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JUSTIÇA GRATUITA Resenha jurídica Aluno: Reinaldo Ferreira Gonçales Junior RA: 217714 6º semestre – Direito noturno - FAM Introdução: O intuito desta resenha jurídica é analisar os principais requisitos e pressupostos para a concessão da justiça gratuita, seja para o advogado, seja para a parte, em atendimento ao trabalho proposto na matéria Organização Processual II, ministrada pelo Sr. Prof. João Batista Vilhena. Resenha jurídica: A Constituição Brasileira, instituída em 1988, assim prega em seu artigo 5º, inciso XXXV: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. O Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, pressuposto deste item, evidencia que todos tem direito a postular determinada tutela perante o nosso judiciário. Ainda em nossa Constituição, o artigo 5º, inciso LXXIV, versa sobre o tema deste trabalho, como transcrito: LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; Em breve análise dos incisos acima, evidencia-se que a lei brasileira garante a todos postular seus direitos junto ao judiciário, bem como a garantia de justiça gratuita a todos aqueles que comprovarem sua situação econômica social de insuficiência de recursos. Nada mais justo a tutela deste direito, frente a situação de desigualdade social ainda persistente em nosso país, visto pois o elevado custo de um processo, no qual o postulante deve arcar com pagamento para distribuição, taxa de oficial, taxa de mandado, taxa de perito, dentre outras tantas, o que acarreta claramente o cerceamento do acesso as esferas do judiciário. Se levarmos em consideração, além da questão econômica, fatores como o psicológico, sócio cultural e jurídico, ratifica-se então o humilde entendimento deste aluno, de que o acesso a justiça, ainda que tutelado pela Carta Maior, é ainda algo utópico para grande parte dos cidadãos de nosso país. Para tratarmos do assunto base desta resenha, vale aqui distinguir o conceito de assistência jurídica e benefício da justiça gratuita. Nota-se no Art. 5, LXXIV da constituição, acima descrito, que o mesmo descreve duas coisas: I – Gratuidade judiciária/Justiça gratuita e II – Assistência jurídica gratuita. A justiça gratuita acaba, desta forma, por ser uma espécie, que deriva por sua vez, da assistência jurídica, que é um gênero. Neste contexto, a justiça gratuita trata-se de uma isenção referente às custas e também despesas judiciais concernentes a todos os atos que não podem dispensar para o bom andamento de um processo, até que este atinge o seu ponto final. O instrumento acima é dado na esfera processual, uma vez que a justiça gratuita fica adstrita a uma prova pelo requerente de sua insuficiência econômica de arcar com essas custas. Tal comprovação deve ser feita perante o juízo da causa, conforme previsão expressa no artigo 5º, LXXIV da Constituição, juntamente com a Lei nº 1060/50, que embora tenha vários de seus dispositivos revogados, ainda está vigente. Já no Código de Processo Civil de 2015, trata-se sobre o tema justiça gratuita dos artigos 98 a 102. Cabe ressaltar o rol de grande extensão do artigo 98, §1º, a saber: §1ª A gratuidade da justiça compreende: I – as taxas ou as custas judiciais; II - os selos postais; III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios; IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral, como se em serviço estivesse; V - as despesas com a realização de exame de código genético – DNA e de outros exames considerados essenciais; VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira; VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução; VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório; IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido. Cabe salientar, que o simples fato do postulante contratar advogado particular não é indicativo de que o mesmo possui recursos para arcar com as custas do processo, sendo-lhe direito a obtenção do benefício da justiça gratuita uma vez cumprida o estabelecido pela Lei. Conclusão: Sem o menor objetivo de descrever por menores todos os parâmetros do assunto Justiça gratuita, até mesmo pela limitação imposta a esta resenha de no máximo ter 5 páginas, procurei demonstrar seu embasamento legal, centralizada na lei 1.060/50 (que não teve a sua totalidade revogada), bem como o Código de Processo Civil de 2015 e evidenciar que, em meio a gigantesca desigualdade social de nosso pais, este recurso visa dar acesso a todos aqueles que do judiciário dependerem. Referência Bibliográfica: CUNHA, Rogério de Vidal. Manual da justiça gratuita: de acordo com o novo código de direito civil. Curitiba: JURUÁ, 2016 Constituição Federal. Disponível no site do Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm; acessado em 09 de outubro de 2020. Lei 1060/50. Disponível do site do Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l1060compilada.htm; acessado em 08 de outubro de 2020. 1
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