Buscar

GRATUIDADE DA JUSTIÇA E ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA: GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INDISPENSÁVEIS AO ACESSO Á JUSTIÇA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GRATUIDADE DA JUSTIÇA E ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA: GARANTIAS
CONSTITUCIONAIS INDISPENSÁVEIS AO ACESSO Á JUSTIÇA 
DIEGO ENDERSON TAVARES CAMPOS
Graduando em Direito
endersondtc@gmail.com
Universidade Federal de Rondônia – UNIR
JESSÉ ALMEIDAMARTINS
Graduando em Direito
jamzeras@gmail.com
Universidade Federal de Rondônia – UNIR
PEDRO HENRIQUE UEDLIH RIOS
Graduando em Direito
rios92364@gmail.com
Universidade Federal de Rondônia – UNIR
THIAGO MARCOS SALES PEREIRA
Graduando em Direito
thiagomarcos@tjro.jus.br
 Universidade Federal de Rondônia – UNIR
THAÍS BERNARDES MAGANHINI
Doutora pela PUC-SP
Professora da Universidade Federal de Rondônia – UNIR
Orientadora
tbmaga2@yahoo.com.br
RESUMO: A pesquisa realiza análise bibliográfica, documental, acerca da assistência jurídica
gratuita e gratuidade da justiça, apresentando seus conceitos e diferenças, relacionando-as ao
exercício do direito de ação, como forma de efetivação ao acesso à justiça, e do pleno exercício da
cidadania, concluindo, com base na melhor doutrina e na jurisprudência, que os mencionados
institutos jurídicos, atualmente regidos pela lei 13.105/2015, em especial os artigos 98, 99 e
parágrafos, que garantem à pessoa natural as benesses da assistência judiciária gratuita, mediante a
mera declaração de insuficiência de recursos, embora dissonantes do texto constitucional, não são
normas inconstitucionais porquanto não retiram, restringem ou suprimem essas garantias, mas as
amplia, fazendo uma interpretação extensiva da norma, deixando claro que essas normas não são
absolutas, mas relativas porque admitem prova em contrário apresentada pela parte adversa, bem
como de investigação pelo juiz.
Palavras-Chave: Assistência Jurídica. Gratuidade. Acesso à Justiça. Cidadania.
1. INTRODUÇÃO
A assistência judiciária gratuita e a gratuidade da justiça são instrumentos de
garantia de acesso à justiça, possibilitando que o hipossuficiente tenha seus direitos
e garantias tutelados pelo Estado.
O novo Código de Processo Civil– NCPC, prevê em seu Artigo 98 que “A
pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.” (BRASIL, b2015)
O mesmo “Codex” processual prevê, conforme inteligência do caput do art.
99, c/c § 3º, que a mera declaração de hipossuficiência, quando arguida
exclusivamente pela pessoa natural, presume-se verdadeira.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou
em recurso.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural. (BRASIL, 2015)
Dentre as garantias consagradas na Constituição Federal, temos o Direito de
Ação, e o Acesso à justiça, a Gratuidade da Justiça e a Assistência Jurídica gratuita.
A busca pelos direitos, no Estado moderno contemporâneo se dá por meio do
Poder Judiciário, uma vez que ao particular não mais se permite a autotutela, e se
materializa por meio do processo.
A pesquisa tem viés bibliográfico, documental, e utiliza o método dedutivo que
parte do cenário geral para a análise particular da gratuidade da justiça com a
transversalidade da assistência judiciária Brasileira. Possui perfil exploratório que
congrega os procedimentos de levantamento, análise e consolidação de dados
primários e secundários obtidos em diversas fontes. O objetivo do trabalho é
identificar e analisar “qual a relação das garantias constitucionais da gratuidade da
justiça e da assistência jurídica gratuita, com o pleno exercício da cidadania?”,
fazendo uma filtragem deste, à luz da nossa Constituição Federal vigente.
2. ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA DO SURGIMENTO AO ENRAIZAMENTO
NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
Antes de enfrentar o mérito deste tópico, devemos distinguir assistência
jurídica gratuita, e gratuidade da justiça. Embora sejam comumente usados como
sinônimos por juristas, e operadores do direito em geral, ambos são institutos
jurídicos distintos.
Enquanto a gratuidade da justiça, direito subjetivo público, se manifesta na
dispensa da antecipação de pagamento de despesas judiciais e extrajudiciais, que
seriam obrigatórias para o regular andamento do processo, atuando assim como
uma garantia na relação processual, como bem explana ROGER (2014, p. 106),
senão vejamos:
A gratuidade de justiça constitui instituto de direito processual, quando a
dispensa da antecipação do pagamento ocorre em relação jurídico-
processual (ex.: dispensa do recolhimento das custas iniciais do processo),
ou de direito extraprocessual, quando a dispensa se dá perante as
serventias extrajudiciais (ex.: dispensa do pagamento dos emolumentos
relativos à expedição de determinada certidão).
A assistência jurídica gratuita não se restringe apenas à atuação processual,
abrangendo “a prestação não onerosa de serviço de orientação legal e de defesa
dos direitos do necessitado econômico, em juízo ou fora dele.” (ROGER. 2014, p.
106)
Fica claro que, para a concretização da assistência jurídica gratuita, é
necessária a atuação do poder público, no âmbito administrativo, sendo esta a
causa da classificação da doutrina como um instituto de direito administrativo.
Apresentadas as diferenças entre a Assistência Jurídica e a gratuidade da
justiça, passaremos ao enfrentamento da matéria a ser discutida no presente tópico.
Atualmente a assistência jurídica gratuita está expressa na Constituição
Federal de 1988, sendo esta a norma máxima do ordenamento jurídico pátrio e,
portanto, de onde as leis infraconstitucionais retiram seus fundamentos de
legitimidade e de validade.
Contudo este instituto jurídico não surgiu no ordenamento jurídico brasileiro
somente com a promulgação da Carta Magna vigente.
No período em que o Brasil era uma colônia de Portugal, vigoravam as leis
vigentes no país colonizador. Desta senda, em 1603 entrou em vigor em Portugal, e
consequentemente no Brasil, as Ordenações Filipinas que, segundo Filovalter
Moreira dos Santos Júnior defende, são a primeira aparição da ideia de assistência
jurídica no Brasil, e que vigoraram no Brasil até a vigência do Código Civil de 1916.
