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SEMIOLOGIA HISTORIA CLINICA 1. Identificação a) Nome (e como gostaria de ser chamado) b) Idade c) Sexo d) Cor/raça e) Estado Civil f) Profissão/Ocupação Atual e Anterior g) Local de Nascimento h) Procedência i) Residência Atual e Anterior j) Grau de Escolaridade k) Nome da Mãe l) Religião m) Fonte da história 2.AEA: Início: data, se abrupto ou insidioso,. Duração: Importante diferenciar duração da doença de duração do sintoma. Por exemplo, o paciente tem uma dor torácica há 3 meses, mas ela vem em crises de 10 minutos. Isso é importante para diferenciar dor cardíaca de dor não cardíaca. Este item também inclui frequência da queixa. Localização e irradiação, Intensidade y Evolução Fatores desencadeantes, de melhora ou de piora: fatores desencadeantes e fatores de piora nem sempre são os mesmos. Manifestações associadas. 3.APP: TABAQUISMO,HTA,DM,ASMA, ALERGIA A MEDICAÇAO. 4.APF: CARDIOPATIAS, CÂNCER,DM, MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS, ENFERM GENÉTICAS ABDOME: 1. REGIÕES ABDOMINAIS A cavidade abdominal é divida por quatro planos: dois horizontais e dois verticais, delimitando as seguintes regiões: ● Hipocôndrio direito (HCD): fígado, vesícula biliar, rim direito; ● Epigástrio: lobo esquerdo do fígado, piloro, duodeno, cólon transverso e cabeça e corpo do pâncreas; ● Hipocôndrio esquerdo: baço, estômago, rim esquerdo, cauda do pâncreas; ● Flanco direito (ou região lateral): cólon ascendente, rim direito e jejuno; ● Mesogástrio (ou região umbilical): duodeno, jejuno, íleo, aorta abdominal, mesentério, linfonodos; ● Flanco esquerdo (ou região lateral): cólon descendente, jejuno, íleo; ● Fossa ilíaca direita (ou região inguinal): ceco, apêndice, ovário e tuba uterina direita; ● Hipogástrio: bexiga, útero, ureter; ● Fossa ilíaca esquerda (ou região inguinal): cólon sigmoide, ovário e tuba esquerda. A cavidade abdominal também pode ser divida em quatro quadrantes, a partir do plano mediano (vertical), seguindo o trajeto da linha alba e o plano transumbilical (horizontal) entre L3 e L4. OBS: a ausculta deve ser o primeiro elemento a ser avaliado após a inspeção. A explicação é que a palpação ou percussão do abdome pode alterar os movimentos peristálticos. EXAME FISICO 2. INSPEÇÃO Deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal com pernas estendidas. São observadas, forma, volume e alterações cutâneas do abdome. ● Forma: avaliar se há presença de assimetria, como pode ocorrer na hepatoesplenomegalia, hérnias de parede abdominal, neoplasias e obstruções. Globoso (panículo adiposo ou líquido ascítico), escavado (emagrecimento ou síndrome consuptiva), pendular (gravidez). ● Abaulamentos: presença de massas abdominais, como neoplasias ou hérnia da parede abdominal. ● Retrações (depressões): bridas pós-cirúrgicas, caquexia. ● Circulação colateral: pode ser visível em caso de obstrução do sistema venoso porta (cabeça de medusa) ou veia cava. ● Ondas peristálticas: em geral não são observadas em indivíduos normais, mas pode estar presente quadros obstrutivos. ● Lesões cutâneas: sinal de Cullen e sinal de Turner, presentes na pancreatite aguda. 3. AUSCULTA Deve ser realizada nos quatro quadrantes de forma superficial para avaliar os ruídos hidroaéreos. Para avaliar alterações do fluxo aórtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se o estetoscópio ao longo do trajeto da aorta. Principais alterações a serem pesquisadas na ausculta: ● Presença de ruídos hidroaéreos (descrever intensidade ++++/IV); ● Peristaltismo de luta: obstrução; ● Íleo paralítico: silêncio abdominal; ● Sopros: sugerem aneurismas e compressões arteriais. 