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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: os desafios educacionais na perspectiva do aluno e do professor alfabetizador Andrea Barbieri Gomes cruz Professor Orientador: Lorena Pinheiro Chaves Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Pedagogia (1251) - Trabalho de Graduação Novembro/2018 RESUMO O presente trabalho aborda a alfabetização e o letramento na turma do 1º ano do Ensino Fundamental com foco nos desafios educacionais na perspectiva do aluno e do professo alfabetizador, afinal alfabetizar é uma tarefa bastante complexa tanto para quem aprende como para quem ensina, mas a valorização desta complexidade conduz o professor ao aprofundamento de seus estudos no intuito de conhecer mais profundamente sobre o processo de aquisição da língua escrita. O referencial teórico baseou-se nos reconhecidos autores sobre alfabetização e letramento como Emilia Ferreiro, Ana Teberosky e Magda Soares, dentre outros. A pesquisa de campo foi realizada em uma entidade de caráter privado no município de Campo Grande MS e se incorpora a partir das observações do ambiente educativo em sala de aula e na instituição como um todo, da prática educativa durante as regências em sala acompanhadas pela professora da turma e dos diálogos e interações com os docentes da unidade de ensino., Os dados coletados são apresentados de maneira descritiva, comparando assim as produções da criança com os estágios de desenvolvimento infantil da psicogênese da língua escrita. Palavras-chave: Alfabetização; Letramento; Linguagem. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho pretende unir o conhecimento alcançado durante o estágio obrigatório nos anos iniciais do ensino fundamental e avançar no entendimento sobre alfabetização e letramento, tomando por foco um único fator, as primeiras produções escritas da criança. Antes de chegar a essas produções vamos perceber que a criança tem um processo de aquisição da linguagem, processo este que não é passivo de modo que o aprendizado não surge a partir do momento em que participa dos ensinamentos do educador. A criança não espera o momento certo para aprender nem que alguém lhe ensine, mas segue formulando hipóteses. Quando na prática de estágio o acadêmico participa da dinâmica em sala de aula surge um me questionamento relevante, se saindo da faculdade de pedagogia encontraria dificuldades para assumir a alfabetização dos alunos numa sala. Certamente que a resposta é inquietadora e nos sugere aprofundar os estudos e o entendimento sobre o processo de aquisição da linguagem. No processo de aquisição da leitura e da escrita a criança passa por diferentes estágios de desenvolvimento sendo cada um deles um avanço considerável, por isso é imprescindível que o educador esteja atento e sensível a compreender os significados de cada produção da criança, valorizar e incentivar o progresso no aprendizado. Neste documento vamos investigar sobre a importância de valorizar os primeiros escritos da criança. A escolha deste tema se justifica por perceber o quanto uma criança aprende quando esta sendo alfabetizada e que este processo é muito mais complexo do que possa parecer. O que para algumas pessoas pode ser considerado um rabisco, um desenho ou uma imitação da escrita para um alfabetizador consciente é uma produção permeada de significado. Por meio de pesquisa bibliográfica pretende-se investigar sobre o tema Alfabetização e letramento: os desafios educacionais na perspectiva do aluno e do professor alfabetizador. Para melhor compreensão do todo vamos separar este tema em subtítulos que se relacionam com o todo. A principio conversaremos sobre os desafios educacionais da alfabetização, dialogando a respeito das inseguranças, dos anseios e da necessidade de amadurecimento por meio de estudo, vivências e interações. Estudaremos também as fases do aprendizado da língua escrita na perspectiva da criança, compreender o assunto trabalhado neste subtítulo é o ponto chave no trabalho com a alfabetização, o professor precisa conhecer as fases do desenvolvimento para saber em que nível de aprendizado está a criança e quais as estratégias irá utilizar para auxiliar no desenvolvimento e aprendizagem. Para compreender as fases do aprendizado da criança recorremos aos estudos da Pesquisadora Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, nas publicações psicogênese da língua escrita e reflexões sobre alfabetização. