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Vias de administração de medicamentos

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Farmacologia 
TAMMI RÁISLA 
Vias e Sistemas de Administração 
das Drogas 
A escolha de determinada via ou sistema de 
administração das drogas depende de vários 
fatores: 
a) efeito local ou sistêmico da droga; 
b) propriedades da droga e da forma 
farmacêutica administrada; 
c) idade do paciente; 
d) conveniência; 
e) tempo necessário para o início do 
tratamento; 
f) duração do tratamento; 
g) obediência do paciente ao regime 
terapêutico. 
As principais vias e sistemas de administração das 
drogas são as seguintes: 
1. oral 
2. sublingual ou bucal 
3. parenteral 
✓ intravenosa 
✓ intra-arterial 
✓ intramuscular 
✓ intra-articular 
✓ intraóssea 
✓ intracardíaca 
✓ intradérmica 
✓ intraperitoneal 
✓ subcutânea 
✓ peridural ou epidural ou extradural 
✓ intratecal ou subaracnóidea 
4. tópica 
5. transdérmica 
6. intraocular 
7. intrarrespiratória 
8. retal 
9. intravaginal 
10. intrauterina 
11. uretral e peniana 
12. novos sistemas de administração de 
drogas 
✓ bioadesivos 
✓ pró-drogas 
✓ transportadores macromoleculares de drogas 
✓ transportadores celulares de drogas 
✓ sistemas de administração de drogas em 
micropartículas 
✓ nanopartículas 
✓ dispositivos para liberação controlada de drogas 
✓ proteínas e peptídeos 
✓ anticorpos monoclonais 
✓ administração de genes 
Administração Oral 
Modalidade mais conveniente de administração de 
drogas. É chamada tradicionalmente de uso 
interno ou também enteral. As drogas 
administradas por via oral podem exercer um 
efeito local no trato gastrointestinal ou ser 
absorvidas pela mucosa gastrointestinal, atingindo 
o sangue ou a linfa e exercendo efeitos sistêmicos. 
A absorção das drogas, por via oral, pode ocorrer 
na boca (mucosa bucal e sublingual), no intestino 
delgado, no reto e, em menor extensão, no 
estômago e no intestino grosso. 
As preparações orais líquidas mais comuns 
incluem soluções e suspensões. As soluções 
aquosas alcançam rapidamente o duodeno e logo 
começam a ser absorvidas. As partículas das 
suspensões têm que ser, primeiro, dissolvidas nas 
secreções gastrointestinais antes que ocorra a 
absorção. A administração de preparações 
líquidas através de uma sonda nasogástrica pode 
ser necessária em certos pacientes 
hospitalizados. 
As preparações sólidas são representadas, 
principalmente, por comprimidos e cápsulas que 
proporcionam maior estabilidade e melhor controle 
da posologia. 
Comprimidos são geralmente mais baratos e 
apresentam maior flexibilidade na formulação e na 
apresentação. Os comprimidos bucais e 
sublinguais podem ser usados para administração 
local ou sistêmica. A saliva dissolve a droga, e a 
vascularização da cavidade bucal e da língua 
facilita a absorção do fármaco. Os comprimidos 
sublinguais são colocados sob a língua para 
absorção e início de ação rápidos. Usualmente, 
encerram drogas de baixa biodisponibilidade ou 
que sofrem elevado metabolismo hepático de 
primeira passagem. Os comprimidos e cápsulas 
convencionais têm que se desintegrar no 
estômago ou intestino delgado antes de ocorrerem 
a dissolução e a absorção. 
As cápsulas são formas farmacêuticas de forma 
cilíndrica, usualmente de gelatina, que encerram a 
droga em forma sólida ou líquida. 
As drágeas são comprimidos recobertos por 
substâncias que resistem à ação da secreção 
gástrica. Só depois que a drágea atinge o intestino 
delgado é que o revestimento se dissolve e a 
droga ativa é liberada. 
Farmacologia 
TAMMI RÁISLA 
Há, também, formas farmacêuticas chamadas de 
depósito ou de liberação modificada que podem 
ser usadas por via oral. 
a) de liberação retardada, em que a liberação da 
droga se faz em momento que não é logo 
depois da administração da formulação; 
b) de ação repetida, em que a liberação da droga 
é feita em intervalos intermitentes, após a 
administração; 
c) de liberação sustentada, em que a droga é 
liberada lentamente; 
d) de liberação controlada, em que a droga é 
liberada em taxa constante; 
e) de liberação aumentada, isto é, com o 
aumento da velocidade de liberação pela 
redução, por exemplo, do tamanho das 
partículas. 