4. PALPAÇÃO Palpação superficial: Avaliar sensibilidade, integridade anatômica e grau de distensão da parede abdominal. Os pacientes com dor abdominal devem ser solicitados a localizá-la. Só então inicia-se a palpação da área mais distante da região dolorosa, deixando esta por último. Deve ser feita com uma mão a 45 graus ou duas mãos superpostas. Pontos dolorosos: ● Ponto epigástrico: sensível na úlcera péptica em atividade; ● Ponto cístico: situa-se no ângulo formado pelo rebordo costal direito com a borda externa do músculo reto abdominal, na interseção da linha hemi clavicular com o rebordo costal direito. Deve ser palpado em busca do Sinal de Murphy que pode estar presente na colecistite aguda. ● Ponto de McBurney: união do terço externo com dois terços internos da linha que une a espinha ilíaca ântero-superior à cicatriz umbilical. Dor nessa região sugere apendicite aguda. O Sinal de Blumberg , dor adescompressão, pode ser pesquisado na palpação profunda. Palpação profunda: tem como objetivo palpar órgãos abdominais em busca de visceromegalias e tumorações. ● Palpação do fígado: o método mais utilizado na prática é o de Lemos Torres, em que o examinador com a mão esquerda na região lombar direita do paciente tenta evidenciar o fígado para frente e com a mão direita espalmada sobre a parede anterior, tenta palpar a borda hepática anterior durante a inspiração profunda. Deve ser avaliado a borda hepática, se tem borda fina ou romba; regularidade da superfície, sensibilidade, consistência, presença de nodulações. ● Palpação do baço: normalmente não é palpável, exceto quando atinge duas ou três vezes seu tamanho normal. Para palpá-lo, posiciona-se à direita do paciente e com a mão direita em garra tenta sentir o polo esplênico inferior durante a inspiração profunda próximo ao rebordo costal esquerdo. Causas de esplenomegalia: hipertensão portal, infecção, anemia hemolítica, linfomas, esquistossomose. 5. PERCUSSÃO é possível identificar presença de ar livre, líquidos e massas intra-abdominais. A técnica é digito-digital, em que posiciona uma das mãos sobre o abdome e percute com o dedo indicador. ● Som normal: maciço (baço e fígado), timpânico (vísceras ocas); ● Percussão normal: macicez hepática no hipocôndrio direito; timpanismo no espaço de Traube, timpanismo nas demais regiões. ● Massas abdominais sólidas ou líquidas (ascite) são maciços. ● Timpanismo generalizado pode indicar obstrução manobras são fundamentais para avaliar o paciente com suspeita de ascite, que é o acúmulo de líquido na cavidade peritoneal. manobras abaixo: ● Macicez móvel: ocorre em casos de ascite de médio volume. Quando o paciente está em decúbito dorsal o líquido acumula-se na região lateral do abdome, revelando timpanismo na região anterior, quando o paciente posiciona-se em decúbito lateral, o líquido desloca-se para o mesmo lado, onde fica maciço e a região acima fica timpânica. ● Semi-círculo de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal percute-se a regiçao periumbilical do meio para as extremidades. Em casos de ascite, observa-se alteração do timpanismo. 6. OUTROS SINAIS DO EXAME ABDOMINAL ● Sinal de Giordano: punho-percussão das lojas renais. Se o paciente sentir dor, é positivo e pode indicar pielonefrite aguda. ● Sinal de Jobert: percussão do hipocôndrio direito com detecção de timpanismo. É indicativo de pneumoperitôneo (ar na cavidade abdominal). ● Sinal de Corvoisier-Terrier: vesícula biliar palpável. Pode ser indicativo de neoplasia. 7. EXAME DO ABDOME NORMAL ABDOME: plano, sem lesões de pele, cicatrizes, circulação colateral, retrações ou abaulamentos. Peristalse não identificável à inspeção. Ruídos hidroaéreos presentes nos quatros quadrantes (+/IV). Ausência de timpanismo difuso e macicez em flancos. Traube livre. Fígado e baço não palpáveis. Abdome indolor à palpação profunda e superficial. APARELHO RESPIRATÓRIO INSPEÇÃO: deve-se solicitar que o paciente se sente e que retire sua camisa ou qualquer tipo de tecido que dificulte o acesso ao tórax. Isso é importante, pois dados com ausculta e percussão podem ser alterados caso o exame não seja feito diretamente no tórax. deve aferir a frequência respiratória do paciente antes mesmo de iniciar o exame, avaliar se há esforço