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: 2.1. Os desafios educacionais da alfabetização Propositalmente este subtítulo traz um duplo sentido, podendo ser entendido tanto como os primeiros anos escolares pela perspectiva da criança quanto do professor. Tendo em vista que para ambos é um momento de muito aprendizado. Quando nos deparamos com uma classe com vários alunos ansiosos para aprender a ler e a escrever, e juntamente com eles, os pais e responsáveis querendo ver logo os resultados da alfabetização dessas crianças, somos tomados num primeiro momento por sentimentos de inseguranças e ao mesmo tempo de desafios. Invade-nos então a sensação de que ainda existe muito a aprender, este sentimento de incompletude, de que é necessário buscar por mais conhecimento o professor em toda a sua atuação profissional jamais pode perder, pois não existe receita pronta para alfabetizar uma criança, mas ao mesmo tempo em que buscamos ensina-las vamos aprendendo com elas quais são as melhores estratégias de que necessitam naquele momento. O professor ensina e aprende ao mesmo tempo, no trabalho diário com seus alunos busca conhecer quem são eles, quais são seus gostos e preferencias, qual a realidade em que vivem, e assim podendo construir estratégias de ensino e aprendizagem, tornando o aprendizado significativo e contextualizado, adaptando seu planejamento a realidade do aluno, relacionando a teoria da prática, considerando que “a mão que escreve e o olho que lê estão sob o comando de um cérebro que pensa sobre a escrita que existe em seu meio social e com a qual toma contato através de sua própria participação em atos que envolvem o ler e escrever, em práticas sociais mediadas pela escrita”. (Ferreiro e Teberosky, 1999 p. 8), Com isso entendemos que a criança não é um papel em branco no qual o professor começará a imprimir em sua mente um conceito sobre a linguagem escrita, mas desde o momento em que nasce, participa em diferentes cenários de interações sociais e práticas de leitura, e assim vai pensando a respeito da linguagem, criando hipóteses e construindo seu entendimento a respeito. “No lugar de uma criança que espera passivamente o reforço externo de uma resposta produzida pouco menos que ao acaso, aparece uma criança que procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se fala a sua volta, e que, tratando de compreendê-la, formula hipóteses, busca regularidades, coloca a prova sua antecipação e cria sua própria gramática ( que não é simples cópia deformada do modelo adulto, mas sim criação original). No lugar de uma criança que recebe pouco a pouco uma linguagem inteiramente fabricada por outros, aparece uma criança que reconstrói por si mesma a linguagem, tomando seletivamente a informação que lhe provê o meio.” (FERREIRO E TEBEROSKY, 1999 p.24) O professor alfabetizador na medida em que ganha experiência no exercício de sua função desenvolve uma percepção mais apurada das produções que a criança realiza. Neste momento a teoria e a prática se complementam, de modo que conhecer as fases da escrita infantil é primordial para compreender e valorizar os esforços que a criança produz. Ensinar a ler e a escrever não é uma tarefa fácil, é um momento que carece de muita dedicação, tanto por parte do professor como do aluno. Sobre os saberes necessários ao professor Cagliari (2007 p. 9) acrescenta que: “O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e, quanto mais ciente estivero professor de como se dá o processo de aquisição de conhecimento, de como a criança se situa em termos de desenvolvimento emocional, de como vem evoluindo o seu processo de interação social, da natureza da realidade linguística envolvida no momento em que está acontecendo a alfabetização, mais condições terá o professor de caminhar de forma agradável e produtiva o processo de aprendizagem, sem os sofrimentos habituais.” Par descrever a complexidade do processo de construção do conhecimento sobre a língua escrita para a criança, Ferreiro e Teberosky (2007) fazem uma comparação com o aprendizado de uma língua estrangeira para o adulto em um grau de dificuldade mais elevado, pois o adulto já conhece vários pontos de referencia e organização no texto, para a criança todo o aprendizado é algo novo. Neste sentido Cagliari corrobora dizendo: “A criança, evidentemente, não entrou para o mundo da linguagem da mesma forma que um adulto se inicia no aprendizado de uma língua estrangeira. Ela foi exposta ao mundo linguístico que a rodeia e nele foi, ela própria, traçando o seu caminho, criando o que lhe era permitido fazer com a linguagem. Nesse seu processo se percebe uma evolução nem simples nem lógica, mas sempre condizente com seu modo de ser e estar no mundo ”. (2007 p. 17). Antigamente o professor preocupava-se em como ensinar, qual método de ensino faria com que a criança chegasse mais rápida ou mais facilmente ao conhecimento sobre a linguagem escrita. Atualmente a realidade é outra, a diversidade de classes, culturas, conhecimento dentre tantos outros fatores dentro do ambiente educacional exige que o ensino seja dinâmico, flexível e se adapte para alcançar o sucesso no aprendizado de grande parte da turma, isso porque nem todos aprendem do mesmo modo, o professor precisa dispor de várias estratégias. Atualmente o ingresso ao ensino regular obrigatório acontece bem cedo, conforme acrescenta a emenda constitucional nº 59 de dezembro de 2009. Art. 208 “educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria”. Dos quatro aos cinco anos de idade esta criança estará matriculada na pré-escola, embora ainda faça parte da Educação