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Anestésicos locais e fármacos que afetam os canais de sódio

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Rang & Dale Farmacologia 
Capítulo 44: Anestésicos Locais e Outros Fármacos que Afetam os Canais de Sódio
Ação dos anestésicos locais
· Os anestésicos locais impedem a geração do potencial de ação por bloqueio dos canais de sódio
· Os anestésicos locais são moléculas anfifílicas com um grupo aromático hidrofóbico e um grupo básico amina
· Os anestésicos locais são bases fracas, que provavelmente atuam em sua forma catiônica, mas precisam alcançar seu local de ação, atravessando a bainha nervosa e a membrana axônica, na forma química não ionizada 
· Muitos anestésicos locais mostram dependência do uso (a profundidade do bloqueio aumenta com a frequência do potencial de ação). Isso ocorre: 
· Porque as moléculas de anestésico têm acesso ao canal mais rapidamente quando ele está aberto
· Porque as moléculas de anestésico têm afinidade maior por canais inativados do que por canais em repouso
· A dependência do uso tem importância principalmente em relação aos efeitos antiarrítmicos e antiepilépticos dos bloqueadores dos canais de sódio
· Os anestésicos locais bloqueiam a condução na seguinte ordem: axônios curtos mielinizados, axônios não mielinizados, axônios longos mielinizados. A transmissão nociceptiva e simpática é, portanto, bloqueada primeiro
· O bloqueio dos canais de sódio no músculo cardíaco e nos neurônios do sistema nervoso central é detalhado na terapia de arritmias cardíacas (ver Capítulo 22) e epilepsia (ver Capítulo 46).
Efeitos adversos e farmacocinética dos anestésicos locais
· Os anestésicos locais são ésteres ou amidas. Os ésteres são rapidamente hidrolisados pela esterase plasmática e tecidual, as amidas são metabolizadas no fígado. As meias-vidas plasmáticas, em geral, são curtas, de cerca de 1 a 2 horas
· Os efeitos adversos devem-se principalmente ao escape de anestésicos locais para a circulação sistêmica
· Os principais efeitos adversos são:
· Efeitos sobre o sistema nervoso central: agitação, confusão, tremores, evoluindo para convulsões e depressão respiratória
· Efeitos cardiovasculares: depressão do miocárdio e vasodilatação, levando à queda da pressão arterial
· Reações ocasionais de hipersensibilidade
· Os anestésicos locais variam na rapidez com que penetram nos tecidos e em sua duração de ação. A lidocaína (lignocaína) penetra nos tecidos prontamente e é adequada para aplicação na superfície; a bupivacaína tem duração de ação particularmente longa.
Usos clínicos dos anestésicos locais
· Os anestésicos locais podem ser infiltrados em partes moles (p. ex., na gengiva) ou bloquear um nervo ou plexo nervoso
· A coadministração de um vasoconstritor (p. ex., epinefrina) prolonga o efeito local
· Fármacos lipossolúveis (p. ex., lidocaína) são absorvidos das mucosas e usados como anestésicos de superfície
· A bupivacaína tem início de ação lento, mas longa duração. Costuma ser usada para bloqueio epidural (p. ex., para bloqueio epidural contínuo durante o trabalho de parto) e anestesia espinal. Seu isômero, a levobupivacaína, é menos cardiotóxico se for administrado inadvertidamente em um vaso sanguíneo.

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