respiratório pelo uso de musculatura acessória. Também podemos observar ruídos audíveis, como sibilos, para os quais não é necessário auscultar o paciente para quea sua existência seja identificada. O exame do tórax se inicia por meio da inspeção estática. Avalia-se a presença de cicatrizes, lesões, abaulamentos, retrações e assimetrias. Também é avaliado o tipo de tórax do paciente, processo este eminentemente observacional, Por meio da inspeção estática, podemos observar se o paciente utiliza musculatura acessória para respirar, como retração intercostal, de fúrcula esternal e supraclavicular. Inspeção dinâmica: avalia-se a ventilação do paciente por meio do padrão respiratório, observando de onde vem o esforço ventilatório (se torácico, abdominal ou misto). O padrão predominante é considerado normal é o torácico, quando o paciente está de pé ou sentado, mas em decúbito dorsal, tende a ser abdominal. PALPAÇÃO: Sensibilidade ,tono ,trofismo, temperatura, expansibilidad, elasticiad, vibras vocais.pede para o pct falar 33 PERCUSSÃO: Tipos de som: pulmonar,maciço,sub maciço. CAmpos de krong: normal 4cm AUSCULTAÇÃO: Murmullo vesicular, ruidos agregados, bronquico, CABEÇA E PESCOÇO CABEÇA: tamanho, forma e contornos. Caso você encontre alguma deformidade, é importante pensar em trauma e, caso essa não seja a queixa do paciente, questionar sobre traumas passados. Imagem: 1. Fácies Hipocrática; 2. Fácies Renal; 3. Fácies tetânica; 4. Fácies Mixedematosa; 5. Fácies Cushingoide; 6. Fácies da Paralisia Facial Periférica; 7. Fácies Mongoloide; 8. Fácies Hipertireóidea ou Basedowiana; 9. Fácies Leonina; 10. Fácies acromegálica; 11. Fácies Esclerodérmica; 12. Fácies pload/texto/texto-aula-973.html sempre olhar se existe alguma lesão em couro cabeludo e face, como é a implantação dos cabelos (especialmente em crianças), a quantidade, a qualidade (se são secos ou quebradiços) e a distribuição dos pelos.Ainda na cabeça, analisar se apresenta caspa ou pediculose e descrever. O crânio geralmente é arredondado, com proeminências na região frontal e na região occipital. As fácies normais são descritas como atípicas isso significa que ela não é típica de nenhuma doença. A implantação do couro cabeludo na mulher geralmente é baixa e no homem alta, apresentando as ‘entradas’ características. MAMA As principais queixas envolvidas são: Dor; Nódulos; Fluxo papilar; Alterações de desenvolvimento; Presença de lesões não palpáveis; Alterações na pele, no complexo aréolo-papilar; Cadeia linfática. Se há dor, investigar aparecimento, seu tipo, sua intensidade, se é uni ou bilateral,. Se há nódulos, investigar quantidade, crescimento, quando notou o aparecimento, se tem influência com o ciclo menstrual. Com o fluxo:n se surge de forma espontânea ou quando se força seu aparecimento (à expressão), onde ele aparece, volume, coloração (láctea, hialina, serosa, sero-hemática, sanguinolenta, purulenta, ocre, esverdeada) e consistência (espessa, caseosa, oleosa, líquida). Verificar antecedentes pessoais mamários, intervenções cirúrgicas, uso de hormônios (tipo/duração de tratamento), se possui o hábito de realizar o autoexame e se o faz corretamente, anotar data da menarca, menopausa e padrão dos ciclos menstruais, lembrar que o câncer de mama pode ser associado a menarca precoce (11 anos ou menos) ou também à menopausa tardia (acima dos 55 anos). Interrogar sobre número de partos, se houve abortos; é um possível fator de risco para a neoplasia se a primeira gestação for após os 30 anos, em média, e quando a paciente nunca teve filhos. Averiguar sobre lactação, números de vezes que lactou, complicações durante amamentação, como fissuras, estases, inflamações ou infecções. Durante a gravidez, as mamas aumentam de volume podendo ocorrer dor; outra alteração são as aréolas com maior pigmentação, onde há maior proeminência dos tubérculos de Montgomery (glândulas sebáceas presentes na aréola); perguntar também sobre a adaptação