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TÉCNICAS CIRURGICAS – FIOS E SUTURAS 1) AGULHAS CIRÚGICAS: DEFINIÇÃO: servem como um guia para os fios de sutura, com a finalidade de transfixar as partes. A escolha da agulha ideal para a sua sutura dependerá de fatores como: local onde será realizada, rigidez do tecido e tipo do ponto empregado para o caso em específico. As agulhas são instrumentos cirúrgicos perfurocortantes elaborados em liga de aço inoxidável, com corte ao longo da agulha e um orifício para a colocação do fio de sutura em sua proximal. As agulhas podem ser descartáveis (para uso único apenas) ou reutilizáveis. CLASSIFICAÇÃO: existem agulhas de vários tamanhos, indicados em centímetros. Divididas em três partes, sendo elas: ponta, corpo e fundo (também chamado de olho). A ponta é a parte ativa da penetração do tecido, podendo ser triangular, cilíndrica, ovalada ou quadrada. O corpo é a parte em que a agulha toma sua forma (reta, curva ou semi-curva). O fundo, por sua vez, pode ser fixo (ou verdadeiro), fundo falso (quando o fio de sutura é fixado sob pressão) ou atraumático, que é quando o fio de sutura já vem acoplado ao fundo da agulha. É comum a mesma agulha apresentar dois fundos, sendo um falso e um verdadeiro. Então a maior diferença entre os tipos de agulhas está no posicionamento do fio e o dano tecidual que deixam. As agulhas traumáticas precisam ter o fio montado em seu fundo, deixando mais volumoso e causando lesão ao tecido quando passada. A agulha atraumática, já vem com o fio acoplado em seu corpo, o que faz deixar menos lesão tecidual quando empregada. O fundo das agulhas pode ser identificado como verdadeiro, que é um orifício fechado, onde através do encastoamento (prender) o fio de sutura é fixado na agulha, e o fundo falso, que delimita um orifício quase totalmente fechado, com uma estreita reentrância por onde se encaixa o fio no orifício. As agulhas curvas possuem um ângulo de 180º em seu corpo, já as retas não. As semi-curvas, possuem ângulos menores do que 180º e maiores do que 0º. As agulhas retas são usadas sem o auxílio de um porta-agulhas e seu emprego é cada vez mais raro. Já as curvas e as semi-curvas são mais utilizadas e necessitam do uso de um porta-agulhas. Essa agulha serve para melhor se adequar a região onde a sutura é feita. As agulhas espatuladas são achatadas com bordas laterais cortantes. São utilizadas principalmente em cirurgias oftalmológicas. TIPOS PRINCIPAIS DAS TRAUMÁTICAS: Agulhas cortantes podem ser ou convencional ou invertida, a primeira usada em aponeuroses e na sutura da pele, enquanto a segunda é empregada para tecidos de difícil penetração. TIPOS PRINCIPAIS DAS NÃO TRAUMÁTICAS/ATRAUMÁTICAS: As cilíndricas são agulhas especiais para serem usadas em tecidos resistentes à penetração, 2) NÓS CIRÚRGICOS: DEFINIÇÃO: O nó em cirurgia consiste no entrelaçamento feito entre as extremidades do fio a fim de uni-las e fixá-las. PARTES COMPONENTES: Basicamente o nó se compõe de um primeiro seminó, cuja função é de contenção e d e um segundo seminó com o objetivo de promover a fixação do conjunto. Em geral são dados três o u mais seminós com finalidade de promover a necessária segurança do nó. Estrutura básica do nó: 1º seminó - Contenção, 2º seminó - Fixação, 3º se minó - Segurança. A segurança do nó depende de vários fatores entre os quais temos a memória, o coeficiente de atrito e o tipo de nó dado. Fios com baixo coeficiente de atrito e alta memória tendem a desfazer facilmente os nós, sendo necessário um número maior de nós para manter a laçada (náilon e polipropileno). Entre os tipos de nós, grande segurança é obtida ao utilizar-se nós duplos não cruzados. