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DISPLASIA COXOFEMORAL Displasia (grego): dis (anormal, deficiente) e plasia (formação, desenvolvimento) Desenvolvimento anormal, formação deficiente Conceito: desenvolvimento anormal da articulação coxofemoral ETIOLOGIA Doença multifatorial Fator genético: acometimento de outras articulações; raças de grande porte (Pastor Alemão, Rottweiler...); histórico familiar (bom fenótipo, bom genótipo); não há predisposição sexual Fatores ambientais: local, tipo de piso, exercícios Fatores nutricionais: superalimentação (rações ricas em energia), manifestação clinica precoce Falha do tecido conjuntivo em manter a congruência articular (instabilidade articular) ETIOPATOGENIA HISTÓRICO Dois grupos clínicos clássicos 1° grupo: cães jovens (5-12 meses) – microfraturas 2° grupo: cães acima de 16 meses com doença crônica (DAD) – degeneração do acetábulo e cabeça femoral Um dos primeiros problemas → frouxidão do ligamento da cabeça do fêmur e cápsula articular DIAGNÓSTICO Anamnese Raça, idade, peso, tempo de evolução da doença ↓ tolerância ao exercício, incapacidade para subir/descer escadas, entrar/sair de carro Dificuldade para deitar e levantar Ruídos audíveis ao andar, claudicação contínua/intermitente Dorso arqueado, bacia quadrada Exame físico ↓ capacidade de movimentar o membro (abdução), atrofia muscular do MP e pelve até lombar Crepitação à palpação (osteófitos – casos mais crônicos), abrasão das unhas Flacidez articular (alguns animais) → teste de Ortolani e teste de Bardens Realizar sempre uma minuciosa avaliação ortopédica e neurológica Frouxidão da cápsula articular Afastamento cabeça/acetábulo Subluxação + desgaste cartilagem Exposição osso subcondral Atrofia muscular DOR Claudicação Osteófitos DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Afecções da medula espinhal, afecções neuromusculares (miastenia gravis, botulismo) Doenças infecto contagiosas (Cinomose, erliquiose) Patologias uni ou bilateral do joelho ou tarso, afecções ósseas em cães jovens (panosteíte) Artropatias imunomediada, doenças metabólicas EXAME RADIOGRÁFICO Simples (quadril em extensão), posição “perna de sapo” Ângulo de Norberg, PennHIP (frouxidão articular), avaliação da borda acetabular Importante: animal sob tranquilização ou anestesia SIMPLES Decúbito dorsal (projeção VD), MPs tracionados, ílios simétricos Canal pélvico ovalado, de contornos simétricos, quando dividido sagitalmente Forames obturadores simétricos, fêmures paralelos entre si e com a coluna Patela sobreposta aos sulcos trocleares Sinais normais: cabeça e colo bem formados, borda dorsal acetabular cobrindo mais de 50% da cabeça Sinais alterados: coxa valga (ângulo de inclinação do colo femoral >145°), falta de congruência (cabeça/acetábulo), presença de osteófitos, ↑ ângulo de anteversão da cabeça do fêmur CLASSIFICAÇÃO A) normal (HD-) B) próximo do normal (HD +/-) C) displasia leve (HD+) D) displasia moderada (HD++) E) displasia grave (HD+++) TRATAMENTO → conservativo (clínico) Indicações: osteotomias corretivas são contraindicadas, não há alterações significativas, custo é fator importante, estado clínico do animal Objetivos: alívio da dor, retorno à função motora, diminuir a progressão da doença Bases terapêuticas: repouso, AINE, remodeladores de cartilagem Nutrição: controle do peso (compatível com qualidade de vida) Exercícios físicos: caminhadas leves, natação TRATAMENTO → cirúrgico: Artroplastia Excisional da cabeça e colo femorais (Colocefalectomia) Indicações DCF severa (acesso a demais procedimentos – caro), formação de pseudoarticulação fibrosa, pequeno porte e gatos (retorno rápido função do membro), grande porte (procedimento de salvamento – flap bíceps femoral Complicações: esporão ósseo (falha na ostectomia), encurtamento do membro Prós: bons resultados principalmente em cães de médio porte TRATAMENTO → cirúrgico: Sinfisiodese Púbica Procedimento preventivo, aumento da ventroversão do acetábulo (ângulo de cobertura) Tratamento barato, simples e com poucas complicações Indicado para animais entre 4 e 5 meses (esqueleto imaturo) TRATAMENTO → cirúrgico: Miectomia Do Músculo Pectíneo (Pectinectomia) Animais com menos de 5 meses (preventivo; filhotes com maior probabilidade de displasia) Aliviar a dor (não evita a progressão da doença) Adultos com dor (m. visível quando abduzidos – remover) associado com outras técnicas Associados a outros procedimentos (denervação acetabular) TRATAMENTO → cirúrgico: Acetabuloplastica Extracapsular (Enxertos) Displasias médias a moderadas Animais jovens com sintomatologia clínica (microfraturas), adultos jovens com sintomatologia e lesões degenerativas (quando osteotomias são contraindicadas) Transposição da crista ilíaca: enxerta porção dorsal da asa do ílio na região crânio dorsal acetabular Secção do trocanter maior e fixação + distal e caudal: > tensão e corrige ângulo de anteversão TRATAMENTO → cirúrgico: Osteotomia Femoral Intertrocantérica Indicações: animais em crescimento ou adultos jovens Remoção de coxim intertrocantérico com base medial, redução do ângulo de inclinação >145% (direciona a cabeça femoral para o interior do acetábulo), redução ângulo de anteversão excessiva Medir ângulo pelo raio X TRATAMENTO → cirúrgico: Osteotomia Pélvica Tripla (OPT) Animais de 4 a 12 meses independente do grau de intensidade da dor, adultos jovens sem grandes lesões degenerativas Nenhum ou poucos indícios de DAD, boa integridade da borda acetabular Animal com acetábulo muito raso e com degeneração (NÃO indicado) Bilateral (3 a 4 meses entre cada cirurgia) Osteotomia do púbis, ísquio e ílio (rotação segmento da pelve – melhorar estabilidade articular) Equipamento específico + treinamento → caro Complicações: seleção do paciente, falha do implante, rotação externa do joelho durante caminhar (placas com mais de 40°), estreitamento do canal pélvico (cadela reprodutora), lesão iatrogênica do nervo isquiático, falta de reposuo, osteomielite TRATAMENTO → cirúrgico: Prótese Total De Quadril Substituição da cabeça, colo femoral e acetábulo por componentes protéticos, equipamento especifico e treinamento (procedimento caro) Indicações: osteoartrose secundária a DCF, osteoartrose secundária a consolidação de fraturas de acetábulo e fêmur proximal, tratamento primário de fraturas complicadas de cabeça femoral, luxação CF recidivante, após colocefalectomia sem sucesso Complicações: luxação da prótese, afrouxamento do componente acetabular, fratura da prótese femoral, fratura de fêmur, osteossarcoma relacionado ao implante, maioria relacionada ao cimento, (estudos comprovam bons resultados – sucesso de 85% a 95%)
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