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RESUMO TÉCNICAS CIRURGICAS

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TÉCNICAS CIRURGICAS – FIOS E SUTURAS 
 
1) AGULHAS CIRÚGICAS: 
DEFINIÇÃO: servem como um guia para os fios de sutura, com a finalidade de 
transfixar as partes. A escolha da agulha ideal para a sua sutura dependerá de 
fatores como: local onde será realizada, rigidez do tecido e tipo do ponto 
empregado para o caso em específico. As agulhas são instrumentos cirúrgicos 
perfurocortantes elaborados em liga de aço inoxidável, com corte ao longo da 
agulha e um orifício para a colocação do fio de sutura em sua proximal. As 
agulhas podem ser descartáveis (para uso único apenas) ou reutilizáveis. 
 
CLASSIFICAÇÃO: existem agulhas de vários tamanhos, indicados em 
centímetros. Divididas em três partes, sendo elas: ponta, corpo e fundo (também 
chamado de olho). A ponta é a parte ativa da penetração do tecido, podendo ser 
triangular, cilíndrica, ovalada ou quadrada. O corpo é a parte em que a agulha 
toma sua forma (reta, curva ou semi-curva). O fundo, por sua vez, pode ser fixo 
(ou verdadeiro), fundo falso (quando o fio de sutura é fixado sob pressão) ou 
atraumático, que é quando o fio de sutura já vem acoplado ao fundo da agulha. 
É comum a mesma agulha apresentar dois fundos, sendo um falso e um 
verdadeiro. Então a maior diferença entre os tipos de agulhas está no 
posicionamento do fio e o dano tecidual que deixam. 
As agulhas traumáticas precisam ter o fio montado em seu fundo, deixando mais 
volumoso e causando lesão ao tecido quando passada. A agulha atraumática, já 
vem com o fio acoplado em seu corpo, o que faz deixar menos lesão tecidual 
quando empregada. 
O fundo das agulhas pode ser identificado como verdadeiro, que é um orifício 
fechado, onde através do encastoamento (prender) o fio de sutura é fixado na 
agulha, e o fundo falso, que delimita um orifício quase totalmente fechado, com 
uma estreita reentrância por onde se encaixa o fio no orifício. 
As agulhas curvas possuem um ângulo de 180º em seu corpo, já as retas não. 
As semi-curvas, possuem ângulos menores do que 180º e maiores do que 0º. 
As agulhas retas são usadas sem o auxílio de um porta-agulhas e seu emprego 
é cada vez mais raro. Já as curvas e as semi-curvas são mais utilizadas e 
necessitam do uso de um porta-agulhas. Essa agulha serve para melhor se 
adequar a região onde a sutura é feita. 
As agulhas espatuladas são achatadas com bordas laterais cortantes. São 
utilizadas principalmente em cirurgias oftalmológicas. 
TIPOS PRINCIPAIS DAS TRAUMÁTICAS: 
Agulhas cortantes podem ser ou convencional ou invertida, a primeira usada em 
aponeuroses e na sutura da pele, enquanto a segunda é empregada para tecidos 
de difícil penetração. 
TIPOS PRINCIPAIS DAS NÃO TRAUMÁTICAS/ATRAUMÁTICAS: 
As cilíndricas são agulhas especiais para serem usadas em tecidos resistentes 
à penetração, 
2) NÓS CIRÚRGICOS: 
DEFINIÇÃO: O nó em cirurgia consiste no entrelaçamento feito entre as 
extremidades do fio a fim de uni-las e fixá-las. 
PARTES COMPONENTES: 
Basicamente o nó se compõe de um primeiro seminó, cuja função é de 
contenção e d e um segundo seminó com o objetivo de promover a fixação 
do conjunto. Em geral são dados três o u mais seminós com finalidade de 
promover a necessária segurança do nó. 
 
Estrutura básica do nó: 1º seminó - Contenção, 2º seminó - Fixação, 3º se minó 
- Segurança. 
 
A segurança do nó depende de vários fatores entre os quais temos a memória, 
o coeficiente de atrito e o tipo de nó dado. Fios com baixo coeficiente de 
atrito e alta memória tendem a desfazer facilmente os nós, sendo necessário 
um número maior de nós para manter a laçada (náilon e polipropileno). Entre 
os tipos de nós, grande segurança é obtida ao utilizar-se nós duplos não 
cruzados. 
 