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS: Os nós comuns podem ser do tipo quadrado (antideslizante ou de seminós assimétricos), que oferecem maior resistência ao fenômeno de deslizamento. O segundo seminó ( de fixação) é a imagem especular do primeiro e assim sucessivamente. O resultado é que as porções do fio que entra m no nó e as porções ou pontas que saem fica m do mesmo lado e m posição paralela. Os nós comuns do tipo deslizante (seminós si métricos) possuem os dois seminós (contenção e fixação) com a mesma conformação. É particulamente sujeito ao fenômeno de deslizamento porque as duas pontas ficam em posição perpendicular as partes do fio que entra m no nó. Entretanto é útil ao permitir o ajuste de tensão caso a ligadura tenha ficado frouxa e exige a necessidade de um terceiro seminó. Os nós ditos especiais são assim denominados pelo fato de serem utilizados em circustâncias particulares com indicações precisas. Destes o mais importante é o nó de cirurgião, cuja diferença básica em relação aos outros está na formação d o primeiro seminó que é formado por dois entrecruzamentos sucessivos. É usado quando não se deseja ou não p ode haver afrouxamento do primeiro seminó, sendo portanto auto -estático, permitindo a confecção d o segundo seminó sem modificação do primeiro. É utilizado para aproximação de estruturas sob tensão. São também nós especiais o nó de roseta (utilizado para extremidades de fio em suturas intradérmicas contínuas de pele) e o nó por torção( usado para fios metálicos). TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO: Técnica Manual. Participação somente das Mãos. - Bimanual - Duas mãos executam movimentos amplos. - Unimanual - Apesar de usar as duas mãos, uma das mãos somente fixa a extremidade do fio enquanto a outra executa os movimentos principais. Técnica de Pauchet- Também denominada unimanual. Pode ser realizada com 5, 4, ou 3 dedos à polegar, indicador e médio. Rápida execução, porém não se presta bem par a execução do 2º seminó, apesar de que com basta treinamento ser possível. É utilizado para a realização de nós quadrados, deslizantes, cirurgião tanto com a mão esquerda quanto com a direita. Técnica Instrumental - Utiliza -se instrumentos para a realização do nó: pinça de dissecção e porta-agulha. Geralmente utilizada para a realização de nós em microcirurgias, pois as dimensões das estruturas não permite a técnica manual. Por razões obvias, também é a técnica utilizada na realização de nós endoscópicos. Técnica Mista - Confecção de nó utilizando um porta -agulhas e punhado pela mão dominante. Usada em pontos separados, geral mente com fio em agulhas atraumáticas, mantendo uma mão com a ponta longa e o instrumento com a ponta curta. Técnicas Principais de Realização dos Nós: Para a realização correta de um nó antideslizante (quadrado ou de seminós assimétricos) deve -se obedecer a dois princípios conhecidos como Leis de Livingston. LEIS DOS NÓS (Livin gston) 1ª Lei - Movimentos iguais de mãos opostas executam um nó perfeito. 2ª Lei - A ponta do fio que muda de lado ap ós a execução do primeiro seminó deve voltar ao lado inicial para realizar o outro seminó. Execução de Nó Antideslizante: - técnica de Pauchet, com dedo médio - técnica de Pauchet, com dedo indicador - técnica mista Execução de Nó de Cirurgião: - técnica bi manual (Pauchet) Execução do Nó d e Roseta: - técnica mista Tipos de Nós São inúmeros os tipos de nós cirúrgicos já descritos na prática cirúrgica, porém poucos são usados em videocirurgia devido as inerentes dificuldades da técnica. A sutura é dos procedimentos de coordenação motora mais complexo nesta via de acesso. Os nós mais utilizados e as suas melhores indicações práticas são: 1 - endoalça (nó de Roeder); 2 - nó extracorpóreo (nó de Brooks); 3 - sutura intracorpórea; 4 - sutura com nó pré-realizado; 5 - nó de Clark; 6 -nó interno deslizante; 