Buscar

Princípios da Cirurgia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Marciely Inaiara 
Princípios
 
Desenvolvendo um diagnóstico cirúrgico 
A decisão de realizar a cirurgia deve ser o resultado de 
várias etapas do diagnóstico. 
1. Identificar sinais e sintomas; 
2. Informação histórica relevante; 
3. Usando dados científicos do paciente, e 
raciocínio lógico com base em experiências, o 
cirurgião-dentista estabelece o relacionamento 
entre os problemas específicos. 
AVALIAÇÃO PRÉ-CIRURGICA: 
É a coleta de dados pertinentes e precisos. 
Essa etapa é realizada por meio de entrevistas com o 
paciente; exames de imagem, laboratoriais e físicos. 
Também inclui o uso de consultores, quando 
necessário. Entrevistas com o paciente e exames 
físicos devem ser realizados sem pressa e de forma 
atenciosa. O cirurgião-dentista não deve aceitar dados 
incompletos, tal como radiografia de baixa qualidade, 
especialmente quando é provável que dados adicionais 
possam alterar decisões relacionadas à cirurgia. 
Necessidades básicas para cirurgia 
Existem algumas necessidades básicas requeridas para 
a cirurgia oral. Os dois principais são: 
VISIBILIDADE ADEQUADA: 
 Acesso adequado: Capacidade do paciente para 
abrir a boca amplamente, exposição criada 
cirurgicamente (retração dos tecidos/ criação de 
retalhos. 
 Luz adequada: A fonte de luz deve ser 
reposicionada continuamente, ou o cirurgião-
dentista ou o assistente devem evitar obstruir a luz, 
usar mais de uma luz suspensa, ou usar luz frontal, 
acoplada a cabeça do cirurgião-dentista. 
 
 
 
 Campo cirúrgico livre de excesso de sangue e 
outros flúidos: Aspirador cirúrgico de alto 
desempenho com uma ponta de sucção 
relativamente pequena pode rapidamente remover 
o sangue e outros fluidos do campo. 
ACESSORAMENTO: 
 Um assistente treinado corretamente oferece 
ajuda inestimável durante a cirurgia oral. O 
assistente deve estar suficientemente familiarizado 
com os procedimentos realizados para antecipar a 
necessidade do cirurgião-dentista. A realização de 
uma boa cirurgia é extremamente difícil sem ou 
com um assistente ruim. 
Técnica asséptica 
A técnica asséptica inclui minimizar a contaminação do 
corte através de micróbios patogênicos. 
▪ ASSEPSIA MÉDICA : é a tentativa de manter os 
pacientes, a equipe de cuidados de saúde, e os 
objetos o mais livre possível de agentes que 
causem infecção. 
▪ ASSEPSIA CIRÚRGICA : é a tentativa de impedir que 
os micróbios tenham acesso a feridas criadas 
cirurgicamente. 
▪ ANTISSÉPTICO : Substância que impede a 
multiplicação de organismos capazes de causar 
infecções. São aplicados em tecidos vivos; 
▪ DESINFETANTES : Possuem a mesma ação dos 
antissépticos, mas são projetados para uso em 
objetos inanimados. 
 
Métodos Gerais de Redução do Número de 
Organismos Viáveis de uma Superfície 
Físico • Calor 
• Deslocamento 
mecânico 
• Radiação 
 
 
Marciely Inaiara 
Químico • Antissépticos 
• Desinfetantes 
• Gás óxido de etileno 
 
As bactérias, vírus, parasitas, micobactérias, e os fungos 
têm capacidade variável para resistir a agentes químicos 
ou físicos. Os micro-organismos mais resistentes à 
eliminação são os esporos bacterianos. 
Portanto, em geral, qualquer método de esterilização 
ou desinfecção que mata endosporos também é 
capaz de eliminar as bactérias, vírus, fungos, 
micobactérias, e parasitas. Este conceito é usado no 
controle do sucesso de técnicas de desinfecção e 
esterilização. 
 
Incisões 
Princípios básicos 
 Utilizar lâmina afiada de tamanho apropriado, 
permite que as incisões sejam feitas de forma 
limpa, sem dano desnecessário causado por golpes 
repetidos. A proporção na qual a lâmina embota 
depende da resistência dos tecidos que ela corta. 
 
