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1 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS Instituto Biomédico– IB Disciplina: Ambiente e Saúde Profª Drª Mariana Belo Profª Drª Bianca Marins Aluno: Mariana Abrahão Barreiro Alvarez Curso: Biomedicina E-mail institucional: mariana.abrahao@edu.unirio.br Trabalhos referentes às semanas 7, 8, 9 e 11. mailto:mariana.abrahao@edu.unirio.br 2 SUMÁRIO 1. Biossegurança no Brasil (Semana 7) → Páginas 1 a 6. 2. Agenda 2030 da ONU e sua influência no Brasil (Semana 8) → Páginas 7 a 10. 3. Poluição atmosférica no Brasil (Semana 9) → Páginas 11 a 14. 4. Rejeitos ambientais no Brasil e o desastre de Mariana (Semana 11) → Páginas 15 a 18. 3 Biossegurança no Brasil 1 Fonte: G1. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/10/21/bolsonaro-inaugura- linha-de-pesquisa-do-sirius-e-ministro-projeta-laboratorio-de-biosseguranca-4-em-campinas.ghtml Biossegurança pode ser definida como um conjunto de ações que tem como objetivo a prevenção e/ou a minimização de riscos biológicos em relação às diversas atividades como: pesquisas, ensino, desenvolvimento tecnológico, produção, entre outras, nas quais é necessário o controle de segurança através de técnicas e procedimentos a fim de evitar riscos de infecção de patógenos e/ou organismo geneticamente modificados, assim como o sua liberação no ambiente (TEIXEIRA, et. al, 1996). Além disso, biossegurança pode ser entendida também como a prevenção de acidentes através de medidas https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/10/21/bolsonaro-inaugura-linha-de-pesquisa-do-sirius-e-ministro-projeta-laboratorio-de-biosseguranca-4-em-campinas.ghtml https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/10/21/bolsonaro-inaugura-linha-de-pesquisa-do-sirius-e-ministro-projeta-laboratorio-de-biosseguranca-4-em-campinas.ghtml 4 educacionais, comportamentais, técnicas, administrativas, médicas e psicológicas (COSTA, 1996). A biossegurança analisa os riscos dos quais os profissionais de saúde e de laboratórios, por exemplo, se expõem durante as suas atividades no seu determinado local de trabalho. Há diversos níveis de riscos de biossegurança, que dependem das normas e procedimentos adotados, ou dos agentes biológicos que estão sendo estudados/manipulados, ou até mesmo da infraestrutura do ambiente (BRASIL, 2006). Há quatro níveis de biossegurança quando se fala de laboratórios. Esses níveis são definidos em ordem crescente equivalente ao grau de proteção e segurança do qual aquele ambiente proporciona os pesquisadores e colaboradores, além do meio ambiente e a comunidade entorno. De acordo com o Fiocruz, o nível 1 de biossegurança é aquela contenção que se aplica nos laboratórios de ensino básico, onde os organismos estudados e manipulados são pertencentes à classe de risco 1 e dessa forma não é requisitada nenhum desenho além de um planejamento espacial que seja funcional e a adoção de práticas laboratoriais bem desempenhadas. O nível 2 de biossegurança é aquele onde são manipulados microrganismos classe 2 de risco e geralmente são laboratórios hospitalares ou clínicos onde são realizados testes para o primeiro diagnóstico, nos quais além de práticas laboratoriais bem desempenhadas, são necessárias barreiras físicas primárias, como cabine de segurança biológica, uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e secundárias como desenho e organização do ambiente laboratorial. O nível 3 é aquele onde são trabalhados os microrganismos de classe 3 de risco ou para o trabalho com altas concentrações de microrganismos. Nesse nível, é imprescindível os elementos já requisitados no nível 2, além de desenho, construção especiais no laboratório, constante controle rígido quanto a inspeção e manutenção de equipamentos e instalações do laboratório e treinamento técnico específico sobre procedimentos e segurança para profissionais ficam responsáveis pela manipulação desses microrganismos. O nível 4 de biossegurança, também chamado de laboratório de contenção máxima, é destinado a microrganismos 5 de classe de risco 4. Nesse mais alto nível de contenção é requisitado uma unidade geográfica que seja funcionalmente independente de outras áreas, barreiras de contenção, procedimentos especiais de