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ISSN 2176-1396 QUESTÕES DE QUÍMICA DO ENEM: CONTEÚDOS, CONTEXTUALIZAÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE Liane Maria Vargas Barboza 1 - UFPR Cláudia de Oliveira Fernandes 2 - UNIRIO Grupo de Trabalho – Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação Básica Agência Financiadora: CAPES Resumo O presente trabalho teve por objetivo analisar as questões de Química da prova do Exame Nacional do Ensino Médio - área Ciências da Natureza e suas Tecnologias do ano de 2014, frente às Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN+ Ensino Médio (2002), quanto à contextualização e interdisciplinaridade. A metodologia empregada foi análise documental com abordagem qualitativa. Neste estudo foi analisada a prova do ENEM – área Ciências da Natureza e suas Tecnologias - Caderno Azul do ano de 2014. Para fundamentação do trabalho quanto à contextualização, interdisciplinaridade e a avaliação em larga escala (ENEM) foram utilizados os seguintes autores(as) respectivamente: Brasil (2000), Silva e Marcondes (2015), Santos e Schnetzler (2010); Zabala (1998), Ferreira (2012), Machado (1999); Fernandes (2014), Fetzner (2014) e Freitas (2011). A discussão dos resultados foi realizada com base nas obras dos autores: Nunes (2011), UNESCO (2003) e Santos e Schnetzler (2007). Os resultados da análise da prova do ENEM 2014 área Ciências da Natureza e suas Tecnologias revelaram que a maioria das questões de química privilegiou a contextualização e as demais se apresentaram como conteudistas. Nas questões contextualizadas analisadas foram identificados os seguintes contextos: água, poluição atmosférica, combustíveis, medicamento e poluição do solo. A contextualização sociocultural apresentada nas questões contextualizadas da prova de Química estava relacionada com: ciência e tecnologia na atualidade, ciência e tecnologia na cultura contemporânea e ciência e tecnologia na história. A maioria das questões contemplam a interdisciplinaridade com a área de Biologia. A contextualização com enfoque no contexto ambiental foi apontada em 50% das questões, seguido pelos aspectos sociais, políticos e econômicos. Palavras-chave: ENEM. Contextualização. Interdisciplinaridade. 1 Pós-Doutoranda em Educação: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Professora do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail: liane.vargas@gmail.com. 2 Pós-Doutora em Educação: Avaliação Educacional pela Universidade Federal Fluminense. Professora da Faculdade de Educação e da Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). E-mail: coff@uol.com.br. mailto:coff@uol.com.br 31657 Introdução O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é um exame de larga escala instituído pelo Ministério de Educação de acordo com a Portaria n.º 438 de 28 de maio de 1998 e operacionalizado e implementado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). O ENEM foi criado com o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da educação básica, buscando contribuir para a melhoria da qualidade desse nível de escolaridade (BRASIL, 2014a). A Prova do ENEM foi estruturada como uma prova de múltipla escolha e uma redação. Para o exame foi definida uma matriz de referência contemplando competências e habilidades, imprescindíveis à vida acadêmica, ao mundo do trabalho e ao exercício da cidadania. O estudo justifica-se pela importância de compreender como as questões de química do ENEM estão sendo elaboradas, quanto à abordagem dos conteúdos, contextualização e interdisciplinaridade. O entendimento desta avaliação pode contribuir com o ensino de Química e com o próprio exame. Contextualização De acordo com Kato e Kawasaki (2015, p. 2) o termo ‘contextualização’ é uma: Derivação do termo ‘contexto’, cujo significado literal vem do latim contextu e pode ser entendido por um encadeamento de ideias de um texto, ou seja, a forma como estão ligadas entre si as diferentes partes de um todo organizado. Nesse sentido, o contexto pode ser entendido como: o modo pelo qual as ideias estão encadeadas no discurso; a ligação entre as partes de um todo ou aquilo que envolve algo ou alguém (HOLANDA, 2015). No ensino de Ciências a contextualização está relacionada com a articulação do conhecimento científico, com o cotidiano e as vivências dos estudantes, visando uma aprendizagem significativa. