2020/6/17/seciju-explica-o-que-significa-cada-letra-da-sigla-lgbtqi-e-alguns-outros-termos-usados-na-luta-por-respeito-e-diversidade/
https://portal.to.gov.br/noticia/2020/6/17/seciju-explica-o-que-significa-cada-letra-da-sigla-lgbtqi-e-alguns-outros-termos-usados-na-luta-por-respeito-e-diversidade/
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
15 
 
2- Quais as visões de abordagem intercultural nas pesquisas e processos de intervenção 
pedagógica? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com a abordagem intercultural é possível, conforme Machado(2018), produzir outras 
epistemologias (conhecimentos, saberes e experiências) de descolonização e libertação da 
hegemonia eurocêntrica. Esse projeto educacional é capaz de: 
▪ Abalar sistemas unidirecionais e universais como a Universidade brasileira; 
▪ Incentivar a produção de sistemas de conhecimento baseados na Diversidade (gênero, 
sexualidade, raça, região, religião, idade, dentre outros) ou pluridiversidade; 
▪ Desestabilizam a continuidade da legitimação de uma única epistemologia. 
Para Silvia Federeci (2016), significa assumir posturas que: nos coloquem na linha de frente 
das resistências contra o capitalismo, o colonialismo e o neoliberalismo, reconheçam e valorizem a 
agenda das mulheres quando travam batalhas pelo controle de seus corpos, condições para cuidar 
dos filhos, por educação, trabalho, tenham consciência de que a perseguição e o aumento da 
✓ Sociológica: leva em conta que a maioria das nossas sociedades são e serão cada vez 
mais multiculturais; 
✓ Estratégica: é necessário promover a relação entre as culturas, no entanto sem anular a 
identidade de cada uma delas; 
✓ Multi/interdisciplinar: os objetos do domínio intercultural são objetos complexos, 
plurais, heterogéneos e pluridimensionais e não podem ser reduzidos a uma única 
abordagem disciplinar; 
✓ Sistêmica e multidimensional: visão global, dinâmica e interacionista da complexidade 
da construção de um pluralismo comum; do reconhecimento ao mesmo tempo, dos 
indivíduos e das culturas; da integração das representações e das práticas educacionais 
nos contextos ecológicos, familiares, socioeconómicos, culturais e políticos em que estão 
inseridas; 
✓ Dinâmico e Dialético: implica a tomada de consciência da alteridade e da diversidade, 
do universal e do particular, das identidades individuais e coletivas, das interações entre 
os indivíduos e os grupos e ainda das relações entre o eu e o outro; 
✓ Psicossocial e Pedagógica: exige o desenvolvimento de competências culturais, sociais, 
pedagógicas, comunicacionais, de competências individuais e de cidadania de todos os 
grupos, que permitam interações sociais respeitosas entre os indivíduos e as culturas e 
que promovam a consciencialização cultural, a comunicação e o diálogo intercultural e o 
funcionamento democrático das sociedades; 
✓ Sociopolítica: o interculturalismo não é, somente, um objetivo em si. É, também, um 
instrumento para promover a coesão social, o exercício da cidadania, a igualdade de 
oportunidades e uma integração adequada de todos, grupos minoritários e maioritários. 
Natália Ramos (2009) 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
16 
 
violência contra as mulheres, negras/os, LGBTQI+, quilombolas, indígenas, atualmente, é uma 
resposta à luta, à resistência diária de cada grupo contra a opressão. Para tanto, é importante: 
▪ Intervenções epistemológicas na produção de conhecimento com a valorização dos saberes 
locais oriundos das comunidades indígenas, quilombolas, terreiros, cultural popular e dos 
diferentes movimentos de reivindicação dos direitos humanos; 
▪ Ampliação das participações intelectuais e sociais dos agentes sociais que valorizam 
experiências diversas com acesso, permanência e participação, destes, nas instituições de 
ensino; 
▪ Denúncia e rejeição de projetos monoculturais que, historicamente, tem definido estruturas 
curriculares excludentes nas escolas e universidades. 
Portanto, o uso da abordagem intercultural é uma possibilidade de intervenção pedagógica 
libertadora. Dialoga, desse modo, com o pensamento freiriano, com os estudos decoloniais e, 
conforme Machado (2018), transforma o trabalho docente num exercício epistemológico, político 
e pedagógico, uma profissionalidade militante e engajada na luta por corporificar o currículo com 
visibilidade nos grupos sociais subalternizados. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
FEDERICI, Silvia. Entrevista. 2 de junho de 2017. https://revistacult.uol.com.br/home/silvia-
federici-o-capitalismo-tenta-destruir-memorias/ 
GOMES, Nilma Lino. Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de 
estereótipos ou ressignificação cultural? Revista Brasileira de Educação. 2002, n.21, pp.40-51. 
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbedu/n21/n21a03.pdf. Acesso em: 26 fev 2021. 
_______. Educação, raça e gênero: relações imersas na alteridade. Cadernos Pagu, 1996, n. 6-7, 
pp.67-82. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=51071 
Acesso em: 26 fev 2021. 
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade e Educação: uma perspectiva pós-
estruturalista. Rio de Janeiro: vozes, 2004. 
MACHADO, Raimunda Nonata da Silva. Gênero e Raça em Travessias Epistêmicas. São Luiís: 
EDUFMA, 2018. 
RAMOS, Natalia. Diversidade cultural, educação e comunicação intercultural − políticas e 
estratégias de promoção do diálogo intercultural. Revista Educação em Questão, Natal, v. 34, 
n. 20, p. 9-32, jan./abr. 2009. Disponível em: 
http://www.periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao/article/download/3941/3208. Acesso em: 
10 abr 2018. 
Saiba Mais: 12 livros para estudar a história do movimento LGBTQIA+ Leia mais em: 
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/12-livros-para-estudar-a-historia-do-movimento-
lgbtqia/ 
 
https://revistacult.uol.com.br/home/silvia-federici-o-capitalismo-tenta-destruir-memorias/
https://revistacult.uol.com.br/home/silvia-federici-o-capitalismo-tenta-destruir-memorias/
https://www.scielo.br/pdf/rbedu/n21/n21a03.pdf
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=51071
http://www.periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao/article/download/3941/3208
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/12-livros-para-estudar-a-historia-do-movimento-lgbtqia/
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/12-livros-para-estudar-a-historia-do-movimento-lgbtqia/
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
17 
 
Diversidade nas Políticas Educacionais1 
Raimunda Nonata da Silva Machado 
Os movimentos sociais em muito vêm contribuindo, dialeticamente, com a criação de 
instrumentos legais2 e planejamento de programas como ações geradoras de diversas políticas 
educacionais, enfrentando tensão, lutas sociais e reivindicações contra as desigualdades sociais. 
Vejamos alguns dispositivos legais, de planejamentos e institucionais criados, no âmbito das 
reformas dos anos de 1990. 
Sobre os dispositivos legais: temos, como marco, a promulgação da Constituição Federal de 
1988 na sua forma de democracia representativa e participativa, que possibilita a ampliação e 
sustentação das lutas dos movimentos sociais, no âmbito da regulamentação de outras leis, tais 
como: 
▪ A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 9.394 de 20 de 
dezembro de 1996; 
▪ A Declaração e Programa de Ação adotados na III Conferência Mundial contra Racismo, 
Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, realizada em 31 de agosto a 8 de setembro 
de 2001, em Durban na África do Sul; 
▪ A promulgação da Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, alterando os Arts. 26 e 79 da LDBEN, 
tornando obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. 
▪ A promulgação da Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006, que cria mecanismos 
para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e dispõe sobre a criação dos Juizados de 
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, alterando o Código de Processo Penal, o Código 
Penal e a Lei de Execução Penal; 
▪ A promulgação da Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, alterando o Art. 26-A da LDBEN, outrora 
modificado pela Lei nº 10.639/2003, passando a vigorar com a inclusão do estudo da cultura indígena 
▪ A promulgação da Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, 
considerando “desigualdade de gênero e raça; assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua 
a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais” (BRASIL,2013); 
▪ A promulgação da Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, que “dispõe sobre o ingresso nas 
universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico”, assegurando “no mínimo, 50% 
(cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio 
em escolas públicas”. Essas vagas deverão ser preenchidas, “por curso e turno, por autodeclarados 
pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população 
da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)” (BRASIL, 2014). 
 
 
1 Esse texto é adaptação de capítulos da primeira parte do livro Gênero e raça em travessias epistêmicas, de autoria de Raimunda 
Nonata da Silva Machado (p. 51-70) para uso didático-pedagógico no Curso CDE. 
2 Os instrumentos legais, conforme Art. 59 da Constituição Federal compreendem: emendas à Constituição; leis complementares, 
ordinárias e delegadas; medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções (BRASIL, 2013). 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
18 
 
Quanto aos dispositivos de planejamento: temos os impactos gerados pelo conjunto de 
legislações, apontadas anteriormente, e, operacionalizadas nas tentativas oficiais de reformas 
curriculares, a exemplo das que propuseram orientações de como incorporar os estudos sobre 
Pluralidade Cultural (raça, etnia, gênero, sexualidade) no currículo escolar, bem como metas que 
incorporam preocupações com imagens estereotipadas de mulheres, igualdade de direitos, 
diversidade e relações étnico-raciais, dentre outros, embora timidamente ou numa concepção 
essencialista. São eles: 
 
▪ Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), lançados em 1997; 
▪ As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações étnico-Raciais e para o Ensino de 
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, instituída pela Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004, 
nos termos explicitados no Parecer CNE/CP nº 3/2004. 
▪ Os Planos Nacionais de Educação de periodicidade decenal instituídos, respectivamente, pela Lei nº 
10.172 de 9 de janeiro de 2001 (2001-2010) e Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014 (2014-2024). 
 
Os dispositivos institucionais também são apoiados no início deste século. Entre interesses 
e conflitos surgem conselhos e secretarias que elaboram planos na tentativa de gerar impactos em 
todas as áreas, mediante o forte apelo dos movimentos sociais em prol da reparação das injustiças 
sociais, da necessidade de reconhecimento de identidades sociais, das relações de gênero, dos 
direitos sexuais e reprodutivos e do repúdio a qualquer forma de violência. Trata-se da 
institucionalização de agências de políticas com recorte de gênero e raça: 
 
▪ Criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) da Presidência da 
República em 2003; 
▪ Criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República em 2003; 
▪ Criação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) em julho de 
2004 e que, a partir de 2011, passou a ser denominada de Secretaria de Educação Continuada, 
Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC)3. 
 
A criação das secretarias fortalecia as ações governamentais, funcionando como instâncias de 
mobilização social, por meio da realização de conferências e elaboração de planos nacionais que 
visam a promoção da igualdade e da cidadania, com enfrentamento do racismo e do sexismo nas 
mais diversas áreas sociais. 
 