segurança, instalações, desenhos laboratoriais, equipamentos de proteção individual, além de todos os outros requisitos físicos e operacionais referentes aos níveis 1,2 e 3 (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 1999). No Brasil, há uma Lei de nº 11.105/2005 que veio regulamentar alguns incisos como o II, IIV E V do parágrafo 1º do artigo 225 da Constituição Federal, além de estabelecer normas e procedimento de segurança e fiscalização constate de atividades envolvendo patógenos e organismos geneticamente modificados. Essa Lei também criou o Conselho Nacional de biossegurança e reinstituiu a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (FROTA, 2010). No Brasil, há inúmeros laboratórios sendo todos eles até o nível 3 de biossegurança, no entanto, esse cenário está para mudar. De acordo com reportagem feita pelo G1 (2020), o Presidente da República do Brasil Jair Bolsonaro projetou a possibilidade da cidade de Campinas (São Paulo) e regiões próximas se tornarem um “Vale do Silício da Biotecnologia”, uma vez que um dos ministros de seu governo, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, contratou e anunciou o primeiro laboratório e biossegurança nível 4, sendo localizado nessa região. Dessa forma, o Brasil avança, cada vez mais, em ciência, tecnologia e inovações, o que interfere positivamente no ambiente e na sociedade brasileira. Referências Bibliográficas ALBUQUERQUE, Marli Brito Moreira. Biossegurança, uma visão da história da ciência. Biotecnologia & Desenvolvimento, v.3, n.18, p. 42-45, 2001. 6 BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com Agentes Biológicos. Editora MS, 2ª Ed., Brasília, 2006. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/contencaocomagentesbiologic os.pdf Acesso em: 20 Nov 2020 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION- CDC. Biosafety in microbiological and biomedical laboratories. 4ª U.S. Department of Health and Human Services, Atlanta, 1999. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=GM1PcyZNl98C&oi=fnd&pg=PA8&dq=levels+of+biosafety&ots=hAr MMfkdR3&sig=dNrbNH1wkKMV6nrQqpp8we8zq6s#v=onepage&q=levels%20o f%20biosafety&f=false Acesso em 20 Nov 2020 COSTA, Marco Antônio Ferreira Da. Biossegurança: segurança química básica para ambientes biotecnológicos e hospitalares. Ed. Santos, São Paulo, 1996. FROTA, Elisa Bastos. Lei de biossegurança (Lei n° 11.105/2005). Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 15, n. 2378, 4 jan. 2010. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/14113/lei-de-biosseguranca-lei-n-11- 105-2005 Acesso em: 20 Nov 2020. G1. Bolsonaro inaugura linhas de pesquisa do Sirius e ministro projeta laboratório de biossegurança 4 em Campinas. São Paulo, 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/10/21/bolsonaro- inaugura-linha-de-pesquisa-do-sirius-e-ministro-projeta-laboratorio-de- biosseguranca-4-em-campinas.ghtml Acesso em: 24 Nov 2020. TEIXEIRA, Pedro; VALLE, Silvio. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 1996. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt- BR&lr=&id=Jc57AwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=biosseguran%C3%A7a+&o ts=wmjtg1Dnte&sig=wdYuY4lCRhEIjN3lzxQiNDaLml4#v=onepage&q=biossegu ran%C3%A7a&f=false Acesso em: 20 Nov 2020 http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/contencaocomagentesbiologicos.pdfhttp://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/contencaocomagentesbiologicos.pdf https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=GM1PcyZNl98C&oi=fnd&pg=PA8&dq=levels+of+biosafety&ots=hArMMfkdR3&sig=dNrbNH1wkKMV6nrQqpp8we8zq6s#v=onepage&q=levels%20of%20biosafety&f=false https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=GM1PcyZNl98C&oi=fnd&pg=PA8&dq=levels+of+biosafety&ots=hArMMfkdR3&sig=dNrbNH1wkKMV6nrQqpp8we8zq6s#v=onepage&q=levels%20of%20biosafety&f=false https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=GM1PcyZNl98C&oi=fnd&pg=PA8&dq=levels+of+biosafety&ots=hArMMfkdR3&sig=dNrbNH1wkKMV6nrQqpp8we8zq6s#v=onepage&q=levels%20of%20biosafety&f=false https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=GM1PcyZNl98C&oi=fnd&pg=PA8&dq=levels+of+biosafety&ots=hArMMfkdR3&sig=dNrbNH1wkKMV6nrQqpp8we8zq6s#v=onepage&q=levels%20of%20biosafety&f=false