Infantil, o ensino na pré-escola passou a ser considerado obrigatório. Em 2006, por meio da Lei 11.274, o ensino fundamental passa a ter duração de 9 (nove) anos, com matricula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade, quando a criança poderá ingressar no primeiro ano do ensino fundamental. Aos seis anos de idade a criança passará por um momento de transição, que compreende a passagem da educação infantil para o primeiro ano do ensino fundamental. “A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo.” (BRASIL, 2018) Geralmente nesta fase as crianças ainda estarão em processo de alfabetização, mas poderá em sua maioria serem letradas. Letrado segundo Soares (2009 p. 40) “É aquele individuo que “não só sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e escrita.” Neste sentido Soares coloca que o individuo além de saber ler e escrever precisa saber utilizar este conhecimento em situações do cotidiano, mas veremos mais adiante que letrado também pode ser aquele individuo que ainda não sabe ler nem escrever mas participa de práticas de leitura. “Uma criança pode ainda não ser alfabetizada, mas ser letrada: uma criança que vive num contexto de letramento, que convive com livros, que ouve histórias lidas por adultos, que vê adultos lendo e escrevendo, cultiva e exerce práticas de leitura e de escrita: toma um livro e finge que está lendo (e aqui de novo é interessante observar que, quando finge ler, usa as convenções e estruturas linguísticas próprias da narrativa escrita), toma papel e lápis e "escreve" uma carta, uma história. Ainda não aprendeu a ler e escrever, mas é, de certa forma, letrada, tem já um certo nível de letramento.” (SOARES, 2009 p.47) Em exemplos práticos podemos imaginemos uma criança que imagina ler um rótulo de coca cola, na verdade ela sabe que dentro daquela embalagem contem aquela bebida e pela sua participação das práticas sociais na qual está inserida ela imita ler. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular - BNCC a criança desde seu nascimento e nos anos em que se insere na Educação Infantil, está cercada e participa de diferentes práticas letradas, no entanto será nos anos iniciais (1º e 2º anos) do Ensino Fundamental que se espera que ela se alfabetize. Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos. (BRASIL, 2018) É preciso considerar que as crianças já chegam a escola com uma bagagem avantajada de conhecimentos sobre o que é leitura e escrita, sendo por isso importante levar em consideração o conhecimento prévio da criança, conhecer o contexto de vida no qual seus alunos estão inseridos, do que eles gostam de brincar, o que gostam de comer, como é a estrutura familiar, quais locais eles frequentam. Tudo isso contribui para um trabalho significativo e ajuda a fomentar ainda mais o desejo de participação e concentração das crianças. Ainda segundo a BNCC a criança será considerada alfabetizada uma vez que consiga: “consiga “codificar e decodificar” os sons da língua (fonemas) em material gráfico (grafemas ou letras), o que envolve o desenvolvimento de uma consciência fonológica (dos fonemas do português do Brasil e de sua organização em segmentos sonoros maiores como sílabas e palavras) e o conhecimento do alfabeto do português do Brasil em seus vários formatos (letras imprensa e cursiva, maiúsculas e minúsculas), além do estabelecimento de relações grafofônicas entre esses dois sistemas de materialização da língua”. BNCC Todo o aprendizado no processo de alfabetização é uma construção, que não é mecânica mas dinâmica. A BNCC acrescente que neste processo a criança precisará: “Diferenciar desenhos/grafismos (símbolos) de grafemas/letras (signos); Desenvolver a capacidade de reconhecimento global de palavras (que chamamos de leitura “incidental”, como é o caso da leitura de logomarcas em rótulos), que será depois responsável pela fluência na leitura; Construir o conhecimento do alfabeto da língua em questão; Perceber quais sons se deve representar na escrita e como; Construir a relação fonema-grafema: a percepção de que as letras estão representando certos sons da fala em contextos precisos; Perceber a sílaba em sua variedade como contexto fonológico desta representação; Até, finalmente, compreender o modo de relação entre fonemas e grafemas, em uma língua específica.” (BRASIL, 2018 p. 89) 2.2. O aprendizado da língua escrita na perspectivava da criança Emilia Ferreiro ao estudar sobre como a linguagem escrita é composta, contribuiu consideravelmentecom suas pesquisas na explicação dos processos de aprendizagem da língua escrita e levou os educadores a rever seus métodos retirando o foco de como se ensina para como se aprende. As crianças não são agentes passivos no processo ensino e aprendizagem, por estarem inseridas em um mundo letrado mesmo que ainda não saiba ler e escrever já têm ideias, formulam hipóteses, constroem seu próprio significado para a gramática. A criança não espera um período apropriado para pensar a respeito da linguagem, como quando iniciar os primeiros anos