3 A SECADI, “em articulação com os sistemas de ensino implementa políticas educacionais nas áreas de alfabetização e educação 
de jovens e adultos, educação ambiental, educação em direitos humanos, educação especial, do campo, escolar indígena, 
quilombola e educação para as relações étnico-raciais. O objetivo da Secadi é contribuir para o desenvolvimento inclusivo dos 
sistemas de ensino, voltado à valorização das diferenças e da diversidade, à promoção da educação inclusiva, dos direitos humanos 
e da sustentabilidade socioambiental, visando à efetivação de políticas públicas transversais e intersetoriais”. (BRASIL, 2012) 
In: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=290&Itemid=816>. 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
19 
 
Alguns desses planos têm sido coordenados pela SEPPIR e pela SPM, respectivamente: o 
Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PLANAPIR), idealizado em 2005, com base nas 
propostas apresentadas na I Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (I Conapir) e 
aprovado pelo Decreto Federal nº 6.872, em 2009, e o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres 
que foi criado a partir da I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (I CNPM), em 2004, 
sendo provado em 2005, por meio do Decreto Federal nº 5.390. 
Esses dispositivos de ações políticas são portadores de discursos, que objetivam superar a 
existência de problemas sociais, gerados na constituição da sociedade brasileira colonial com 
fundamentos conservadores de base escravocrata e patriarcal. Além disso, podem ajudar a pensar 
outras maneiras de produção e transmissão de conhecimentos relacionados às múltiplas 
experiências, sendo a formação dos sujeitos uma dessas estratégias de desconstrução das marcas 
conservadoras, resultantes do colonialismo, do escravismo e do patriarcalismo, cuja concepção 
ainda permanece bem arraigada no imaginário social! 
Algumas dessas marcas a que me refiro dizem respeito a: a) culpabilização da vítima: o sujeito 
é o próprio responsável por sua natureza inferior; b) rotulação das vítimas: são, naturalmente, 
menos capazes e menos inteligentes; c) profecia auto-realizadora: resultados que comprovam as 
marcas anteriores; d) má-fé: situação desfavorável reconhecida como inevitável, delineando uma 
postura passiva que impede o desejo de lutar (BOAKARI, 1994). 
São marcas derrotistas presentes na realidade social (em jornais, revistas, Internet, televisão, 
na família, na escola, na mídia) e que servem para acentuar e perpetuar as desigualdades sociais. 
Além de serem herança colonial, escravista e patriarcal, foram assim construídas, por meio de um 
discurso biológico e naturalizante. 
Essa situação continua colocando desafios aos sistemas educacionais e escolares, os quais 
precisam preparar-se para promoverem práticas pedagógicas que contemplem questões da 
pluralidade cultural. Estudos sobre relações raciais, de gênero e sexualidade na escola mostram 
como a escola se constitui em espaço permeado por preconceitos e discriminações, sendo 
necessário que esta reconheça e valorize as diferenças culturais, incorporando diversas experiências 
e identidades de mulheres, negros/as, índios/as, homossexuais, pessoas com necessidades 
especiais. 
São estudos que denunciam há mais de uma década, que a manutenção do silêncio sobre 
questões raciais, de gênero e da sexualidade desvaloriza a história e a cultura de sujeitos, 
disseminando discursos negativos que desvalorizam as experiências e os saberes desse grupo social. 
Trata-se de um longo trabalho de desconstrução de mentalidades e atitudes conservadoras, que 
poderá desestabilizar “o status dos experts” (LOURO, 2004), lembrando das experiências ou saberes 
desperdiçados e que merecem serem compartilhados, comunicados e tornados visíveis. 
Os dispositivos legais, institucionais e de planejamento traduzem ações políticas que ajudam 
na organização das relações sociais, produzindo discursos e verdades que contemplem uma 
“ecologia de saberes” (SANTOS, 2010), dando visibilidade e possibilidade de legitimação às 
experiências marcadas como ininteligíveis. 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
20 
 
As ações políticas nesse jogo do direito de dizer e fazer são determinadas relacionalmente na 
tensão entre forças sociais. Hádisputas no interior do território jurídico pelo poder de dizer, de 
proferir a “verdade e as formas jurídicas” (FOUCAULT, 1996), às quais poderão evidenciar a 
construção de práticas sociais com outras formas de conhecimento e modos de viver em sociedade, 
despertando para um contra-movimento cultural. 
Numa sociedade fabricada por ideologias colonialistas, escravista e patriarcal, não são pacíficas 
as mudanças que se reivindicam no próprio discurso produzido como verdadeiro e que, durante 
muito tempo destituiu mulheres e afrodescendentes do direito de frequentarem escolas, gênese dos 
mitos e preconceitos que ainda hoje, se manifestam como justificativas para exclusão desses sujeitos 
de determinadas tarefas ou posições sociais privilegiadas. 
A negação de ações políticas da diversidade implica na afirmação e perpetuação das identidades 
“inteligíveis” (BUTLER, 2012), àquelas identidades legitimadas por práticas sociais (dentre elas, as 
que são oriundas de ações políticas), as quais exigem que outros tipos de identidades não possam 
“existir”. 
A emergência de práticas de resistência e luta pela garantia de direitos fundamentais tem 
amparo em dispositivos internacionais como a Convenção para Proteção e Promoção da 
Diversidade das Expressões Culturais, adotada pela Organização das Nações Unidas para a 
Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para o reconhecimento da diversidade cultural. 
Esses dispositivos (institucionais, legais e planejamento de programas e ações) são fundados e 
refundados no decorrer da história; eles arbitram, entre os homens, danos e responsabilidades; 
definem como são julgados, como podem reparar suas ações; as punições; os tipos de subjetividade, 
o permitido e o proibido; formas de saber; enfim, as relações entre o homem e as verdades 
(FOUCAULT, 1996). 
O esforço em romper com os modelos hierarquizantes que traduzem afirmações essencialistas 
e coloca uma identidade “normal” como referência passa pelo questionamento das oposições 
binárias, uma vez que as identidades são construídas em oposição às outras, tomando a marcação 
das diferenças raciais e sexuais para definir aqueles/as que fogem à regra, ao padrão e que, portanto, 
são classificados/as a partir do olhar hegemônico como desviantes e inferiores. 
Os/as professores/as são portadores/as de valores culturais que refletem, na sala de aula, suas 
visões sobre o que é ser mulher e afrodescendente na sociedade brasileira. Logo, perpetuar práticas 
racistas e sexistas poderá ser considerado legalmente como atos abusivos, porque provoca danos à 
dignidade humana. Isso impulsiona a reflexões e debates, amplia as lutas de enfrentamento dos 
problemas sociais e obriga o Estado à formulação de políticas que atendam as experiências não-
hegemônicas, dentre as quais destaco as políticas de formação dos profissionais da educação para 
a produção de conhecimento sobre diversidade, bem como manuais e materiais didáticos para o 
seu tratamento pedagógico nas diversas áreas do conhecimento. 
Nesse esforço de enfrentar as desigualdades sociais, no pós-constituição de 1988, a formulação 
e implementação de políticas educacionais destinadas à valorização da pluralidade cultural, com o 
reconhecimento das subjetividades coletivas privilegiou a formação docente com o propósito de 
preparar o profissional para tratar das questões de pluralidade cultural nas práticas educativas e 
 
 
 
 
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Diversidade na Educação (CDE) 
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outros contextos socioculturais de forma positiva, ou seja, valorizando as experiências 
desperdiçadas. Dentre os vários programas e ações que contemplam as políticas educacionais de 
raça e gênero, exemplifico duas possibilidades de intervenção: 
 
1ª INTERVENÇÃO: no âmbito das políticas curriculares 
 
Destaca-se a adoção dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), lançados em 1997 e 
destinados às séries iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª série) como apoio ao planejamento, 
mediante reflexões da prática pedagógica e elaboração de projetos didáticos. Esse documento 
contém um volume dedicado a Pluralidade Cultural e Orientação Sexual, cujos temas 
transversais visam combater preconceitos e discriminações que se manifestam por meio dos gestos, 
atitudes, comportamentos e palavras, ou seja, enquanto política valorizativa ou persuasiva pode ser 
utilizada ou não no sentido de provocar mudanças de mentalidade e comportamento (BRASIL, 
1997). 
O tema Pluralidade Cultural poderá ser utilizado para o desenvolvimento de ações que 
busquem o respeito aos diferentes grupos e culturas, na tentativa de superar as discriminações e 
valorizar conhecimentos silenciados no currículo, mostrando a riqueza representada pela 
diversidade étnica/cultural, que compõe o patrimônio brasileiro na tentativa de valorização da 
trajetória particular dos grupos. Porém, ainda há necessidade de que essa pluralidade cultural seja, 
de fato, um território aberto e privilegiado de diálogo intercultural. 
O tema, Orientação sexual poderá ajudar na transmissão de informações e problematização 
de questões relacionadas à sexualidade, incluindo posturas, crenças, tabus e valores a ela associados 
em suas dimensões sociológica, psicológica e fisiológica da sexualidade. Propõe a discussão do 
exercício da sexualidade de forma responsável e prazerosa, como também, o reconhecimento das 
manifestações de sexualidade passíveis de serem expressas na escola. Esse tema está organizado 
em torno de três eixos fundamentais de intervenção: 
 Corpo: matriz da sexualidade – respeito ao próprio corpo e noções de cuidado; 
 Gênero: questionamento dos papéis sociais rigidamente estabelecidos entre homens e 
mulheres, valorização de cada um e flexibilização desses papéis; 
 Prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS: fornecer informações 
científicas e atualizadas sobre as formas de prevenção das doenças; combate as 
discriminações que atingem portadores do HIV e doentes de AIDS. 
 
2ª INTERVENÇÃO: no âmbito das políticas de formação docente 
 
Trata-se de ações destinadas à formação de profissionais da educação na área da 
diversidade. Dentre essas experiências vem sendo desenvolvida, desde 2006, o Projeto Gênero e 
 
 
 
 
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Diversidade na Escola, visando a formação de profissionais da área de educação nas temáticas 
gênero, sexualidade e orientação sexual e relações étnico-raciais. 
Conforme Pereira, Rohden (2007), o Projeto-piloto foi idealizado pela Secretaria de Políticas 
para as Mulheres (SPM/PR) e pelo British Council (Conselho Britânico), em parceria com a 
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD-MEC), hoje SECADI, 
Secretaria de Ensino a Distância (SEED-MEC), Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial (SEPPIR/PR) e o Centro Latino Americano em Sexualidade e Direitos Humanos 
(CLAM)4 do Programa em Gênero, Sexualidade e Saúde do Instituto de Medicina Social (IMS) da 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O curso foi oferecido inicialmente em seis 
municípios (Porto Velho, Salvador, Maringá, Dourados, Niterói e Nova Iguaçu) e certificado pela 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 
Posteriormente, o curso foi incluído no sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) do 
Ministério de Educação (MEC), sendo executado na modalidade de educação a distância pelas 
universidades que integram esse sistema. A partir dessa iniciativa foi criada a Rede de Educação 
para a Diversidade, ofertando outros cursos voltados para a promoção da igualdade e do respeito 
à diversidade e aos direitos humanos, dentre os quais destaco, neste estudo, o Curso Gestão de 
Políticas Públicas em Gênero e Raça (GPP-GeR). 
Nesse sentido, devem contribuir as instituições parceiras, mencionadas anteriormente, 
incentivando políticas públicas baseadas nos princípios de intersetorialidade, interseccionalidade e 
transversalidade e as universidades, comseus intelectuais mais dedicados ao trabalho de valorização 
das diferenças e da pluralidade cultural, da promoção da educação multicultural do campo, dos 
direitos humanos e da sustentabilidade socioambiental. 
Dessa forma, com as experiências de diversidade obtidas pelas conquistas, provocadas por 
pressões dos movimentos sociais, é possível destacar a atuação do governo brasileiro em diálogo 
com organismos internacionais quanto ao reconhecimento do problema das desigualdades raciais 
e de gênero, lançando programas e ações de enfrentamento dos processos que legitimam as 
discriminações (racismo e preconceitos) na sociedade brasileira. 
 