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS: 
Os nós comuns podem ser do tipo quadrado (antideslizante ou de seminós 
assimétricos), que oferecem maior resistência ao fenômeno de 
deslizamento. O segundo seminó ( de fixação) é a imagem especular do 
primeiro e assim sucessivamente. O resultado é que as porções do fio que 
entra m no nó e as porções ou pontas que saem fica m do mesmo lado 
e m posição paralela. Os nós comuns do tipo deslizante (seminós si 
métricos) possuem os dois seminós (contenção e fixação) com a mesma 
conformação. É particulamente sujeito ao fenômeno de deslizamento porque 
as duas pontas ficam em posição perpendicular as partes do fio que entra 
m no nó. Entretanto é útil ao permitir o ajuste de tensão caso a ligadura 
tenha ficado frouxa e exige a necessidade de um terceiro seminó. Os 
nós ditos especiais são assim denominados pelo fato de serem utilizados em 
circustâncias particulares com indicações precisas. Destes o mais importante 
é o nó de cirurgião, cuja diferença básica em relação aos outros está na 
formação d o primeiro seminó que é formado por dois entrecruzamentos 
sucessivos. É usado quando não se deseja ou não p ode haver 
afrouxamento do primeiro seminó, sendo portanto auto -estático, permitindo 
a confecção d o segundo seminó sem modificação do primeiro. É utilizado 
para aproximação de estruturas sob tensão. São também nós especiais o 
nó de roseta (utilizado para extremidades de fio em suturas intradérmicas 
contínuas de pele) e o nó por torção( usado para fios metálicos). 
 
TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO: 
Técnica Manual. 
Participação somente das Mãos. 
- Bimanual - Duas mãos executam movimentos amplos. 
- Unimanual - Apesar de usar as duas mãos, uma das mãos somente fixa a 
extremidade do fio enquanto a outra executa os movimentos principais. 
 
Técnica de Pauchet- Também denominada unimanual. Pode ser realizada com 
5, 4, ou 3 dedos à polegar, indicador e médio. Rápida execução, porém 
não se presta bem par a execução do 2º seminó, apesar de que com basta 
treinamento ser possível. É utilizado para a realização de nós quadrados, 
deslizantes, cirurgião tanto com a mão esquerda quanto com a direita. 
 
Técnica Instrumental - Utiliza -se instrumentos para a realização do nó: 
pinça de dissecção e porta-agulha. Geralmente utilizada para a realização 
de nós em microcirurgias, pois as dimensões das estruturas não permite 
a técnica manual. Por razões obvias, também é a técnica utilizada na realização 
de nós endoscópicos. 
 
Técnica Mista - Confecção de nó utilizando um porta -agulhas e punhado pela 
mão dominante. Usada em pontos separados, geral mente com fio em 
agulhas atraumáticas, mantendo uma mão com a ponta longa e o instrumento 
com a ponta curta. 
 
Técnicas Principais de Realização dos Nós: 
Para a realização correta de um nó antideslizante (quadrado ou de seminós 
assimétricos) deve -se obedecer a dois princípios conhecidos como Leis de 
Livingston. 
 
LEIS DOS NÓS (Livin gston) 
1ª Lei - Movimentos iguais de mãos opostas executam um nó perfeito. 
2ª Lei - A ponta do fio que muda de lado ap ós a execução do primeiro seminó 
deve voltar ao lado inicial para realizar o outro seminó. 
 
Execução de Nó Antideslizante: 
- técnica de Pauchet, com dedo médio 
- técnica de Pauchet, com dedo indicador 
- técnica mista 
 
Execução de Nó de Cirurgião: 
- técnica bi manual (Pauchet) 
 