escolares, antes disso ela formula um entendimento próprio sobre o uso apropriado da língua, é um sujeito ativo e cognoscente conforme explica Ferreiro e Teberosky: “O sujeito cognoscente [...] é aquele que procura ativamente compreender o mundo que o rodeia e trata de resolver as interrogações que este mundo provoca. Não é um sujeito o qual espera que alguém que possui um conhecimento o transmita a ele por um ato de benevolência. È um sujeito que aprende basicamente através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo e que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo em que organiza seu mundo.” (1999 p. 9) Ferreiro, 2010 coloca que de modo geral a criança passa por três fases na aquisição da língua escrita: “Distinção entre o modo de representação icônico e o não icônico; A construção de formas de diferenciação (controle progressivo das variações sobre os eixos qualitativo e quantitativo); A fonetização de escrita (que se inicia com um período silábico e culmina no período alfabético)”. Ferreiro e Teberosky, 1999 p. 273 descrevem que durante o processo de conceitualização da língua escrita a criança se coloca problemas. “Os problemas colocados concernem tanto á natureza do objeto escrita como aos processos de apropriação do objeto, por parte da criança”. O primeiro problema que a criança se coloca é compreender o que a escrita representa e qual a estrutura desse modo de representação. Antes dos quatro anos desenhos e escrita substituem o objeto evocado, enquanto que aos quatro anos a criança já e capaz de diferenciar desenho de escrita, entretanto ainda espera que a escrita seja próxima a representação do objeto, por exemplo, objetos grandes precisam de uma grande quantidade de signos que a represente. (Ferreiro; Teberosky, 1999) “A estimulação nessa fase é muito importante, é preciso valorizar a produção espontânea da criança, lembrando que nessa fase ainda não existe preocupação estética em relação à escrita feita. Por meio da garatuja, a criança cria e recria individualmente formas expressivas integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade.” (CAGLIARI, 2001, p.75) Em um nível mais avançado que o citado anteriormente as crianças começam a construir a “hipótese dos nomes”. Nesta fase a criança compreende que “a escrita se constitui como registro de nomes que servem como identificação do objeto referido”. (Ferreiro; Teberosky, 1999) Segundo as mesmas autoras a partir do momento em que a criança compreende que para representar o objeto existe diferenciação entre o desenhar e o escrever, ela começará a entender as distinções que existem no texto em si. Nesta fase a criança elabora condições hipotéticas para que segundo a sua concepção um texto possa ou não ser lido. Encontramos como exemplos citados por Ferreiro; Teberosky, 1999 A Quantidade suficiente de caracteres (em geral consideram ser necessário no mínimo três caracteres para que um texto possa ser lido) e a Variedade de caracteres (caracteres iguais “não servem para ler”). Após diferenciar que escrever é diferente de desenhar o próximo nível será compreender que existe variedade e diferença entre grafia-letra, grafia-numero e grafias que acompanham as letras. Outra distinção importante que a criança realiza é que ler é diferente de olhar, contar, e explicar. (Ferreiro; Teberosky, 1999) A partir deste ponto as autoras Ferreiro; Teberosky, 1999 comentam sobre a importância das interações entre o individuo e o meio para que se construa um conhecimento. Das interações com os meios podemos citar como exemplo, ler para a criança e ler com a criança, destas praticas sociais é possível adquirir conhecimentos sobre o nome das letras e as orientações de leitura (que se lê da esquerda para a direita e de cima para baixo). Chegando a um nível superior de evolução na construção do conhecimento linguístico a criança se coloca que a palavra escrita pode ser dividida assim como na emissão. (Ferreiro; Teberosky, 1999) “Somente quando há inicio de estabilidade em certas configurações gráficas (em termos de formas totais ou elemento índices), pode-se expor as relações entre o todo e as partes. Somente quando foram entendidas as razões para abandonar a hipótese silábica, pode -se passar a uma análise fonética. Somente quando se compreende a forma de produção de escritas própria ao sistema alfabético, pode-se abandonar os problemas de ortografia”. (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999 p. 282) Finalmente o conhecimento e a aquisição da linguagem escrita cresce a medida em que a criança supere os problemas por ela impostos. 