 
 
 
 
4 O Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM) é um projeto do Programa de Estudos e Pesquisas em 
Gênero, Sexualidade e Saúde do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi criado em 2002 
com a finalidade principal produzir, organizar e difundir conhecimentos sobre a sexualidade na perspectiva dos direitos humanos, 
buscando, assim, contribuir para a diminuição das desigualdades de gênero e para o fortalecimento da luta contra a discriminação 
das minorias sexuais na região. Através do diálogo entre a universidade, movimentos sociais e formuladores de políticas públicas 
na América Latina, o Centro articula pesquisadores, militantes e outros parceiros interessados em fomentar o debate sobre a 
sexualidade e os direitos sexuais, coordenando atividades regionais no Brasil, Argentina, Chile, Peru e Colômbia. A iniciativa 
integra um projeto internacional que vincula centros congêneres implantados na Ásia, África e EUA. In: 
<http://www.clam.org.br/quem-somos/conteudo.asp?cod=65>. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BOAKARI, F. M. As crianças negras e a socialização que produz o fracasso escolar. In: VEIGA-
NETO, Alfredo J. (Org.). Sociologia da educação. Porto Alegre: Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), 1994. p. 21-42. 
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro, 
Civilização Brasileira, 2012. 
FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Nau Ed., 1996. 
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 
Petrópolis: Vozes, 2004. 
SANTOS, B. de S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de 
saberes. In: SANTOS, B. de.; MENESES, M. P. (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: 
Cortez, 2010b. p. 31-83. 
 
 
ATIVIDADE – FÓRUM: 
Como construir possíveis soluções ao paradoxo da diversidade e à garantia dos 
Direitos Humanos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Diferenças e Desigualdades na Escola e Sociedade 
Rosyene Conceição Soares Cutrim 
Érica da Silva Pinto 
 
 
 
 
 
 
Um dos motes da contemporaneidade é, sem dúvida, o de 
garantir direitos humanos, a todos/as/es, sem distinção e de forma 
igualitária, sem condicionamentos a quem quer que seja, ou quais sejam 
seus marcadores sociais de identidade. Sabemos que a diversidade 
humana é fato. Constituídos de marcadores sociais da diferença5 de 
raça, cor, gênero, sexualidade, religião, classe social, região geográfica... 
indivíduos possuem suas identidades construídas sócio-histórica e 
culturalmente. Cada pessoa é um ser único e diverso. E a escola, assim 
como a sociedade, é um espaço onde estão concentradas inúmeras 
diferenças individuais que convivem diariamente. As relações sociais 
são permeadas pelas representações e significados das intersecções 
destes marcadores. 
 Um dos grandes desafios do século XXI é, portanto, saber 
como lidar com a diversidade, visto que este é um aspecto fundamental 
para o convívio pacífico na sociedade. Assim, se faz necessário, assumir 
a existência da pluralidade de sujeitos e uma postura de 
reconhecimento das diversidades. Entendemos ser necessário, (re) 
conhecer as diversas identidades dos indivíduos, a partir dos variados 
marcadores sociais de diferença de corpos, gêneros, sexualidades, cor, 
raças, etnias, religiões, gerações etárias, classes sociais e outras tantas, 
garantindo neste contexto o exercício da cidadania de todos/as/es, de 
forma que as relações estejam baseadas na justiça, em valores 
democráticos e laicos e na prática do diálogo e do respeito. 
 
5 Segundo Lins et al (2016), marcadores sociais da diferença são marcas sociais que nos diferenciam uns dos outros e 
produzem desigualdades entre nós. Como por exemplo, os marcadores de gênero (como homem, mulher, transexual), 
de cor/raça (negro, branco, pardo, amarelo, indígena), de geração (criança, adolescente, jovem, adulto e terceira 
idade),.., de orientação sexual (assexual, heterossexual, bissexual e homossexual) e de classe social (pobre, classe média 
e rico). Uma pessoa pode se identificar, ao mesmo tempo, como mulher, negra, jovem, periférica e lésbica, enquanto 
que outra pessoa se identifica como sendo homem, branco, cisgênero, heterossexual, classe média e de terceira idade. 
Essas características marcam como cada um irá experimentar o mundo. 
Dicas de Leituras 
BRASIL. Diferentes 
Diferenças: educação de 
qualidade para todos. Brasília: 
MEC, 2004. 
 
BULGARELLI, Reinaldo. 
Diversos somos todos. São 
Paulo: Ed. De Cultura, 2008. 
 
LINS, Debora Acioly et al- 
Diferentes, não desiguais: a 
questão de gênero na escola. 
São Paulo: Reviravolta, 2016. 
 
RIAL, Carmem, PEDRO, Joana 
Maria, AREND, Silvia M 
F.(orgs) Diversidades: 
dimensões de gênero e 
sexualidade. Mulheres, 2010. 
 
GONÇALVES, Cláudia Maria 
da Costa (coord.) Direitos 
Humanos e Diversidade. 
Curitiba: Juruá, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em uma sociedade estruturada na diversidade, como conviver com as 
diferenças, reconhecendo as desigualdades, defendendo e garantindo 
condições igualitárias para todos, todas e todes? 
 
 
 
 
 
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Fonte: imagem ilustrativa elaborada pelas autoras com alguns marcadores sociais possíveis, pois entendemos 
que os mesmos são diversos e estão imbricados com as construções sócio-históricas, culturais e políticas de 
cada ser humano. 
 
Jacques d’Adesk, Gomes (2002,) destaca que a identidade, para se constituir como 
realidade, pressupõe uma interação. A ideia que um indivíduo faz de si mesmo, de seu “eu”, é 
intermediada pelo reconhecimento obtido dos/as/es outros/as/es, em decorrência de sua ação. 
Nenhuma identidade é construída no isolamento. Ao contrário, é negociada durante toda a vida, 
por meio do diálogo, parcialmente exterior, parcialmente interior, com os/as/es outros/as/es. 
Tanto a identidade pessoal quanto a identidade socialmente derivada são formadas em diálogo 
aberto e dependem, de maneira vital, das relações dialógicas estabelecidas com os outros. Esse é 
um movimento pelo qual passa todo e qualquer processo identitário e, por isso, diz respeito, a 
construção sócio-histórica, cultural e política vivenciada. 
Tomaz Tadeu da Silva (2017), define entre outros conceitos o da perspectiva pós-
estruturalista, na qual a diferença é um processo linguístico e discursivo. Ela não é uma 
característica natural, mas sim produzida discursivamente, assim como também é sempre uma 
relação: não se pode ser “diferente” de forma absoluta, a diferença se dá em relação a outro 
considerado “não diferente”, em um processo discursivo intermediado por relações de poder, onde 
um é o diferente (avaliação negativa) e outro não diferente tem avaliação positiva. Tudo numa 
articulação, produção e reprodução discursiva do poder. Para ele “ [...] identidade e diferença são 
resultado de atos de criação linguística, significa dizer que elas são criadas por meio de atos de 
linguagem” Silva (2014, p.76), pois é através de atos da fala que a identidade e a diferença são 
instituídas. A identidade, assim como adiferença, é uma relação social, permeada pelas relações de 
poder, declarando quem pertence e quem não pertence, sobre quem está incluído e quem está 
excluído. 
 
 
 
 
 
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Observem a charge abaixo e analisem o diálogo: 
 
 Imagem da internet. Mafalda – Quino 
 
 
 
 
 
Tudo isso imbrica na padronização de certos indivíduos sobre outros, numa clara 
normatização de uns em detrimentos de outros, ou seja, “Fixar uma determinada identidade como a 
norma é uma das formas privilegiadas de hierarquização das identidades e das diferenças. A normalização é um dos 
processos mais sutis pelos quais o poder se manifesta no campo da identidade e da diferença.” (Silva, 2014, p. 83). 
Desta forma, normalizar significa positivar determinada identidade em relação a negatividade de 
outra. A identidade normal é ‘natural’, única, é a desejável, detentora de direitos. A exemplo disso, 
nossa atual sociedade é cisheterormativa, isto é, onde o padrão normativo imposto é considerado 
como o correto e que nos reporta a sujeitos enquadrados na normatividade, de uma sociedade que 
privilegia as pessoas cis , aquelas que se identificam com o gênero conforme genitália biológica e 
heterossexual, desejo afetivo/sexual pelo sexo/gênero oposto. Se estabelecem assim, as 
desigualdades. 
Todas as formas de desigualdades têm sua origem nas diferenças entre as pessoas, no 
entanto, estas diferenças não podem ser confundidas com desigualdades e ser sustentáculo para 
uma sociedade preconceituosa e discriminatória. Diferença é o contrário de semelhança e não de 
igualdade, que tem como seu oposto a desigualdade. Portanto, o trato correto para uma sociedade 
democrática e justa é reconhecer as diferenças e lutar pela igualdade, de forma que venha impedir 
as injustiças baseadas nas desigualdades de direitos. Vale citar Boaventura de Sousa Santos (2003, 
p. 56), quando diz: 
 
O processo linguístico e discursivo implicou em alguma situação nos 
quadrinhos? Qual sua opinião do ocorrido relacionado com a leitura do 
texto? 
 