As técnicas para retardar a liberação da droga 
incluem o uso de múltiplas e revestidas 
microesferas (microencapsulação), quelatos, 
resinas, matrizes plásticas porosas e derivados da 
celulose. Essas formas farmacêuticas orais de 
administração de liberação retardada podem 
também ser usadas por outras vias como a 
transdérmica e a implantação na região 
subcutânea ou, mais raramente, a intramuscular. 
As vantagens das formas farmacêuticas de 
liberação prolongada, em comparação com as 
formas convencionais, são as seguintes: 
a) redução da frequência posológica; 
b) redução na incidência e/ou intensidade de 
efeitos adversos; 
c) maior seletividade de atividade farmacológica; 
d) efeito terapêutico mais constante; 
e) melhor obediência do paciente ao regime 
terapêutico. 
Certos pacientes que não podem ou não querem 
deglutir exigem outra via de administração. Entre 
esses pacientes, podem ser citados os 
comatosos, os que estão mental ou fisicamente 
incapacitados e aqueles com doenças 
gastrointestinais, como úlcera péptica e má 
absorção. 
Quanto à via oral, os pacientes devem ser 
orientados nos seguintes pontos: 
a) a maioria dos comprimidos e cápsulas deve 
ser ingerida com muita água; 
b) as preparações líquidas são preferidas para 
crianças e idosos; 
c) as formulações especiais como comprimidos 
sublinguais, bucais e mastigáveis exigem 
instruções especiais aos pacientes; 
d) os pacientes devem ser instruídos quanto ao 
ritmo de tomada do medicamento, com 
particular referência às refeições e à 
administração noturna. 
Via Retal 
A via retal é usada para administração tanto de 
drogas de ação local como de drogas de ação 
sistêmica. É uma via alternativa da via oral para 
crianças, doentes mentais, comatosos e aqueles 
que apresentam vômitos e náuseas. Certas 
drogas, que provocam irritação gastrointestinal 
excessiva ou sofrem elevado metabolismo 
hepático de primeira passagem, podem ser 
favoravelmente administradas por via retal. 
As drogas destinadas à administração retal são 
formuladas em forma de supositórios sólidos. 
Após a inserção, os supositórios se dissolvem ou 
se fundem nas secreções retais, liberando a droga 
com a finalidade de um efeito local ou de ser 
absorvida através da mucosa retal a fim de 
produzir um efeito sistêmico. O excipiente ideal de 
um supositório deve dissolver-se ou fundir-se a 
37°C, não ser irritante, ser atóxico e compatível 
com muitas drogas. Todos os supositórios devem 
ser retidos no reto durante, pelo menos, 20 a 30 
minutos, para assegurar a fusão ou dissolução da 
base e a liberação da droga na fase líquida. Pode-
se observar leve efeito laxativo após o uso dos 
supositórios. 
Em geral, a absorção das drogas na região retal é 
mais lenta, menos completa e mais imprevisível do 
que das drogas administradas por via oral. 
A extensão do metabolismo hepático da droga 
aumenta à medida que aumenta a profundidade 
de inserção do supositório no reto, uma vez que a 
veia hemorroidária superior drena diretamente 
para a veia porta, enquanto que as veias média e 
inferior drenam diretamente na circulação geral 
através da veia ilíaca e da veia cava. 
Vias Parenterais 
A via parenteral define qualquer via de 
administração de drogas que não seja a oral ou 
enteral. A via parenteral também significa a 
injeção de drogas diretamente num 
compartimento ou cavidade do corpo, a fim de 
evitar os obstáculos da pele e das mucosas. 
As vias parenterais de administração de drogas 
mais comuns são a intravenosa ou endovenosa, a 
intramuscular e a subcutânea. Além dessas, ainda 
são usadas as seguintes vias parenterais: intra-
Farmacologia 
TAMMI RÁISLA 
arterial, intra-articular, intracardíaca, intradérmica, 
epidural, intraóssea,intrassinovial, intratecal. 