No Brasil, remontam-se as Ordenações Filipinas a gênese da assistência
judiciária, onde prevê no livro III, capítulo LXXXIV, parágrafo X, que trata
sobre os agravos das sentenças definitivas, o seguinte:
Em sendo o aggravante tão pobre que jure não ter bens móveis, nem de
raiz; nem por onde pague o aggravo, e dizendo na audiência huma vez o
Pater Nosterpola alma delHey Dom Diniz (3), ser-lha-ha havido como que
pagasse os novecentos reis, contanto que tire de tudo certidão dentro no
tempo, em que havia de pagar o agravo. (SANTOS JÚNIOR, 2014)
O Juiz Federal norte-americano Peter Jo Messitte (MESSITTE, 1967, P. 127-
128) discorre em seu artigo - Assistência Judiciária no Brasil: uma pequena
história – que:
… Assim, por exemplo, as Ordenações isentavam de pagar os feitos o réu
criminal pobre até que êle estivesse em condições de pagar. (O rd ., L iv . i,
tít. 24, § 4 3 ).Êste dispositivo só entrou em vigor na lei brasileira em 1841.
Por outro lado, foram logo transportados ao Brasil os dispositivos das
Ordenações que asseguravam a nomeação de um curador para menores e
loucos, duas classes fracas não muito diferentes dos que são
economicamente fracos.
Messitte, em seu estudo, relata que outro ponto importante das ordenações
filipinas foi que os advogados patrocinavam causas quando os pobres solicitavam,
mesmo quando este fosse autor, tanto nas causas cíveis, quanto nas criminais.
Em que pese a “previsão legal” de dispensa de recolhimento quando da
apresentação deagravo contra sentença, como mencionado nas ordenações
Filipinas, supracitada, ainda não se pode falar que existia o instituto da assistência
jurídica gratuita, porquanto até então, não existiam repartições, órgãos, entes
federados, ou quaisquer outros meios de concretização do efetivo acesso à justiça.
Messitte discorre acerca deste tema também, indicando que ainda existiam:
[…] problemas fundamentais. O pobre precisava pagar certas custas do
processo e era evidente que até a cobrança de umas poucas custas
impedisse muitos pobres de litigar em juízo. Ademais, apesar das reiteradas
recomendações aos advogados para patrocinarem litigantes pobres, os
advogados nem sempre cumpriam seu dever, pois — como tinha sido antes
e iria ser depois — o patrocínio gratuito chocava-se com outros
compromissos que o advogado assumia na marcha de sua atividade
profissional. (MESSITTE, 1967, p. 134)
Somente em 1934, com a promulgação da Constituição Federal datada
daquele ano, é que surge como garantia constitucional a assistência jurídica gratuita,
com a previsão não apenas de garantia de isenção de emolumentos, custas, e
taxas, mas também lançando sobre a União e os Estados, a obrigação de criação de
órgãos específicos para o efetivo cumprimento deste dispositivo constitucional.
Após esse marco histórico-normativo, a ordem jurídica brasileira sofre um
novo rompimento, surgindo a Constituição outorgada de 1937, que reduzia direitos e
garantias individuais.
Essa garantia constitucional aparece novamente no ordenamento jurídico
brasileiro, especificamente no bojo do texto constitucional, com a promulgação da
Constituição Federal de 18 de setembro de 1946.
Art 141 - A Constituição assegura aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade dos direitos concernentes à vida, à
liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes:
§ 35 - O Poder Público, na forma que a lei estabelecer, concederá
assistência judiciária aos necessitados. (BRASIL, 1946)
Imperioso se faz observar que trata-se de uma norma constitucional de
eficácia limitada, porquanto depende de uma lei infraconstitucional que regulamente
o dispositivo supracitado.
Para dar plena eficácia a esta garantia constitucional, em 5 de fevereiro de
1950 foi sancionada a Lei nº. 1.060/50 que “Estabelece normas para a concessão de
assistência judiciária aos necessitados”. (BRASIL, 1950)
Pedro Lenza explica que as normas de eficácia limitada:
[...] não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma
lei integrativa infraconstitucional, ou até mesmo de integração por meio de
emenda constitucional, como se observou nos termos do art. 4.º da EC n.
47/2005. (LENZA, 2016, p. 282)
Para dar plena eficácia a esta garantia constitucional, em 5 de fevereiro de
1950 foi sancionada a Lei nº. 1.060/50 que “Estabelece normas para a concessão
de assistência judiciária aos necessitados”. (BRASIL, 1950)
Esta lei assegurava aos nacionais, e aos estrangeiros aqui domiciliados, que
não tivessem condições de suportar as despesas processuais, sem prejuízo do seu
próprio sustento ou de sua família, a assistência judiciária gratuita, conforme caput
do artigo 2º, c/c parágrafo único da referida lei, “in verbis”:
Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros
residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar
ou do trabalho.
Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo
aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou
da família. (BRASIL, 1950)
Embora entre a vigente Constituição Federal de 1988, e a Constituição
Federal de 1946, tenha ocorrido um outro rompimento com a ordem jurídica, mais
precisamente em 1967, com a promulgação da Constituição Federal de 24 de
janeiro de 1967, essa garantia constitucional não foi abalada, porquanto constava
também no bojo da constituição, em seu Art. 150, parágrafo 32, também de eficácia
limitada.
De sorte que a Constituição Federal de 1988 consagrou a assistência jurídica,
desta forma, não sendo inconstitucional, foi recepcionada por ambas as
constituições a Lei nº. 1.060/50.
3. ACESSO À JUSTIÇA: JURISDIÇÃO, DIREITO DE AÇÃO E ASSISTÊNCIA
JURÍDICA
3.2. A Constituição Federal e a Cidadania
Cidadania é o pleno exercício dos direitos. Podendo ser conceituada como o
exercício dos direitos e deveres inerentes às responsabilidades de um cidadão.
Não é por qualquer motivo que a Carta Magna promulgada em 1988 tem a
alcunha de “Constituição Cidadã”. Em seu preâmbulo, o Poder Constituinte
Originário deixa claro que a constituição vigente se destina a “...assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos...”.
Pautados nesses ideais, seguiram-se os Princípios Fundamentais da
República Federativa do Brasil, dentre eles se encontram a cidadania e a dignidade
da pessoa humana, nos termos do Art. 1º, incisos II e III, “in verbis”
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
 II - a cidadania;
 III - a dignidade da pessoa humana;
Cidadão é todo aquele que está em pleno gozo de seus direitos civis, políticos
e sociais, direitos básicos tutelados pelo Estado, e entrelaçados com o princípio da
dignidade da pessoa humana.