https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/10/21/bolsonaro-inaugura-linha-de-pesquisa-do-sirius-e-ministro-projeta-laboratorio-de-biosseguranca-4-em-campinas.ghtml https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/10/21/bolsonaro-inaugura-linha-de-pesquisa-do-sirius-e-ministro-projeta-laboratorio-de-biosseguranca-4-em-campinas.ghtml https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/10/21/bolsonaro-inaugura-linha-de-pesquisa-do-sirius-e-ministro-projeta-laboratorio-de-biosseguranca-4-em-campinas.ghtml https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=Jc57AwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=biosseguran%C3%A7a+&ots=wmjtg1Dnte&sig=wdYuY4lCRhEIjN3lzxQiNDaLml4#v=onepage&q=biosseguran%C3%A7a&f=false https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=Jc57AwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=biosseguran%C3%A7a+&ots=wmjtg1Dnte&sig=wdYuY4lCRhEIjN3lzxQiNDaLml4#v=onepage&q=biosseguran%C3%A7a&f=false https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=Jc57AwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=biosseguran%C3%A7a+&ots=wmjtg1Dnte&sig=wdYuY4lCRhEIjN3lzxQiNDaLml4#v=onepage&q=biosseguran%C3%A7a&f=false https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=Jc57AwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=biosseguran%C3%A7a+&ots=wmjtg1Dnte&sig=wdYuY4lCRhEIjN3lzxQiNDaLml4#v=onepage&q=biosseguran%C3%A7a&f=false 7 Agenda 2030 da ONU e sua influência no Brasil 2 Fonte: Extra. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/rio/a-exemplo-da-agenda-2030-da-onu-cidades- da-baixada-criam-planos-de-acoes-partir-de-sugestoes-da-sociedade-civil-rv1-1-24729038.html A Organização das Nações Unidas é uma organização internacional que foi fundada em 1945, onde a Carta das Nações Unidas (Carta de Fundação), assinada em 26 de Junho de 1945, em São Francisco, diz que devido aos poderes investidos nessa Carta e no seu caráter internacional único, as Nações Unidas podem agir sobre quaisquer questões que a humanidade enfrenta no século XXI, como, por exemplo, mudança climática, paz, segurança, desenvolvimento sustentável, direitos humanos, terrorismo, emergências de saúde, produção de alimentos, entre diversos outros assuntos. A ONU é composta por 193 Estados Membros e oferece um fórum para esses membros https://extra.globo.com/noticias/rio/a-exemplo-da-agenda-2030-da-onu-cidades-da-baixada-criam-planos-de-acoes-partir-de-sugestoes-da-sociedade-civil-rv1-1-24729038.html https://extra.globo.com/noticias/rio/a-exemplo-da-agenda-2030-da-onu-cidades-da-baixada-criam-planos-de-acoes-partir-de-sugestoes-da-sociedade-civil-rv1-1-24729038.html 8 expressarem opiniões na Assembleia Geral, no Conselho Econômico e Social, Conselho de Segurança, e em outros órgãos e comitês. Essa oportunidade de diálogo entre as nações fez com que o ONU se estabelecesse também como um mecanismo para Governos fazerem acordos e negociações, assim como, resolver conflitos (UNITED NATIONS, 2020). A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável contém o conjunto de 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas, e é um plano de ação que foi traçado em setembro de 2015 por líderes mundiais na sede da ONU, em Nova York, para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir eu os indivíduos possam alcançar a paz e a prosperidade. Esse plano de desenvolvimento sustentável constitui em uma lista de tarefas atribuídas a todas as pessoas do planeta e devem ser cumpridas até 2030. Se assim forem, gerações futuras serão poupadas dos piores efeitos adversos das mudanças climáticas (PLATAFORMA AGENDA 2030, 2020). A Agenda requer que o governo de cada país trabalhe essas metas de acordo com suas diferentes realidades, capacidades e níveis de desenvolvimento, para que, dessa forma, enfrente os desafios para o cumprimento dessas metas. O governo deve utilizar de indicadores, compostos por dados atualizados e confiáveis para usar como forma de acompanhar e avaliar o progresso alcançado (CATANANTE, et al, 2017). Além de delegar essa responsabilidade para o governo do país sobre esses objetivos e metas, a Agenda 2030 está influenciando positivamente algumas cidades brasileiras, como exemplo de plano de ação. De