7 - nó interno de Topel. O nó de Roeder, ou endoalça, é importante artifício para ligadura de estruturas ou hemostasia em videocirurgia. Usa-se geralmente fio de categute com 25 centímetros de comprimento que corre no interior de um tubo de aço ou plástico de 5 mm de diâmetro com a extremidade distal afilada. Um nó é confeccionado nesta extremidade conforme figura 1, formando uma alça de 5 a 10 cm de extensão. Na extremidade proximal é passada a extremidade da alça do fio que ao ser tracionada, após a laçada e estar bem posicionada, fecha esta alça de maneira firme ao tubo afilado que foi referido anteriormente e posicionado em torno da estrutura. Esta laçada necessita de redutor para sua introdução na cavidade peritoneal. Tal nó é útil para ligadura de coto apendicular ou do ducto cístico, muito calibrosos, onde a clipagem não é recomendada -O nó extracorpóreo é executado fora da cavidade, após introdução de fio longo de sutura agulhado, através de redutor de 5 mm para dentro da cavidade abdominal, deixando-se a extremidade distal deste fio fora da cavidade. Realiza- se então a passagem do fio longo agulhado na estrutura a ser suturada, traciona- se a extremidade agulhada para fora da cavidade. Então se seguram os dois cabos pelos dedos da mão esquerda e com a extremidade livre do fio se faz três revoluções envolvendo ambos cabos com alças do fio e se introduz a extremidade do fio na última alça logo acima dos dedos (técnica de Brooks). Esta é tracionada para a formação do nó e levado até a cavidade por guia metálico (condutor de nó) de extremidade afilada O nó interno deslizante é uma variedade da sutura intracorpórea. Após a realização de dois seminós, “frouxos“ aprende-se um dos cabos acima e abaixo dos nós. Em seguida se ajusta o nó sobre este cabo e delizase até o tecido aonde será apertado. Os dois meios nós devem ser simples e ter o mesmo sentido para evitar que ele trave durante o deslizamento, não aproximando os bordos a serem suturados. Tal técnica é uma das práticas para suturar estruturas sob tensão e em profundidade em relação aos portos das pinças e ótica O nó de Clarke, foi descrito em 1970, usando um dispositivo chamado de “empurrador de nó”, que funciona como uma extensão do dedo do cirurgião. A sua realização se baseia na colocação da extremidade agulhada de um fio longo na cavidade; passagem deste nas estruturas a serem suturadas e a exteriorização da extremidade agulhada que é removida pelo mesmo trocarte onde já se encontra e a extremidade distal. Então e realizado um meio nó duplo e ambas extremidades são gentilmente tracionadas por uma mão do cirurgião e com a outra, através do dispositivo especialmente criado para este fim, empurra- se o nó até alcançar a estrutura a ser suturada. Após isto, um segundo meio nó no mesmo sentido é aplicado para empurrar e fixar o primeiro, e o terceiro meio nó é aplicado para travar os anteriormente realizados O nó interno a Topel, consiste em apreender a extremidade proximal após a passagem do fio pelas suturas a serem aproximadas, cerca de 1 cm da agulha com o porta-agulha da mão esquerda e literalmente rola-se o porta-agulha sobre si próprio, criando duas ou três alças sobre o mesmo. Libera-se esta extremidade e apreende-se a extremidade distal com a ajuda do porta-agulha da mão direita, passando este cabo pelo interior das alças criadas durante a rolagem do porta- agulha da outra mão. Tal nó tem grande valia técnica em situações onde a profundidade for FIGURA 5 - Sutura com nó pré-realizado FIGURA 6 - Nó de Clarke FIGURA 7 - Nó interno deslizante ABCD Arq Bras Cir Dig 2010;23(3):200- 205 Técnica ABCD 23(3).indd 204 01/10/2010 09:56:52 205 grande em relação à posição da ótica, ou quando os ângulos entre as pinças e ou o espaço no local da sutura forem inadequados