a esse processo. Investigar os hábitos e estilo de vida, como tipo de vestimenta, nível de atividade física adotado, uso regular de álcool (acima de 60 gramas por dia pode ser correlacionado com carcinogênese devido ao seu principal metabólito, o acetaldeído); O exame físico mamário Para realizar o exame físico, a paciente deve estar vestida com um avental, O exame é dividido em três etapas distintas: inspeção (estática e dinâmica), palpação (cadeias linfáticas, mamas e outras estruturas) e expressão mamária (parte especial da palpação).A mama possui 4 quadrantes distintos (qd súperolateral esquerdo, superomedial direito, inferolateral esquerdo e inferomedial direito) e dos seus limites anatômicos: a clavícula, o sulco inframamário, linha axilar posterior, linha médio-esternal e prolongamento axilar. Inspeção estática: verificar a mama, seu número, localização, forma, volume (graduar de forma geralmente subjetiva), simetria, grau de ptose, pele da paciente (cor, brilho, cicatrizes, retração, vascularização, edema cutâneo, lesões elementares). Quanto ao complexo aréolo-papilar, verificar número, forma, forma da papila, coloração, alterações dermatológicas (infecções, descamação, ulceração, nodulação, retração, crostas, fissuras). Pode observar também se há alguma alteração importante no tórax que repercute nessa área (cifose, escoliose, defeitos das articulações). Grau de ptose mamária Para essa ser realizada,a paciente permanece com os braços abaixados e em posição ortostática ou sentada. Se a paciente tiver mamas muito volumosas ou muito flácidas, pedir para elevá-las para melhor visualização do polo inferior e sulco inframamário. Inspeção dinâmica: três manobras distintas verificam a mobilidade da glândula mamária sobre a região torácica, você pode realizá-las em sequência. Verificar se há edema ou limitação de movimento. 1. Elevação progressiva dos membros superiores: objetivo à verificar tensão da pele e ligamentos de Cooper; Inspeção dinâmica – elevação dos membros superiores Colocação das mãos na cintura ou com braços na frente do tórax, comprimir as palmas das mãos (estimular contração dos músculos peitorais) Inspeção dinâmica – mãos na cintura Extensão dos membros superiores com flexão anterior do tronco. Inspeção dinâmica – extensão dos MMSS e flexão anterior do tronco Palpação: Palpação das cadeias ganglionares: iniciar pelas cadeias ganglionares cervicais e cadeias supraclaviculares, logo seguir para cadeias infraganglionares e, por fim, cadeias axilares. Palpação da cadeia linfática axilar, deve-se deixar o braço ipsilateral à cadeia examinada, solto ao longo do corpo, apoiado ou sustentado pelo braço ipsilateral do examinador, enquanto a mão contralateral faz a palpação. Deve ser feito de forma simétrica. Notar presença dos gânglios, sinais de inflamação, localização dos mesmos, seu tamanho, consistência, mobilidade, relação e aderência a planos profundos. Cadeias principais de drenagem linfática Palpação da cadeia ganglionar supraclavicular Palpação da cadeia infraclavicular Figura 10� Palpação da cadeia ganglionar axilar Palpação das mamas: paciente em decúbito dorsal, braços elevados atrás da nuca. Prioriza mama que estiver sem queixas; fazê-la de forma sistematizada, utilizando a ponta e a polpa digital dos dedos indicadores, médio, anulares e mínimos. Realizar movimentos de massagem com pressão de acordo com o necessário para aumentar a sensibilidade do exame, realizar de forma simétrica em ambos os lados. Mamas muitos volumosas requerem, muitas vezes, uma palpação com a paciente sentada. Palpação mamária Expressão mamária: realizá-la de forma adequada, seguir desde a base da mama até o complexo aréolo-papilar e forma radial. Caso ocorra descarga papilar, descrever como foi mencionado. Em pacientes grávidas, é provável ver o colostro (achado normal). Expressão mamária CARDIOVASCULAR EXAME FÍSICO DO CORAÇÃO 1. Inspeção e palpação ● Abaulamento Deve-se investigar com o