Execução do Nó d e Roseta: 
- técnica mista 
 
Tipos de Nós São inúmeros os tipos de nós cirúrgicos já descritos na prática 
cirúrgica, porém poucos são usados em videocirurgia devido as inerentes 
dificuldades da técnica. A sutura é dos procedimentos de coordenação motora 
mais complexo nesta via de acesso. 
Os nós mais utilizados e as suas melhores indicações práticas são: 1 - endoalça 
(nó de Roeder); 2 - nó extracorpóreo (nó de Brooks); 3 - sutura intracorpórea; 4 
- sutura com nó pré-realizado; 5 - nó de Clark; 6 -nó interno deslizante; 7 - nó 
interno de Topel. 
O nó de Roeder, ou endoalça, é importante artifício para ligadura de estruturas 
ou hemostasia em videocirurgia. Usa-se geralmente fio de categute com 25 
centímetros de comprimento que corre no interior de um tubo de aço ou plástico 
de 5 mm de diâmetro com a extremidade distal afilada. Um nó é confeccionado 
nesta extremidade conforme figura 1, formando uma alça de 5 a 10 cm de 
extensão. Na extremidade proximal é passada a extremidade da alça do fio que 
ao ser tracionada, após a laçada e estar bem posicionada, fecha esta alça de 
maneira firme ao tubo afilado que foi referido anteriormente e posicionado em 
torno da estrutura. Esta laçada necessita de redutor para sua introdução na 
cavidade peritoneal. Tal nó é útil para ligadura de coto apendicular ou do ducto 
cístico, muito calibrosos, onde a clipagem não é recomendada 
-O nó extracorpóreo é executado fora da cavidade, após introdução de fio longo 
de sutura agulhado, através de redutor de 5 mm para dentro da cavidade 
abdominal, deixando-se a extremidade distal deste fio fora da cavidade. Realiza-
se então a passagem do fio longo agulhado na estrutura a ser suturada, traciona-
se a extremidade agulhada para fora da cavidade. Então se seguram os dois 
cabos pelos dedos da mão esquerda e com a extremidade livre do fio se faz três 
revoluções envolvendo ambos cabos com alças do fio e se introduz a 
extremidade do fio na última alça logo acima dos dedos (técnica de Brooks). Esta 
é tracionada para a formação do nó e levado até a cavidade por guia metálico 
(condutor de nó) de extremidade afilada 
O nó interno deslizante é uma variedade da sutura intracorpórea. Após a 
realização de dois seminós, “frouxos“ aprende-se um dos cabos acima e abaixo 
dos nós. Em seguida se ajusta o nó sobre este cabo e delizase até o tecido 
aonde será apertado. Os dois meios nós devem ser simples e ter o mesmo 
sentido para evitar que ele trave durante o deslizamento, não aproximando os 
bordos a serem suturados. Tal técnica é uma das práticas para suturar estruturas 
sob tensão e em profundidade em relação aos portos das pinças e ótica 
O nó de Clarke, foi descrito em 1970, usando um dispositivo chamado de 
“empurrador de nó”, que funciona como uma extensão do dedo do cirurgião. A 
sua realização se baseia na colocação da extremidade agulhada de um fio longo 
na cavidade; passagem deste nas estruturas a serem suturadas e a 
exteriorização da extremidade agulhada que é removida pelo mesmo trocarte 
onde já se encontra e a extremidade distal. Então e realizado um meio nó duplo 
e ambas extremidades são gentilmente tracionadas por uma mão do cirurgião e 
com a outra, através do dispositivo especialmente criado para este fim, empurra-
se o nó até alcançar a estrutura a ser suturada. Após isto, um segundo meio nó 
no mesmo sentido é aplicado para empurrar e fixar o primeiro, e o terceiro meio 
nó é aplicado para travar os anteriormente realizados 
O nó interno a Topel, consiste em apreender a extremidade proximal após a 
passagem do fio pelas suturas a serem aproximadas, cerca de 1 cm da agulha 
com o porta-agulha da mão esquerda e literalmente rola-se o porta-agulha sobre 
si próprio, criando duas ou três alças sobre o mesmo. Libera-se esta extremidade 
e apreende-se a extremidade distal com a ajuda do porta-agulha da mão direita, 
passando este cabo pelo interior das alças criadas durante a rolagem do porta-
agulha da outra mão. Tal nó tem grande valia técnica em situações onde a 
profundidade for FIGURA 5 - Sutura com nó pré-realizado FIGURA 6 - Nó de 
Clarke FIGURA 7 - Nó interno deslizante ABCD Arq Bras Cir Dig 2010;23(3):200-
205 Técnica ABCD 23(3).indd 204 01/10/2010 09:56:52 205 grande em relação 
à posição da ótica, ou quando os ângulos entre as pinças e ou o espaço no local 
da sutura forem inadequados ou menores que o correto, dificultando as 
manobras já descritas para realização de sutura intracorpórea 
 
3) FIO CIRÚRGICO: 
DEFINIÇÃO: 
Os fios cirúrgicos são utilizados para juntar bordas de ferimentos causado por 
traumas ou de natureza cirúrgica. Esses fios têm como objetivo ajudar no 
processo de cicatrização dos ferimentos. 
Classificação dos fios de sutura 
 