ou menores que o correto, dificultando as manobras já descritas para realização de sutura intracorpórea 3) FIO CIRÚRGICO: DEFINIÇÃO: Os fios cirúrgicos são utilizados para juntar bordas de ferimentos causado por traumas ou de natureza cirúrgica. Esses fios têm como objetivo ajudar no processo de cicatrização dos ferimentos. Classificação dos fios de sutura Suturas absorvíveis: são aquelas que decorrido algum tempo após a implantação, por ação mecânica, são absorvidas. Podem ser de origem animal ou sintéticas. Suturas não absorvíveis: são aquelas que ficam permanentemente no organismo, mesmo sofrendo ação dos elementos de defesa orgânica não se desfazem, são envolvidos, após algum tempo, por tecidos fibrosos. Pode ser de origem animal, vegetal, metálica e sintética. Absorvíveis o Naturais o Multifilamentares: categute simples e categute cromado o Sintéticos o Multifilamentares: Ácido poliglicólico (Dexon), Poliglactina 910 (Vicryl), Lactomer 9-1 (Polysorb) o Monofilamentares: Poligliconato (Maxon), Polidioxanone (PDS) nabsorvíveis o Naturais o Multifilamentares: algodão, seda, linho o Sintéticos o Multifilamentares: Nylon trançado, Poliéster (Mercilene), Aço inoxidável (Flexon) https://www.suturasonline.com.br/categoria-produto/fio-cirurgico-sutura/ o Monofilamentares: Nylon/Mononylon (Ethilon), Polipropileno (Prolene), Aço inoxidável CARACTÉRISTICAS DO FIO IDEAL: o Boa segurança para o nó o adequada resistência tênsil: importante escolher o diâmetro correto o fácil manuseio o baixa reação tecidual o não possuir ação carcinogênica o não provocar reação alérgica o não provocar ou manter infecção o não ser eletrolítico o manter as bordas aproximadas pelo menos até a fase proliferativa o se absorvível, ter tempo de absorção previsível o ser resistente ao meio onde atua (ex.: pH do estômago) o baixo custo CALIBRE DOS FIOS: Existem diversos diâmetros diferentes de fios de sutura no mercado, desde o diâmetro 10-0 (diâmetro de um fio de cabelo) até o número 7 (diâmetro de uma carga de caneta). ESCOLHA DOS FIOS: OBS.: Para a escolha do fio correto, é bom ter em mente que: o os fios sintéticos geralmente realizam hidrólise o o fio categute causa uma grande reação inflamatória, aumentando assim a celularidade locaç o o fio de nylon geralmente é encapsulado pelo organismo o os fios de algodão, linho e seda geralmente causam grande reação inflamatória e, depois, são encapsulados o fio agulhado é atraumático o fio multifilamentar permite passagem de líquidos e bactérias entre os filamentos o em ambientes infectados, ou seja, em feridas de grau 2 ou 3, deve-se usar fio não absorvível (nylon), para reagir (sucumbir) ao pH ácido do ambiente infeccionado Tipos de fios 1) Absorvíveis Catgut Sutura de origem animal. Obtém-se o fio biológico da submucosa do intestino delgado de ovelhas ou da capa serosa de bovinos. Os catgut podem ser simples ou cromados; os simples apresentam absorção uniforme em torno de 50 a 70 dias, e os cromados absorção mais lenta, entre 60 a 90 dias. Por ser um material de origem animal, a reação tissular de ambos é relativamente moderada. São muito utilizados em suturas gastrointestinais, amarraduras de vasos na tela subcutânea, cirurgias urológicas e ginecológicas. Não devem ser usados quando requerido um suporte do tecido por tempo prolongado. Ácido Poliglicólico Sutura sintética, multifilamento, com alta resistência tênsil. A absorção ocorre por uma ação hidrolítica progressiva que se completa entre 60 a 90 dias. Entretanto, a resistência tênsil efetiva de seus nós é perdida muito antes, chegando na segunda semana com 70% e na terceira semana 50% da resistência inicial. Muito utilizado na sutura de músculos, fáscias e tecido celular subcutâneo. Polidioxanona Sutura sintética, monofilamento. Absorção lenta que se completa entre 180-210 dias. O material possui alta resistência tênsil. Frequentemente utilizado em tecidos com períodos de cicatrização longa, como sutura de tendões e fechamento da paredeabdominal. Indicado para cirurgia cardiopediátrica, gastrointestinal, ginecológica e fáscia aponeurótica. 