paciente despido, inspeção em região precordial em 2 incidências (tangencial e frontal). Pode haver presença de abaulamento no aneurisma de aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e cardiopatias congênitas. Ictus cordis O ictuscordis é a pulsação do ápice do coração. Deve-se investigar localização, extensão, mobilidade, intensidade e tipo de impulsão, ritmo e frequência. A sua localização pode variar de acordo com o biotipo do paciente: loc: 4to e 5to EIC linea media clavicular EXTENSIDAD: 2-3cm Mediolíneos: cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5º espaço intercostal. Brevelíneos: desloca-se cerca de 2 cm para fora e para cima, no 4º espaço intercostal. Longilíneos: 6º espaço intercostal, 1 a 2 cm para dentro da linha hemclavicular. Ictus cordis invisível e impalpável: enfisema pulmonar, obesidade, grandes mamas, musculatura muito desenvolvida. COMORBIDADES ASSOCIADAS: o deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia de ventrículo esquerdo, como ocorre na hipertensão arterial e insuficiência aórtica, por exemplo. No paciente hipertenso com comprometimento ventricular costuma ser um achado clássico o ictus cordis deslocado p/ 6º espaço intercostal e com caráter propulsivo. AVALIAÇÃO: o ictus deve ser avaliado quanto à sua extensão em polpas digitais e quanto à contração, podendo ser propulsivo quando a mão é levantada, um achado semiológico indicativo de hipertrofia. ● Batimentos ou movimentos Ainda na inspeção e palpação é possível avaliar áreas que possam apresentar batimentos visíveis ou palpáveis (retração sistólica, levantamento de massa em precórdio, pulsação epigástrica ou supresternal) COMORBIDADES ASSOCIADAS: podemos pensar em hipertrofia direita quando há retração sistólica apical (durante sístole há retração). Já em caso de hipertrofia do ventrículo direito pode ser percebido como uma área relativamente grande próxima ao esterno. Frêmito cardiovascular É caracterizado como a sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou nos vasos. Em caso de presença de frêmito, deve-e investigar localização, situação do ciclo cardíaco e intensidade (avaliado em cruzes ++++/IV). Estão associados aos sopros. 2. Ausculta ● Foco mitral: situa-se no 5º espaço intercostal (EIC) esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis. ● Foco pulmonar: situa-se no 2º EIC esquerdo, junto ao esterno. Nesse espaço podemos avaliar desdobramentos da 2ª bulha cardíaca. ● Foco aórtico: 2º EIC direito, justaesternal. Porém, algumas vezes, o melhor local para auscultar alterações de origem aórtica é a área entre o 3º e 4º EIC esquerdo, onde fica localizado o foco aórtico acessório. ● Foco tricúspide: situa-se na base do apêndice xifóide ligeiramente para a esquerda. Os fenômenos acústicos originados na valva tricúspide (sopro sistólico) costumam ser mais percebidos na área mitral. FOCO AÓRTICO 2º EIC DIREITO FOCO PULMONA R 2º EIC ESQUERDO FOCO TRICÚSPI DE BASE DO APÊNDICE XIFÓIDE à ESQUERDA FOCO MITRAL 5º EIC NA LINHA HEMICLAVICULAR Ao auscultar o coração, devem ser avaliados: bulhas cardíacas, ritmo e frequência cardíaca, ritmos tríplices, cliques ou estalidos, ruídos, atritos ou sopros. BULHAS CARDÍACAS: ● Primeira bulha (B1): fechamento da valva mitral e tricúspide, o componente mitral antecedendo o tricúspide. Coincide com o ictus cordis e o pulso carotídeo. É mais grave e tem duração um pouco maior que a 2ª bulha. O som pode ser representado por “TUM”. ● Segunda bulha (B2): é constituído por 4 grupos de vibrações, porém só são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Ouve-se o componente aórtico em toda região precordial (principalmente foco aórtico), enquanto o ruído da pulmonar é auscultado em uma área limitada (foco pulmonar). Durante a expiração as duas valvas fecham dando origem ao som representado por “TA”. Na inspiração, devido ao prolongamento da sístole ventricular (maior afluxo de sangue), o componente pulmonar sofre um retardamento, sendo