acordo com a reportagem do Extra (2020), o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) mostrou com base de dados de 2018 que 27,6% da população de Japeri, Rio de Janeiro, não é abastecida com água. E com base nisso, foi traçado um plano de ação, chamado de “Agenda Japeri 2030”, que foi lançado com orientações de políticas públicas para os municípios no mês de Novembro de 2020 apoiadas pela Casa Fluminense. Algumas metas do Japeri 2020 são: Aplicar medidas para a mobilidade urbana sustentável, criar feira de exposição para a economia solidária local, fazer calendário e plano de ações que desenvolvam o turismo sustentável, investir na agricultura pensando na 9 produção e no escoamento da produção local, transformar as margens do Arco Metropolitano em áreas de incentivo logístico, comercial e turístico, criar a Maternidade Municipal, abrir uma universidade, criar o Centro de Atendimento e Enfrentamento da Violência Contra a Mulher, cooperação com o Distrito Industrial para gerar empregos, reduzir desigualdades, prevenir crimes ambientais e criar contrapartidas socioeconômicas. Torna-se, portanto, evidente que a Agenda 2030 da Organização Mundial das Nações Unidas influencia positivamente no Brasil, não só como um plano que deve ser seguido, como também como inspiração para criação de planos locais. Referencias Bibliográficas CATANANTE, Guilherme Vinicius; HIROOKA, Lucila Brandão; PORTO, Hélio Souza; GULLACI, Maria do Carmo; BAVA, Guimarães Caccia. Participação social na Atenção Primária à Saúde em direção à Agenda 2030. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2017. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2017.v22n12/3965-3974/pt/# Acesso em: 30 Nov 2020. EXTRA. A exemplo da Agenda 2030 da ONU, cidades da Baixada criam planos de ações a partir de sugestões da sociedade civil. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/rio/a-exemplo-da-agenda- 2030-da-onu-cidades-da-baixada-criam-planos-de-acoes-partir-de-sugestoes- da-sociedade-civil-rv1-1-24729038.html Acesso em: 30 Nov 2020. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/ Acesso em: 30 Nov 2020. PLATAFORMA AGENDA 2030. O que é a Agenda 2030? Disponível em: http://www.agenda2030.com.br/ Acesso em: 30 Nov 2020 https://www.scielosp.org/article/csc/2017.v22n12/3965-3974/pt/ https://extra.globo.com/noticias/rio/a-exemplo-da-agenda-2030-da-onu-cidades-da-baixada-criam-planos-de-acoes-partir-de-sugestoes-da-sociedade-civil-rv1-1-24729038.html https://extra.globo.com/noticias/rio/a-exemplo-da-agenda-2030-da-onu-cidades-da-baixada-criam-planos-de-acoes-partir-de-sugestoes-da-sociedade-civil-rv1-1-24729038.html https://extra.globo.com/noticias/rio/a-exemplo-da-agenda-2030-da-onu-cidades-da-baixada-criam-planos-de-acoes-partir-de-sugestoes-da-sociedade-civil-rv1-1-24729038.html https://brasil.un.org/http://www.agenda2030.com.br/ 10 UNITED NATIONS. Visão global. Disponível em: https://www.un.org/en/sections/about-un/overview/index.html Acesso em: 30 Nov 2020. https://www.un.org/en/sections/about-un/overview/index.html 11 Poluição atmosférica no Brasil 3Fonte: Correio Braziliense. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e- saude/2020/11/4887551-estudo-demonstra-que-poluicao-eleva-numero-de-mortes-por-covid-19.html Poluição atmosférica é definida como a existência de substâncias que não são comuns na atmosfera e que são resultantes da atividade humana e/ou processos naturais. Essas substâncias apresentam-se na atmosfera em concentrações suficientes para interferir diretamente ou indiretamente na saúde, bem-estar, segurança e na vida em geral dos seres vivos e do meio ambiente (CANÇADO, et.al, 2006). Antes da Revolução Industrial, havia exclusivamente contaminação do ar por fontes naturais, que são consideradas as mais antigas fontes de contaminação, são elas: queima acidental de biomassa e erupções vulcânicas. A queima de biomassa é utilizada desde a pré-história para a produção de energia e tem sido, até hoje, umas das importantes fontes antropogênicas de poluição https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2020/11/4887551-estudo-demonstra-que-poluicao-eleva-numero-de-mortes-por-covid-19.html https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2020/11/4887551-estudo-demonstra-que-poluicao-eleva-numero-de-mortes-por-covid-19.html 