O exercício da cidadania não se resume ao direito de votar e ser votado. Para
que ocorra o pleno exercício da cidadania é necessário que o cidadão, além de
exercer seus direitos políticos tenha conhecimento dos demais direitos, e tenha
meios de buscá-los.
No Brasil, temos um senso comum muito propagado de que “justiça é só para
os ricos”. Este senso comum precisa ser combatido de forma enérgica, porquanto a
Constituição Federal elenca como princípio fundamental a cidadania e, em tese,
apresenta meios de garantia desse princípio fundamental, tais como a gratuidade da
justiça e a assistência jurídica gratuita, aos que comprovarem a insuficiência de
recursos.
3.3. Jurisdição
Jurisdição vem do latim Jurisdictio, juris = direito, e dictio/dicere = dizer. Logo
Jurisdição, etimologicamente significa Dizer o Direito. (fonte:
https://www.significados.com.br/jurisdicao)
Nas sociedades primitivas, as partes buscavam a solução de seus conflitos,
conforme a sua vontade, e por seus próprios meios, sem a mediação ou intervenção
de um poder hierárquico superior, tanto para a declaração ou não da existência de
um direito, quanto para a satisfação da pretensão resistida. Essa forma de solução
de um conflito é conhecida como autotutela ou autodefesa. Assim, aquele que
tivesse interesse num determinado bem da vida, buscaria por meio da força física.
Em resumo, a força era utilizada por um "particular", em desfavor de outro
"particular", como forma de sobreposição à eventual resistência, com a finalidade de
satisfação de uma pretensão individual, valendo-se em determinados momentos da
“lei do mais forte”, ou da forma popularmente conhecida como “justiça com as
próprias mãos”, juridicamente conhecida na atualidade como exercício arbitrário das
próprias razões, instituto esse, em regra, proibido pelo ordenamento jurídico
brasileiro atual, inclusive tipificado no código penal, nos termos do Art. 345 do
Decreto Lei 2.848/40.
Com o surgimento do Estado Moderno Contemporâneo, o Estado tomou para
https://www.significados.com.br/jurisdicao/
si a capacidade de decidiros conflitos sociais, fazendo surgir, nesse momento o
poder-dever de jurisdição.
A doutrina conceitua jurisdição como uma das formas de composição de
conflitos, sendo a jurisdição o poder-dever do Estado, consistente na substituição da
vontade das partes.
Jurisdição é, portanto, uma das funções do Estado, personificado por agente
legalmente investido – Juiz, e buscando a composição do conflito de forma
imparcial, substitui a vontade dos titulares do direito, ou dos interesses,
apresentados na lide.
ALMEIDA (2015, p. 48) defende que:
[...] a jurisdição tem como fim último a pacificação social e consiste em um
poder-dever do Estado, pois, se por um lado corresponde a uma
manifestação do poder soberano do Estado, impondo suas decisões de
forma imperativa, por outro corresponde a um dever que o Estado assume
de dirimir qualquer conflito que lhe venha a ser apresentado.
Diz-se poder porque o Estado, quando provocado para solução de conflitos,
tem o poder de decidir conforme o ordenamento jurídico, substituindo a vontade das
partes. Essa decisão deverá ser cumprida voluntariamente e de boa fé, e em caso
de descumprimento, o Estado poderá por meio da força, obrigar o seu cumprimento.
Além disso, se diz dever, porque o Estado, quando provocado, não pode se
eximir de solucionar o conflito, mesmo que este eventualmente não esteja
contemplado pelo ordenamento jurídico pátrio. Isso decorre do princípio
constitucional do direito de ação, e da Inafastabilidade da jurisdição, previsto no
artigo 5º, XXXV da Constituição Federal de 1988, dispondo que “a lei não excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. (BRASIL, 1988)
Para BULOS (2007, p. 223):
Através desse princípio, todos têm acesso à justiça para pleitear tutela
jurisdicional preventiva ou reparatória a lesão ou ameaça de lesão a um
direito individual, coletivo, difuso, e até individual homogêneo. Constitui,
portanto, um direito público subjetivo, decorrente da assunção estatal de
administração da justiça, conferido ao homem para invocar a prestação
jurisdicional, relativamente ao conflito de interesses qualificado por uma
pretensão irresistível.
Após a assimilação dessa função jurisdicional, o Estado ficou vinculado à
obrigação de decidir em quaisquer contendas que lhe fossem apresentadas, não
podendo portanto se eximir da responsabilidade de decidir.
BARROSO (2012, p. 95) defende que:
Uma vez instituído o monopólio estatal da jurisdição, o poder do Estado fez
surgir o dever de solucionar as lides. E todo dever tem como reflexo o
surgimento de um direito subjetivo em favor daqueles que podem exigir a
sua observância. Esse direito de exigir do Estado a solução dos conflitos de
interesses pode ser definido como um direito ao exercício e à obtenção da
tutela jurisdicional, que vem a ser justamente a ação.
A ação, portanto, é um direito subjetivo da parte prejudicada, de exigir do
Estado, a prestação jurisdicional na solução daquele conflito. Não é caracterizada
pela exigência de Estado em fazer cumprir a sua vontade, mas sim em exigir do
Estado Juiz que este aplique o ordenamento jurídico vigente aquele caso concreto.
Em dado momento o Estado tomou para si a função de solucionar conflitos,
fazendo surgir o dever de tutelar os bens da vida juridicamente protegidos, e
consequentemente faz surgir o direito subjetivo daquele que, em caso de lesão, ou
ameaça de lesão, a estes bens jurídicos, provoque o Estado.
Ora, qual seria a aplicabilidade dessas normas, que formalmente nasceram
de eficácia plena, se o Estado não dispusesse também de uma garantia aos que
fossem economicamente hipossuficientes? De que valeria uma norma, frise-se,
constitucional, me garantindo o direito de provocar o Estado para solucionar o meu
conflito, se não me fosse garantido também um meio de provocá-lo?
As indagações acima encontram resposta nas sábias palavras de Ticiano
Alves e Silva ao dizer que:
Não assistir aqueles que não possuem recursos para ir a juízo,
desamparando-os, é o mesmo que lhes negar proteção jurídica. De nada
valeria as leis, se, ante uma violação, aos pobres não fosse dado obter
tutela jurisdicional estatal e o restabelecimento da ordem jurídica violada. O
direito fundamental à igualdade seria agredido na hipótese. (SILVA, 2015, p.