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio: 31658 Contextualizar o conteúdo que se quer aprendido significa, em primeiro lugar, assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto. Na escola fundamental ou média, o conhecimento é quase sempre reproduzido das situações originais nas quais acontece sua produção. Por esta razão, quase sempre o conhecimento escolar se vale de uma transposição didática, na qual a linguagem joga papel decisivo (BRASIL, 2000, p. 78). A relação sujeito e objeto é essencial para a aprendizagem significativa. O objeto de estudo deve ter uma interação com a vivência do mesmo. A linguagem científica também precisa ser trabalhada, para que a cultura escolar seja compreendida e os sujeitos tenham interesse em aprendê-la: O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo. Se bem trabalhado permite que, ao longo da transposição didática, o conteúdo do ensino provoque aprendizagens significativas que mobilizem o aluno e estabeleçam entre ele e o objeto do conhecimento uma relação de reciprocidade. A contextualização evoca por isso áreas, âmbitos ou dimensões presentes na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza competências cognitivas já adquiridas. As dimensões de vida ou contextos valorizados explicitamente pela LDB são o trabalho e a cidadania (BRASIL, 2000, p. 78). Neste contexto, a contextualização é uma estratégia de ensino e aprendizagem, que pode despertar o interesse do educando para aprender as ciências. Para tanto, o professor deverá ensinar de forma que o objeto de estudo tenha significado real para o educando. De acordo com Silva e Marcondes (2015, p. 66) a contextualização no ensino de: Ciências em uma perspectiva Ciência/Tecnologia/Sociedade (CTS) vem sendo defendida, por educadores e pesquisadores, como um princípio norteador de uma educação voltada para a cidadania, que possibilita a aprendizagem significativa de conhecimentos científicos e tecnológicos relacionados à sociedade. Santos e Schnetzler (2010, p. 61) afirmam que o ensino de Ciências com enfoque CTS está vinculado à educação científica do cidadão. Para caracterizá-lo, Hosfstein, Aikenhead, Riquarts (1988, p. 357) explicam: CTS, significa o ensino do conteúdo de ciência no contexto autêntico do seu meio tecnológico e social. Os estudantes tendem a integrar a sua compreensão pessoal do mundo natural (conteúdo da ciência) com o mundo construído pelo homem (tecnologia) e o seu mundo social do dia a dia (sociedade). A relação ciência, tecnologia e sociedade é uma abordagem importante na área do ensino de química, pois permite trabalhar os conteúdos e conceitos com aplicações tecnológicas e também os impactos desta ciência na sociedade. Nos avanços quanto à contextualização, na perspectiva de uma: 31659 Educação interdisciplinar, destaca-se a essencialidade de cada saber disciplinar, legitimado no papel que a apropriação da linguagem e do pensamento próprio a cada cultura científica assume, no desenvolvimento das abordagens, das ações e das interlocuções. Assim, a enculturação contextualizada em Química, aliada à interdisciplinaridade não superficial, traz à tona limites dos saberes e conceitos cotidianos e, sem negá-los nem substituí-los, amplia-osnas abordagens transformadoras possibilitadas pelos conhecimentos emergentes e pelas ações das condições potencializadoras da qualidade de vida socioambiental (BRASIL, 2006, p. 118). Nesse sentido, a aprendizagem dos conceitos de Química relacionados com o cotidiano, a partir da contextualização significativa e da interdisciplinaridade amplia os conhecimentos e permite visualizar a interação com outras disciplinas, rompendo com o ensino fragmentado. Para Wartha, Silva e Bejarano (2013, p. 88) a contextualização também é entendida como: Um dos recursos para realizar aproximações/inter-relações entre conhecimentos escolares e fatos/situações presentes no dia a dia dos alunos, ou seja, toma a contextualização como metodologia de ensino, em que o ensino contextualizado é aquele em que o professor deve relacionar o conteúdo a ser trabalhado com algo da realidade cotidiana do aluno. Nessa ótica, a contextualização é uma estratégia de ensino e aprendizagem que quando bem trabalhada aproxima os conteúdos curriculares da vivência dos estudantes, possibilitando uma melhor compreensão do mundo. Wartha, Silva e Bejarano (2013, p. 90) afirmam que a contextualização não deveria ser vista como recurso ou proposta de abordagem metodológica, mas sim como princípio norteador. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2000, p. 88) a interdisciplinaridade e contextualização foram: Propostas como princípios pedagógicos estruturadores do currículo para atender o que a lei estabelece quanto às competências de: vincular a educação ao mundo do trabalho e à prática social; compreender os significados; ser capaz de continuar aprendendo; preparar-se para o trabalho e o exercício da cidadania; ter autonomia intelectual e pensamento crítico; ter flexibilidade para adaptar-se a novas condições de ocupação; compreender os fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos; relacionar a teoria com a prática. A contextualização no ensino de ciências abarca competências de inserção da ciência e de suas tecnologias em um processo histórico, social e cultural e o reconhecimento e discussão de aspectos práticos e éticos da ciência no mundo contemporâneo (BRASIL, 2002, p.31). 31660 No Quadro 1 podem ser observadas as competências no ensino de ciências relacionadas com a contextualização. Quadro 1 – Competências no ensino de ciências Contextualização sócio-cultural Ciência e tecnologia na história Compreender o conhecimento científico e o tecnológico como resultados de uma construção humana, inseridos em um processo histórico e social. Ciência e tecnologia na cultura contemporânea Compreender a ciência e a tecnologia como partes integrantes da cultura humana contemporânea. Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer e avaliar o desenvolvimento tecnológico contemporâneo, suas relações com as ciências, seu papel na vida humana, sua presença no mundo cotidiano e seus impactos na vida social. Ciência e tecnologia, ética e cidadania Reconhecer e avaliar o caráter ético do conhecimento científico e tecnológico e utilizar esses conhecimentos no exercício da cidadania. Fonte: BRASIL, 2002, p. 32. A ciência e tecnologia precisa ser entendida como uma construção humana, histórica e social onde o conhecimento científico possibilita o desenvolvimento tecnológico. É importante compreender a ciência e tecnologia como parte integrante da cultura humana contemporânea, assim como, reconhecer o desenvolvimento tecnológico presentes no cotidiano. Os conhecimentos científicos e tecnológicos devem ser usados com ética, visando a cidadania: Os temas sócio científicos objetivam a contextualização do conteúdo e permitem o desenvolvimento das habilidades essenciais do cidadão. Ao contextualizar o conteúdo, os temas sociais explicitam o papel social da Química, as suas aplicações e implicações e demonstram como o cidadão pode aplicar o conhecimento na sua vida diária (SANTOS; SCHNETZLER, 2010, p. 105). A abordagem dos temas sociocientíficos em Química proporciona o desenvolvimento de habilidades, relacionadas a reflexão crítica, argumentação, e ao convívio na sociedade. O entendimento da importância do papel da química na sociedade, pode contribuir para compreender o desenvolvimento científico e tecnológico desta ciência. Interdisciplinaridade De acordo com o Art. 8º da Resolução da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CEB/CNE) n. 3, de 26 de junho de 1998, quanto a interdisciplinaridade as escolas terão presente que: 31661 I - a interdisciplinaridade, nas suas mais variadas formas, partirá do princípio de que todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros conhecimentos, que pode ser de questionamento, de negação, de complementação, de ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos; II - o ensino deve ir além da descrição e procurar constituir nos alunos a capacidade de analisar, explicar, prever e intervir, objetivos que são mais facilmente alcançáveis se as disciplinas, integradas em áreas de conhecimento, puderem contribuir, cada uma com sua especificidade, para o estudo comum de problemas concretos, ou para o desenvolvimento de projetos de investigação e/ou de ação (BRASIL, 1998, p. 3). Nesta perspectiva, a interdisciplinaridade pode ser uma alternativa importante para o levar os estudantes a compreenderem os conhecimentos de uma forma mais ampla, valorizando a especificidade de saberes e linguagem de cada área. Além disso, a participação dos estudantes em atividades que promovam o diálogo, a partir de temas sociocientíficos, permite a interação entre os sujeitos e o objeto de estudo e o desenvolvimento do senso crítico e reflexivo. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2000, p. 21) a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar: Novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista. Em suma, a interdisciplinaridade tem uma função instrumental. Trata-se de recorrer a um saber diretamente útil e utilizável para responder às questões e aos problemas sociais contemporâneos. Neste contexto, a interdisciplinaridade permite compreender os conteúdos com base na perspectiva de outras áreas de conhecimento. A articulação dos fenômenos químicos com os aspectos sociais, políticos, éticos, econômicos e ambientais contribui para a formação da cidadania e aprendizagem em química. Zabala (1998, p. 143) defende que a interdisciplinaridade é a interação entre: Duas ou mais disciplinas, que pode ir desde a simples comunicação de ideias até a integração recíproca dos conceitos fundamentais e da teoria do conhecimento, da metodologia e dos dados da pesquisa. Estas interações podem implicar transferências de leis de uma disciplina para outra e, inclusive, em alguns casos dão lugar a um novo corpo disciplinar, como a bioquímica ou a psicolinguística. Podemos encontrar esta concepção na configuração das áreas de Ciências Sociais e Ciências Experimentais no ensino Médio e da área de conhecimento do meio no ensino fundamental. Conforme afirma o autor, a interdisciplinaridade pode levar ao surgimento de uma nova disciplina, com programa disciplinar distinto das que lhe deram origem. 31662 As orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) estabelecem que: A interdisciplinaridade deve ser compreendida a partir de uma abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática escolar, sejam estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos através de relações de complementaridade, convergência ou divergência (BRASIL, 2000, p. 21). É importante que na prática escolar, os estudantes tenham acesso aos conteúdoscurriculares interdisciplinares, os quais podem ser trabalhados por meio de temas socioculturais, permitindo a discussão quanto à complementação, convergência ou divergência dos mesmos. Como afirma Ferreira (2012) a interdisciplinaridade no campo: Das ciências é um conceito amplo e complexo de construção do conhecimento, que deve ultrapassar a disciplina isolada. Essa concepção deve partir de um modelo de ensino que privilegie e articule as ciências Matemática, Biologia, Química, Física, História etc, em um ambiente amplo em que os fenômenos sejam observados, analisados e entendidos como fatos conectados. O ensino de Química por meio da interdisciplinaridade possibilita a abordagem do conhecimento, com inter-relação dos saberes de outras disciplinas principalmente da Biologia, Matemática, Física, História, Sociologia entre outras. Para tanto, é necessária uma interação com os professores de outras disciplinas e também a busca de novos conhecimentos. As Diretrizes da Educação Básica do Paraná da área de Química orientam que: A partir das disciplinas, as relações interdisciplinares se estabelecem quando: conceitos, teorias ou práticas de uma disciplina são chamados à discussão e auxiliam a compreensão de um recorte de conteúdo qualquer de outra disciplina; ao tratar do objeto de estudo de uma disciplina, buscam-se nos quadros conceituais de outras disciplinas referenciais teóricos que possibilitem uma abordagem mais abrangente desse objeto (PARANÁ, 2008, p. 27). A interdisciplinaridade é revelada quando ocorre a inter-relação de diferentes disciplinas, visando levar o estudante a entender os conhecimentos sob diferentes olhares, possibilitando o desenvolvimento da habilidade de argumentação. Abreu e Lopes (2013, p. 91-92) destacam que: 31663 Toda vez que contextualizamos determinado assunto ou tentarmos entender os fenômenos cotidianos, estaremos estabelecendo inter-relações entre diferentes saberes, uma vez que a complexidade do mundo atual é responsável pela dinâmica cada vez mais presentes das relações entre saberes. Isso pode levar a discursos que defendem que a promoção da contextualização leva consequentemente à interdisciplinaridade, tornando obrigatória a vinculação entre interdisciplinaridade e contextualização. Neste enfoque, a interdisciplinaridade se apresenta como uma estratégia de ensino e aprendizagem, na qual é possível estabelecer relações entre conhecimentos de diversas áreas do conhecimento, para subsidiar o entendimento dos fenômenos do cotidiano e a construção do conhecimento. Para Machado (1999, p. 49) a interdisciplinaridade é hoje: Uma palavra-chave para a organização escolar. O