EMBOTAMENTO DA LÂMINA : Quer dizer que a 
lâmina perdeu o corte; O osso e os tecidos 
ligamentares 
embotam as lâminas mais rápido que a mucosa oral. 
O CIRURGIÃO-DENTISTA DEVE TROCAR A LÂMINA 
SEMPRE QUE O B ISTURI NÃO ESTIVER FAZENDO 
A INCISÃO FACILMENTE . 
 
 Um golpe firme e contínuo deve ser usado ao 
fazer uma incisão. Golpes repetidos e 
experimentais aumentam a quantidade de tecidos 
danificados em um corte e quantidade de 
sangramento, impedindo assim a cicatrização e a 
visibilidade do corte. Golpes longos e contínuos são 
preferíveis. 
 O terceiro princípio é que o cirurgião-dentista deve 
cuidadosamente evitar cortar estruturas vitais ao 
fazer uma incisão; 
 Incisões em superfícies epiteliais, que o cirurgião-
dentista planeja reaproximar, devem ser feitas com 
a lâmina em posição perpendicular à superfície 
epitelial. Este ângulo produz bordas quadradas no 
corte, que são mais fáceis de reorientar 
propriamente durante a sutura, e é menos 
suscetível a necrose nas bordas do corte como 
resultado da isquemia das mesmas; 
 
 Incisões em gengivas inseridas e sobre ossos 
saudáveis são mais desejáveis que aquelas em 
gengivas não inseridas, e ossos doentes e 
ausentes; 
 Incisões aplicadas próximo ao dente a ser extraído 
devem ser feitas no sulco gengiva. 
Planejamento do retalho 
Retalhos cirúrgicos são feitos para conseguir acesso 
cirúrgico a uma área ou para mover o tecido de um 
local para outro. 
Princípios básicos para evitar 
complicações 
Prevenção de necrose no retalho 
 A ponta do retalho nunca deve ser maior que a 
base, a não ser que a artéria principal esteja 
presente na base. Devem ter lados paralelos um ao 
1. A lâmina deve segurada formando um ângulo 
de 90° com o tecido 
2. O corte feito em um movimento único 
3. A lamina deve entrar no tecido “em pé” e sair 
“em pé” 
4. O ângulo de corte deve ser reto para 
favorecer a cicatrização. 
 
 
 
Marciely Inaiara 
outro ou, preferencialmente, convergir movendo 
da base para o cume do retalho. 
 O comprimento do retalho deve ser de até 2 vezes 
a largura da base. Preferencialmente, a largura da 
base deve ser maior que o comprimento do 
retalho. 
 Quando possível, um fornecimento de sangue axial 
deve ser incluído na base do retalho. 
 A base dos retalhos não deve ser excessivamente 
torcida, esticada ou apertada com qualquer coisa 
que possa danificar os vasos, pois essas manobras 
podem comprometer a alimentação de suprimento 
de sangue e drenar o retalho. 
 
 
 
 
Prevenção da deiscência do retalho 
A deiscência é prevenida pela aproximação das bordas 
do retalho sobre o osso saudável, ao manusear 
gentilmente as bordas do retalho, e não calocando-o 
sobre pressão. Não deverá ser necessário usar força 
para unir os tecidos enquanto se sutura um corte. A 
deiscência expõe o osso subjacente e outros tecidos, 
produzindo dor, perda óssea e aumento da cicatriz. 
Prevenção de dilaceração do retalho 
A dilaceração é um acidente causado pela tentativa de 
realizar um procedimento usando um retalho que 
oferece acesso insuficiente. Isso faz com que o 
profissional aplique força excessiva no tecido que 
pode vir a se romper. 
Para prevenir é utilizada medidas como incisões de 
liberação (relaxantes) em retalhos do tipo envelope, 
por exemplo, Para aumentar o acesso cirúrgico. 
 
Manipulação do tecido 
 Não puxar, esmagar ou retrair os tecidos 
excessivamente; 
 Proteger do calor da fricção ou trauma direto do 
equipamento de perfuração; 
 Umedecer os tecidos ou cobrir com gaze úmida 
caso não esteja trabalhando nele naquele 
momento; 
 Somente substâncias fisiológicas devem entrar em 
contato com o tecido vivo. 
Hemostasia 
Prevenção de perda excessiva de sangue durante a 
cirurgia é importante para preservar a capacidade de 
armazenar oxigênio do paciente. 
O excesso de sangue no local diminui a visibilidade por 
isso é importante manter um campo cirúrgico 
completamente seco, particularmente nas regiões 
bem vascularizadas oral e maxilofacial. 
Meios para promover hemostasia do corte 
 Auxiliando mecanismos hemostáticos naturais: 
Geralmente realizado utilizando uma esponja de 
tecido para colocar pressão nos vasos que estãosangrando ou colocando um hemostático em um 
vaso; 
 Uso do calor: O calor é geralmente aplicado por 
uma corrente elétrica que o cirurgião-dentista 
concentra no vaso em sangramento; 
 Ligadura: O calor é geralmente aplicado por uma 
corrente elétrica que o cirurgião-dentista concentra 
no vaso em sangramento. 
 Substancias de vasoconstrição: Epinefrina (7 
minutos antes da cirurgia começar) ou pró-
coagulantes. 
Descontaminação e debridamento 
 