possível perceber os 2 componentes. Esse fenômeno é chamado de desdobramento fisiológico da 2ª bulha que pode ser auscultado como “TLA”. ● Terceira bulha (B3): é um ruído protodiastólico de baixa frequencia que se origina da vibração da parede ventricular distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido. É mais audível na área mitral com o paciente em decúbito lateral esquerdo. Pode ser representada por “TU”. ● Quarta bulha (B4): ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-sístole e pode ser ouvida mais raramente em crianças e adultos jovens normais. Sua gênese não está completamente esclarecida, mas acredita-se que seja originada pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo na contração atrial em encontro com o sangue no interior do ventrículo, no final da diástole. 3. Ritmo e frequência cardíaca Após reconhecer B1 e B2, o passo seguinte é determinar a o ritmo do coração e a frequência cardíaca (batimentos por minutos). Havendo apenas 2 bulhas, trata-se de ritmo binário ou em dois tempos. Quando se torna audível um terceiro ruído, passa a ser ritmo tríplice ou em três tempos. Ritmo em 2 tempos: TUM-TA; TUM-TA; TUM-TA Ritmo em 3 tempos: TUM-TA-TU; TUM-TA-TU Frequência: conta-se os batimentos em um minuto. Em adultos, < 60� bradicardia, > 100� taquicardia. OBS: ritmo cardíaco pode apresentar arritmias, sendo a principal encontrada na ausculta o ritmo de galope (PA-TA-TA), em que o ritmo cardíaco imita o som semelhante ao galopar de um cavalo devido a B3 patológica. 4. Cliques e estalidos ● Estalidos diastólicos: podem ocorrer nas estenoses das valvas mitral (ruído seco, agudo e de curta duração, representado por um “TEP”, audível no 3º ou 4º EIC e no foco mitral) e tricúspide. ● Estalidos protossistólicos: ruídos de ejeção, de alta frequência, agudos e intensos, produzidos na artéria pulmonar e na aorta. O estalido protossistólico pulmonar (presente na estenose pulmonar, hipertensão pulmonar grave) é mais audível no foco pulmonar e na borda esternal esquerda, diferenciando-se de B1 pelo timbre mais agudo. O protossistólico aórtico (presente na dilatação ou aneurismas de aorta, tetralogia de Fallot) é mais audível do 4º EIC esquerdo, borda esternal até a área mitral. 5. Sopros Produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo, que em condições patológicas adota um caráter turbilhonar, deixando de ser laminar, surgindo ruídos denominados sopros. Os sopros podem surgir dos seguintes mecanismos: ● aumento da velocidade da corrente sanguínea (exercício físico, hipertireoidismo, febre); ● diminuição da viscosidade sanguínea (anemia); ● passagem do sangue por uma passagem estreita (estenoses); ● passagem do sangue por zona dilatada (aneurismas). Os seguintes aspectos do sopro devem ser avaliados: ● Situação do sopro no ciclo cardíaco: sistólico, diastólico, sistodiastólicos ou contínuos; ● Localização: qual foco de ausculta o sopro é mais audível ● Irradiação: deslocar o estetoscópio em várias direções para identificar irradiação. ● Intensidade: avaliação subjetiva, feita em graduação (+ a ++++) ● Timbre e tonalidade: “qualidade do sopro”; pode ser suave, rude, musical, em jato, piante, ruflar. Uma das mais importantes aplicações da avaliação dos sopros cardíacos é na suspeita diagnóstica de acometimento valvar (estenose mitral ou aórtica, insuficiência mitral ou aórtica). Na tabeladescritas as características dos sopros encontrados em cada condição: Insu ficiê ncia aórti ca Sopro diastólico; melhor audível no foco aórtico acessório Este nos eaór tica Sopro sistólico de ejeção; localizado no foco aórtico Insu ficiê ncia mitr al Sopro sistólico de regurgitação no foco mitral Este nos emit ral Sopro diastólico com estalido, melhor audível em decúbito lateral esquerdo 7. Ruído de pericardite constritiva Origina-se na distensão do pericárdio endurecido. É audível quando há comprometimento do pericárdio ao nível da região apical na face anterior. É mais precoce que B3, audível em foco mitral e tricúspide. 