As vantagens das vias parenterais de 
administração de drogas são as seguintes: 
a) as drogas podem ser administradas em 
pacientes que não cooperam, inconscientes ou 
que apresentam náuseas e vômitos; 
b) certas drogas que são ineficazes, fracamente 
absorvidas ou inativas por via oral podem ser 
aplicadas por via parenteral; 
c) a via intravenosa proporciona início imediato da 
ação da droga, em situações de emergência; 
d) podem ser usadas outras vias parenterais 
quando se deseja retardar o início de ação da 
droga e/ou prolongar a ação da droga; 
e) podem ser produzidos efeitos localizados e 
sistêmicos, dependendo da via de 
administração usada e da formulação da droga; 
f) os problemas da obediência do paciente ao 
regime terapêutico são quase totalmente 
evitados; 
g) além da administração de drogas, a via 
parenteral pode também ser usada para corrigir 
desequilíbrio fluido e eletrolítico e proporcionar 
a alimentação por essa via. 
As desvantagens da administração parenteral de 
drogas são as seguintes: 
a) a aplicação parenteral de drogas exige pessoal 
adequadamente treinado; a falta de técnica na 
administração parenteral pode provocar lesões 
de nervos, músculos, ossos e vasos 
sanguíneos. 
b) a necessidade de observação estrita de 
processos assépticos; 
c) usualmente, há sempre alguma dor; 
d) os efeitos das drogas são difíceis de reverter, 
em casos de hipersensibilidade, intolerância ou 
toxicidade; 
e) a administração parenteral pode ser 
inconveniente quando as aplicações se tomam 
muito frequentes. 
Para as drogas administradas por via intravenosa, 
usa-se comumente a veia basílica ou cefálica do 
antebraço. A intensidade e duração da atividade 
da droga dependem da dose administrada, do 
grau de ligação da droga às proteínas 
plasmáticas, da extensão da distribuição da droga 
em todo o corpo e da taxa de eliminação pelo 
metabolismo e/ou excreção. A infusão intravenosa 
é comumente usada com drogas que possuem 
meias-vidas curtas de eliminação. Outros 
aspectos a serem lembrados são diluição 
adequada e tempo de administração. A punção 
venosa pode ser feita em veias dos braços, 
pernas, pés e da cabeça (nos lactentes). 
Excepcionalmente, em situações de emergência, 
pode ser necessária a punção de veias profundas, 
como subclávia, femoral, jugular ou axilar. 
As injeções intramusculares são administradas 
profundamente em músculos esqueléticos, 
afastados de nervos e vasos sanguíneos 
importantes. São mais indicadas para suspensões 
aquosas e volumes maiores que 1,5ml, porém 
menores que 5ml. Os principais locais são os 
seguintes: regiões glútea, deltoide e do vastus 
lateralis (lateral da coxa). As injeções 
intramusculares formam um depósito no músculo 
e geralmente provocam início de ação mais lento 
e de maior duração de ação do que a 
administração intravenosa. A absorção da droga 
por via intramuscular é usualmente completa, mas 
pode variar em decorrência das propriedades 
físico-químicas das drogas, das variáveis da 
formulação e de diversos fatores fisiológicos, 
como, por exemplo, a perfusão sanguínea no local 
considerado. 
Idade e condições físicas do paciente representam 
importantes fatores quando se consideram 
aplicações intramusculares e intravenosas de 
drogas. Em pacientes idosos, inativos ou 
emagrecidos, a massa muscular está reduzida nas 
regiões glútea média e do vastus lateralis. Neles, 
as injeções intramusculares devem ser aplicadas 
na região do gluteus maximus. Em recém-
nascidos e crianças pequenas, as injeções 
intramusculares devem ser feitas nos músculos da 
coxa, que são mais desenvolvidos que os 
músculos da região glútea. 
A administração subcutânea consiste na injeção 
de pequeno volume (<2 ml) de solução ou 
suspensão aquosa no tecido intersticial frouxo, 
abaixo da pele no braço, antebraço, coxa, abdome 
ou região glútea. O local da injeção deve ser 
variado quando houver necessidade de aplicações 
frequentes. A via subcutânea proporciona efeito 
mais sustentado para as drogas hidrossolúveis. 