Suturas absorvíveis: são aquelas que decorrido algum tempo após a 
implantação, por ação mecânica, são absorvidas. Podem ser de origem animal 
ou sintéticas. 
Suturas não absorvíveis: são aquelas que ficam permanentemente no 
organismo, mesmo sofrendo ação dos elementos de defesa orgânica não se 
desfazem, são envolvidos, após algum tempo, por tecidos fibrosos. Pode ser de 
origem animal, vegetal, metálica e sintética. 
Absorvíveis 
o Naturais 
o Multifilamentares: categute simples e categute cromado 
o Sintéticos 
o Multifilamentares: Ácido poliglicólico (Dexon), Poliglactina 910 (Vicryl), 
Lactomer 9-1 (Polysorb) 
o Monofilamentares: Poligliconato (Maxon), Polidioxanone (PDS) 
nabsorvíveis 
o Naturais 
o Multifilamentares: algodão, seda, linho 
o Sintéticos 
o Multifilamentares: Nylon trançado, Poliéster (Mercilene), Aço inoxidável 
(Flexon) 
https://www.suturasonline.com.br/categoria-produto/fio-cirurgico-sutura/
o Monofilamentares: Nylon/Mononylon (Ethilon), Polipropileno (Prolene), Aço 
inoxidável 
 
CARACTÉRISTICAS DO FIO IDEAL: 
o Boa segurança para o nó 
o adequada resistência tênsil: importante escolher o diâmetro correto 
o fácil manuseio 
o baixa reação tecidual 
o não possuir ação carcinogênica 
o não provocar reação alérgica 
o não provocar ou manter infecção 
o não ser eletrolítico 
o manter as bordas aproximadas pelo menos até a fase proliferativa 
o se absorvível, ter tempo de absorção previsível 
o ser resistente ao meio onde atua (ex.: pH do estômago) 
o baixo custo 
 
CALIBRE DOS FIOS: 
Existem diversos diâmetros diferentes de fios de sutura no mercado, desde o 
diâmetro 10-0 (diâmetro de um fio de cabelo) até o número 7 (diâmetro de uma 
carga de caneta). 
 
ESCOLHA DOS FIOS: 
OBS.: Para a escolha do fio correto, é bom ter em mente que: 
o os fios sintéticos geralmente realizam hidrólise 
o o fio categute causa uma grande reação inflamatória, aumentando assim a 
celularidade locaç 
o o fio de nylon geralmente é encapsulado pelo organismo 
o os fios de algodão, linho e seda geralmente causam grande reação 
inflamatória e, depois, são encapsulados 
o fio agulhado é atraumático 
o fio multifilamentar permite passagem de líquidos e bactérias entre os 
filamentos 
o em ambientes infectados, ou seja, em feridas de grau 2 ou 3, deve-se usar 
fio não absorvível (nylon), para reagir (sucumbir) ao pH ácido do ambiente 
infeccionado 
 