3)
Sem a completude dessas condições, o acesso à justiça não estaria
resguardado, porquanto este, nas palavras de Alexandre Fernandes Dantas,
corresponde ao “[...] sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direitos
e/ou resolver seus litígios sob os auspícios do Estado.” (DANTAS, 2011)
Assim a assistência judiciária gratuita é, portanto, um requisito de validade e
de eficácia, do exercício ao direito de ação, e por consequência, para o exercício da
própria cidadania.
4. DIREITO COMPARADO ACERCA DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
De acordo com os estudos do Professor Vittorio Denti (DENTI, 1979, p. 1159),
pode-se vislumbrar três vertentes no entendimento da assistência jurídica no cenário
internacional dos Estados Contemporâneos. Cabe destacar que sua utilização pelo
citado professor ocorreu em 1979 e que o conceito de Estado Contemporâneo da
época já sofreu modificações. Sendo assim, estas foram adaptadas ao contexto
atual.
Num primeiro momento a assistência jurídica veio como uma simples ideia de
jurisdição gratuita proposta pelo Estado, em virtude da questão da igualdade diante
da administração da justiça. Logo, seria um problema simples, de fácil resolução,
podendo utilizar fundos públicos ou seguros privados pré-pagos que garantiriam tal
assistência. Ou até mesmo uma troca feita entre o Estado e o advogado, onde o
primeiro ofereceria vantagens variadas em troca de serviços do outro.
Há também a idéia de que a prestação do serviço do advogado, como
profissional liberal, seria de interesse público e social. E, por conseguinte, deveria
ser regulado por um órgão público, mas sem excluir a possibilidade de prestação de
caráter privado.
Já a terceira tendência leva em consideração diversos fatores sociais
importantes, direcionando para a conhecida Justiça Social. Nesta última, a
assistência jurídica faz parte de um serviço social maior, que deve ser
desempenhado pelo poder público, inserto num programa social com a finalidade em
questão.
Compreendendo esses conceitos básicos, cabe analisar alguns casos
concretos e legislação de alguns países acerca do assunto, para então, com o uso
do direito comparado, ampliar e aprimorar o entendimento acadêmico e jurídico da
gratuidade de justiça.
4.2. Inglaterra
O primeiro marco para a Terra da Rainha, sobre o tema em questão, veio em
1930 com o Poor Prisoners Defence Act, que seria a assistência jurídica criminal nos
tribunais ingleses. Esse ato foi precursor do Legal Aid and Advice Act que fora
publicado em 1949. Este último trouxe consigo um acréscimo ao bem-estar social
(conhecido como Welfare State), fazendo com que o Estado proporcionasse um
advogado para aqueles que não pudessem pagar pelo serviço. Entrava em cena a
Law Society, sendo o grupo de advogados que prestavam e administravam o serviço
ao País, vinculando assim, interesses privados e públicos.
Ao longo dos anos 60 e 70, viu-se a necessidade de mudanças do sistema
empregado, pois assim como o Direito, a sociedade modificava e surgiam novas
demandas a serem discutidas e postas em prática.
Assim, em 1988 foi publicado o Legal Aid Act e surgiu o Legal Aid Board que
vigorou até 1999, gerenciando a assistência jurídica com recursos públicos. O
Access to Justice Act (1999) aboliu este último sistema e empreendeu o chamado
Legal Service Comission (LSC), modelo que teve mudanças consideráveis.
O LSC é uma comissão que tem seus membros escolhidos discricionariamente pelo
Lord Chancellor,o qual é hierarquicamente superior. Esta comissão vai gerenciar
duas grandes divisões: a Community Legal Service (CLS) e a Criminal Defense
Service (CDS), respectivamente destinadas às áreas cíveis e criminais.
Vale frisar que, em 1999, o citado diploma também criou o Funding Code que
regulamente objetivamente os requisitos necessários para se fazer jus ao benefício.
É um estudo bem detalhado, onde critérios complexos analisam a capacidade social
do indivíduo sob vários aspectos. Assim, o cidadão pode conseguir a gratuidade, ou,
caso seja comprovado, que ele seja obrigado a pagar uma determinada contribuição
compatível com sua condição financeira. Vale destacar esse método pela
individualidade que o Estado consegue atingir ao prestar o serviço aos cidadãos.
4.3. Estados Unidos da América
A iniciativa americana veio em 1964 com o Legal Service Program - LSP,
atuando num total de 10 anos, sendo vinculado ao Office of Economy Opportunity -
O.E.O.. Este último era um órgão que gerenciava programas que objetivavam
erradicar a pobreza dos EUA.
Para Denti, o modelo americano se enquadra na terceira vertente doutrinária
de gratuidade de justiça, onde a assistência legal faz parte de um serviço social
amplo.
O LSP variava muito de acordo com o cenário político, logo seria interessante
que houvesse sua desvinculação do O.E.O. . Assim, em 1974, cria-se o Legal
Services Corporation - LSC, sistema privado sem fins lucrativos, custeado com
recursos públicos e que vigora até os dias atuais.
A LSC distribui sua renda entre programas de assistência jurídica e atua em
mais de 900 escritórios, realizando serviços para indivíduos de baixa renda .
Entretanto ela atua na esfera familiar, habitacional, defesa do consumidor, sendo de
maneira geral na esfera cível, apenas.
A receita que o indivíduo deve ter para fazer jus ao serviço da LSC está
prevista no parágrafo nº 2996f do Legal Services Corporation Act, sendo viabilizada
através de consulta com os Governadores de cada Estado, respectivamente.
Já na seara criminal o caso “Betts vs. Brady” foi o divisor de águas do
ordenamento jurídico americano. Foi declarado, em juízo, que não era necessário a
indicação de um advogado, pois não se caracterizava como um direito fundamental
do cidadão. A partir de então, iniciou-se vários debates acerca da necessidade do
Estado proporcionar um advogado para as pessoas hipossuficientes. Hoje, a
assistência é sempre prestada por um defensor público, caso o cidadão não tenha
recursos para arcar com um advogado. Conforme os seguintes termos:
“In all criminal prosecutions, the accused shall enjoy the right to a speedy
and public trial, by an impartial jury of the state and district wherein the crime
shall have been committed, which district shall have been previously
ascertained by law, and to be informed of the nature and cause of the
accusation; to be confronted with the witnesses against him; to have
compulsory process for obtaining witnesses in his favor, and to have the
assistance of counsel for his defense.” (Amendment VI)
“All persons born or naturalized in the United States, and subject to the
jurisdiction thereof, are citizens of the United States and of the state wherein
they reside. No state shall make or enforce any law which shall abridge the
privileges or immunities of citizens of the United States; nor shall any state
deprive any person of life, liberty, or property, without due process of law; nor
deny to any person within its jurisdiction the equal protection of the laws.”