que se busca com isso é, de modo geral, o estabelecimento de uma intercomunicação efetiva entre as disciplinas, por meio do enriquecimento das relações entre elas. Almeja-se, no limite, a composição de um objeto comum, por meio dos objetos particulares de cada uma das disciplinas componentes. A interdisciplinaridade, enquanto eixo norteador do ENEM constitui-se em um elemento de uma proposta voltada a: a) superar a compartimentalização excessiva dos conteúdos, primando pela unidade do saber dentro de Áreas do Conhecimento; b) proporcionar uma abordagem relacional entre diferentes disciplinas e c) instrumentalizar a atividade didática através da inserção do conhecimento disciplinar em um contexto mais amplo, relacionado à avaliação de habilidades e a contextualização do ensino (MARCELINO JÚNIOR, 2011, p. 21-22). O ensino dos conteúdos de forma fragmentada, descontextualizada e não problematizada não é mais aceita para o ensino da química. A aprendizagem dos conteúdos deve ser contextualizada e interdisciplinar, ou seja, deve estar relacionada com outras disciplinas, visando complementar os conhecimentos e torná-los mais significativos. Nesse trabalho, procuramos compreender se há a contextualização e interdisciplinaridade na prova do ENEM e se essa, da forma como se apresenta, se relaciona com a proposta de contextualização existente nos documentos curriculares oficiais. O ENEM é uma avaliação de larga escala, que tem exercido certa influência nos processos de ensino e aprendizagem e nas práticas avaliativas nas escolas. O predomínio no cenário educacional contemporâneo, dos testes de larga escala, tem influenciado os currículos, acerca daquilo que vai ser ensinado nas escolas, bem como as estratégias didáticas de ensino e de avaliação, com foco no treinamento. Tal constatação percebida a partir de pesquisas 31664 (FERNANDES, 2014; FETZNER, 2014; FREITAS, 2011) contrariam as próprias orientações curriculares que adotam uma perspectiva mais construtivista de ensino e aprendizagem, como observa-se no documento dos PCN da área das Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias (2000). Entendemos também que conhecer como se dá a contextualização dos conteúdos e quais são os temas abordados no Enem, pode contribuir para uma melhor compreensão desse exame no campo da química e no que tange à sua elaboração e concepção. A partir do exposto, o objetivo do presente trabalho foi analisar as questões de Química da prova do Exame Nacional do Ensino Médio - área Ciências da Natureza e suas Tecnologias do ano de 2014, frente às Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN+ Ensino Médio (BRASIL, 2002). Metodologia A metodologia desenvolvida neste estudo foi a análise documental com abordagem qualitativa. Segundo Lüdke e André (2014, p. 44-45) a análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema. Foi analisada a prova do ENEM, área das Ciências da Natureza e suas Tecnologias, quanto às questões de Química do Caderno Azul do ano de 2014 (BRASIL, 2014b, p. 16-31). Para esse trabalho, foram analisadas 15 questões de Química quanto aos conteúdos, contextualização e interdisciplinaridade com base nos PCN+ do Ensino Médio (BRASIL, 2002). Resultados e Discussão Os resultados da análise das questões de Química do ENEM 2014 revelaram que 73% privilegiaram a contextualização e 27% constituíram questões conteudistas. As questões conteudistas exigem conhecimentos específicos e são desarticuladas da vida do estudante. A resolução deste tipo de questão valoriza a memorização. O conteudismo está inserido dentro de um ensino completamente tradicional, não favorecendo à formação de um indivíduo pensante, autônomo, crítico e capaz de usar o conhecimento adquirido na escola para tomar decisões sobre problemas do mundo real (GOMES et al., 2009, p. 9). 