Não se deve confundir a administração 
subcutânea com a administração intradérmica; 
nesta última, se utiliza um pequeno volume (~1ml) 
de produtos para diagnóstico, dessensibilização 
ou imunizantes na camada dérmica vascular da 
pele. 
Usualmente, as injeções intramusculares 
produzem início de efeito mais rápido do que as 
subcutâneas. 
Farmacologia 
TAMMI RÁISLA 
Os fatores mais importantes que devem ser 
considerados quando se usa a via parenteral são: 
a) local de injeção; 
b) volume da injeção; 
c) tamanho e tipo da agulha; 
d) efeito terapêutico desejado; 
e) domínio da técnica da injeção. 
Os mais frequentes efeitos adversos da 
administração parenteral são: 
a) dor no local da injeção; 
b) extravasamento, infiltração e flebite após a 
injeção intravenosa; 
c) sangramento ou lesão de nervo periférico 
devido a técnica inadequada da injeção 
intramuscular. 
Existem diversos dispositivos mecânicos para 
infusão e implantação, destinados ao controle de 
administração continuada através das vias 
subcutânea, intramuscular, intravenosa e 
intraperitoneal. Esses dispositivos são 
representados principalmente por controladores 
por fluxo de gravidade ou bombas peristálticas 
rotatórias ou lineares. Outros dispositivos incluem 
bombas, seringas motorizadas, sistemas em 
cassete e reservatórios elastoméricos. Esses 
dispositivos têm sido usados principalmente no 
tratamento de pacientes ambulatoriais com 
diabete dependente de insulina. O uso de bombas 
implantáveis tomou-se comum na administração 
de infusões subcutâneas e intra-arteriais. Essas 
bombas reduzem os riscos de infecção, interferem 
pouco nas atividades do paciente e permitem o 
fornecimento de maior número de drogas que 
visam a um alvo tissular específico. 
Alguns fatores relacionados com a administração 
de drogas com esses dispositivos devem ser 
considerados: 
a) estabilidade física e química da droga; 
b) facilidade de uso do dispositivo pelo paciente; 
c) orientação do paciente para assegurar o 
manuseio seguro e eficaz do dispositivo 
Vias de Administração Tópica e 
Transdérmica 
Excetuando-se as drogas usadas pelos seus 
efeitos tópicos superficiais (óxido de zinco, 
enxofre, por exemplo), as drogas aplicadas sobre 
a pele devem penetrar a camada apropriada da 
pele para produzir os efeitos terapêuticos 
desejados. Das três principais camadas da pele 
(estrato córneo, epiderme e derme), a barreira 
principal à absorção de drogas é o estrato córneo, 
que é uma camada externa densa e queratinizada. 
Os alvos para as drogas aplicadas à pele pelos 
seus efeitos locais são a superfície da pele, o 
estrato córneo, a epiderme viável, a derme e os 
anexos, isto é, unhas, glândulas sudoríparas e 
sebáceas e folículos pilosos. A presença de uma 
rede vascular eficiente na derme permite que as 
drogas que atravessam o estrato córneo e a 
epiderme sejam prontamente absorvidas, 
produzindo efeitos sistêmicos. 
Quando se aplicavam topicamente pomadas com 
nitroglicerina, a absorção sistêmica da droga era 
imprevisível, devido à variação da permeabilidade 
da pele, posologia imprecisa e administração 
inadequada da droga. Os modernos sistemas de 
administração transdérmica resolveram os 
problemas supracitados com dispositivos 
adequados, através do controle de taxa de 
liberação da droga na superfície da pele. Com 
esses sistemas, a biodisponibilidade da droga se 
toma independente da taxa em que a droga 
atravessa a pele e atinge a circulação geral. 
Admitindo-se que a droga é absorvida em 
quantidade suficiente, a administração 
transdérmica de drogas oferece as seguintes 
vantagens: 
a) evitam-se os inconvenientes e riscos da via 
intravenosa; 
b) elimina-se a variável biodisponibilidade 
observada após terapia oral; 
c) as drogas que possuem índices terapêuticosestreitos ou meias-vidas curtas podem ser 
administradas com segurança e durante 
períodos prolongados; 
d) os efeitos colaterais e a frequência posológica 
são reduzidos; 
e) a obediência ao regime terapêutico por parte 
do paciente é melhorada; 
f) o término rápido do efeito da droga é possível, 
simplesmente com a remoção do dispositivo 
de administração (emplastro). 