12 atmosférica. A partir da Revolução Industrial, iniciou-se a queima de combustíveis fósseis nos motores a combustão e também em indústrias siderúrgicas, e com isso, essas se tornaram novas fontes de poluição. Recentemente acrescentaram-se os veículos e os produtos químicos (ALVES, 2005). Os principais poluídos atmosféricos, nos dias atuais são: Material particulado, o qual se caracteriza por serem misturas de partículas tanto sólidas como líquidas que se encontram em suspensão o ar e sua composição e tamanho são dependentes das fontes de emissão; Ozônio (O3), que está presente na troposfera e é formado naturalmente por reações catalisadas pela luz do sol e tendo como precursores o óxido de nitrogênio e hidrocarbonetos que são liberadores pela queima de combustíveis fosseis a partir de automóveis, de fontes estacionárias como, por exemplo, usinas termoelétricas e assim como, também, fontes naturais que produzem compostos orgânicos voláteis; Dióxido de Enxofre (SO2) e Aerossóis Ácidos, que são produtos da combustão de elementos fósseis tendo como as principais fontes os automóveis e as termoelétricas; Monóxido de Carbono (CO), que tem os automóveis como sua maior fonte de emissão; Óxido de Nitrogênio (NOX), como óxido nítrico (NO) e dióxido de nitrogênio (NO2), que são emitidos, principalmente pelos automóveis e em menor escala pelas termoelétricas e indústrias que fazem uso de combustíveis fósseis (BRAGA, et.al, 2001). A poluição atmosférica, de acordo com evidências científicas, é responsável por inúmeros efeitos na saúde dos seres humanos, resultando no aumento da morbidade e/ou mortalidade. A poluição do ar tem efeito no Sistema Respiratório e no Sistema Circulatório. Os poluentes atmosféricos podem causar estresse oxidativo no Sistema Respiratório e induzir uma resposta inflamatória tanto nas vias aéreas como nos pulmões. Devidos às vias aéreas superiores serem a primeira parte do corpo a entrar em contato com esses poluentes, elas tendem a sofrer mais com seus efeitos. Portanto, pessoas que apresentam enfermidades respiratórias prévias, assim como crianças e idosos são os principais a sofrerem seus efeitos nocivos. Quando se fala em efeitos no Sistema Circulatório, há evidências científicas que mostram relação entre a exposição a material particulado com o comprometimento de todo esse sistema 13 englobando o coração, os vasos e a própria circulação sanguínea. Essa relação acontece devido à fração mais fina do PM 2.5 que é capaz de entrar na circulação a partir dos pulmões e atingir partes do organismo. Além disso, com o efeito no sistema respiratório, como a inflamação no pulmão, é possível que por meio de mediadores circulantes, haja efeitos no sistema cardiovascular provocando alteração do ritmo cardíaco, isquemia miocárdica, indução de inflamação, alteração no sistema de coagulação do sangue, entre outros (FERNANDES, et.al, 2010). De acordo com a Reportagem do Correio Braziliense (2020), um estudo liderado por Francesca Dominici, da Faculdade de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard, avaliou a relação entre a poluição atmosférica e a mortalidade pelo vírus SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de COVID-19. Os pesquisadores descobriram que o aumento de 1 micrograma de PM 2.5 por m3 está associado ao crescimento de 11% das mortes de pacientes que estavam infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Essa foi uma das primeiras pesquisas realizadas relacionando a mortalidade por COVID-19 e a poluição do ar. Dessa forma, é possível notar os grandes efeitos da poluição atmosférica sobre a saúde humana, além de ser notória a necessidade de políticas de fiscalização mais firmes para que se busque uma redução da emissão de poluentes, para que, assim, implique na diminuição de doenças respiratórias e circulatórias na população não só do Brasil como do mundo. Referências Bibliográficas ALVES, Célia. Aerossóis atmosféricos: perspectiva histórica, fontes, processos químicos de formação e composição orgânica. Quím. Nova, São Paulo, 2005 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 40422005000500025&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 04 Dez 2020. 