3. MATERIAL E MÉTODOS A construção deste trabalho foi realizada através de uma pesquisa descritiva. “As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis [...] As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos etc.” Para a descrição da realidade investigada foram consideradas as observações realizadas durantes o estágio obrigatório em séries iniciais do ensino fundamental, realizado no Centro Educacional Múltipla Escolha, entidade de caráter privado, localizada no município de campo grande/ MS, atua há 24 anos com educação infantil e ensino fundamental. Os objetivos traçados no projeto de estágio foram: Compreender e significar os termos alfabetização e letramento; Estudar práticas educativas que contribuam com a aprendizagem significativa, e compreender a realidade o processo ensino e aprendizagem, participando ativamente no contexto educacional. Deste modo a fim de satisfazer estes objetivos, além dos diálogos com os professores que trabalham com alfabetização e letramento, das observações do cotidiano educacional, foi aplicado um questionário a professora regente, onde procurou-se conhecer as características mais pertinentes da turma, do trabalho desenvolvido com os alunos, quais as dificuldades e motivações inspiram as ações em sala de aula. O trabalho é também complementado de uma pesquisa bibliográfica, de acordo com Gil (2008 p. 50) este tipo de pesquisa é “desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas”. O estudo traz em sua essência uma abordagem qualitativa, que de acordo com Rampazzo (2005, p. 59) trata-se de: “Tal pesquisa procura introduzir um rigor que não é o da precisão numérica aos fenômenos que não são passíveis de ser estudados quantitativamente, tais como, angústia, ansiedade, medo, alegria, cólera, amor, tristeza, solidão etc. Esses fenômenos apresentam dimensões pessoais e podem ser mais apropriadamente pesquisados na abordagem qualitativa.” Este tipo de abordagem permite uma analise mais realista dos fatos, descrevendo os sentimentos e as falas dos envolvidos no estudo. Finalmente os dados coletados são apresentados e discutidos considerandoas contribuições teóricas, a própria ação docente, e as considerações da autora. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante o primeiro bimestre do ano de 2018 realizei meu estágio em anos iniciais do ensino fundamental, em atendimento a disciplina de estágio curricular obrigatório II, do curso de Pedagogia do Centro Educacional Leonardo da Vinci - UNIASSELVI em uma entidade privada de ensino, o Centro Educacional Múltipla Escolha. Ocorreu que no período de duas semanas visitei a unidade de ensino para observar, registrar, acompanhar a rotina escolar e pontuar as contribuições das professoras, quando em diálogos me contavam relatos de suas experiências como professora alfabetizadora. Para organizar de forma clara os resultados e a discussão deste estudo vamos organizar de modo bastante didático permitindo uma percepção detalhada do estudo, estabelecendo relações entre prática educacional com a teoria estuda. No contexto escolar trabalhar com alfabetização e letramento pressupõe a necessidade de conhecer um extenso campo de estudo. O professor que se dedica a este trabalho tem pela frente muito conteúdo para estudar, e ainda compreender como todo este ensino é recebido pela criança. 4.1 A unidade educacional O Centro Educacional Múltipla escolha, fica localizado a Rua Olinda Gondim Martins no Bairro Jardim Moema, município de Campo Grande MS. Foi criado pela ATA n. 01, de 19 de maio de 1994, com a denominação COE – Centro Ômega de Ensino pré-escolar e primeiro grau, obtendo a atual denominação por meio da ATA n. 01 datada de 23 de fevereiro de 2013. Quanto ao espaço físico, logo na entrada nos deparamos com um espaço externo privilegiado por ser amplo e conter várias pinturas no chão, como amarelinha e algumas figuras geométricas e também uma casinha de bonecas. O centro educacional possui sete salas de aula, no período da manhã prevalece o atendimento para a educação infantil e no período da tarde para os primeiros anos do ensino fundamental, não é uma regra, mas depende da demanda para o ano corrente. Todas as salas são equipadas com ventiladores de teto, lâmpadas de LED; Lousa; Prateleiras para guardar os materiais pedagógicos; mesas e cadeiras adequadas aos alunos e mesa e cadeira para o professor. A unidade também possui: uma quadra poli esportiva, uma quadra de areia, uma secretaria, cozinha, almoxarifado, banheiro infantil masculino e feminino; banheiro adulto masculino e feminino; sala de direção e coordenação pedagógica, dois pátios externos. Atualmente a escola oferece o serviço de transporte escolar, uma Van busca e leva os alunos para casa, por este motivo grande parte do público atendido na instituição são de outros bairros e cerca de 50% dos alunos são da própria comunidade. Dentre os princípios encontrado na proposta pedagógica estão: A valorização do ser humano; o estimulo ao exercício da cidadania; a defesa do ecossistema; a participação da comunidade; a ética e a confiabilidade; a transparência administrativa; os serviços de qualidade a comunidade; a satisfação dos usuários; as condições de acessibilidade do educando com necessidades educacionais especiais. 