As preparações tópicas, em oposição aos 
sistemas de administração transdérmica, são 
usadas primariamente pelos seus efeitos locais e 
usualmente podem encerrar os seguintes 
componentes, além da droga ativa: preservativo, 
tampão, cossolvente, agente emulsificante, 
agentes que aumentam a viscosidade e a 
penetração e/ou propelentes. 
Os sistemas de administração transdérmica são 
usados exclusivamente para a produção de efeitos 
Farmacologia 
TAMMI RÁISLA 
sistêmicos. São multifásicos e têm, usualmente, a 
forma de emplastros adesivos. Classificam-se em 
quatro tipos: 
1. Sistemas modulados por membranas, que 
consistem em quatro camadas. Uma 
membrana polimérica que controla a taxa de 
permeabilidade definida à droga é recoberta 
por um polímero para manter contato com a 
pele. Tais sistemas de administração 
transdérmica devem conter uma dose primária 
que rapidamente alcança concentrações 
terapêuticas plasmáticas, enquanto a 
membrana controla a disponibilidade da dose 
de manutenção proveniente do reservatório; 
2. Sistemas controlados pela difusão e adesão, 
formados por um dispositivo simplificado de 
três camadas, no qual a droga é absorvida e 
dissolvida em uma base polimérica, insolúvel 
em água, que funciona como reservatório e 
elemento de controle de liberação da droga; 
3. Sistemas de matrizes de difusão que contêm a 
droga homogeneamente dispersa em uma 
matriz de superfície e espessura controladas; 
4. Sistemas de microrreservatório que utilizam 
uma combinação de abordagens de 
reservatório e de dispersão em matriz. 
Com exceção das extremidades, abaixo do joelho 
ou do cotovelo, os sistemas de administração 
transdérmica de drogas para a circulação 
sistêmica podem ser aplicados a qualquer região 
limpa, seca e sem pelos. 
A estrutura heterogênea em muitas camadas da 
pele representa uma barreira difusional complexa 
ao transporte de drogas, seja através da pele, seja 
através de folículos pilosos ou glândulas 
sudoríparas que atuam como shunts ou 
derivações. Desse modo, a absorção de drogas 
através da pele intata pode ocorrer através de uma 
via transdérmica, permitindo que as drogas 
penetrem por difusão intercelular ou/e intracelular, 
através das células do estrato córneo e também 
através dos anexos (transfolicular), onde as 
drogas penetram por difusão pelos folículos 
pilosos, na secreção das glândulas sebáceas e 
sudoríparas. 
A taxa de liberação do sistema de administração 
transdérmica permanece constante enquanto se 
mantém o gradiente de difusão entre o sistema e 
a pele. A difusão da droga é iniciada logo que se 
aplica o sistema à pele. Após saturação dos locais 
de ligação constante da droga, estabelecem-se 
concentrações plasmáticas terapeuticamente 
ativas. Após a remoção do emplastro 
transdérmico, as concentrações plasmáticas 
decrescem em taxa determinada pela meia-vida 
da droga. 
Iontoforese: é uma técnica não invasiva em que 
agentes ionizados são administrados na pele com 
o uso de uma corrente elétrica para aumentar a 
absorção desses componentes, pode promover o 
transporte de pequenas e grandes moléculas para 
a circulação geral, tais como hormônio liberador 
da tireotropina, vasopressina, insulina e leuprolida. 
A eficácia da iontoforese depende de intensidade 
da corrente, força iônica, tipo de tampão, duração 
de aplicação da corrente e uso de corrente 
contínua ou pulsátil. 
Fonoforese: habilidade do ultrassom em 
incrementar a penetração de agentes 
farmacológicos ativos através da pele. Trata-se de 
uma eficiente alternativa de transporte de 
substâncias além da utilização medicamentosa via 
oral, ou injeções intradérmicas. Sugere-se que a 
fonoforese aumenta a penetração cutânea porque 
induz alterações térmicas, mecânicas e químicas 
dos tecidos biológicos. 