14 BRAGA, Alfesio; BÖHM, György Miklós; PEREIRA, Luiz Alberto Amador; SALDIVA; Paulo. Poluição Atmosférica e seus Efeitos na Saúde Humana. Revista USP, n.51, p.58-71, São Paulo, 2001. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/download/35099/37838 Acesso em: 04 Dez 2020. CANÇADO, Jose Eduardo Delfini; BRAGA, Alfesio, PEREIRA, Luiz Alberto Amador; ARBEX, Marcos Abdo; SALDIVA, Paulo Hilário Nascimento; SANTOS, Ubiratan De Paula. Repercussões clínicas da exposição à poluição Atmosférica. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v32s2/a02v32s2.pdf Acesso em: 04 Dez 2020. Correio Braziliense. Estudo demonstra que poluição eleva número de mortes por covid-19. Brasil, 2020. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2020/11/4887551- estudo-demonstra-que-poluicao-eleva-numero-de-mortes-por-covid-19.html Acesso em: 04 Dez 2020. FERNANDES, Juliana Santana; CARVALHO, Afrânio Martins De; CAMPOS, Júlia Faria; COSTA, Leandro de Oliveira; FILHO, Geraldo Brasileiro. Poluição atmosférica e efeitos respiratórios, cardiovasculares e reprodutivos na saúde humana. Revista Med, Minas Gerais, 2010. Disponível em: http://www.rmmg.org/exportar-pdf/387/v20n1a12.pdf Acesso em: 04 Dez 2020. 15 Rejeitos ambientais no Brasil e o desastre de Mariana 4 Fonte: ECO. Disponível em: https://www.oeco.org.br/reportagens/apos-5-anos-rejeitos-da-samarco-ainda- estao-no-lago-de-hidreletrica/https://www.oeco.org.br/reportagens/apos-5-anos-rejeitos-da-samarco-ainda- estao-no-lago-de-hidreletrica/ Rejeitos são resíduos que não apresentam mais possibilidade de reaproveitamento ou reciclagem e não há solução final para o irem ou parte dele. Dessa forma, seu destino é direcionado a um aterro sanitário licenciado ambientalmente ou incineração, de modo que o meio ambiente não seja prejudicado ( VGResiduos, 2020). https://www.oeco.org.br/reportagens/apos-5-anos-rejeitos-da-samarco-ainda-estao-no-lago-de-hidreletrica/https:/www.oeco.org.br/reportagens/apos-5-anos-rejeitos-da-samarco-ainda-estao-no-lago-de-hidreletrica/https://www.oeco.org.br/reportagens/apos-5-anos-rejeitos-da-samarco-ainda-estao-no-lago-de-hidreletrica/https:/www.oeco.org.br/reportagens/apos-5-anos-rejeitos-da-samarco-ainda-estao-no-lago-de-hidreletrica/ https://www.oeco.org.br/reportagens/apos-5-anos-rejeitos-da-samarco-ainda-estao-no-lago-de-hidreletrica/https:/www.oeco.org.br/reportagens/apos-5-anos-rejeitos-da-samarco-ainda-estao-no-lago-de-hidreletrica/ 16 A prática que traz muitas implicações que, na maioria dos casos, são prejudiciais ao meio ambiente, é a exploração de recursos naturais. É de suma importância refletir sobre a necessidade de se promover a inserção de indivíduos dessas comunidades no acompanhamento constante e na fiscalização das empresas quanto ao cumprimento de todas as normas de segurança e das ações de prevenção de desastres, impactos e riscos ambientais (BORGES, 2018). Pesquisadores e estudiosos concordam acerca da importância da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente – pnme (PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA, 1981), enquanto ferramenta jurídica e politica com a finalidade de conservar e preservar os patrimônios naturais do país, assim como minimizar os danos socioambientais causados pelo homem. Ademais, a Resolução nº 1 de 1986 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA, 1986), fortaleceu a politica nacional do meio ambiente uma vez que estabeleceu diversas normas e determinações a fim de avaliar o impacto ambiental que determinada atividade traz. Com a promulgação dessa lei, o planejamento ambiental passou a incorporar a política publica. Da mesma forma, a Constituição Federal de 1988 estabelece o principio da participação social nas politicas de meio ambiente, de modo que a sociedade civil organizada pode e deve acompanhar o monitoramento e compensação de impactos ambientes, para dessa maneira, contribuir para a redução dos riscos à saúde humana e ao meio ambiente. No entanto, a realidade mostra-se longe do que se almeja. Dia 5 de Novembro de 2015 aconteceu o maior desastre ambiental no Brasil, onde houve o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton, na cidade de Mariana, estado de Minas Gerais. A lama avançou pelo Rio Doce e espalhou cerca de 50 