 
 
 
 
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27 
 
Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a 
ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma 
igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou 
reproduza as desigualdades.6 
 Neste sentido, a educação tem uma grande missão: assegurar e defender a plena cidadania 
de todos/as/es, independentemente de sua condição de raça, classe social, gêneros, sexualidades, 
religião, geração... enquanto humanos somos diferentes, sim! Mas como cidadãos/ãs, em uma 
sociedade democrática, somos iguais em direitos e deveres. Somos desiguais na igualdade, ou seja, 
todos somos diferentes, mas os direitos são iguais. Cada ser é único e singular e deve ser respeitado 
em sua particularidade. A escola, portanto, deve articular igualdade e diferença, no entender que as 
pessoas têm igual valor, mas são indivíduos e possuem constructos diversos. 
A diversidade está presente em cada entrelinha, em cada imagem, em cada dado, nas 
diferentes áreas de conhecimento, valorizando-a ou negando-a. É no ambiente escolar 
que as diversidades podem ser respeitadas ou negadas. É da relação entre educadores/as, 
entre estes/as e os/as educandos/as e entre os educandos/as que nascerá a aprendizagem 
da convivência e do respeito à diversidade. A diversidade, devidamente reconhecida, é 
um recurso social dotado de alta potencialidade pedagógica e libertadora. A sua 
valorização é indispensável para o desenvolvimento e a inclusão de todos os indivíduos. 
(BRASIL, 2009, p. 33) 
Ressaltamos ainda que, as questões da diversidade, do trato ético e democrático das 
diferenças, da superação de práticas pedagógicas discriminatórias e excludentes se articulam com a 
construção da justiça social, a inclusão e os direitos humanos. Assim, as políticas educacionais 
voltadas ao direito e ao reconhecimento à diversidade estão interligadas à garantia dos direitos 
sociais e humanos e à construção de uma educação inclusiva. Faz-se necessária a realização de 
políticas, programas e ações concretas e colaborativas entre os entes federados, garantindo que os 
currículos, os projetos político-pedagógico, os planos de desenvolvimento institucional, dentre 
outros, considerem e contemplem a relação entre diversidade, identidade étnico racial, igualdade 
social, inclusão e direitos humanos. (BRASIL, 2013, p.40). 
Na sociedade, as escolas são (ou deveriam ser) a mediação do entendimento da existência 
de diferenças e que nenhuma diferença deveria ser fortalecida ou padronizada como desigualdade. 
As identidades são processos complexos de constructos sócio-históricos, políticos e culturais 
diferenciados, e é no ambiente escolar que elas se encontram, se relacionam e se modelam, 
tornando este espaço como o mais significativo e importante para o cultivo e respeito das 
diferenças. (CUTRIM, 2020) 
Mas na realidade, a escola, que deveria ser um espaço público e democrático, se constitui 
como o agente excludente e opressor dos sujeitos que estariam a margem do padrão normativo da 
sociedade. Nestes termos Cutrim (2020), em sua pesquisa de mestrado, infere: 
 
6 Célebre frase do autor, publicada originalmente em Santos (2003). Reproduzida em diversos sites, obras e textos, 
incluindo como epígrafe no Memorial de candidatura do autor ao título de Doutor Honoris Causa pela Universidade 
de Brasília. Disponível em: 
http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/Memorial_Nair%20Heloisa%20Bicalho%20de%20Sousa_29%20O
utubro%202012.pdf. Acesso em 16 fev. 2020. 
http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/Memorial_Nair%20Heloisa%20Bicalho%20de%20Sousa_29%20Outubro%202012.pdf
http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/Memorial_Nair%20Heloisa%20Bicalho%20de%20Sousa_29%20Outubro%202012.pdf
 
 
 
 
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No entanto, é notório as diversas manifestações de intolerância, ódios, aversões, 
desrespeitos nas escolas brasileiras, as quais tentam eliminar a construção de uma 
educação igualitária para todos/as em seus marcadores identitários. Ser diferente não 
significa ser desigual, e o que temos na realidade brasileira é uma escola racista, sexista, 
machista e LGBTIQfóbica, que traz insegurança e desestabilidade para alguns e algumas. 
Entendemos a urgência do reconhecimento de forças contrárias à garantia de direitos 
humanos dos “excluídos”, do sistema educacional, pelo simples fato de não pertencer 
aos padrões normativos ditados por nossa sociedade preconceituosa. Inúmeras crianças, 
jovens, adolescentes e adultos, anualmente, são expulsas e excluídas das escolas 
brasileiras, comprometendo suas trajetórias educacionais devido às desigualdades, 
discriminações e violências na sociedade e no ambiente escolar. (CUTRIM, 2020, p. 33) 
Assim, o sistema educacional brasileiro consolida o padrão imposto como correto e digno 
de garantia de direitos para uns/umas/es e com trato de estranheza, isolamento, desrespeito, 
preconceitos e discriminações para outros/as/es, negativando assim as diferenças e fortalecendo 
a falsa sinonímia entre desigualdade e diferença. O processo de exclusão não acontece de forma 
aleatória, pois tem rosto e identidade. São indivíduos com suas marcas identitárias etnicorraciais, 
regionais, culturais, de gênero, sexualidade, regionalidade, cultura etc e que pune de forma distinta, 
precisa e focalizada os que são diferentes – povos indígenas, quilombolas, campesinas, deficientes, 
jovens negros/as/es da periferia, segmento LGBTQ+ e tantos outros/as/es. (Brasil, 2004) 
[...] diferentes desigualdades se sobrepõem e se reforçam. Faz todo sentido, portanto, 
discuti-las em conjunto, pois aquele que é considerado como cidadão, o sujeito político 
por excelência, é homem, branco e heterossexual.Em torno dele constrói-se todo um 
universo de diferenças desvalorizadas, de subcidadãos e subcidadãs. (BRASIL, 2009, p. 
15) 
A pessoa que não estiver “enquadrada” neste obrigatório padrão, provavelmente será 
compelida para a margem da sociedade, sendo desrespeitada, subestimada, por vezes chegando até 
ser destituída de sua humanidade, sofrendo preconceitos e discriminações, subtraindo sua plena 
cidadania. 
 
 
 
 
 
Observem a charge de Francesco Tonucci sobre a diversidade na 
sala de aula e analisem o contexto: O que chamou mais a atenção nesta 
sala de aula? Por que será que o José é o único aluno normal na sala? 
 
 
 
 
 
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Fonte: http://www.minutopsicologia.com.br/postagens/2015/06/02/a-crianca-ideal/ 
A charge de Tonucci, revela a visão limitada e preconceituosa da professora, pois o que é 
diferente em relação a ela é o estranho, esquisito e anormal. Notamos que a docente avalia 
conforme seus valores, seu processo de vida, julgando alunos/as/es que diferem dela, 
influenciando, negativamente as diferenças. E você, acha que a escola pode contribuir com uma 
vivência mais democrática, laica e justa diante da diversidade? 
Enfim, tentamos com este texto, alertar para a possibilidade de uma sociedade diversa, onde 
as diferenças, sob as tratativas da ética e dos direitos humanos, sejam promovidas como forma de 
acesso à cidadania de qualquer pessoa. Significa que devemos levar em conta as diversidades, no 
momento que convivemos em espaços sociais e educativos mesmo com suas variadas visões de 
mundo e modos de vida. Urge, portanto, a necessidade de formação dos profissionais de educação 
pautada na criticidade e análise reflexiva, visando uma escola plural que reconheça a diversidade e 
respeite as diferenças, para que todos/as/es que nela estão inseridos/as/es alcancem a completa 
cidadania em suas identidades e especificidades. Só reduziremos a desigualdade com a valorização 
das diferenças. Defendemos e concordamos com os escritos do Curso GDE (2009) pela 
construção de práticas didático-pedagógicas estruturadas na pedagogia da diversidade ou das 
diferenças que incorporem todas as pessoas e grupos sociais para o reconhecimento da diversidade, 
 
 
 
 
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na promoção da igualdade e no enfrentamento do preconceito e a todas as formas de 
discriminações, a luz dos direitos humanos. 
 
 
 
Fonte: < http://murieltotal.zip.net/arch2011-05-22_2011-05-28.html 
 
Dicas de vídeos sobre Diversidade, Diferenças e Desigualdade: 
 Bráulio Bessa narra sobre diversidade com sua sensível poesia de 
cordel. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=rbLOm8L9b9o 
 
 
Mariana Benchimol compartilha conosco a busca por um novo 
paradigma educacional. Pedagoga, co-fundadora do Instituto 
socioeducativo Oju Moran e da Escola Comunitária Cirandas. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=dxbyhhyD8fE 
Mas enfim, o que é a normalidade em nossa atual sociedade? 
Vejam a charge da cartunista Laerte 
https://www.youtube.com/watch?v=rbLOm8L9b9o
https://www.youtube.com/watch?v=dxbyhhyD8fE
 
 
 
 
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Vídeo sobre a desigualdade de gênero entre meninas e meninos. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=04u0UHEq2f4 
 
 
 Diferenças - Rael 
https://www.youtube.com/watch?v=6Geku1I2GMs 
 
 
 
É Hora de Apoiar as Diferenças | Lorelay Fox 
 
https://www.youtube.com/watch?v=8XK3WxOlXUk 
 
 
Ser diferente não é ser desigual: Mari del Mar Turato at 
TEDxLacador 
https://www.youtube.com/watch?v=UzHAwNz28F8 
 
 
Precisamos romper com os silêncios | Djamila Ribeiro | 
TEDxSaoPauloSalon 
https://www.youtube.com/watch?v=6JEdZQUmdbc 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=04u0UHEq2f4
https://www.youtube.com/watch?v=6Geku1I2GMs
https://www.youtube.com/watch?v=8XK3WxOlXUk
https://www.youtube.com/watch?v=UzHAwNz28F8
https://www.youtube.com/watch?v=6JEdZQUmdbc
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Diferentes Diferenças: educação de qualidade para todos. Brasília: MEC, 2004. 
 
BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade 
e Inclusão. Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para 
a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana. Brasília: MEC, SECADI, 2013. 
_______. Gênero e Diversidade na Escola: formação de professoras/es em Gênero, 
Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: SPM, 2009. 
CUTRIM, Rosyene Conceição Soares.: Educação para a Igualdade de Gêneros e Sexualidades: 
entre ditos, interditos e feitos numa proposta de intervenção no Ensino Médio. 
PPGEEB/UFMA.2020. 
GOMES, Nilma Lino. Educação e identidade negra. Aletria. Belo Horizonte: UFMG, 2002. 
Disponível em: http://ideario.org.br/wp/wp-content/uploads/2013/10/nilma-lino.pdf 
Acessado em 22. março. 2021. 
 
SILVA, Tomaz Tadeu da (org.) Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos culturais. 15. 
ed.- Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. 
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 
3.ed; 10. reimp – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017. 
 
 
 
 
http://ideario.org.br/wp/wp-content/uploads/2013/10/nilma-lino.pdf
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
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Quais impactos tais atitudes de estereótipos, preconceitos e discriminação têm no 
cotidiano das pessoas? E que relação é possível fazer com a educação? 
Estereótipos, Preconceitos e Discriminação 
Tatiane da Silva Sales 
 
 
Como aceitar e conviver em uma sociedade em que as pessoas ainda são avaliadas, 
selecionadas e discriminadas por suas/es formas de ser, viver, existir e pensar que, 
muitas vezes, são categorizadas enquanto minorias e, por conta disso, são 
desqualificadas socialmente? 
 
A sociedade em suas múltiplas formas de vivências, manifestações e organização social/ 
cultural é um composto diverso e caleidoscópico, difícil de segmentar, estratificar e encaixar em 
modelos rígidos e fixos, no entanto, à revelia de todo este aparato construído com base na 
diversidade, o que se observa historicamente é a busca pela qualificação x desqualificação de grupos 
e pessoas em suas diversidades físicas, religiosas, organizacionais, dentre tantas outras. 
Estereótipos, preconceitos e discriminações são fenômenos presentes nos agrupamentos 
humanos desde que se tem notícias, ao longo do tempo foram percebidos historicamente de 
maneiras diferentes, passando desde atitudes consideradas aceitáveis socialmente ao segmentar 
grupos de pessoas tidas como inferiores até a compreensão excludente de organização social e seu 
caráter de denúncia das hierarquizações. 
A partir da segunda metade do século XX, um importante conjunto de mudanças 
sociais e políticas ocorridas entre as décadas de 40 e 60, como por exemplo, a 
crítica ao regime nazifascista, Declaração dos Direitos Humanos (1948), a 
declaração da UNESCO sobre classificações raciais (1950), a luta pelos direitos 
civis nos EUA, o movimento feminista, e vários outros movimentos sociais 
importantes na Europa e na África do Sul, fazem mudar as formas de expressão 
do preconceito e do racismo e interferem na expressão pública dos estereótipos 
(LIMA, PEREIRA, 2004, p.97. 
 Pudemos observar o quanto alguns mecanismos sociais tentam encaminhar para a 
homogeneização da sociedade e, resultante, desqualificação de todo movimento e existência que 
estejam para além daqueles grupos dominantes. Esses formatos foram (e de alguma forma ainda 
são) travestidos por meio de discursos segmentadores de ordem científica, religiosa, moral, 
econômica, dentre outros, ereforçam os ideais hierárquicos da sociedade. 
 