4.2 Caracterizações da Turma e Descrição da Rotina As observações ocorreram mais especificamente com a turma do 1º ano do ensino fundamental, nesta classe estão matriculados quinze alunos entre 6 e 8 anos, sendo nove meninos e seis meninas. A professora de sala é a pedagoga Marcilene Borges, formada há dois anos em pedagogia, iniciou seu trabalho com a educação como auxiliar de sala e atualmente faz pós-graduação em Educação Infantil: alfabetização e letramento na prática. A professora ministra as aulas de: língua portuguesa, matemática, história, geografia e ciências. As crianças têm aulas com outros professores na disciplina de Artes, Educação Física e Língua estrangeira Inglês. A rotina se inicia um pouco antes das 13 horas, as crianças chegam na escola com a Van escolar ou são acompanhadas pelos pais ou responsáveis até a sala de aula. O período em que a criança permanece no ambiente escolar é das 13h às 17h e 20min, as aulas são organizadas de acordo com o cronograma semanal, são abordadas quatro disciplinas por dia letivo, dois tempos no primeiro momento, seguido de intervalo de 20 minutos e mais dois tempos no segundo momento do dia. 4.3 Aspectos sobre a alfabetização e letramento dos alunos No inicio do primeiro bimestre do ano letivo as crianças se encontram em fase de adaptação aos primeiros anos escolares, neste período a professora busca fazer algumas avaliações diagnósticas para conhecer seus alunos, conversa bastante com eles para saber o que gostam de fazer, com quem moram, quais são seus hábitos de vida, quais lugares costumam frequentar, o que já aprenderam sobre a língua escrita, entre outras interações dinâmicas. Reconhecer o alfabeto é um dos primeiros passos no processo de alfabetização, e como de costume em toda e qualquer sala de alfabetização encontramos na parede da sala de aula um alfabeto lúdico onde cada letra é acompanha por uma imagem infantil, um desenho ou um brinquedo, cuja letra inicial corresponde à letra do alfabeto que acompanha. Na turma do primeiro ano todas as crianças conhecem bem as letras do alfabeto, diariamente a professora realiza com eles o exercício de recitar o alfabeto de trás para frente, de frente para trás, aponta para uma letra indiscriminadamente e interroga-os qual letra é, e isso os alunos já sabem de cor. A escrita que difere de aluno a aluno, alguns realizam cópias de pequenos textos ou palavras escritas pela professora na lousa, mas quando se trata de escrever um ditado algumas conseguem escreve-lo completo e outras ainda omitem algumas letras ao tentar escrever as palavras. Em conversas com a professora regente sobre como é o ingresso das crianças no primeiro ano escolar, a mesma descreveu que como a maioria das crianças ingressa desde cedo na educação básica, frequentando creches e pré-escola, e quando chegam ao primeiro ano do ensino fundamental já conhecem as letras, já realizam tentativas de escrita e cópia. O trabalho que o professor desenvolve em sala de aula, torna a alfabetização indissociável do letramento. Veremos mais adiante que é imprescindível considerar as construções mentais que a criança realiza na apropriação da escrita, de modo que, o ensino da leitura e da escrita deve ser contextualizado a realidade da comunidade local, portanto é preciso evidenciar que “A escrita não é um produto escolar, mas sim um objetivo cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade”. (FERREIRO, 2010, p. 44). As crianças em seus primeiros anos escolares têm muitas idéias e concepções sobre leitura e escrita, que se originam no meio familiar, e nas interações do convívio social quando estes valorizam e incentivam a prática da leitura com as crianças, como, por exemplo, promovendo o contato com histórias, leituras de alguns materiais como, listra de compras, receitas entre outros. Se antigamente a preocupação era sobre qual o melhor método para ensinar a ler e escrever, após a constatação de que a criança constrói um conhecimento próprio de leitura e escrita, mesmo antes que lhe seja ensinada as regras, pois está inserida em um mundo letrado, participa e vivencia situações de leitura e escrita em diversos contextos. Esta linha de pensamento estudada por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, a psicogênese da língua escrita, redirecionou o foco da educação de como se ensina para como se aprende. Em suas pesquisas as autoras descrevem que a criança se apropria da língua escrita passando por diferentes estágios em que sozinha constrói condições para leitura e diferentes hipóteses sobre o sistema de escrita. No inicio do processo de alfabetização, as crianças em geral encontram-se no mesmo nível de conhecimento, noprimeiro período da evolução da escrita, no qual envolve noções de diferenciação entre o icônico e não Icônico, ou seja, desenhar é diferente de escrever, ela representa a escrita através de rabiscos. Na turma observada as crianças já superaram esta fase, diferenciam bem os desenhos das letras e números. A imagem que segue foi retirada do livro Reflexões sobre alfabetização de Emilia Ferreiro, neste trecho a pesquisadora promove um diálogo com uma criança de 4 (quatro) anos solicitando que desenhe uma casinha e em seguida solicita que escrevesse o nome. Imagem I – Desenho de uma casinha