Via Respiratória 
A administração de drogas por inalação 
representa uma modalidade conveniente de 
introduzir medicamentos diretamente na árvore 
respiratória para o tratamento de doenças 
broncopulmonares. A via inalatória também é 
usada em anestesiologia quando se empregam 
anestésicos gerais gasosos. A administração de 
drogas por essa via pode visar à atividade local ou 
sistêmica. 
As principais vantagens da via inalatória são: 
a) administração localizada de pequenas doses 
da droga e para início rápido de ação. 
b) redução de efeitos adversos sistêmicos. Para 
atingir-se efeito terapêutico adequado é 
necessário que o paciente seja orientado 
sobre a doença, tratamento, dispositivos e 
técnicas de inalação. 
A eficácia de um aerossol terapêutico depende de: 
a) distribuição das partículas depositadas na 
árvore respiratória; 
b) patologia pulmonar; 
c) taxa do clearance mucociliar e alveolar das 
partículas depositadas; 
d) amplitude de metabolismo da droga pelos 
pulmões. 
Farmacologia 
TAMMI RÁISLA 
A eficácia da terapêutica respiratória 
tópica/inalatória depende fundamentalmente do 
tamanho das partículas, líquidas ou sólidas, que, 
dispersas em meio gasoso, irão atingir a superfície 
respiratória. O tamanho ideal das partículas situa-
se entre 2 e 5µm, ocorrendo boa dispersão e 
adequada deposição da droga nas vias 
respiratórias. 
Os dispositivos usados na terapia inalatória são: 
nebulizadores, inaladores pressurizados 
dosimetrados (sprays, bombinhas) e inaladores de 
pó seco (Inhaler, Rothaler, Turbohaler). 
Em situações de emergência, tais como parada 
cardiorrespiratória, choque e mal convulsivo, o 
estabelecimento de um acesso vascular imediato 
pode ser necessário. Quando não se consegue 
esse acesso (venoso central ou periférico ou 
intraósseo), podem-se administrar, 
excepcionalmente, determinadas drogas pelo tubo 
endotraqueal, habitualmente utilizado para 
suporte ventilatório. Por essa via endotraqueal, 
podem ser administradas, por exemplo, 
adrenalina, atropina, lidocaína e naloxona. As 
doses aplicadas por essa via são maiores do que 
aquelas usadas por outras vias parenterais. As 
medicações empregadas por via endotraqueal 
devem ser colocadas diretamente na árvore 
traqueobrônquica. As drogas em geral são 
diluídas em 3 a 5 ml de soro fisiológico ou então 
colocadas num cateter fino que ultrapassa a parte 
distai do tubo. Depois da colocação da droga., faz-
se flush de 3 a 5 ml de solução salina, seguido de 
várias ventilações. O bicarbonato de sódio não 
pode ser administrado por essa via. 
Via Intranasal 
As drogas administradas pela via intranasal são 
principalmente utilizadas por causa dos seus 
efeitos locais. Entretanto, algumas drogas, que 
apresentam elevado efeito de metabolismo 
hepático de primeira passagem ou que são 
instáveis no trato gastrointestinal, têm sido 
utilizadas para provocar efeitos sistêmicos, 
através dessa via. 
As preparações de uso nasal são, em geral, 
soluções isotônicas, tamponadas (pH 5,5-6,5), 
aquosas, que encerram um estabilizador e/ou um 
preservativo. Essas preparações são aplicadas 
sob a forma de gotas ou spray. 
A cavidade nasal é muito vascularizada. Em 
decorrência disso, muitas drogas, tais como 
betabloqueadores, esteroides, proteínas como 
insulina, interferon, vasopressina, ocitocina, 
cocaína, são absorvidas a partir da mucosa nasal 
e atingem a circulação geral. 
Pode ocorrer congestão de rebote (edema crônico 
da mucosa nasal) em pacientes que usam 
descongestionantes nasais acima das doses 
recomendadas, durante mais de 3 a 4 dias. 
Administração na Orelha 
A orelha humana consiste em três regiões 
anatômicas distintas: orelhas externa,média e 
interna. 
As drogas instiladas no canal da orelha externa 
através de aplicação direta são usadas quase 
exclusivamente para efeitos locais. Os agentes 
usualmente empregados são antibióticos, anti-
inflamatórios e anestésicos. 
Para as afecções que atingem a orelha média, é 
necessária a aplicação de drogas de ação 
sistêmica. 