31665 Na elaboração de um item do ENEM é importante contemplar uma situação-problema contextualizada. Segundo o INEP a situação-problema é um: Desafio apresentado no item que reporta o participante do teste a um contexto reflexivo e instiga-o a tomar decisões, o que requer um trabalho intelectual capaz de mobilizar seus recursos cognitivos e operações mentais. Uma situação-problema deve estar contextualizada de maneira que permita ao participante aproveitar e incorporar situações vivenciadas e valorizadas no contexto em que se originam para aproximar os temas escolares da realidade extraescolar (BRASIL, 2003). Além disso, uma situação-problema não deve se restringir a uma parte específica do item, mas deve permear toda a sua estrutura, ao longo de todo o processo de composição, a começar pela escolha do texto-base, passando pela construção de todas as partes que compõem um item. Em uma avaliação, um item contextualizado pretende transportar o participante do teste para uma situação normalmente vivenciada por ele no dia-a-dia (BRASIL, 2010, p. 8-9). A abordagem contextualizada dos conteúdos pode ser realizada a partir de temas geradores, os quais podem ser problematizadose contribuir nos processos de aprendizagem e avaliação. No Quadro 2 podem ser observados os temas contemplados na prova de Química ENEM 2014. Quadro 2 – Temas contemplados na prova de química do ENEM de 2014 continua... Questões Temas 48 - Aborda a destruição da camada de ozônio na atmosfera a partir dos clorofluorcarbonetos (CFCs). Poluição atmosférica 51 - Contempla o processo de impedimento da contaminação microbiana da água por meio do ácido hipocloroso, o qual pode formar clorofórmio e outras substâncias orgânicas tóxicas em presença de matéria orgânica. Água 52 - Refere-se à talidomida uma substância orgânica formada pela mistura racêmica composta por dois enantiômeros (R e S). Nesta questão é informada a ação do enantiômero S da talidomida no corpo humano. Medicamento 54 - Se reporta às propriedades do biodiesel em relação ao teor de ácidos graxos saturados de algumas oleaginosas e a resistência a oxidação. Combustível 56 - Trata da composição do Diesel e da quantidade de enxofre em partes por milhão (ppm). Combustível 59 - Aborda a revelação das chapas de raios X e a recuperação dos íons prata. Água 63 – Refere-se à aplicação excessiva de fertilizantes nitrogenados na agricultura e a as alterações no solo e água. Água Quadro 2 – Temas contemplados na prova de química do ENEM de 2014 continuação Questões Temas 70 - Trata sobre os resíduos químicos no corpo receptor. Água 31666 83 - Contempla a biorremediação de resíduos sólidos gerados pela combustão incompleta de compostos orgânicos. Solo 86 - Traz informações sobre o a substância que causa mau odor de peixe. Poluição atmosférica 88 - Trata da emissão do dióxido de enxofre por indústrias de extração de cobre e níquel, em decorrência da oxidação dos minérios sulfurados. Poluição atmosférica Fonte: Elaborado pelas autoras. Nas questões contextualizadas analisadas foram identificados os seguintes temas: 26% água, 20% poluição atmosférica, 13% combustíveis, 7% medicamento e 7% poluição do solo. A análise apontou que 27% das questões não eram contextualizadas. A abordagem dos conteúdos de química de forma contextualizada e articulada com outras áreas do conhecimento, possibilita a aprendizagem significativa. De acordo com os PCN+ Ensino Médio o aprendizado de Química no ensino médio: Deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si, quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas (BRASIL, 2002, p. 87). Nesse sentido, o ensino de Química precisa estar relacionado com o cotidiano e a vivência do estudante, visando a aprendizagem significativa e a integração do estudante na sociedade. Quando o ensino de Química é fragmentado e descontextualizado, enfatiza-se a memorização de: conceitos, nomenclaturas de elementos, substâncias e compostos, fórmulas químicas, reações químicas, símbolos e os cálculos matemáticos. As questões 58, 65, 77 e 80 não se apresentaram contextualizadas. A questão 58 descreveu a ação química do sabão e não apresentou nenhum contexto social, histórico, ambiental, político ou econômico. A questão 65 abordou as fórmulas estruturais de moléculas com substituintes planares e não planares, sendo classificada como uma questão conteudista. A questão 77 contemplou a classificação de cadeias carbônicas e não apresentou contextualização. A questão 80 tratou do processo químico da obtenção do fenol e não revelou um enfoque contextualizado. No Quadro 3 está apresentada a contextualização sociocultural e a articulação entre as disciplinas das questões de química ENEM 2014. Quadro 3 – Contextualização sócio-cultural do ENEM 2014 continua Questão Contextualização sócio- cultural Aspectos sócio-culturais Articulação entre as disciplinas 48 Ciência e tecnologia na Ambiental/Social ---- 31667 atualidade Reconhecer aspectos relevantes do conhecimento químico e suas tecnologias na interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente. 51 Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer aspectos relevantes do conhecimento químico e suas tecnologias na interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente. Ambiental/Social Biologia 52 Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer o papel do conhecimento químico no desenvolvimento tecnológico atual, em diferentes áreas do setor produtivo, industrial e agrícola. Social Biologia 54 Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer o papel do conhecimento químico no desenvolvimento tecnológico atual, em diferentes áreas do setor produtivo, industrial e agrícola. Ambiental Biologia 56 Ciência e tecnologia na história Perceber o papel desempenhado pela Química no desenvolvimento tecnológico e a complexa relação entre ciência e tecnologia ao longo da história. Ambiental/Político/Social ---- 59 Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer aspectos relevantes do conhecimento químico e suas tecnologias na interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente. Ambiental Biologia Quadro 3 – Contextualização sócio-cultural do ENEM 2014 continuação Questão Contextualização sócio- cultural Aspectos sócio-culturais Articulação entre as disciplinas 63 Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer o papel do Ambiental Biologia 31668 conhecimento químico no desenvolvimento tecnológico atual, em diferentes áreas do setor produtivo, industrial e agrícola. 70 Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer aspectos relevantes do conhecimento químico e suas tecnologias na interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente. Ambiental/Político/Social Biologia 83 Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer aspectos relevantes do conhecimento químico e suas tecnologias na interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente Ambiental/Político Biologia 86 Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer aspectos relevantes do conhecimento químico e suas tecnologias na interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente Ambiental/Social Biologia 88 Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer aspectos relevantes do conhecimento químico e suas tecnologias na interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente Ambiental/Econômico ---- Fonte: Elaborado pelas autoras. Por meio dos dados apresentados no Quadro 3, observa-se que 53% das questões contemplam a interdisciplinaridade com a área de Biologia. A contextualização com enfoque no contexto ambiental foi apontada em 50% das questões, seguida pelos aspectos sociais (30%), políticos (15%) e econômicos (5%). Estudo realizado por Nunes (2011, p. 117) na prova do ENEM de 2009 constatou que 12 questões da prova de Ciências da Natureza tematizaram a preocupação ambiental. A contextualização sociocultural das questões analisadas como contextualizadas da prova de Química, segundo os PCN+ Ensino Médio (BRASIL, 2002, p. 92-93) estavam relacionadas com: ciência e tecnologia na atualidade (82%), ciência e tecnologia na cultura contemporânea (9%) e ciência e tecnologia na história (9%). De acordo com Santos e Schnetzler (2007, p.47): 31669 Com oavanço tecnológico da sociedade, há tempos existe uma dependência muito grande com relação à Química. Essa dependência vai desde a utilização diária de produtos químicos até às influências e impactos no desenvolvimento dos países, nos problemas gerais referentes à qualidade de vida das pessoas, nos efeitos ambientais das aplicações tecnológicas e nas decisões solicitadas aos indivíduos quanto ao emprego de tais tecnologias. A Química está presente no dia-a-dia dos cidadãos e precisa ser compreendida como uma ciência em construção que pode contribuir para a qualidade de vida. Para tanto, é necessário que seja ensinada nas escolas de forma contextualizada, interdisciplinar e problematizada: O ensino para o cidadão inclui uma compreensão dos produtos e processos tecnológicos usados pela sociedade contemporânea, assim como um entendimento dos mecanismos sociais existentes de que o cidadão dispõe, ou que deve lutar para conseguir, a fim de transformar a realidade em que está inserido. Além disso, esse conteúdo precisa evidenciar as inter-relações e interdependências entre ciência e sociedade, tecnologia e sociedade e ciência e tecnologia. Assim, o aluno compreenderia os efeitos da ciência na sociedade e a influência da sociedade no desenvolvimento científico, os efeitos da tecnologia na sociedade e a dependência