e o nome Fonte: Ferreiro, 2010 Comparando o exemplo acima, o trabalho da professora Marcilene Borges com a turma do primeiro ano costuma valorizar as produções espontâneas da criança, assim é possível acompanhar como está seu processo de amadurecimento sobre a língua escrita. Em sala de aula é frequente utilizar a literatura como forma lúdica e motivadora para posteriormente solicitar uma produção escrita. A professora levou para a sala um livro de história infantil e contou para a turma a história: A pequena sereia, em seguida distribuiu uma folha sulfite para cada aluno e solicitou que desenhassem a pequena sereia e colocassem o nome do desenho na folha. Imagem I – Representação por Desenho e Escrita da história: A pequena Sereia Fonte: Atividade de aluno do 1º ano do ensino fundamental Observando este desenho podemos considerar a seguinte produção escrita da criança: Solicitação da professora Reprodução da criança A Pequena Sereia APQACEIA A criança representa uma palavra para cada silaba, parece que está pulando letras mas faz parte do processo de construção do conhecimento. Vimos anteriormente na pesquisa bibliográfica que a criança passa por três fases principais na aquisição da língua escrita primeiro a distinção entre o modo de representação icônico e o não icônico; Segundo a construção de formas de diferenciação (controle progressivo das variações sobre os eixos qualitativo e quantitativo); e terceiro a fonetização de escrita (que se inicia com um período silábico e culmina no período alfabético). Assim o que se percebe é que esta criança já se encontra na fase silábica. A imagem a seguir trata-se de uma fotografia do caderno de uma criança, aluna do 1º ano do ensino fundamental. No dia da produção a professora realizou um ditado de 5 (cinco) palavras com os alunos. É importante aqui pontuar a preocupação da professora em reforçar com as crianças sobre a importância de escrever as palavras ditadas por ela e não apagar, pois posteriormente seria feita a correção na lousa e, é imprescindível que comparem sua produção com a escrita da palavra. Imagem II – Ditado Fonte: caderno de aluno do 1º ano do ensino fundamental Por esta produção percebemos a quantidade e a variedade de letras conforme citado no estudo Ferreiro e Teberosky (1999) ao lado esquerdo da imagem a criança escreveu segundo seus conhecimentos, ao lado esquerdo da figura foi copiado a correção feita na lousa pela professora. Como visto na pesquisa bibliográfica no segundo período aquisição da língua escrita pela criança, ela estabelece critérios para diferenciação da escrita, Quantidade e variedade de letras, ela considera que para que uma palavra possa ser lida é necessário um mínimo de 3 letras e que estas devem ser variadas. Em parte da pesquisa de Ferreiro (2010) solicita a uma criança de 6 anos e 2 meses de idade a escrita de alguns nomes: Solicitação da pesquisadora Reprodução da criança Coloque seu nome A E C D Escreva Vaca E A I C E Escreva Mosca O I A C E Escreva Borboleta Q I A E C Escreva Cavalo I A C A C No terceiro período da evolução escrita, a criança se inicia no período silábico e culmina no período alfabético. No período silábico os alunos compreendem que a escrita é a representação da fala, em suas produção eles estabelecem uma letra para cada emissão sonora, podendo alternar a variação da letra ou a quantidade, ora uma ora duas letras. Na escrita nos parece que a criança está desatenta, que se esqueceu de colocar as letras, mas faz parte do processo de construção do conhecimento. Na imagem que segue podemos observar claramente está fase. Imagem III – Auto Ditado Fonte: caderno de aluno do 1º ano do ensino fundamental Já no período alfabético a criança compreende que a escrita da palavra pode ser escrita em partes menores do que as silabas, entendendo deste modo o sistema de escrita, conforme veremos na imagem a seguir: Imagem IV – Auto Ditado Fonte: caderno de aluno do 1º ano do ensino fundamental 4.4 Relatos da experiência da professora alfabetizadora O relato da professora regente na turma do 1º ano é de que do as crianças estão chegando ao primeiro ano escolar do ensino fundamental, cada vez mais avançadas em conhecimento sobre a língua escrita, ela relacionou esse fato a dois fatores, um o uso de tecnologia, o segundo seria estarem ingressando cedo na escola. Observando as produções escritas das crianças, com um olhar de quem procura algo, é possível perceber a quantidade de conhecimento ela possui, quando faz um rabisco, um desenho, algumas letras soltas não são meras tentativas ou imitações da escrita, mas sim um desenvolvimento intelectual que a criança esta construindo sobre a linguagem escrita, cabe ao professor então perceber dentre o vasto material pedagógico, atividades que contribuam com a o desenvolvimento da criança e que e ajudarem a avançar. Segundo a professora cada detalhe é um passo importante no aprendizado, por exemplo, quando “finge” leitura se a criança localiza da esquerda para a direita, de cima para baixo, ou quando escreve é possível