2) Não Absorvíveis Seda Sutura de origem animal, obtém-se do casulo do bicho da seda. Multifilamento trançado, fácil de manusear e com ótima corrida dos nós por ter cera. Apesar de ser classificado como não absorvível, se degrada com o tempo, perdendo resistência tênsil. Frequentemente utilizado na coaptação de tecidos ou como ligadura, exceto em urologia. Poliéster Origem sintética. Multifilamento trançado, de alta resistência e durabilidade. Apresenta excelente segurança de nó. Frequentemente utilizado em especialidades cirúrgicas, como procedimentos cardiovasculares, gastrointestinais e ligaduras. Nylon Fio de origem sintética, podendo ser monofilamentar ou multifilamentar. Apresenta elasticidade e resistência à água. Reação tissular mínima, mas de difícil manipulação, não produzindo um nó firme. Com o passar do tempo perde resistência têxtil. Utiliza-se em oftalmologia e cirurgia plástica, sendo os fios monofilamentados negros ou incolores os mais usados para suturas de pele. Polipropileno Sintético e monofilamento, na cor azul ou incolor. Estável, mantém resistência tênsil anos após sua utilização. Reação tissular mínima. Facilmente removível, ideal para sutura intradérmica. Muito utilizado para aproximar tecido em áreas especializadas; procedimentos de cirurgia plástica e cardiovascular. Aço Inoxidável Monofilamento de aço inoxidável, apresenta-se na cor natural. Não promove reação inflamatória nos tecidos, possui alta resistência tênsil permanente, suave passagem pelos tecidos e grande segurança nos nós. Pode promover necrose tecidual pelo movimento dos tecidos contra as pontas não flexíveis. Utilizado em ortopedia, incluindo o fechamento do esterno. 4) SUTURAS: DEFINIÇÃO: Sutura, mais conhecida como pontos cirúrgicos, são ligações utilizadas por médicos, dentistas e médicos veterinários em pele, mucosas, músculos, vasos sanguíneos e órgãos com a finalidade de mantê-los unidos ou fechados, dependendo do local suturado, depois de serem seccionados cirurgicamente ou por um ferimento. Os 4 objetivos básicos de uma sutura são: 1. evitar infecção da ferida, 2. promover a hemostasia, 3. diminuir o tempo de cicatrização e 4. favorecer um resultado estético. ELEMENTOS DAS SUTURAS e CLASSIFICAÇÃO: Com relação aos tipos de suturas, estas podem ser de dois tipos: Interrompidas: neste tipo os nós são atados e os fios cortados depois de uma ou duas passagens nos tecidos. Contínuas: neste tipo de sutura, é feito um nó no início, o fio não é cortado, estendendo o ponto de origem por diversas passadas pelos tecidos, sendo que o fio só é cortado em seguida ao nó final. Já com relação à aparência de suas bordas, são classificas do seguinte modo: Aposição: neste caso, as bordas se encostam, no mesmo plano. Eversão: há um maior contato entre as bordas, que se viram, originado uma crista invertida. Inversão: neste tipo de sutura, a borda da ferida volta-se para dentro, originando uma invaginação. Sobreposição: neste caso, uma borda se sobrepõe a outra. No caso das suturas interrompidas, os nós são entidades independentes, sendo que o rompimento de um nó (ponto) não compromete a integridade dos outros, mas quando ocorre, causa alterações em toda a linha de sutura. As suturas contínuas utilizam menos material, quando comparada com as suturas interrompidas, o que resulta em uma menor quantidade de material de sutura nos nós e reduz o tempo de cirurgia, além de promoverem um melhor fechamento ao ar e água. Contudo, este tipo de sutura também apresenta