8. Atrito pericárdico Origina-se do roçar de folhetos pericárdicos. Em geral é um ruído perceptível na sístole e na diástole, sem relação constante e fixa com as bulhascardíacas. É mais audível entre o ictus e a borda esternal esquerda. como descrever o exame do aparelho cardiovascular: 1º Inspeção: abaulamentos, retrações, deformidades, pulsações, ictus cordis; 2º Palpação: ictus cordis – descrever localização e intensidade (polpas digitais); presença de frêmitos na região precordial; 3º Ausculta: descrever ritmicidade (ritmo regular, ritmo de galope, ritmo irregular); frequência cardíaca (auscultar por 1 minuto); intensidade das bulhas cardíacas (normo, hipo ou hiperfonéticas); desdobramentos ou presença de 3ª ou 4ª bulha; presença de sopros (se presente, localizar qual foco é mais audível e em seguida se é sistólico ou diastólico). DESCRIÇÃO DO EXAME NORMAL: Precórdio calmo, sem abaulamentos, retrações ou deformidades, ictus cordis palpável 1-2 polpas digitais na linha hemiclavicular esquerda no 5º EIC. Bulhas cardíacas rítmicas, normofonéticas em dois tempos, sem sopros. Apendicite aguda é a causa principal de abdome agudo inflamatório, geralmente, é consequência da obstrução total ou parcial do apêndice pela presença de um fecalito. .1. Fisiopatologia O desencadeante começa com a obstrução do lúmen apendicular. Essa obstrução leva ao acúmulo de secreção com crescimento bacteriano. 2. Quadro clínico costumam iniciar com a dor periumbilical, sendo seguida por febre e náuseas. A dor caracteristicamente migra para a fossa ilíaca direita, após cerca de 12 horas, localizando-se no ponto de McBurney (situado no limite entre o terço médio e lateral de uma linha imaginária traçada desde espinha ilíaca anterossuperior direita até a cicatriz umbilical). Pacientes com Apendicite procuram se movimentar o mínimo possível devido à irritação peritoneal. Quando deitados, assumem uma atitude característica: permanecem em decúbito dorsal com as pernas fletidas (posição antálgica). 3. Exame físico O paciente geralmente apresenta temperatura em torno de 38°C (febre baixa) e hipersensibilidade à palpação no ponto de McBurney, com defesa abdominal inicialmente voluntária e depois involuntária. Além disso, a peristalse está geralmente diminuída e o paciente apresenta fácies de dor, características de peritonite difusa. Alguns sinais clássicos podem ser: Sinal de Blumberg: dor em fossa ilíaca direita (FID) à descompressão brusca do ponto de McBurney. Sinal de Rovsing: dor referida em FID, após a compressão sucessiva da fossa ilíaca esquerda (o relato de dor decorre da movimentação do ar dentro da alça intestinal). DERRAME PLEURAL Acúmulo de líquido no espaço pleural. Normalmente, esse espaço está preenchido por uma fina camada de líquido que permite a facilitação dos movimentos dos pulmões. Porém, algumas situações podem levar a um desbalanço entre a produção e absorção de líquido, causando o derrame pleural. As principais causas de derrame pleural são: ● insuficiência cardíaca; ● pneumonia; ● neoplasias (principalmente em idosos); ● tuberculose (geralmente é unilateral e em indivíduo jovem). O quadro clínico do paciente geralmente consiste em dor pleurítica, dispneia e tosse Exame Físico inspeção pode nos mostrar abaulamentos, desvio contralateral do mediastino e alargamento dos espaços intercostais. À palpação percebe-se uma redução do frêmito torácico-vocal. Há macicez à percussão e o murmúrio vesicular se encontra reduzido à ausculta. Pode haver sopro pleurítico. Os Critérios de Light são os seguintes: 1. Relação entre as proteínas no líquido pleural/soro > 0,5. 2. Relação entre LDH no líquido pleural/soro > 0,6. 3. LDH no líquido pleural mais de dois terços do limite superior normal do soro. Atenção: se um ou mais desses critérios forem preenchidos, o Derrame Pleural é caracterizado como exsudativo.
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