milhões de m³ de rejeitos formados, dentre outros, por óxido de ferro, água e lama decorrentes da mineração. Esse desastre implicou na morte de dezenas de pessoas, entre elas moradores da região e trabalhadores da mineradora. Esse desastre impactou diretamente na fonte de renda da população ribeirinha, desalojou centenas de moradores daquela região. Ademais, as consequências ambientais são incalculáveis, o 17 rompimento impactou ecossistemas locais de forma que a lama atravessou aproximadamente 15 km² e avançou ao longo de outros rios como os rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce (DIAS, et.al, 2018). De acordo com o site ECO, 2020, após 5 anos do rompimento da barragem do Fundão, no município de Mariana, em Minas Gerais, cerca de 10 milhões de m³ de rejeitos de minérios, que foram liberados no desastre ainda se encontram no fundo do reservatório da usina hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida também como Candonga. A usina hidrelétrica de Candonga está localizada na divida entre os municípios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado, ambos no estado de Minas Gerais e desde o desastre, está inoperante e não possui previsão de retomada das atividades. O desastre, após esse longo espaço de tempo, não foi punido de forma eficaz e os impactos ambientais ainda estão presentes naquela região, que vive constantemente as consequências desse desastre sem precedentes. É notório que se faz necessário a aplicação de leis mais rígidas e punição eficaz para empresas que são negligentes para com o meio ambiente, uma vez que os danos causados ao meio ambiente implicam em consequências na fauna e flora da região, além de implicar também na vida de milhares de pessoas, tanto em questões de renda como de saúde, causando danos físicos e psicológicos, e diminuindo, dessa maneira, a qualidade de vida. Referências Bibliográficas BORGES, Sergio. O desastre da barragem de rejeitos em Mariana, Minas Gerais: aspectos socioambientais e de gestão na exploração de recursos minerais. Cuadernos de Geografía: Revista Colombiana de Geografía | vol. 27, n.º 2, pp. 301-312. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/rcdg/v27n2/0121-215X-rcdg- 27-02-301.pdf Acesso em: 24 Dez 2020. http://www.scielo.org.co/pdf/rcdg/v27n2/0121-215X-rcdg-27-02-301.pdf http://www.scielo.org.co/pdf/rcdg/v27n2/0121-215X-rcdg-27-02-301.pdf 18 CALDEIRA, João Paulo. Desastre em mg revela negligência de órgãos governamentais. O Jornal de Todos os Brasis, Brasil, 2015 Disponível em: https://jornalggn.com.br/noticia/desastre-em-mg-revela-negligencia-de-orgaos- governamentais Acesso em: 24 Dez 2020 CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). 1986. Resolução Conama n.° 1, de 23 de janeiro de 1986: Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da União (DOU). Disponível em: http:// www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23 Acesso em: 24 Dez 2020. CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). 1997. Resolução Conama n.° 237, de 19 de dezembro de 1997: Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Diário Oficial da União (dou) Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=237 Acesso em: 24 Dez 2020. DIAS, Adriano de Oliveira; LUZ, Gustavo Silveira da; ASSUNCÃO, Viviane Kraieski; GONÇALVES, Teresinha Maria. Mariana, o maior desastre ambiental do Brasil: uma análise do conflito socioambiental. In: LADWIG, Nilzo Ivo; SCHWALM, Hugo (Org.) Planejamento e gestão territorial: a sustentabilidade dos ecossistemas urbanos. Criciúma, SC: EDIUNESC, 2018. Cap. 20. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18616/pgt20 Acesso em: 24 Dez 2020. ECO. Após 5 anos, rejeitos da Samarco ainda estão no lago de hidrelétrica. Brasil, 2020. Disponível em: https://www.oeco.org.br/reportagens/apos-5-anos-rejeitos-da-samarco-ainda- estao-no-lago-de-hidreletrica/ Acesso em: 24 Dez 2020. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. 1981. Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981: Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938compilada.htm Acesso em: 24 Dez 2020. SAMARCO. Sobre a Samarco. Brasil, 2014. Disponível em: http://www.samarco.com/a-samarco/. Acesso em: 24 Dez 2020.
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