 
 
7 LIMA, M. E. O.; PEREIRA, M. E. (Orgs.) Estereótipos, preconceitos e discriminação: perspectivas teóricas e 
metodológicas. Salvador: EDUFBA, 2004. 
 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
34 
 
 
Estereótipos são crenças sobre as 
características sociais e comportamentais de um 
grupo de pessoas baseada visões reforçadas 
acerca deste mesmo grupo e que, 
necessariamente, não representa-os/es, mas 
oferece uma imagem simplificada dos/as/es 
mesmos/as/es, onde, independente da situação, 
pessoas relacionadas a este grupo são 
avaliadas/es e condicionadas/es ao padrão que 
lhes foi submetido anteriormente. 
Sendo assim, é comum referir-se ao 
padrão de comportamento da pessoa com base em local de nascimento, seu sexo, sua etnia, etc., 
vemos como exemplo a associação de que japoneses/sies são pessoas reservadas e educadas, ou 
mulheres são intuitivas e sensíveis, desta forma é possível refletirmos: que justificativa usa-se para 
tais afirmativas? apenas a concepção sócio-historicamente consagrada sobre essas pessoas que 
acabam se divulgando, perpetuando e influenciando diretamente sobre corpos e vidas. 
Relacionado diretamente aos aspectos sociais que dialogam com as concepções engessadas 
de umas/es pessoas com as/es outras/es, está a manifestação de preconceito a que se manifestam 
e geram como consequência submissões de uns/umas/umes aos/às/es outros/as/es. 
O poder do Estado monopolizado por um grupo contribui para a promoção de vozes 
únicas e que desfavorecem, silenciam e isolam determinados grupos marcados por etnias, raça, 
religião, sexo, orientação sexual, região, dentre tantas outras marcas, tais manifestações geram 
isolamentos, reforçam esterótipos e negligenciam a legitimidade e modo de existir e resistir de tais 
pessoas. Temos como resultado uma sociedade segmentada e lida por meio de modelos e formas 
de relacionar-se por meio de atos, expressões e estabelecimentos sociais que ocorrem em 
julgamentos concebidos previamente. 
Desta forma, cria-se uma visão sobre determinada pessoa, visão de mundo, atitude e etc., 
e após fomento das características visualmente concebidas pelos estereótipos, os conceitos também 
são “pré” formados num ato de julgar ou emitir juízo antes de conhecer. 
De acordo com Géledes (2016)8 preconceito é: 
[...] uma opinião ou sentimento, favorável ou desfavorável, concebido sem exame 
crítico, ou ainda atitude, sentimento ou parecer insensato, assumido em 
consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta 
pelo meio, conduzindo geralmente à intolerância. 
O preconceito está presente em várias situações do cotidianos, passando de situações 
consideradas adequadas para comportamento de mulheres, por exemplo, à religião, vestuário, 
sexualidade, beleza, e muitos outros exemplos que poderiam ser replicados aqui. Numa pesquisa 
 
8 Disponível em: https://www.geledes.org.br/preconceito-discriminacao-e-intolerancia-no-brasil/ 
https://www.geledes.org.br/preconceito-discriminacao-e-intolerancia-no-brasil/
 
 
 
 
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35 
 
A Escola é palco destes diversos espaços em que estereótipos, preconceitos e 
atos discriminatórios se efetivam, precisamos estar atentos/as/es para as 
múltiplas possibilidades em que tais situações são postas no ambiente escolar, 
seja por meio da forma que abordamos algum conteúdo do componente 
curricular até as situações sociais vividas entre os/as/es alunos/as/es. 
realizada entre o IBOPE Inteligência e o Observatório do Terceiro Setor sobre quatro tipos de 
preconceito no Brasil (machismo, estético, LGBTfobia e racial) 83% das/es pessoas/es 
entrevistadas/es declararam não serem preconceituosas, no entanto ao longo da entrevista cerca 
de 73% fizeram algum comentário agressivo e que remetesse à pensamentos e atitudes 
preconceituosas, isso é uma mostragem de como tal prática ainda não é assumida socialmente. A 
pesquisa ainda apontou que os preconceitos mais praticados são o machismo (61%), racismo (46%) 
e LGBTfobia (44%)9. 
Exemplos de tipos de preconceitos: 
 
Apesar de muito próximos e relacionais, os termos preconceitos e discriminação tem 
significados diferentes, enquanto o preconceito é um pré-julgamento sobre determinada pessoa ou 
situação, a discriminação é o ato de tratar diferente e segmentar, sendo, portanto, a efetivação mais 
concreta das duas atitudes anteriores. No ato discriminatório se tem os dados mais evidentes das 
concepções que foram fomentadas anteriormente, muitas vezes provocada e motivada pelo 
preconceito e visões estereotipadas de outrem, podendo ocorrer por sexo, idade, raça, classe social, 
religião, necessidades especiais, doença, aparência, região geográfica. 
Assim, discriminação é uma ação ou efeito de separar, segregar, promovendo reflexos 
diretos na geração de inúmeras formas de violência tais como apelidos, xingamentos, exclusões de 
determinados grupos, agressões físicas, mortes... 
 
 
 
 
 
9 Dados disponíveis em: https://observatorio3setor.org.br/carrossel/pesquisa-revela-que-brasil-e-um-pais-
preconceituoso/ 
 
Racial
Social
Gênero (misoginia)
Religioso
Cultural
Linguístico
Orientação sexual
https://observatorio3setor.org.br/carrossel/pesquisa-revela-que-brasil-e-um-pais-preconceituoso/
https://observatorio3setor.org.br/carrossel/pesquisa-revela-que-brasil-e-um-pais-preconceituoso/
 
 
 
 
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Machismo, Racismo e Sexismo: o que são e como combater? 
Mariana Fernandes Brito 
 
Do conjunto interseccional de opressões que a grande maioria das mulheres vivenciam 
ou já vivenciaram em suas vidas, estão relacionados em sua grande maioria ao machismo, racismo 
e sexismo. Vejamos tirinhas, charges e propagandas veiculadas nacionalmente: 
 
Será que as imagens acima retratam algo incomum? Quantas opressões encontramos em 
cada uma? Ao apresentá-las têm-se destacado os estudos da categoria interseccionalidade 
(CRENSHAW, 2017) para articular e entrecruzar as múltiplas discriminações e subordinações que 
a mulher vivencia. Para mulheres negras, um atenuante a mais. O racismo. 
Segundo Akotirene (2019, p. 35), o termo demarca o paradigma teórico e metodológico 
da tradição feminista negra, promovendo intervenções políticas e “letramentos jurídicos sobre 
quais condições estruturais o racismo, sexismo e violências correlatas se sobrepõem, discriminam 
e criam encargos singulares às mulheres negras”. 
 
 
 
 
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37 
 
Quando falamos que a mulher negra enfrenta opressões de gênero, raça, classe e 
sexualidade, e estas interagem entre si (sem a sobreposição de uma a outra) ao longo destas 
categorias, a interseccionalidade oferece perspectivas analíticas relevantes. 
No mundo patriarcal imposto a nós mulheres, é de vertiginosa e expoente 
subalternização. Em nosso país, cujo processo de colonização de bases eurocêntricas, não é 
diferente. A lógica dominante, como projeto colonial latino-americano, negros, índios e mulheres 
estruturam-se na sociedade de modo inferiorizado. 
 Quando mulher e quando negra, a articulação entre opressões implica em papéis e 
relações sociais com estas características. A realidade submissa de direitos que as mulheres 
vivenciam há séculos, urge a busca por interpretações da perspectiva das próprias subalternizadas 
e, mesmo, proposições de solução de esferas da problemática. 
As sociedades constituintes da América Latina, herdaram historicamente ideologias de 
classificação social, racial e sexual funcionando como agentes discursivos de discriminação, 
distorcendo e aniquilando o passado dos povos coloniais, sobretudo das mulheres, alijando-lhes da 
sua pluralidade e complexidade (GONZALEZ, 1988). O racismo desempenha papel fundamental 
na internalização da superioridade docolonizador perante o colonizado, e, principalmente a 
ideologia do branqueamento que perpetua a crença de que os valores do Ocidente branco são 
universais e verdadeiros (GONZALEZ, 1988) 
Vozes subalternizadas ressoam, e para o movimento latino-americano uma “Ecologia de 
Saberes” (SANTOS; MENESES, 2009) que tem como característica principal o movimento contra 
hegemônico de subversão epistemológica. A pluralidade epistemológica reconhece a existência de 
 
 
 
 
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Diversidade na Educação (CDE) 
38 
 
vários conhecimentos, e estes entrariam em consonância com o norte global levando em 
consideração as peculiaridades de cada nação. 
A reconstrução das nações do Sul e os apontamentos decoloniais tem a intenção de 
desvelar a lógica colonial. Reconhecem e validam o conhecimento produzido por grupos que tem 
sofrido sistematicamente das injustiças da dominação, da exclusão, causados não só pelo 
capitalismo, bem como colonialismo e patriarcado. 
A consciência da violência e opressão dos processos colonizadores fazem surgir um 
campo de reflexão com o qual o feminismo passa a dialogar. Nascem então nossas Mulheres ao 
Sul, movimento de epistemologias e cosmologias feministas que, no confronto, formam uma 
resistência ativa. Uma resposta epistêmica da mulher subalternizada à colonialidade do poder. O 
que pensamento de fronteira produz é uma redefinição da cidadania, democracia, direitos humanos 
e humanidade. 
 
 
 
A colonialidade do gênero, pensamento latino americano desenvolvido pela feminista 
argentina Lugones (2014), faz a relação interseccional com a colonialidade do poder, ser e saber, e 
como este influencia no gênero. Para a autora, a colonialidade nega a raça e classe, mantendo o 
padrão normativo, excluindo totalmente negras e índias e suas múltiplas opressões. 
Para operarmos junto ao discurso decolonial, é necessário trazer para o centro nossas 
noções de origem, uma análise da especificidade de nossa mestiçagem, priorizando suas implicações 
 
 
 
 
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Diversidade na Educação (CDE) 
39 
 
em termos dos processos constitutivos das desigualdades sociais. HOLANDA, 2020) Uma 
mestiçagem marcadamente sexista na medida em que em nosso período colonial é o homem branco 
que se deita com a mulher negra, e não a mulher branca com o homem negro. 
 