(Amendment XIV – Section) 
As emendas americanas acima mencionadas, quais sejam, 6ª e 14ª,
garantem que em processos criminais, o acusado terá direito a um julgamento
rápido e público, será submetido a um juri imparcial, será informado da natureza do
seu crime, correrá um processo compulsório para obter testemunhas a seu favor, e
terá a assistência de um advogado para sua defesa (grifo nosso), bem como
não sofrerá nenhuma privação da vida, liberdade e propriedade, sem o devido
processo legal, gozando das proteções da lei. Essas proteções nos permite concluir
que a proteção ao acesso à justiça por meio de uma assistência jurídica gratuita
permeia a ordem jurídica americana.
5. A ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA E O DIREITO DE AÇÃO SOB O
PRISMA JURISPRUDENCIAL E À LUZ DA CONSTITUIÇÃO
Com a evolução histórica da monopolização da tutela dos litígios pelo Estado,
como fruto de uma luta social ao longo dos anos, surgiu o instituto da assistência
jurídica gratuita, com o seu nobre ideal de proporcionar o acesso à justiça pelas
pessoas que são hipossuficientes ou que se encontram em situação de
hipossuficiência. Atualmente existe uma divergência entre os operadores do direito.
Enquanto temos uma corrente que entende que a mera alegação da parte
não é suficiente para a concessão da assistência jurídica, sendo necessária a efetiva
comprovação da condição de hipossuficiente, nos termos do Art. 5º, LXXIV da
Constituição Federal.
 Para esta corrente, § 3º do Art. 99, do Novo Código de Processo Civil,
precisa ser analisado à luz da Constituição, passando por uma filtragem
constitucional.
Para discorrer sobre esta corrente, iniciaremos citando, em primeiro plano, os
textos que passarão pelo “filtro da constituição”, in verbis:
Art. 98. A pessoa natural (grifo nosso) ou jurídica, brasileira ou estrangeira,
com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça,
na forma da lei.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou
em recurso.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural. (BRASIL, 2015)
Da leitura do caput do art. 98 do CPC observa-se que o direito à assistência
judiciária gratuita não é exclusividade apenas da pessoa natural, mas estende-se
também às pessoas jurídicas, mas vamos limitar o objeto deste estudo apenas ao
direito da pessoa natural.
O artigo 99 do CPC, dispõe que o pedido pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, ou na petição em que terceiro interessado manifesta a sua
vontade em participar da relação processual, ou ainda na fase de recurso. O
parágrafo 3º, que é indispensável para o objeto do presente estudo, sendo ele o pilar
central da discussão, garante que a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural presume-se verdadeira.
Assim, entende-se que se uma pessoa natural, valendo-se do seu direito de
ação, provoca o poder judiciário, com a finalidade de tutelar um bem jurídico
protegido seu, e na petição inicial alega não ter condições de suportar as despesas
processuais sem prejuízo da sua subsistência ou de sua família, mesmo que não
junte aos autos qualquer indício de sua condição financeira, estará o magistrado
obrigado a deferir de plano os benefícios da assistência judiciária gratuita, cabendo
à parte contrária, e que se sinta prejudicada, arguir e apresentar elementos
suficientes para revogação das benesses.
Seria este o entendimento lógico, ao menos. Contudo, sabemos que o
ordenamento jurídico brasileiro é composto por uma norma jurídica fundamental,
denominada de Constituição, de onde as demais normas jurídicas retiram seus
fundamentos de validade e legitimidade.
Segundo Alexandre de Moraes:
[...] Constituição deve ser entendida como a lei fundamental e suprema de
um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à
formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de
governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos
cidadãos. Além disso, éa Constituição que individualiza os órgãos
competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou
administrativas. (MORAES, 2016, P.28)
Ainda sobre a supremacia constitucional sobre as demais normas jurídicas,
Luciano Dutra explica que:
[...] Nesse modelo, segundo o escalonamento normativo proposto por Hans
Kelsen, a Constituição ocupa o ápice do ordenamento jurídico, servindo de
fundamento de validade para a produção normativa subsequente, ou seja,
as normas constitucionais possuem uma força destacada apta a condicionar
a validade da legislação infraconstitucional, daí se falar em supremacia
formal das normas constitucionais em face dos demais atos normativos.
(DUTRA, 2017, p. 57)
Desta forma, não se pode aplicar de forma irrestrita o texto de uma lei
infraconstitucional, sem que este texto seja confrontado com a norma fundamental.
Em verdade, a regra deveria ser justamente o confrontamento da norma
infraconstitucional, com o texto da constituição que lhe dá fundamento de validade.
A assistência judiciária gratuita, expressa no texto da constituição, está
localizada no Art. 5º [15], LXXIV, a saber, o “Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.
Ora, essa norma foi expressa no texto original da Constituição Federal, não
tendo sido ela incluído por meio de emenda constitucional. Isso implica em dizer que
o Poder Constituinte Originário já fixou esta, como sendo uma garantia
constitucional, condicionada à comprovação de insuficiência.
Se esta norma é fruto do Poder Constituinte Originário, ela surge sem
qualquer limitação de norma jurídica anterior a ela, e já surge, no mínimo, como uma
norma constitucional de eficácia negativa, impondo que nenhuma outra norma seja
contrária a seu texto, sob pena de ser declarada esta nova norma, como
inconstitucional.
Sobre o Poder Constituinte Originário, DUTRA (2017, p. 52) conceitua como:
[...] é aquele que cria a Constituição de um novo Estado, organizando e
estabelecendo os poderes destinados a reger os interesses de uma
sociedade. Não deriva de nenhum outro poder, não sofre qualquer limitação
na órbita jurídica e não se subordina a nenhuma condição, por tudo isso é
considerado um poder de fato ou poder político.