Marciely Inaiara 
Para a DESCONTAMINAÇÃO utiliza-se soro fisiológico 
esterilizado ou água destilada para irrigar repetidamente 
o corte durante a cirurgia e o fechamento. A irrigação 
pode ser feita forçando grandes volumes de fluido 
sobre pressão no corte. 
DEBRIDAMENTO do corte é a remoção cuidadosa de 
tecido severamente isquêmico e necrosado, e material 
externo do tecido lesado que impediria o corte de 
cicatrizar. Em geral, o debridamento é usado somente 
durante tratamento de cortes ocorridas 
traumaticamente ou para dano severo no tecido 
causado por uma condição patológica. 
Controle do edema 
LESÃO TECIDUAL → EDEMA 
Duas variáveis ajudam a determinar o grau de edema 
pós-cirúrgico: 
1. Quanto maior a quantidade de lesão tecidual maior 
a quantidade de edema; 
2. Quanto mais solto o tecido conjuntivo contido na 
região lesionada, maior o edema. Por exemplo, a 
gengiva inserida tem pouco tecido conjuntivo 
frouxo, e por isso apresenta menor tendência para 
edema; no entanto, os lábios e o soalho da boca 
contêm uma grande quantidade de tecido 
conjuntivo frouxo e podem edemaziar 
significativamente. 
 
Formas de controlar o edema 
 Realizar a cirurgia de modo a minimizar lesões 
no tecido; 
 Alguns acreditam que aplicação de gelo em 
uma área recém-ferida reduz a vascularidade 
e assim diminui a transudação e o edema; 
 Posicionamento do paciente no período pós-
operatório inicial. O paciente deve tentar 
manter cabeça elevada acima do resto do 
corpo durante os primeiros dias pós-
operatórios. 
 Corticóides também podem ser usados no 
controle do edema, se administrados antes que 
o tecido seja lesionado; 
Estado geral da saúde e cicatr ização de 
fer idas do paciente 
 
 
Inúmeras condições médicas prejudicam a capacidade 
do paciente de resistir a infecções e cicatrizar cortes . 
Isto inclui condições que estabelecem um estado 
catabólico de metabolismo que impede entrega de 
oxigênio ou nutrientes aos tecidos, ou que requerem 
administração de drogas ou agentes físicos que 
interferem com células imunológicas ou cicatrização de 
cortes. 
Exemplos de doenças que induzem um estado 
metabólico catabólico e dificultam a cicatrização: 
 Tipo I de diabetes melito mal controlada; 
 Doença hepática ou renal em estágio final; 
 Doenças malignas. 
Exemplos de condições que interferem na entrega de 
oxigênio ou nutrientes a tecidos lesionados dificultando 
a cicatrização: 
 Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) grave; 
 Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) 
descompensada; 
 Toxicodependências tais como alcoolismo. 
Exemplos de doenças que requerem a administração 
de medicamentos que interferem nas defesas do 
organismo: 
 Doenças autoimunes para as quais é dada uma 
terapia de corticosteroides a longo prazo; 
 Malignidades para as quais são usados agentes 
citotóxicos e irradiação. 
C
ic
at
riz
aç
ão
Capacidade do paciente de resistir a 
infecções:
Capacidade de fornecer nutrientes 
essenciais para usar como materiais de 
construção;
Capacidade de executar processos 
celulares reparadores.
 
Marciely Inaiara 
O cirurgião-dentista pode ajudar a aumentar as chances 
do paciente de ter uma cicatrização normal de um 
corte cirúrgico eletivo ao avaliar e melhorar o estado 
geral de saúde do paciente antes da cirurgia. Para 
pacientes malnutridos, inclui melhorar o estado 
nutricional para que este tenha um equilíbrio positivo de 
nitrogênio e estado metabólico anabólico. 
 
 
Fonte: Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea 
(HUPP)