Via Intratecal ou Subaracnóidea 
O espaço subaracnóideo é delimitado 
externamente pela membrana aracnóidea, 
delicada, avascular, em contato íntimo com a 
dura-máter e, internamente, pela pia-máter. Esse 
espaço é atravessado por trabéculas finas e pelos 
nervos espinhais, e banhado pelo líquido 
cefalorraquidiano (LCR). Seu limite inferior é o 
término do saco dural, no segundo nível vertebral 
sacro, e superiormente se comunica com o LCR 
nas cavidades cranianas e ventriculares. 
A punção lombar pode ser realizada com o 
paciente em decúbito lateral ou sentado. A 
referência anatômica mais importante são as 
cristas ilíacas, que podem ser identificadas pela 
palpação. A linha que interliga as cristas cruza o 
processo espinhoso da quarta vértebra lombar 
(L4) ou o espaço entre L4 e L5. Comumente, são 
usados para punções os espaços L2-L3, L3-L4 e 
L4-L5; níveis mais altos são evitados pelo risco de 
lesar a medula espinhal, que termina em torno de 
LI, Ll-L2 ou no corpo de L2. 
Exemplos de drogas que podem ser administradas 
pela via intratecal incluem: metotrexato, para 
eliminar células malignas situadas no sistema 
nervoso central, anestésicos locais (como 
bupivacaína), opiáceos (morfina). 
Farmacologia 
TAMMI RÁISLA 
Via Peridural ou Epidural ou 
Extradural 
A via peridural é usada para administração de 
anestésicos locais e analgésicos (morfina). 
O espaço peridural está situado entre a dura-
máter anteriormente e as paredes ósseas e 
ligamentosas do canal espinhal posteriormente. É 
um espaço virtual, preenchido por tecido 
gorduroso, conjuntivo frouxo e o plexo de veias 
vertebrais internas que se dispõem em dois canais 
paramedianos, estendendo-se pelo comprimento 
do espaço peridural do crânio ao sacro. 
Pode-se realizar uma punção peridural em 
qualquer segmento da coluna, mas a região 
cervical não é habitualmente usada. Os bloqueios 
pendurais são feitos ao nível da coluna torácica e 
lombar (mais frequente) ou através do hiato 
sacrococcígeo. Para a identificação desse espaço 
são utilizadas duas técnicas: 
a) Técnica da gota pendente - coloca-se uma 
gota da solução do anestésico local no canhão 
da agulha específica (agulha de Touhy ou de 
Weiss), que é introduzida lentamente até que 
a gota seja aspirada para dentro, indicando 
que o bisel penetrou no espaço peridural. 
b) Técnica da perda de resistência - utiliza-se 
uma seringa de vidro com o cilindro lubrificado 
com um pequeno volume da solução 
anestésica, de modo que o êmbolo se mova 
livremente. A seringa, com cerca de 3 ml de ar, 
é conectada firmemente ao canhão da agulha. 
Pressionando-se continuamente o êmbolo, 
continua-se introduzindo a agulha até que haja 
perda súbita de resistência à injeção do ar, o 
que indica que o bisel da agulha penetrou no 
espaço peridural. 
Via Vaginal 
O epitélio da vagina é permeável a muitos 
derivados orgânicos e inorgânicos. De modo geral, 
as drogas são administradas por via vaginal por 
causa dos seus efeitos locais. A via vaginal não é 
adequada para administração de drogas com a 
finalidade de efeitos sistêmicos. Essa dificuldade 
se deve às influências do ciclo menstrual sobre o 
tecido vaginal e também por causa da composição 
e do volume das secreções vaginais. 
As formas farmacêuticas que podem ser usadas 
por via vaginal são óvulos semissólidos, 
comprimidos vaginais, pomadas, géis, cremes, 
líquidos e comprimidos espumantes. 
Usualmente, é necessário o uso de aplicadores 
vaginais para a inserção das drogas. Após 
inserção, as preparações vaginais amolecem, 
fundem-se ou dissolvem-se e espalham-se sobre 
a superfície vaginal para produzir um efeito local. 
Pode ocorrer absorção sistêmica de drogas após 
a administração vaginal. As pacientes devem ser 
orientadas quanto à técnica de administração, 
possíveis efeitos adversos e importância da 
obediência ao regime terapêutico. 