REFERÊNCIAS 
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. Coordenação Djamila Ribeiro São Paulo: Pólen, 2019. 
(Feminismos Plurais). 
CRENSHAW, Kimberlé. The urgency of intersectionality. Tradução Renan Pereira. [S. l.: s. n.], 
2017. 1 vídeo (18 min). Publicado pelo canal TED. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=akOe5-UsQ2o. Acesso em: 27 março 2021. 
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de 
Janeiro, n. 92/93, p. 69-82, jan./jun. 1988. 
HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais / 
organização e apresentação Heloisa Buarque de Hollanda; autoras Adriana Varejão … [et al.]. - 1. 
ed. - Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020 
LUGONES, Maria. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 
v. 22, n. 3, p. 935-952, set./dez. 2014. 
SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: 
Almedina, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Diversidade na Educação (CDE) 
40 
 
Breves Orientações Pedagógicas para a Diversidade 
Mariana Fernandes Brito 
 
 
 
 
 
Há várias décadas a escola vem transformando as desigualdades sociais e culturais em 
desigualdades de resultados escolares, devido à sua " indiferença pelas diferenças "(PERRENOUD, 
2001). Os pressupostos históricos nos orientam com muita clareza, que nenhuma sociedade se 
constitui bem sucedida, se não favorece em todas as áreas da convivência humana, o respeito à 
diversidade que constitui. 
Nenhum país alcança excelência de desenvolvimento, se não garantir, a todos os cidadãos, 
em todas as etapas de sua existência, as condições para uma vida digna, de qualidade física, 
psicológica, social e econômica. 
Parte desse desenvolvimento transforma-se em educação, e cabe aos espaços escolares 
favorecer, a todos, o acesso ao conhecimento historicamente produzidos pela humanidade. Mas, 
afinal, de que “todos” falamos? Será que num espaço escolar todos são iguais? A reflexão inicial 
que devemos fazer enquanto educadores, é que a escola é o espaço onde diferentes presenças se 
encontram constantemente. Isto a torna diversa, plural. 
Entendemos desta maneira que diversidade é algo múltiplo, diverso, ou seja, qualidade 
daquilo que é diverso. Educação para a Diversidade faz–se necessário, pois a inclusão de pessoas 
“diferentes” nos espaços educativos dar-se á para além da atenção, ao atendimento às suas 
necessidades individuais, de forma que implica no desenvolvimento de linguagens, discursos, 
práticas e contextos relacionais que fazem parte da prática pedagógica para a diversidade 
educacional. 
Em campo normativo, algumas leis foram sancionadas, tais como a Lei n. 10.639/03, que 
torna obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas do 
país e a Lei n. 11.645/08, que insere a questão indígena nos currículos escolares. 
Em relação ao Ministério da Educação (MEC), criou-se no ano de 2004 uma secretaria 
específica, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), com o 
objetivo de articular o tema da diversidade nas políticas educacionais, entre outros. Atualmente 
extinta. 
O que significa falar em atenção à diversidade, a favor da igualdade e tolerância, 
e educação na diferença? Respeito é o suficiente? Um bom começo, é certo! 
 
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
41 
 
 
RELIGIOSA 
 
GÊNERO 
 
SEXUAL 
 
ÉTNICO-RACIAL 
 CLASSE SOCIAL 
 REGIONAL 
 INTERGERACIONAL 
 EDUCACIONAL… 
 
 
A educação na diversidade está preocupada com valores, isto é, com a relação respeitosa e 
solidária entre pessoas, chamando a atenção em especial, para o exercício da convivência com as 
diferenças. Em outras palavras, educar na diversidade é ensinar e aprender junto com os alunos a 
conviver com pessoas, destacando nossas diferenças físicas, sociais e culturais. A educação para a 
diversidade prioriza o respeito entre todos e por isso trabalha com valores e conceitos, dentre os 
quais destacamos: 
 
 
tolerância / intolerância 
preconceito 
diversidade / identidade / desigualdade 
 liberdade / igualdade 
 inclusão / exclusão 
cidadania / paz 
 
 
 
 
 
 
 
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Diversidade na Educação (CDE) 
42 
 
Trazer novas questões, e buscar compreendê-las sob o enfoque da teoria e na própria 
prática permite articular novos saberes na construção da docência, dialogando com os envolvidos 
no processo que envolve a formação (IMBERNÓN, 2011). 
A maior barreira para a mudança na educação está, primeiramente, na mudança de 
mentalidade. Como o professor vai despertar o interesse para verificar a necessidade de seguir 
novos rumos, e assim desconstruir práticas, sem para isso abrir mão de suas convicções? Abrir mão 
de suas convicções não consiste em desconstruir identidades e anular-se em sua própria natureza, 
mas sim aceitá-las e aprender a conviver com elas. 
Ao não considerar o diverso, uma prática pedagógica frágil é gerada, não crítica que, 
consequentemente, não transforma, não constrói, mas sim, reproduz as representações de uma 
classe hegemônica da sociedade (PIMENTA, 2005) Ao considerar que não existe superioridade 
cultural, mas, sim, diversidades, entende-se que, somente através do reconhecimento desta, é 
possível a compreensão das diferenças não só dentro, mas fora da sala aula. 
Um dos questionamentos que Gadotti (2000) faz acerca da pós-modernidade e a escola, 
que precisaatuar neste contexto são de grande reflexão: “Que tipo de educação necessitam os 
homens e as mulheres, nos próximos 20 anos, para viver este mundo tão diverso?” 
Certamente eles e elas necessitam de uma educação para a diversidade, de uma 
ética da diversidade e de uma cultura da diversidade. Uma sociedade multicultural 
deve educar o ser humano no multicultural, capaz de ouvir, de prestar atenção 
ao diferente, respeitá-lo (GADOTTI, 2000, p. 41) 
Nesse novo cenário da educação será preciso reconstruir o saber da escola e a formação do 
educador (GADOTTI, 2000). A autonomia da escola não significa fechamento numa cultura 
particular. Uma escola autônoma é ousada, curiosa. Pluralismo significa diálogo com todas as 
culturas, a partir de uma que se abre às demais. 
 
REFERÊNCIAS 
GADOTT, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre. Artmed, 2000 
IMBERNÓN, Francisco.Formação docente e profissional: formar-se a mudançae a incerteza. 
Tradução Silvana Cobucci Leite. 9. Ed. São Paulo Cortez, 2010. 
PERRENOUD. Philippe. A Pedagogia na Escola das Diferenças. Fragmentos de uma sociologia 
do fracasso Porto Alegre : Artmed Editora 2001. 
PIMENTA, Selma Garrido; GHEDIN, Evandro (Orgs.). Professor reflexivo no Brasil: gênese e 
crítica de um conceito. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Diversidade na Educação (CDE) 
43 
 
 
SUGESTÕES DE MATERIAIS DIDÁTICOS 
 
Relações de Gênero e Sexualidade 
 
FILMES, DOCUMENTÁRIOS E CURTAS PARA PROFESSORES/AS E 
ESTUDANTES 
● C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor - Jean-Marc Valleé (2005) - Classificação: 16 anos 
● Contra a Corrente - Javier Fuentes-Leon (2009) - Classificação: 16 anos 
● De Gravata e Unha Vermelha - Miriam Chnaiderman (2015) - Classificação: 12 anos 
● Hoje eu quero voltar sozinho - Daniel Ribeiro (2014) - Classificação: 12 anos 
● Laurence Anyways - Xavier Dolan (2012) - Classificação: 14 anos 
● Meninos não choram - Kimberley Pierce (1999) - Classificação: 16 anos 
● Milk: A Voz da Igualdade - Gus, Van Sant (2009) - Classificação: 16 anos 
● Minha Vida em Cor de Rosa - Alan Berliner (1997) - Classificação: 14 anos 
● The Light, HolySiz - Benoît Pétré (2014) - Classificação:12 anos 
● Tomboy - Céline, Sciamma (2012) - Classificação: 10 anos 
● Transamerica - Duncan Tucker (2005) - Classificação: 14 anos 
● Vestido Nuevo - Sergi Pérez (2008) - Classificação: 12 anos 
● XXY - Lucía Puezo (2006) – Classificação: 16 anos 
Fonte:https://portal.aprendiz.uol.com.br/2021/02/07/conheca-13-filmes-que-debatem-
diversidade-sexual-e-de-genero 
 
LIVROS/ARTIGOS PARA PROFESSORES/AS E ESTUDANTES 
● A Mística Feminina - Betty Friedan (1963) 
● A Mulher Eunuco - Germaine Greer (1970) 
● Dykes to Watch out for - Alison Bechdel (2009) 
● Les Guérillères - Monique Wittig (1969) 
● Má Feminista - Roxane Gay (2014) 
● O Segundo Sexo - Simone de Beauvoir (1949) 
● O Feminismo é para todo mundo - Bell Hooks (2000) 
https://portal.aprendiz.uol.com.br/2021/02/07/conheca-13-filmes-que-debatem-diversidade-sexual-e-de-genero
https://portal.aprendiz.uol.com.br/2021/02/07/conheca-13-filmes-que-debatem-diversidade-sexual-e-de-genero
 
 
 
 
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Diversidade na Educação (CDE) 
44 
 
● Os Homens explicam tudo para mim - Rebecca Solnit (2015) 
● O Mito da Beleza - Naomi Wolf (1990) 
● Persépolis - Marjane Satrapi (2004) 
● Política Sexual - Kate Millett (1970) 
● Problemas de Gênero - Judith Butler (1990) 
● Sister Outsider - Audre Lorde (1984) 
● Um Teto todo Seu - Virginia Woolf (1929) 
Fonte:https://revistacult.uol.com.br/home/14-livros-feministas-biblioteca-publica-de-nova-yor 
 
 LIVROS/CARTILHAS 
 
● Brasil Sem Homofobia - Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra 
GLTB e de Promoção da Cidadania Homossexual 
● Juventudes, sexualidades e relações de gênero. Paulo Henrique de Queiroz Nogueira 
Anna Claudia Eutrópio B. D’andrea – Caderno 8 
● Diretrizes da Educação para as Relações de Gênero na Rede Municipal de Educação – 
2015 
● Cartilha Entendendo a diversidade sexual 
● Cartilha Abuso Sexual contra crianças e adolescentes - Não deixe acontecer na sua casa 
● Papo reto: Conversando sobre masculinidade 
● MORTES VIOLENTAS DE LGBT+ NO BRASIL – 2019 Relatório do Grupo Gay da 
Bahia 
● #Namoro Legal 
● Adequei meu nome e gênero. E agora o que faço? 
● Enfrentamento à violência doméstica 
 
 
https://revistacult.uol.com.br/home/14-livros-feministas-biblioteca-publica-de-nova-york
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/brasil_sem_homofobia.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/brasil_sem_homofobia.pdf
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventudes-sexualidades-e-relacoes-de-genero/
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventudes-sexualidades-e-relacoes-de-genero/
about:blank
about:blank
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
https://revistaladoa.com.br/2019/01/brasil/grupo-gay-da-bahia-publica-relatorio-sobre-mortes-por-lgbtfobia-em-2018/
https://revistaladoa.com.br/2019/01/brasil/grupo-gay-da-bahia-publica-relatorio-sobre-mortes-por-lgbtfobia-em-2018/
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/NamoroLegal.pdf
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
45 
 