Assim, em que pese a positivada presunção de veracidade da alegação de
insuficiência, quando feita por pessoa natural, esta corrente caminha no sentido de
relativizar essa presunção, podendo o magistrado, na existência de dúvida,
determinar que a parte requerente do benefício comprove sua condição de
hipossuficiência.
Neste Sentido Leonardo Santana de Abreu, comentando o Novo Código de
Processo Civil anotado da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio
Grande do Sul - OAB/RS, defende:
[...] o NCPC também estabelece a presunção de veracidade da alegação de
insuficiência de recursos deduzida exclusivamente por pessoa natural (art.
99, § 3º). Embora se trate de uma presunção iuris tantum, a qual, portanto,
poderá ser elidida pela parte contrária, melhor seria se fosse exigido ao
menos um indício da necessidade do benefício para a sua concessão,
evitando-se abusos ou até um estímulo à litigância - tendo em vista a
ausência de custo e risco! Seja como for, conforme mencionado, em caso
de dúvida pode o Juiz determinar que a parte comprove a efetiva
necessidade do benefício (art. 99, §2º). (OAB-RS, 2015, p. 125)
A relatividade da presunção de veracidade da alegação de insuficiência
também encontra amparo em decisões de tribunais superiores, senão vejamos:
STJ. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO, PARA POSTERIOR COMPROVAÇÃO DE
NECESSIDADE DA SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA.
POSSIBILIDADE. 1. A declaração de pobreza, para fins de obtenção da
assistência judiciária gratuita, goza de presunção relativa de veracidade,
admitindo-se prova em contrário. 2. Quando da análise do pedido da justiça
gratuita, o magistrado poderá investigar sobre a real condição econômico
financeira do requerente, solicitando que comprove nos autos que não pode
arcar com as despesas processuais e com os honorários de sucumbência.
3. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp 329.910/AL, Rel.
Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em
06/05/2014, DJe 13/05/2014)
CONSTITUCIONAL E PROCESSO CIVIL. JUIZ QUE INDEFERE PEDIDO
DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA. NECESSIDADE DE COMPROVAR A
HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
DESPROVIMENTO. I - A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART. 5º,LXXIV)
EXIGE DO INTERESSADO EM OBTER O BENEFÍCIO DA GRATUIDADE
DE JUSTIÇA QUE COMPROVE A INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS,
RESTANDO NÃO RECEPCIONADO, NESTE PONTO ESPECÍFICO, O
DISPOSITIVO DO ART. 4º DA LEI Nº 1.060/50 QUE EXIGIA APENAS A
MERA DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. II - A
INICIATIVA DO MAGISTRADO EM VERIFICAR A COMPROVAÇÃO DA
SITUAÇÃO ECONÔMICA DO PRETENDENTE À GRATUIDADE DE
JUSTIÇA TAMBÉM ESTÁ JUSTIFICADA PELO FATO DE QUE AS CUSTAS
JUDICIAIS TÊM NATUREZA JURÍDICA DE TRIBUTO, CONFORME JÁ
DECIDIU O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. III - SE OS DOCUMENTOS
JUNTADOS AOS AUTOS PELA AGRAVANTE NÃO SE COMPATIBILIZA
COM A SITUAÇÃO DE POBREZA DECLARADA, O INDEFERIMENTO DO
BENEFÍCIO PLEITEADO É MEDIDA QUE SE IMPÕE, NÃO
PREVALECENDO, PORTANTO, A PRESUNÇÃO LEGAL DA SIMPLES
DECLARAÇÃO (ART. 4º DA LEI Nº 1.060/50). (TJ-DF- AI:
31743620098070000 DF 0003174-36.2009.807.0000, Relator: NATANAEL
CAETANO, Data de Julgamento: 06/05/2009, 1ª Turma Cível, Data de
Publicação: 18/05/2009, DJ-e Pág. 49).
Imperioso salientar que esta corrente não defende a restrição ao direito de
ação, e consequentemente do exercício da cidadania, mas defende limitar a
concessão da gratuidade da justiça e da assistência jurídica gratuita, aos que
comprovarem verdadeiramente sua condição de insuficiência, bem como evitar os
abusos e o fomento à litigância.
Noutra senda, tem-se uma corrente que entende que a assistência jurídica
gratuita, quando requerida por pessoa natural, mediante alegação de insuficiência
de recursos, deve ser deferida, cabendo à parte contrária comprovar a não condição
de hipossuficiência.
Segundo essa corrente, esta norma não seria inconstitucional por tratar-se de
uma interpretação extensiva do direito de ação, e da inafastabilidade da jurisdição,
direitos e garantias fundamentais expressas no bojo da constituição.
SILVA (2015) explica tratar-se de uma presunção relativa, e que pode ser
revogada por prova produzida em contrário, produzida pela parte adversa, ou em
decorrência de investigação feita “de ofício” pelo magistrado.
O mesmo autor explica ainda que:
A presunção de veracidade da alegação de insuficiência de recursos criada
por lei não contraria a Constituição, que, de maneira diversa, exige a
"comprovação" da insuficiência. É que a lei não restringiu o direito
fundamental. A ampliação proporcional do âmbito de proteção do direito,
atribuindo-se o ônus da prova do fato contrário à parte que contesta a
alegação de hipossuficiência, encontra-se dentro do poder de conformação
do legislador. (SILVA, 2015, p. 10)
Desta forma, os órgãos do Poder Judiciário Brasileiro cumpririam o seu papel
no sentido de reafirmar e dar efetividade a essa ferramenta social de acesso à
justiça, não só cumprindo veementemente o que determinam as leis emanadas pelo
nosso Poder Legislativo versando sobre esse assunto, mas também rebatendo
argumentos jurídicos de partes contrárias que tentam desvirtuar e retirar da outra
parte processual o acesso a tal direito.
Insta salientar que para se utilizar do instituto da assistência judiciária gratuita
a parte processual encontracomo suficiente a mera declaração da hipossuficiência e
a afirmação de impossibilidade de custear o processo sem prejuízo do seu sustento.
Não raro, podemos encontrar julgados nesse diapasão, em que uma das partes ou
até mesmo o próprio juízo do processo (seja juízo singular, seja juízo colegiado)
tenta impugnar o acesso de uma das partes processuais a esse direito. A respeito do
ora citado, é oportuno transcrever o seguinte precedente do Superior Tribunal de
Justiça:
DIREITO ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO
ESPECIAL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PRESUNÇÃO DE
POBREZA. SIMPLES DECLARAÇÃO. CABIMENTO. INVERSÃO.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL
CONHECIDO E PROVIDO. 1. O pedido de assistência gratuita pode ser
feito em qualquer fase do processo, sendo suficiente para a sua obtenção a
simples afirmação do estado de pobreza. Pode o magistrado, contudo,
quando houver dúvida acerca da veracidade das alegações do beneficiário,
determinar-lhe que comprove seu estado de miserabilidade a fim de avaliar
as condições para o deferimento ou não da assistência judiciária.