Tipos de fios 
1) Absorvíveis 
Catgut 
Sutura de origem animal. Obtém-se o fio biológico da submucosa do intestino 
delgado de ovelhas ou da capa serosa de bovinos. Os catgut podem ser simples 
ou cromados; os simples apresentam absorção uniforme em torno de 50 a 70 
dias, e os cromados absorção mais lenta, entre 60 a 90 dias. Por ser um material 
de origem animal, a reação tissular de ambos é relativamente moderada. São 
muito utilizados em suturas gastrointestinais, amarraduras de vasos na tela 
subcutânea, cirurgias urológicas e ginecológicas. Não devem ser usados quando 
requerido um suporte do tecido por tempo prolongado. 
Ácido Poliglicólico 
Sutura sintética, multifilamento, com alta resistência tênsil. A absorção ocorre 
por uma ação hidrolítica progressiva que se completa entre 60 a 90 dias. 
Entretanto, a resistência tênsil efetiva de seus nós é perdida muito antes, 
chegando na segunda semana com 70% e na terceira semana 50% da 
resistência inicial. Muito utilizado na sutura de músculos, fáscias e tecido celular 
subcutâneo. 
Polidioxanona 
Sutura sintética, monofilamento. Absorção lenta que se completa entre 180-210 
dias. O material possui alta resistência tênsil. Frequentemente utilizado em 
tecidos com períodos de cicatrização longa, como sutura de tendões e 
fechamento da paredeabdominal. Indicado para cirurgia cardiopediátrica, 
gastrointestinal, ginecológica e fáscia aponeurótica. 
2) Não Absorvíveis 
Seda 
Sutura de origem animal, obtém-se do casulo do bicho da seda. Multifilamento 
trançado, fácil de manusear e com ótima corrida dos nós por ter cera. Apesar de 
ser classificado como não absorvível, se degrada com o tempo, perdendo 
resistência tênsil. Frequentemente utilizado na coaptação de tecidos ou como 
ligadura, exceto em urologia. 
Poliéster 
Origem sintética. Multifilamento trançado, de alta resistência e durabilidade. 
Apresenta excelente segurança de nó. Frequentemente utilizado em 
especialidades cirúrgicas, como procedimentos cardiovasculares, 
gastrointestinais e ligaduras. 
Nylon 
Fio de origem sintética, podendo ser monofilamentar ou multifilamentar. 
Apresenta elasticidade e resistência à água. Reação tissular mínima, mas de 
difícil manipulação, não produzindo um nó firme. Com o passar do tempo perde 
resistência têxtil. Utiliza-se em oftalmologia e cirurgia plástica, sendo os fios 
monofilamentados negros ou incolores os mais usados para suturas de pele. 
Polipropileno 
Sintético e monofilamento, na cor azul ou incolor. Estável, mantém resistência 
tênsil anos após sua utilização. Reação tissular mínima. Facilmente removível, 
ideal para sutura intradérmica. Muito utilizado para aproximar tecido em áreas 
especializadas; procedimentos de cirurgia plástica e cardiovascular. 
Aço Inoxidável 
Monofilamento de aço inoxidável, apresenta-se na cor natural. Não promove 
reação inflamatória nos tecidos, possui alta resistência tênsil permanente, suave 
passagem pelos tecidos e grande segurança nos nós. Pode promover necrose 
tecidual pelo movimento dos tecidos contra as pontas não flexíveis. Utilizado em 
ortopedia, incluindo o fechamento do esterno. 
4) SUTURAS: 
DEFINIÇÃO: Sutura, mais conhecida como pontos cirúrgicos, são ligações 
utilizadas por médicos, dentistas e médicos veterinários em pele, mucosas, 
músculos, vasos sanguíneos e órgãos com a finalidade de mantê-los unidos ou 
fechados, dependendo do local suturado, depois de serem seccionados 
cirurgicamente ou por um ferimento. 
Os 4 objetivos básicos de uma sutura são: 
1. evitar infecção da ferida, 
2. promover a hemostasia, 
3. diminuir o tempo de cicatrização e 
4. favorecer um resultado estético. 
ELEMENTOS DAS SUTURAS e CLASSIFICAÇÃO: 
Com relação aos tipos de suturas, estas podem ser de dois tipos: 
 Interrompidas: neste tipo os nós são atados e os fios cortados depois de 
uma ou duas passagens nos tecidos. 
 Contínuas: neste tipo de sutura, é feito um nó no início, o fio não é cortado, 
estendendo o ponto de origem por diversas passadas pelos tecidos, 
sendo que o fio só é cortado em seguida ao nó final. 
Já com relação à aparência de suas bordas, são classificas do seguinte modo: 
 Aposição: neste caso, as bordas se encostam, no mesmo plano. 
 Eversão: há um maior contato entre as bordas, que se viram, originado 
uma crista invertida. 
 Inversão: neste tipo de sutura, a borda da ferida volta-se para dentro, 
originando uma invaginação. 
 Sobreposição: neste caso, uma borda se sobrepõe a outra. 
No caso das suturas interrompidas, os nós são entidades independentes, sendo 
que o rompimento de um nó (ponto) não compromete a integridade dos outros, 
mas quando ocorre, causa alterações em toda a linha de sutura. 
As suturas contínuas utilizam menos material, quando comparada com as 
suturas interrompidas, o que resulta em uma menor quantidade de material de 
sutura nos nós e reduz o tempo de cirurgia, além de promoverem um melhor 
fechamento ao ar e água. Contudo, este tipo de sutura também apresenta 
algumas desvantagens, como: 
 Maior tempo 
 Menor controle da tensão e a possibilidade de rompimento; 
 Não é ideal para algumas partes do organismo devido à sua habilidade 
de inverter ou everter as bordas. 
Dentre ambos os tipos de suturas já citadas, existem variações. No caso das 
suturas interrompidas, encontram-se: 
 Sutura interrompida simples; 
 Sutura horizontal em “U” (Wolff); 
 Sutura vertical em “U” (Donatti); 
 Sutura em “X” ou cruzado; 
 Tensão moderada e aposição; 
 Jaquetão; 
 Sutura em oito. 
Já no caso das suturas contínuas, temos: 
 Sutura contínua simples ou sutura de Kurschner; 
 Sutura contínua de Lembert; 
 Sutura festonada; 
 Sutura de colchoeiro ou “U” contínua; 
 Sutura intradérmica ou subcutânea; 
 Suturas de tensão; 
 Sutura de Gambee; 
 Sutura de Schimieden; 
 Sutura de Cushing não contaminante; 
 Sutura de Parker-Kerr; 
 Sutura de Bünner. 
TÉCNICAS: 
Quais são os pontos de sutura? 
Pontos descontínuos 
Ponto Simples: É um dos mais utilizados, sendo considerado ponto universal. 
É ótimo para sutura de pele. 
Ponto simples invertido: Variação do ponto simples, onde o nó fica oculto 
dentro do tecido. É um ponto de sustentação permanente que tem a finalidade 
de reduzir a tensão na linha de sutura. 
Donatti ou U vertical: É a associação de dois pontos simples. Cada lado da 
borda é perfurado duas vezes. A primeira transfixação ocorre há até 10mm da 
borda e inclui pele e camada superior do subcutâneo. A segunda perfuração é 
transepidérmica, há cerca de 2mm da borda. Esse ponto é também conhecido 
como “longe-longe, perto-perto”. 
É um ponto que promove boa hemostasia, sendo mais utilizado quando há 
hemorragia subdérmica e dérmica. Reduz tensão e promove boa coaptação das 
bordas, evitando sua invaginação, entretanto, o resultado estético é inferior. 
 