acompanhar seu desenvolvimento e perceber em que fase do aprendizado ela se encontra e trabalhar em cima disso. Outro ponto significativo do trabalho com alfabetização é que não é uma missão exclusiva do professor em sala de aula, mas para o sucesso da aprendizagem do aluno deve se estabelecer parcerias entre o professor, a família e a escola, pois é esta é uma fase é muito importante e complexa na vida da criança. Na unidade escolar, assim como na sala de aula, todo o espaço precisa ser preparado a fim de tornar-se um ambiente alfabetizador, que produza acolhimento e motivação na criança. As mesinhas precisam ser de um tamanho adequado, a quantidade de alunos deve permitir que o professor consiga livremente prestar a merecida atenção a cada estudantes, acompanhando de perto suas necessidades e progressos. A professora informou ainda que já se sentiu muito cobrada pelos pais que esperam que os filhos levem tarefas para casa todos os dias, esperam impacientes por constatar que seu filho já está alfabetizado e algumas vezes culpam a professora quando fazem comparativos entre as crianças da mesma sala, os pais chegam a pensar que uma criança tem mais atenção que a outra e não consideram que cada um tem um ritmo diferente de aprendizado. A professora costuma trabalhar com as crianças pequenos textos com rimas fáceis, parlendas ou poemas infantis, e por valorizar também a produção espontânea da criança costuma ditar o texto. Certo dia uma mãe ao ver o caderno de sua filha constatou que havia várias palavras escritas “erradas” prontamente apagou todo o texto e pediu que a criança refizesse-o, e ainda acrescentou um recado que dizia: Boa tarde professora! Peço que, por favor, corrija as tarefas da minha filha quando ela escrever errado para que ela possa aprender a escrever corretamente. No entanto a professora explicou que não podemos frustrar a criança dizendo que a produção dela está errada, pois faz parte do seu processo de aprendizado, e para a criança trata-se de um grande passo, um grande feito e uma realização, o quea professora orienta é fazer pequenas intervenções individuais, questionando a criança sobre o som da palavra e o que ela escreveu e se daquela maneira não estaria faltando alguma coisa, ou seja, perguntas que a façam refletir e evoluir seu raciocínio. 6. CONCLUSÃO O referido trabalho foi realizado com objetivo de investigar os desafios educacionais encontrados no processo de alfabetização e letramento nos anos iniciais do ensino fundamental, mais especificamente no primeiro ano. Através desta pesquisa foi possível pontuar que independente do método de ensino que o professor alfabetizador utiliza em suas aula, a criança em seu intimo se coloca várias condições que segundo ela são necessárias para que um texto possa ser compreendido. Essas condições fazem parte do processo de aquisição do conhecimento e nas práticas diárias de alfabetização e letramento a criança aprende, e desaprende, ou seja, no processo de construção ela faz, desfaz e refaz seu conhecimento até se chegar a um entendimento sobre a língua escrita. È um período de grande esforço intelectual para a criança, os seus registros por mais simples que possam parecer são valiosos marcos de que ela está se desenvolvendo. Para aqueles que desconhecem o processo de desenvolvimento intelectual da criança, que de modo geral seguem um mesmo padrão de raciocínio, como visto com Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, pode até parecer rabiscos, mas para um professor alfabetizador são indícios de que ela esta aprendendo e se desenvolvendo. Ensinar uma criança a ler e escrever requer uma sensibilidade por parte do educador, pois sabendo dos avanços cognitivos que a criança realiza no processo de alfabetização é capaz de incentiva-la considerando cada produção, bem como orientar a família para que percebam o quanto o aluno está aprendendo e se desenvolvendo, de acordo com suas produções escritas. A família é um pilar de apoio muito importante, como também a escola o professor e o Estado, se todos estes envolvidos no processo educativo caminham em sintonia certamente a criança alcançará mais rapidamente o aprendizado esperado para aquele momento da vida dela, agora se alguma destas partes deixam de participar fica mais difícil, mais lento o processo. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC 3ª versão. Brasília, DF, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp- content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em 22 de novembro de 2018. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. 10. ed. São Paulo: Scipione, 2001. FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999. FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 2010. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo : Atlas, 2008. RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica. Edições Loyola, 2005. SOARES, Magda. Letramento: um tema de três gêneros. 3ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf
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