Precedentes do STJ. 2. Hipótese em que o magistrado, invertendo de forma
indevida a presunção de pobreza, indeferiu o pedido de concessão do
benefício da justiça gratuita, ao entendimento de que, diante do grande
número de autores, poderiam eles se cotizarem para pagar as custas do
processo. 3. Recurso especial conhecido e provido. (STJ. RESP 967916
Processo: 200701587390 UF: SP Órgão Julgador: Quinta Turma. Data da
decisão: 21/08/2008 Documento: STJ000340294 - Rel. Min. Arnaldo
Esteves Lima).
Ainda nesse mesmo esteio, esse Órgão Superior do Poder Judiciário
Pátrio confirmou outras vezes o entendimento da concessão do direito à assistência
judiciária gratuita. É como podemos assimilar dos demais seguintes precedentes:
PROCESSUAL CIVIL. SIMPLES AFIRMAÇÃO DA NECESSIDADE DA
JUSTIÇA GRATUITA. POSSIBILIDADE DE DEFERIMENTO DO
BENEFÍCIO. ART. 4º, DA LEI 1.060/50. ADMINISTRATIVO. LEI 7.596/87.
DECRETO 94.664/87. PORTARIA MINISTERIAL 475/87. 1 - A simples
afirmação da necessidade da justiça gratuita é suficiente para o deferimento
do benefício, haja vista o art. 4º, da Lei 1.060/50 ter sido recepcionado pela
atual Constituição Federal. Precedentes da Corte. 2 - Ainda que assim não
fosse, é dever do Estado prestar assistência judiciária integral e gratuita,
razão pela qual, nos termos da jurisprudência do STJ, permite-se a sua
concessão" ex officio ". 3 - (......) 4 - Recurso especial conhecido e provido.
(REsp. 320019/RS, Relator Min. Fernando Gonçalves, Data da Decisao
05/03/02).
PROCESSO CIVIL. JUSTIÇA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE POBREZA
AFIRMADA PELO ADVOGADO. O pedido para ser contemplado com os
benefícios da justiça gratuita pode ter fincas em declaração de pobreza
firmada pelo advogado (....) e pode ser formulado em qualquer fase do
processo, inclusive na apelação. Recurso parcialmente reconhecido e,
nessa extensão, provido em parte."(REsp. 543.023/SP, Rel. Min. César
Asfor Rocha, DJU 01/12/03).
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA. ESTADO DE POBREZA. PROVA. DESNECESSIDADE. A
concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita não se
condiciona à prova do estado de pobreza do requerente, mas tão-somente à
mera afirmação desse estado, sendo irrelevante o fato de o pedido haver
sido formulado na petição inicial ou no curso do processo."(REsp.
469.594/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJU 30/06/03).
Neste diapasão temos julgados mais recentes, posteriores ao início da
vigência do NCPC, conforme os precedentes abaixo, comprovando que as
jurisprudências atuais estão sempre no sentido de interpretação extensiva da lei à
luz do mandamento constitucional.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA. REQUISITOS
DIVERSOS PARA PESSOA FÍSICA E JURÍDICA. DECLARAÇÃO DE
INSUFICIÊNCIA. PESSOA FÍSICA. PESSOA JURÍDICA. NECESSIDADE
DE COMPROVAÇÃO. RECURSO PROVIDO. 1. A jurisprudência do STJ
firmou entendimento no sentido de que, nos termos do art. 4º da Lei
1060/50, a simples afirmação de incapacidade financeira basta para
viabilizar o acesso ao benefício de assistência judiciária gratuita, em
qualquer fase do processo. 2. Assim, a concessão do benefício da
gratuidade da justiça depende tão somente da declaração do autor de sua
carência de condições para arcar com as despesas processuais sem
prejuízo ao atendimento de suas necessidades básicas, levando em conta
não apenas o valor dos rendimentos mensais, mas também seu
comprometimento com aquelas despesas essenciais. 3. Ademais, cabe à
parte adversa impugnar o direito à assistência judiciária, conforme dispõe o
artigo 4º, § 2º, da Lei 1060/50, devendo a condição de carência da parte
autora ser considerada verdadeira até prova em contrário. 4. No caso dos
autos, há demonstração da precariedade da condição econômica da parte
agravante a justificar a concessão de assistência judiciária gratuita,
considerando que os recorrentes estão com o nome inscrito no cadastro de
inadimplentes por diversos débitos e um deles cumpre pena em regime
semiaberto (fls. 43/65). 5. Agravo de instrumento a que se dá provimento.
(TRF-3 - AI: 00163127020164030000 SP, Relator: DESEMBARGADOR
FEDERAL VALDECI DOS SANTOS, Data de Julgamento: 24/01/2017,
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1
DATA:08/02/2017)
http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com/legislacao/109499/lei-de-assist%C3%AAncia-judici%C3%A1ria-lei-1060-50
http://www.jusbrasil.com/topico/11707350/artigo-4-da-lei-n-1060-de-05-de-fevereiro-de-1950
http://www.jusbrasil.com/legislacao/109326/decreto-94664-87
http://www.jusbrasil.com/legislacao/104117/lei-7596-87
http://www.jusbrasil.com/legislacao/109499/lei-de-assist%C3%AAncia-judici%C3%A1ria-lei-1060-50
http://www.jusbrasil.com/topico/11707350/artigo-4-da-lei-n-1060-de-05-de-fevereiro-de-1950
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - JUSTIÇA GRATUITA - PESSOA
FÍSICA - DECLARAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS -
REQUISITOS LEGAIS - CRITÉRIO SUBJETIVO PARA INDEFERIMENTO -
INADMISSIBILIDADE. 1. A pessoa natural com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade de justiça, presumindo-se verdadeira a
alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. 2. O
indeferimento da justiça gratuita pelo juiz somente tem cabimento quando
houver fundadas razões de convencimento sobre inexistência da alegada
hipossuficiência financeira, não sendo de se admitir critérios subjetivos do
julgador.