Relações Étnico-Raciais 
 
FILMES, DOCUMENTÁRIOS E CURTAS PARA PROFESSORES/AS E 
ESTUDANTES 
● Alguém falou de Racismo? - Daniel Caetano/Brasil (2002) - Classificação: 14 anos 
● Ao Mestre com Carinho - James Clavell/EUA (1967) - Classificação: 14 anos 
● Cultura Negra – Resistência e Identidade - Ricardo Malta/BRA (2009) - Classificação: 
Livre 
● Encontrando Forrester - Gus Van Sant / EUA (2000) - Classificação: Livre 
● Entre os Muros da Escola - Laurent Cantet /França (2008) - Classificação: a partir dos 12 
anos 
● Escritores da Liberdade - Richard La Gravenese/EUA (2007) - Classificação: Livre 
● Mãos Talentosas - Thomas Carter/EUA (2009) - Classificação:14 anos 
● Mentes Perigosas - John N. Smith/EUA (1995) - Classificação: 16 anos 
● Olhos Azuis - Jane Elliot/EUA (1968) - Classificação: 12 anos 
● Preciosa - Lee Daniels /EUA (2009) - Classificação: 14 anos 
● Sarafina! O Som da Liberdade - Darrell Roodt/África do Sul (1992) - Classificação: 14 
anos 
● Separados, mas iguais - George Stevens Jr /EUA (1991) - Classificação: 14 anos 
● Vista a Minha Pele - Joel Zito Araújo &amp; Dandara/BRA (2004) - Classificação: 12 
anos 
Fonte:https://educacaointegral.org.br/reportagens/13-filmes-que-discutem-racismo-na-
educacao/ 
 
DICAS DE LIVROS/ARTIGOS PARA ESTUDANTES 
 
● Acesso e Permanência da População Negra no Ensino Superior - Maria de Fátima Costa 
de Paula, Maria das Graças Martins da Silva (2009) 
● Ações Afirmativas e Combate ao Racismo nas Américas – Ministério da Educação (2005) 
● Contribuições para Implementação da Lei 10.639 – Africanidades e Brasilidades - 
Organização Jurema Oliveira (2018) 
● Dimensões da Inclusão no Ensino Médio: mercado de trabalho, religiosidade e educação 
escolar quilombola – Cartilha Ministério da 
https://educacaointegral.org.br/reportagens/13-filmes-que-discutem-racismo-na-educacao/
https://educacaointegral.org.br/reportagens/13-filmes-que-discutem-racismo-na-educacao/
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
46 
 
● Educação (2018) 
● Diversidade na Universidade – Ministério da Educação (2003) 
● Educação como Exercício de Diversidade – Ministério da Educação (2007) 
● Educação e Ações Afirmativas - Ministério da Educação (2003) 
● História da Educação do Negro e outras histórias - Organização Jeruse Romão (2005) 
● História Geral da África - Comitê CientificoInternacional da UNESCO para a Redação 
da História Geral da África (2010) 
Disponíveis em:https://historiahoje.com/livros-sobre-relacoes-etnico-raciais-mec-download-
gratuito/ 
 
DICAS DE LIVROS/ARTIGOS PARA PROFESSORES/AS 
 
● Arma da Teoria: unidade e luta - Amílcar Cabral (1976) 
● Black Marxism: the making of black radical tradition [Marxismo negro:a construção da 
tradição negra radical] - Cedric Robinson (2000) 
● Brasil em Preto e Branco: o passado escravista que não passou - Jacob Gorender (2000) 
● Da Diáspora - Stuart Hall (2003) 
● Dialética Radical do Brasil Negro - Clóvis Moura (1994) 
● Escravidão e Racismo - Octávio Ianni (1978) 
● Mulheres, raça e classe - Angela Davis (1981) 
● O Significado do Protesto Negro - Florestan Fernandes (1989) 
● Os jacobinos negros: Toussaint L’Ouverture e a revolução de São Domingos - C. L. R. 
James (2010) 
● Race, class and nation: ambiguous identities [Raça, classe e nação: identidades ambíguas] - 
Étienne Balibar e Imannuel Wallerstein (2000) 
Fonte:https://blogdaboitempo.com.br/2016/11/29/12-livros-para-entender-a-relacao-entre-
marxismo-e-a-questao-racial/ 
 
LINKS DE LIVROS/CARTILHAS 
● Juventude e Diversidade Étnico-Racial. Rodrigo Ednilson de Jesus - Juliana Batista dos 
Reis – Caderno 10 
● Cartilha Direitos das Religiões Afro-Brasileiras - Um povo, várias crenças 
https://historiahoje.com/livros-sobre-relacoes-etnico-raciais-mec-download-gratuito/
https://historiahoje.com/livros-sobre-relacoes-etnico-raciais-mec-download-gratuito/
https://blogdaboitempo.com.br/2016/11/29/12-livros-para-entender-a-relacao-entre-marxismo-e-a-questao-racial/
https://blogdaboitempo.com.br/2016/11/29/12-livros-para-entender-a-relacao-entre-marxismo-e-a-questao-racial/
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventudes-e-diversidade-etnico-racional/
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventudes-e-diversidade-etnico-racional/
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
47 
 
 
Direitos Humanos 
 
FILMES, DOCUMENTÁRIOS E CURTA PARA PROFESSORES/AS E 
ESTUDANTES 
 
● A Lista de Schindler - Steven Spielberg (1993) - Classificação: 14 anos 
● Colegas - Marcelo Galvão (2012) - Classificação: Livre 
● Ex-Pajé - Luiz Bolognesi (2018) - Classificação: Livre 
● Hoje eu Quero Voltar Sozinho - Daniel Ribeiro (2014) - Classificação: 12 anos 
● Hotel Ruanda - Terry George, A. Kitman Ho (2004) - Classificação: 14 anos 
● Intocáveis - Olivier Nakache e Eric Toledano (2011) - Classificação: 14 anos 
● O Menino e o Mundo - Alê Abreu (2013) - Classificação: Livre 
● 12 anos de Escravidão - John Ridley (2013) – Classificação: 18 anos 
● Uma Noite de 12 anos - Alvaro Brechner (2018) - Classificação: 12 anos 
● Uma Mulher Fantástica - Sebastián Lélio (2017) - Classificação: 14 anos 
Fonte:http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/10-filmes-para-refletir-sobre-direitos-humanos/ 
 
LIVROS/ARTIGOS PARA PROFESSORES/AS 
 
● A Efetividade dos Direitos Humanos pelo atendimento policial – educação como forma 
de harmonização - Márcio Silva Gonçalves (2008) 
● A Liberdade de Escolha através do Tratamento Alternativo sem o uso de sangue: Uma 
Análise do Direito à Vida no Cenário Jurídico Brasileiro - Eliana de Araújo Argolo (2010) 
● A Política Externa de Direitos Humanos - Marco Antônio Diniz Brandão e Ana Cândida 
Perez (2003) 
● As Mulheres, os Direitos Humanos e a Democracia - Rosiska Darcy de Oliveira (2019) 
● Combate ao Racismo - Sílvio José Albuquerque e Silva (2008) 
● Construindo a Igualdade de Gênero. Secretaria de Políticas para as Mulheres (2009) 
● De Decasségui a Emigrante - João Pedro Correia Costa (2007) 
● Direito à Verdade e à Memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos 
Políticos – Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
http://fundacaotelefonica.org.br/noticias/10-filmes-para-refletir-sobre-direitos-humanos/
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
48 
 
● Presidência da República (2007) 
● Direitos Fundamentais Sociais: Estudos em Homenagem aos 60 anos da Declaração 
Universal dos Direitos Humanos e aos 20 anos da 
● Constituição Federal - Helder Baruffi/Organizador (2009) 
● O Brasil e o Sistema Internacional de Direitos Humanos - Gilberto Vergne Saboia (2008) 
● Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra a Mulher - Secretaria de Políticas 
para as Mulheres – Presidência da República (2011) 
● Plano Nacional de Políticas para as Mulheres - Secretaria de Políticas para as Mulheres - 
Presidência da República (2013) 
● Violência Sexual no Brasil: desafios e perspectivas - Leila Adesse, Cecília de Mello e 
Souza (2004) 
 
 LIVROS/ARTIGOS PARA ESTUDANTES 
 
● As Mulheres, os Direitos Humanos e a Democracia - Combate ao Racismo - Rosiska 
Darcy de Oliveira (2019) 
● Construindo a Igualdade de Gênero - Secretaria de Políticas para as Mulheres (2009) 
● Mulher Adolescente/Jovem em Situação de Violência - Stella R. Taquette (organizadora) 
(2007) 
● O Brasil e o Sistema Internacional de Direitos Humanos - Gilberto Vergne Saboia (2008) 
● Violência Sexual no Brasil: desafios e perspectivas - Leila Adesse, Cecília de Mello e 
Souza (2004) 
Livros disponíveis em:https://onlinecursosgratuitos.com/18-livros-de-direitos-humanos-em-pdf-
para-baixar-de-graca-dominio-publico/ 
 
 LIVROS/CARTILHAS 
 
● Tráfico de Pessoas - Mercado de Gente - Escravo, nem pensar! 
● Ver, ouvir e registrar: compondo um mosaico das juventudes brasileiras. Carla Linhares 
Maia e Lucinia Maria Correia – Caderno 1 
● O Ensino Médio no Brasil :desafios e perspectivas. Helen Cristina do Carmo e Lucinia 
Maria Correia – Caderno 2 
● Os jovens e a escola. Geraldo Leão e Helen Cristina do Carmo – Caderno 3 
https://onlinecursosgratuitos.com/18-livros-de-direitos-humanos-em-pdf-para-baixar-de-graca-dominio-publico/
https://onlinecursosgratuitos.com/18-livros-de-direitos-humanos-em-pdf-para-baixar-de-graca-dominio-publico/
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about:blank
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/cadernos-tematicos-ver-ouvir-e-registrar-compondo-um-mosaico-das-juventudes-brasileiras/
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/cadernos-tematicos-ver-ouvir-e-registrar-compondo-um-mosaico-das-juventudes-brasileiras/
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
49 
 