Ponto em U horizontal ou Colchoeiro: É semelhante ao Donatti, diferindo na 
posição horizontal das alças. É usado para produzir hemostasia e em suturas 
com alguma tensão (como cirurgia de hérnias, suturas de aponeurose), que 
impede a coaptação perfeita das bordas. 
Ponto em X: Executado para que fique duas alças cruzadas. Esse ponto 
aumenta a superfície de apoio de uma sutura para hemostasia ou aproximação. 
É usado em fechamento de paredes e suturas de aponeurose, músculos, e até 
em couro cabeludo. 
Fonte: APOSTILA DE TÉCNICA 
CIRÚRGICA. BRASÍLIA: UNB, 2005 
Pontos contínuos 
Chuleio simples: É o tipo de sutura de mais rápida e fácil execução e pode ser 
aplicada em qualquer tecido com bordas não muito espessas. É muito usada em 
suturas de vasos, por que faz boa hemostasia e pode ser usada também em 
peritônio, músculos aponeurose e tela subcutânea. 
Chuleio ancorado: É uma variação do chuleio simples. Aqui o fio passa 
externamente por dentro da alça anterior, fazendo uma âncora, antes de ser 
tracionado. É mais hemostática que a anterior e por isso mais isquemiante. 
Atualmente é pouco utilizada. 
Fonte: APOSTILA DE TÉCNICA CIRÚRGICA. 
BRASÍLIA: UNB, 2005 
Intradérmica: É um tipo de sutura que tem um ótimo resultado estético. Nessa 
técnica a agulha passa horizontalmente através da derme superficial, paralelo à 
superfície da pele, aproximando as bordas. Por isso não deixa impressões de 
sutura no tecido externo. Deve ser usado em feridas com pouca tensão. 
 
Que tipo de sutura e qual fio escolher? 
Tabela de Tipos de Suturas por Tecido, Fios e Calibres 
Tecido Sutura mais recomendada Fio Calibre 
Pele 
Descontínuos: simples ou Donetti 
Contínuos: intradérmico 
Não absorvível 
em tempo 
médio ou longo 
4-0 ou 
5-0 
Subcutâneo Nenhuma, pontos simples ou chuleio 
Absorvível em 
tempo curto ou 
médio 
3-0 a 5-
0 
Musculatura Pontos simples, em U ou X sem apertar 
Absorvível em 
tempo médio 
ou longo 
2-0 ou 
3-0 
Aponeurose Pontos simples ou chuleio 
Não absorvível 
ou absorvível 
em tempo 
longo 
0 ou 1

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