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UNEB FILOSOFIA/ ONTOLOGIA Prof. Luciano Santos 2021.1 ITINERÁRIO DA ONTOLOGIA CLÁSSICA: PLATÃO (428-348 a.C) E ARISTÓTELES (384-322 a. C) - Proposições-chave do texto: . Formação histórica do conceito de ontologia – ou “ciência do ser” – como ciência primeira. . O progresso em Filosofia se dá segundo uma dialética de tradição e criação/invenção. . Sócrates: o contexto da polis e a busca de fundamentação do sentido dos conceitos. . A questão metafísica clássica – “há uma ciência do ser”? – solicita uma resposta original a partir das exigências atuais. . Sofista (Platão) e Metafísica (Aristóteles): carta magna da ontologia ocidental em seu estatuto científico. . Face à “batalha de gigantes em torno do ser”, Platão toma distância do: relativismo universal (ambivalência do logos) dos sofistas, monismo eleata e mobilismo heraclítico. . O problema do uno e do múltiplo se coloca no plano inteligível. . Uno eleático: formal e estático – impotência da razão face ao mundo “diverso”. . Sofista (Platão): primeiro momento “objetivo” da ontologia. . Se o ser é Ideia (inteligível); e se a Ideia se exprime na razão (logos) – como é possível uma ciência do ser, quando este se fecha no Uno absoluto e o logos aparece como múltiplo na proposição? . Como legitimar o relativo da proposição sem renunciar ao absoluto do inefável? . Caráter ontológico da verdade em Platão: ser = Ideia = verdade. . Ciência do verdadeiro: ciência do “ser realíssimo” (Ideia). . Platão: o ser – Ideia – não é unidade indiferenciada (tautologia estática), mas pluralidade ordenada (proposição sintética). . Ser: uno/diverso: movimento e repouso. . Há oposição no ser, mas o contrário do ser é impensável. . A Ideia como ser implica identidade consigo mesma e relação de alteridade com outra Ideia – ser. . A dialética platônica constitui-se em ontologia: o ser é síntese de uno e múltiplo. . O logos desdobrado em proposição é expressão da estrutura do ser. . A proposição verdadeira exprime a participação real de duas Ideias – os seres em sua razão de ser. . Platão busca o ser no movimento de conhecer e julgar. . A unidade do ser não é de identidade, mas de participação – se há juízo, há síntese; logo, diversidade; logo, participação. . O movimento da inteligência que conhece é síntese das participações do ser – superação do imobilismo eleático. . Ser platônico – objeto da ciência –: revela-se no juízo, mas se exaure em total objetividade. . Em Platão, o juízo não é a última justificação reflexiva do ser – é como Ideia que o ser é razão formal; e o conhecimento se justifica por contemplação pura (reminiscência). . Em Platão, o ser é Ideia, objeto formal da dialética, e a transcendência do inteligível absorve a inteligência. . Para a ontologia encontrar adequado estatuto científico, a inteligibilidade do ser deve emergir no ato da inteligência – a dialética do ser deve ser dialética de participação do ato, antes de ser dialética de participação da Ideia. . Metafísica (Aristóteles): momento “reflexivo” da ciência do ser. . Há uma ciência do ser como objeto formal. . O ser se diz de muitas maneiras (analogia) – não como sinonímia nem radical diversidade, pois implica uma unidade primeira. . A ciência do ser compreende oposição do uno e do múltiplo. . Aristóteles também guarda distância do: relativismo lógico sofístico, monismo eleático e mobilismo heraclítico. . Toda ciência tem princípios que dão a razão de seu objeto. . Os princípios da ciência do ser devem dar a razão do ser como uno e múltiplo. . Os princípios da ciência do ser têm absoluta inteligibilidade e necessidade, e se sustentam pela “redução ao absurdo”. . Primeiro princípio da ciência do ser: princípio de (não) contradição: “É impossível que o mesmo aspecto seja e não seja atribuído ao mesmo sujeito ao mesmo tempo e sobre o mesmo aspecto.” – alcance ontológico da lei de (não) contradição. . O relativismo universal supõe uma petição de princípio. . O primeiro princípio surge no ato judicativo com absoluta necessidade. . O juízo revela o ser operando logicamente a síntese do uno e do múltiplo. . Platão descobre no juízo a síntese de uno e múltiplo, mas projeta o ser na objetividade da Ideia; em Aristóteles, o ser se revela no juízo, mas não se extrapõe na Ideia separada. . O ato do juízo participa do ser e o ser torna-se inteligível no dinamismo do ato. . A posição aristotélica guarda determinação objetiva sem hipostasia-la na Ideia separada, mas situando-a no ato da inteligência. . Aristóteles também não realiza uma dialética do ser em que o ato fosse primeiro. . Em Aristóteles, a forma absorve o ato e a inteligibilidade do ser não penetra os seres em sua existência. . Ser platônico: existencial, mas de existência ideal; ser aristotélico: não supera os limites da determinação da essência. . Em Aristóteles, a substância é inteligível enquanto universal – este permanece no plano lógico se não se liga a um inteligível transcendente que seja plenitude de existência e intelecção. . Metafísica de Aristóteles: oscila entre a pura forma lógica e a irredutibilidade da existência singular – ambiguidade na inteligibilidade do ser. . Platão e Aristóteles: inauguram a ciência do ser, mas não chegam a uma formulação adequada. . Realismo do inteligível em Platão e justificação reflexiva da afirmação do ser em Aristóteles – se procuram em solução de síntese.
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