● Culturas juvenis e tecnologias. Juliana Batista dos Reis e Rodrigo Ednilson de Jesus – 
Caderno 4 
● Juventude e projetos de futuro. Sara Villas e Symaira Nonato - Caderno 5 
● Juventude e trabalho. Geraldo Leão e Symaira Nonato – Caderno 6 
● Juventude, Indisciplina e Regras Escolares. Paulo Henrique de Queiroz Nogueira e Sara 
Villas – Caderno 7 
● Juventudes e Territórios: O Campo e a Cidade. Maria Zenaide Alves e Igor Oliveira – 
Caderno 9 
● Juventudes e Participação Política. Igor Oliveira e Catherine Hermont – Caderno 11 
● Estratégias Metodológicas de Trabalho com Jovens. Maria Zenaide Alves e Catherine 
Hermont – Caderno 12 
● Cartilha de Orientação às Famílias em Luto. Acesso a informações e direitos 
● Cartilha Assédio Moral, sexual e discriminação: Todos unidos em defesa de relações 
saudáveis no âmbito do trabalho 
● Diversidade, equidade e inclusão na escolA 
● Trabalho escravo contemporâneo + de 20 anos de combate (desde 1995) 
● Direito do trabalhador e de sua família. 
● Juventude e Ensino médio: Sujeitos e currículos em diálogo 
● Livro: Por uma pedagogia das juventudes 
● Cartilha Toda Criança precisa de pai – cuidar dos filhos também é coisa de homem 
● Conversando sobre violência obstétrica: identifique e denuncie 
 
Prevenção e Enfrentamento ao Bullying e Ciberbullying 
 
FILMES, DOCUMENTÁRIOS E CURTAS PARA PROFESSORES/AS 
 
● Ben X, A Fase Final - Nic Balthazar (Drama, 2007) 
● Bullying: Provocações sem Limites - Ángel GarcíaRoldán (Drama, 2009) 
● Escolas em Círculos - Marianne Osório e Charlie Shread - Documentário, 2017) 
● Evil, Raízes do Mal - Jan Guillou (Drama, 2003) 
● Extraordinário – R.J. Palacio (Drama/comédia, 2017) 
● Ferrugem – Aly Muritiba (Drama, 2018) 
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventude-e-projetos-de-futuro/
https://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventude-e-trabalho/
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventude-indisciplina-e-regras-escolares/
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventude-indisciplina-e-regras-escolares/
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventudes-e-territorios-o-campo-e-a-cidade/
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventudes-e-territorios-o-campo-e-a-cidade/
https://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-juventudes-e-participacao-politica/
https://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-estrategias-metodologicas-de-trabalho-com-jovens/
https://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/view/colecao-cadernos-tematicos-estrategias-metodologicas-de-trabalho-com-jovens/
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
https://fazsentido.org.br/wp-content/uploads/2018/12/ESTUDO_DIVERSIDADES_rev.pdf
http://escravonempensar.org.br/biblioteca/trabalho-escravo-contemporaneo-de-20-anos-de-combate-desde-1995/
http://escravonempensar.org.br/biblioteca/direitos-do-trabalhador-e-se-sua-familia-guia-de-programas-sociais
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/juventude-e-ensino-medio-sujeitos-e-curriculos-em-dialogo/
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/publication/juventude-e-ensino-medio-sujeitos-e-curriculos-em-dialogo/
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
https://www.defensoria.ba.def.br/comunicacao/cartilhas/
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
50 
 
● Menina de Barro - Vinicius Machado (Drama, 2017) 
● Meu Melhor Inimigo – Neil Simon, David Madden e Robert W. Cort 
(comédia/aventura,1998) 
● Quase um Segredo - Jacob Aaron Estes (Drama, 2004) 
Fonte: https://nosbastidores.com.br/lista-10-melhores-filmes-sobre-bullying/ 
 
FILMES, DOCUMENTÁRIOS E CURTAS PARA ESTUDANTES 
 
● Coração e Mentes: a invenção nossa de cada dia - Série Escolas Transformadoras - Cacau 
Rhoden (2018) - Classificação: Livre 
● Coração e Mentes: a voz e a vez - Série Escolas Transformadoras - Cacau Rhoden (2018) 
- Classificação: Livre 
● Coração e Mentes: o universo dos outros - Série Escolas Transformadoras - Cacau 
Rhoden (2018) - Classificação: Livre 
● Escolas em Círculos - Marianne Osório e Charlie Shread (Documentário, 2017) - 
Classificação: Livre 
● Extraordinário - R.J. Palacio (Drama/comédia, 2017) - Classificação: 10 anos 
● Ferrugem - Aly Muritiba (Drama, 2018) - Classificação: 14 anos 
● Meu Melhor Inimigo - Neil Simon, David Madden e Robert W. Cort 
(comédia/aventura/1998) – Classificação: 14 anos 
Fonte: https://nosbastidores.com.br/lista-10-melhores-filmes-sobre-bullying/ 
 
 LIVROS/ARTIGOS PARA PROFESSORES/AS 
 
● A Face Oculta - uma história de bullying e cyberbullying - Maria Tereza Maldonado e 
Manuela Eichner (2009) 
● Bullying - O que você precisa saber - Identificação, prevenção e repressão – Lélio Braga 
Calhau (2018) 
● Geração de Valor: plantando sonhos, colhendo conquistas - Flávio Augusto da Silva 
(2015) 
● Gestão da Emoção - Augusto Cury (2015) 
● Na Minha Pele - Lázaro Ramos (2017) 
● O Jeito de cada um: o Respeito à Diversidade - Edson Gabriel Garcia e Carla Pilla (2016) 
https://nosbastidores.com.br/lista-10-melhores-filmes-sobre-bullying/
https://nosbastidores.com.br/lista-10-melhores-filmes-sobre-bullying/
https://nosbastidores.com.br/lista-10-melhores-filmes-sobre-bullying/
https://nosbastidores.com.br/lista-10-melhores-filmes-sobre-bullying/
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
51 
 
● Pele Negra, Máscaras Brancas - Frantz Fanon (1952) 
● Protagonismo Juvenil - Adolescência, Educação e Participação Democrática - Antônio 
Carlos Gomes da Costa e Maria Adenil Vieira (2000) 
Fonte: http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/dicas-de-livros-sobre-bullying-e.html 
 
 LIVROS/ARTIGOS PARA ESTUDANTES 
 
● As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky (2012) 
● Apaixone-se por si mesmo - Walter Riso (2012) 
● Como lidar com as emoções destrutivas: para viver em paz com você e os outros - Daniel 
Goleman e Dalai Lama (2003) 
● E se fosse com você? Sandra Saruê (2009) 
● Extraordinário - J.R. Palacio (2013) 
● Geração de Valor: plantando sonhos, colhendo conquistas - Flávio Augusto da Silva 
(2015) 
● Jogo Duro - Eliana Martins (2015) 
● Na Minha Pele - Lázaro Ramos (2017) 
● O Mistério da Consciência: do corpo e das emoções ao conhecimento de si - António 
Damásio (2015) 
Fonte: http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/dicas-de-livros-sobre-bullying-e.html 
 
VÍDEOS EDUCATIVOS PARA PROFESSORES/AS 
 
● Que papo é esse? Bullying? 
● Bullying: por que comigo? 
● Violência na Escola: convívio escolar 
● Refletindo sobre o Bullying 
● Bullying Não! Ser diferente é legal 
 
 
http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/dicas-de-livros-sobre-bullying-e.html
http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/dicas-de-livros-sobre-bullying-e.html
http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/dicas-de-livros-sobre-bullying-e.html
http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/dicas-de-livros-sobre-bullying-e.html
https://www.youtube.com/watch?v=sQmdnMFp8Ek&disable_polymer=true
https://www.ebc.com.br/infantil/galeria/videos/2012/11/episodio-do-menino-maluquinho-fala-sobre-bullying
https://www.youtube.com/watch?v=J8C662Y0zBg
https://www.youtube.com/watch?v=j3v70bmk4eE
https://www.youtube.com/watch?v=Oi3K9KDt_FY
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
52 
 
CIBERBULLYING 
 
FILMES, DOCUMENTÁRIOS E CURTAS PARA PROFESSORES/AS 
● A Rede Social - Aaron Sorkin (Drama, 2010) 
● As Melhores Coisas do Mundo - Luiz Bolognesi (Drama, 2010) 
● Cyberbully - Charles Binamé (Drama, 2011) 
● Cyberbullying: Garota fora do jogo - Rachel Simmons (Drama, 2005) 
● Depues de Lúcia - Michel Franco (Drama, 2013) 
● Ferrugem - Aly Muritiba (Drama, 2018) 
Fonte:http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/filmes-que-abordam-o-cyberbullying-como.html 
 
FILMES, DOCUMENTÁRIOS E CURTAS PARA ESTUDANTES 
● As Melhores Coisas do Mundo - Luiz Bolognesi (Drama, 2010) - Classificação:14 anos 
● Cyberbully - Charles Binamé (Drama, 2011) - Classificação:14 anos 
● Cyberbullying: Garota fora do Jogo - Rachel Simmons (Drama, 2005) - Classificação:16 
anos 
● Ferrugem - Aly Muritiba (Drama, 2018) - Classificação:14 anos 
Fonte:http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/filmes-que-abordam-o-cyberbullying-como.html 
 
 LIVROS/ARTIGOS PARA PROFESSORES/AS 
● A Face Oculta - Uma História de Bullying e Cyberbullying - Maria Tereza Maldonado e 
Manuela Eichner (2009) 
● Bullying e Cyberbullying - Agressões dentro e fora das Escolas - Edésio T. Santana (2013) 
● Bullying e Cyberbullying - o que fazemos com o que fazem conosco? Maria Tereza 
Maldonado (2015) 
● Cyberbullying: Práticas e Consequências da Violência Virtual na Escola- Neide Aparecida 
Ribeiro (2019) 
● Todos contra Dante - Luís Dill (2008) 
Fonte:http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/livros-que-abordam-o-cyberbullying-como.html 
 
LIVROS/ARTIGOS PARA ESTUDANTES 
http://escolas.educacao.ba.gov.br/educacao-para-diversidade-prevencao-e-enfrentamento-ao-bullying-e-ciberbullying
http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/filmes-que-abordam-o-cyberbullying-como.html
http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/filmes-que-abordam-o-cyberbullying-como.htmlhttp://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/filmes-que-abordam-o-cyberbullying-como.html
 
 
 
 
Curso de Aperfeiçoamento Corpos e 
Diversidade na Educação (CDE) 
53 
 
● Cyberbullying: palavras e imagens que trazem sofrimento - Sônia Maria dos Santos 
Araújo (2016) 
● Cyberbullying: para além do s muros da escola - Benjamim Horta (2018) 
● E se fosse com você? - Sandra Sarue (2007) 
● Meu nome é Pedro-– Benjamim Horta (2018) 
● O Diário de Davi - Silvano Sulzart (2016) 
Fonte:http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/livros-que-abordam-o-cyberbullying-como.html 
 
VÍDEOS EDUCATIVOS PARA PROFESSORES/AS 
● Cyberbullying é fria! 
● Cyberbullying - Desafio real nos meios virtuais 
● Cyberbullying: criança mais segura na internet 
● Segurança na Internet: O que é cyberbullying e como evitá-lo? 
● Do bullying ao cyberbullying? 
 
 
 
 
 
http://extrajpcre.blogspot.com/2011/04/livros-que-abordam-o-cyberbullying-como.html
https://www.youtube.com/watch?v=48Qr7pABgwA
https://www.youtube.com/watch?v=auQv4Mk2eeE
https://www.youtube.com/watch?v=yDTCOGoD6Hw
https://www.youtube.com/watch?v=Zw2ODkqZrbM
https://www.youtube.com/watch?v=YbSuZoDG7Ns&disable_polymer=true

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