Administração Intrauterina 
O DIU (dispositivo intrauterino) libera baixas doses 
de anticoncepcionais em taxa controlada, 
diretamente ao endométrio. Com essa via, podem 
ser evitados os efeitos adversos sistêmicos dos 
esteroides sistêmicos. Dois exemplos de DIU 
extensamente estudados foram o Progestasert e o 
Cu-7. 
A principal desvantagem do DIU é o aparecimento 
de numerosos efeitos adversos. Esse método é 
contraindicado em pacientes com história de 
doença pélvica inflamatória, aborto espontâneo, 
sangramento genital, doença venérea, gravidez 
ectópica prévia ou outras anormalidades uterinas. 
A principal razão de uso dos DIUs que transportam 
drogas (há DIUs sem drogas) é administrar uma 
baixa dose de droga, diretamente ao órgão-alvo, 
reduzindo assim a absorção sistêmica da droga. A 
progesterona é absorvida rapidamente pelo 
endométrio a fim de produzir efeitos sistêmicos. 
Entretanto, a falta de estabilidade estrutural do 
útero, devido às suas dinâmicas alterações 
durante o ciclo menstrual, pode provocar 
expulsão, sangramento uterino, infecção, 
perfuração e dor. 
Vias Uretral e Peniana 
Estas vias podem ser utilizadas no tratamento da 
disfunção erétil. 
A via peniana consiste na administração 
intracavernosa de papaverina, fenoxibenzamina, 
fentolamina e prostaglandina PGEI. 
A prostaglandina PGE1 pode também ser usada 
em forma de gel, pela via endouretral. 
 
 
Farmacologia 
TAMMI RÁISLA 
Administração Oftálmica 
As drogas são aplicadas no olho, em geral 
diretamente, sob a forma de gotas (colírios) ou 
pomada. 
Usam-se injeções oculares quando: 
1. droga é ineficaz para atingir o sítio intraocular 
desejado após administração local; 
2. quando não é possível obter-se concentração 
terapêutica de droga na parte posterior do 
olho, após aplicação direta. 
Usam-se injeções subconjuntivais no tratamento 
emergencial de infecções agudas do olho anterior. 
Pode-se usar uma injeção retrobulbar para 
tratamento de lesão do nervo óptico ou anestesia 
em cirurgia. 
Pode-se empregar um sistema de liberação 
controlada de pilocarpina no olho, especialmente 
no tratamento do glaucoma. O dispositivo flexível 
(Ocusert) do tipo liberação difusional é colocado 
sob a pálpebra inferior e fornece a droga 
intermitentemente durante uma semana, em taxa 
constante. 
A córnea é uma barreira biológica formada por um 
espesso estroma aquoso, situado entre as 
camadas lipídicas epiteliais e endoteliais. 
Consequentemente, apenas as drogas que sejam 
hidrofílicas e lipofílicas são capazes de atravessar 
a córnea, da câmara externa para a câmara 
anterior do olho, por difusão passiva. As 
propriedades do sistema de administração 
também influem na penetração corneana. 
Via Intraóssea 
Esta via é usada quando outras vias são difíceis, 
sobretudo em crianças abaixo de 6 anos e 
eventualmente em outras faixas etárias, para a 
administração de todas as drogas (exceto 
bicarbonato), líquidos e sangue. 
Os locais dessa aplicação são: terço proximal da 
tíbia, preferencialmente, ou terço distai do fêmur. 
A via intraóssea pode ser obtida em 30 a 60 
segundos. É empregada em situações 
emergenciais, quando não se consegue acesso às 
veias periféricas, tais como no choque e na parada 
cardiorrespiratória. 
Podem ser administrados por essa via: 
catecolaminas, cálcio, antibióticos, digitálicos, 
heparina, lidocaína, bloqueadores 
neuromusculares, soluções de cristaloides, 
coloides e sangue. 
Via Intracardíaca 
Esta via é raramente usada, em emergência, para 
estimular o coração com solução de adrenalina 
1:10.000.Farmacologia 
TAMMI RÁISLA 
Referência 
Silva, Penildon, 1921- Farmacologia I Penildon 
Silva. - 8.ed.- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2010. il. Cap. 6.

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