(TJ-MG - AI: 10693170091013001 MG, Relator: José Flávio de Almeida,
Data de Julgamento: 11/04/2018, Data de Publicação: 19/04/2018)
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - JUSTIÇA GRATUITA - PESSOA
FÍSICA - OPORTUNIZAÇÃO PARA COMPROVAÇÃO DA
HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA - CONDIÇÃO NÃO EVIDENCIADA -
INDEFERIMENTO DO BENEFÍCIO - RECURSO DESPROVIDO. Após
oportunizada à parte a comprovação da alegada hipossuficiência financeira,
inexistentes nos autos elementos capazes de evidenciar a carência de
recursos, o indeferimento do benefício da gratuidade de justiça é medida
que se impõe. Recurso desprovido.
(TJ-MG - AI: 10000170920144002 MG, Relator: Amorim Siqueira, Data de
Julgamento: 03/04/2018, Data de Publicação: 11/04/2018)
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE COBRANÇA - JUSTIÇA
GRATUITA - INDEFERIMENTO - PESSOA FÍSICA - DECLARAÇÃO DE
INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS - REQUISITOS LEGAIS - CRITÉRIO
SUBJETIVO PARA INDEFERIMENTO - INADMISSIBILIDADE. - 1. A
pessoa natural com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatíciostem direito à gratuidade
da justiça. - 2. Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural. - 3. Há violação dos artigos 2º e 4º da
Lei n. 1.060/50 (CPC, artigos 98 e 99, § 3º), quando os critérios utilizados
pelo magistrado para indeferir o benefício revestem-se de caráter subjetivo,
ou seja, criados pelo próprio julgador, e pelos quais não se consegue inferir
se o pagamento pelo jurisdicionado das despesas com o processo e dos
honorários irá ou não prejudicar o seu sustento e o de sua família.
(TJ-MG - AC: 10223150210753001 MG, Relator: José Flávio de Almeida,
Data de Julgamento: 04/04/2018, Data de Publicação: 13/04/2018)
Assim, tanto a doutrina como a jurisprudência caminham no sentido de aceitar
aquilo que dispõe o Novo Código de Processo Civil, no sentido de acolher a
presunção de veracidade da alegação de insuficiência de recursos que, embora
diferente do “mandamus” constitucional, não seria contra os princípios
constitucionais porquanto não limita, restringe ou suprime direitos, e garantias, mas
os amplia, dando uma maior eficácia ao Princípio do Acesso à Justiça.
6. CONCLUSÃO
Entre as garantias oferecidas pelo Estado constam o direito de ação, e a
prestação de assistência jurídica gratuita, tanto no quesito técnico-profissional,
dispondo de órgãos específicos para o exercício desse direito, quanto no quesito de
dispensa de recolhimento de despesas processuais, e até mesmo de honorários
sucumbenciais.
A constituição garante aos que comprovarem insuficiência de recursos, a
prestação da assistência judiciária gratuita, enquanto o Novo Código de Processo
Civil amplia esse direito às pessoas naturais, mediante a simples alegação de
hipossuficiência, ficando consignado que este direito possui presunção de
veracidade “juris tantum”, admitindo prova em contrário, e até mesmo investigação,
em caso de dúvida, do órgão jurisdicional, personificado pelo Juiz.
Com as observações, resta claro que o texto da lei infraconstitucional, que
garante à pessoa natural as benesses da assistência judiciária gratuita não é
inconstitucional, porquanto não limita ou suprime a norma constitucional, mas a
amplia. Contudo essa ampliação não é absoluta, mas sim relativa, vez que a
doutrina e a jurisprudência convergem para a possibilidade de produção de prova
em contrário, pela parte adversa, ou até mesmo a investigação, em caso de dúvida,
“de ofício”, pelo magistrado, não necessitando da impugnação à AJG pela parte
adversa.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de. Teoria Geral do Processo. Fundação
Getúlio Vargas - FGV Direito Rio, 2015.
BARROSO, Carlos Eduardo Ferraz de Mattos, Teoria Geral do Processo e
Processo de Conhecimento. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
BRASIL. Constituição, 1946.
BRASIL. Constituição, 1988.
BRASIL. Lei nº 1.060, de 05 de fevereiro de 1950.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015.
BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. 7ed. São Paulo, SP.
Saraiva, 2007.
CANCIAN, Renato. Estado do bem-estar social: História e crise do welfare state.
1ª.2007.Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/estado-
do-bem-estar-social-historia-e-crise-do-welfare-state.htm>. Acesso em: 08 set. 2018.
COSTA NETO, José Wellington Bezerra da. Acesso à Justiça e Carência
Econômica. 2011. 358 p. Dissertação Mestrado (Acesso à Justiça e Carência
Econômica)- Faculdade de Direito da USP, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2011. 1.
DANTAS, Alexandre Fernandes. Acesso à Justiça e assistência jurídica gratuita
no Brasil. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 87, abr 2011. Disponível em:
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9146>. Acesso em dez 2017.
DENTI, Vittorio. L’ evoluzione del. Legal aid nel mondo contemporaneo. In: STUDI
in onore di Enrico Tulio Liebman. Milano: Giuffrè, 1979. v. 2, p. 1159 e ss.
DUTRA, Luciano. Direito constitucional essencial / Luciano Dutra. – 3. ed. rev.,
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 20. ed.
rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2016. (Coleção esquematizado®)
LSC - LEGAL SERVICES CORPORATION. Disponível em:
<www.lsc.gov/about:lsc.php>.
LEGAL Aid and Advice Act 1949. 1ª. 2016. Disponível em:
<https://en.wikipedia.org/wiki/Legal_Aid_and_Advice_Act_1949>. Acesso em: 08 set.
2018.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional / Alexandre de Moraes. – 33. ed.
rev. e atual. até a EC nº 95, de 15 de dezembro de 2016 – São Paulo: Atlas, 2017.
Novo código de processo civil anotado. OAB. – Porto Alegre: OAB RS, 2015.
SANTOS JÚNIOR, Filovalter Moreira dos. A história da assistência judiciária
gratuita e da Defensoria Pública. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862,
Teresina, ano 19, n. 3858, 23 jan. 2014. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/26486>. Acesso em: 7 dez. 2017.
SILVA, Ticiano Alves e. O benefício da justiça gratuita no Novo Código de
Processo Civil. Revista Jurídica da Seção Judiciária de Pernambuco, v. 8, p. 299-
320, 2015.

Continue navegando