da tecnologia do contexto sociocultural, o impacto da ciência no desenvolvimento tecnológico e o impacto da tecnologia em novas descobertas científicas. Tais conteúdos necessariamente implicam que o ensino tenha um caráter interdisciplinar, pois, para se evidenciar as inter-relações entre esses aspectos, deve-se considerar os fatores sociais, econômicos e históricos (SANTOS; SCHNETZLER, 2007, p. 108). Diante deste contexto, o estudante precisa saber a importância da construção do conhecimento para o desenvolvimento científico e seu efeito sobre a sociedade contemporânea. A compreensão do papel da tecnologia na sociedade é fundamental para entender o mundo em que vivemos. A pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias contribui para as descobertas científicas, pois o aprimoramento da ciência tem impacto real nas inovações científicas e suas aplicações do cotidiano. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) é indispensável aprimorar: Os conhecimentos e as análises e contribuir para a harmonização da complexa inter- relação entre ciência, tecnologia e sociedade. As democracias devem valorizar o desenvolvimento da C&T e prestar-lhe vigoroso apoio, como fonte de progresso social e enriquecimento cultural (UNESCO, 2003, p. 11). Nesse sentido, a inter-relação entre a ciência, tecnologia e sociedade deve ter uma abrangência interdisciplinar entre as áreas das ciências naturais e ciências sociais. É preciso que haja investimentos em ciência e tecnologia, visando a qualidade de vida pessoal e social. Conforme estabelece a UNESCO (2003, p. 27) o acesso ao conhecimento científico: 31670 A partir de uma idade muito precoce, faz parte do direito à educação de todos os homens e mulheres, e que a educação científica é de importância essencial para o desenvolvimento humano, para a criação de capacidade científica endógena e para que tenhamos cidadãos participantes e informados (UNESCO, 2003, p. 27). A educação em ciência em sentido amplo, sem discriminação e abrangendo todos os níveis e modalidades, é um requisito fundamental da democracia e também do desenvolvimento sustentável (UNESCO, 2003, p. 34). Nesse sentido, a educação em ciência deve ser ensinada de forma interdisciplinar, contextualizada e problematizada em todos os níveis de ensino. O desenvolvimento sustentável deve abranger as dimensões ambientais, econômicas, políticas e éticas. Considerações Finais A análise documental com abordagem qualitativa possibilitou analisar a prova de Química do ENEM 2014, quanto à contextualização e temas estruturadores. Esta análise poderá contribuir para estudos de outras provas de Química do ENEM, pois fornece dados sobre a elaboração das questões. Os resultados da análise da prova do ENEM 2014 área Ciências da Natureza e suas Tecnologias revelaram que a maioria das questões de química privilegiou a contextualização e as demais se apresentaram como conteudistas. Nas questões contextualizadas analisadas foram identificados os seguintes temas: água, poluição atmosférica, combustíveis, medicamento e poluição do solo. A contextualização sociocultural apresentada nas questões contextualizadas da prova de Química estava relacionada com: ciência e tecnologia na atualidade, ciência e tecnologia na cultura contemporânea e ciência e tecnologia na história. A maioria das questões contemplam a interdisciplinaridade com a área de Biologia. A contextualização com enfoque no contexto ambiental foi apontada na maioria das questões, seguida pelos aspectos sociais, políticos e econômicos. A abordagem interdisciplinar com outras áreas do conhecimento é possível no ensino da Química. O professor precisa abordar os conteúdos de química contextualizados e interdisciplinares, visando levar o educando ampliar os conhecimentos e desenvolver a cidadania. O presente trabalho revelou que a maioria das questões de química do ENEM 2014 atenderam os PCN+ da área de Química quanto a contextualização e interdisciplinariedade. O 31671 mesmo pode contribuir para subsidiar a reflexão e a prática pedagógica dos professores de química nos processos de ensino e avaliação. REFERÊNCIAS ABREU, Rosana Gomes de.; LOPES, Alice Cassimiro. A interdisciplinaridade e o ensino de química: uma leitura a partir das políticas de currículo. SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos.; MALDANER, Otávio Aloisio. (Orgs.) Ensino de química em foco. Ijuí: UNIJUÍ, 2013. 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