algumas desvantagens, como: Maior tempo Menor controle da tensão e a possibilidade de rompimento; Não é ideal para algumas partes do organismo devido à sua habilidade de inverter ou everter as bordas. Dentre ambos os tipos de suturas já citadas, existem variações. No caso das suturas interrompidas, encontram-se: Sutura interrompida simples; Sutura horizontal em “U” (Wolff); Sutura vertical em “U” (Donatti); Sutura em “X” ou cruzado; Tensão moderada e aposição; Jaquetão; Sutura em oito. Já no caso das suturas contínuas, temos: Sutura contínua simples ou sutura de Kurschner; Sutura contínua de Lembert; Sutura festonada; Sutura de colchoeiro ou “U” contínua; Sutura intradérmica ou subcutânea; Suturas de tensão; Sutura de Gambee; Sutura de Schimieden; Sutura de Cushing não contaminante; Sutura de Parker-Kerr; Sutura de Bünner. TÉCNICAS: Quais são os pontos de sutura? Pontos descontínuos Ponto Simples: É um dos mais utilizados, sendo considerado ponto universal. É ótimo para sutura de pele. Ponto simples invertido: Variação do ponto simples, onde o nó fica oculto dentro do tecido. É um ponto de sustentação permanente que tem a finalidade de reduzir a tensão na linha de sutura. Donatti ou U vertical: É a associação de dois pontos simples. Cada lado da borda é perfurado duas vezes. A primeira transfixação ocorre há até 10mm da borda e inclui pele e camada superior do subcutâneo. A segunda perfuração é transepidérmica, há cerca de 2mm da borda. Esse ponto é também conhecido como “longe-longe, perto-perto”. É um ponto que promove boa hemostasia, sendo mais utilizado quando há hemorragia subdérmica e dérmica. Reduz tensão e promove boa coaptação das bordas, evitando sua invaginação, entretanto, o resultado estético é inferior. Ponto em U horizontal ou Colchoeiro: É semelhante ao Donatti, diferindo na posição horizontal das alças. É usado para produzir hemostasia e em suturas com alguma tensão (como cirurgia de hérnias, suturas de aponeurose), que impede a coaptação perfeita das bordas. Ponto em X: Executado para que fique duas alças cruzadas. Esse ponto aumenta a superfície de apoio de uma sutura para hemostasia ou aproximação. É usado em fechamento de paredes e suturas de aponeurose, músculos, e até em couro cabeludo. Fonte: APOSTILA DE TÉCNICA CIRÚRGICA. BRASÍLIA: UNB, 2005 Pontos contínuos Chuleio simples: É o tipo de sutura de mais rápida e fácil execução e pode ser aplicada em qualquer tecido com bordas não muito espessas. É muito usada em suturas de vasos, por que faz boa hemostasia e pode ser usada também em peritônio, músculos aponeurose e tela subcutânea. Chuleio ancorado: É uma variação do chuleio simples. Aqui o fio passa externamente por dentro da alça anterior, fazendo uma âncora, antes de ser tracionado. É mais hemostática que a anterior e por isso mais isquemiante. Atualmente é pouco utilizada. Fonte: APOSTILA DE TÉCNICA CIRÚRGICA. BRASÍLIA: UNB, 2005 Intradérmica: É um tipo de sutura que tem um ótimo resultado estético. Nessa técnica a agulha passa horizontalmente através da derme superficial, paralelo à superfície da pele, aproximando as bordas. Por isso não deixa impressões de sutura no tecido externo. Deve ser usado em feridas com pouca tensão. Que tipo de sutura e qual fio escolher? Tabela de Tipos de Suturas por Tecido, Fios e Calibres Tecido Sutura mais recomendada Fio Calibre Pele Descontínuos: simples ou Donetti Contínuos: intradérmico Não absorvível em tempo médio ou longo 4-0 ou 5-0 Subcutâneo Nenhuma, pontos simples ou chuleio Absorvível em tempo curto ou médio 3-0 a 5- 0 Musculatura Pontos simples, em U ou X sem apertar Absorvível em tempo médio ou longo 2-0 ou 3-0 Aponeurose Pontos simples ou chuleio Não absorvível ou absorvível em tempo longo 0 ou 1
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