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A casa Tomada _Atividade_Ester Batista Machado (1)

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"A Casa Tomada", conto de Julio Cortázar
Entrevistado por Omar Prego em 1991, Julio Cortázar explica seu conto “Casa tomada” como um pesadelo:
"A única diferença entre o sonho e o conto é que, no pesadelo, eu estava sozinho. [...] Mas, de repente, o escritor entrou em ação. Percebi que aquilo não podia ser contado com um personagem só, tinha que vestir [...] o conto com uma situação ambígua, uma situação incestuosa [...] um caso em que o fantástico não é algo que eu comprove fora de mim, mas que vem do meu sonho"
Fonte: (Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br. Acesso em: 28 out.2020).
	
 Acadêmica: Ester Batista Machado;
Docente: Prof.Me Gilmar de Azevedo.
“Nem tudo tem uma explicação.”
Sobre o Narrador?
É o narrador testemunha (eu), falando de si, de suas percepções, seus sentimentos e sua 
morada de família. Seu nome é desconhecido, se diz pouco importante..
“Como não me lembrar da distribuição da casa! A sala de jantar, lima sala com gobelins, a biblioteca e três quartos grandes ficavam na parte mais afastada (...)”
O que é? 
Conto.
O autor baseou-se no conto de Edgar Allan Poe,
“A queda da Casa de Usher”, uma história com vários pontos em comum.
O Realismo fantástico foi um gênero adotado no Séc. XX por escritores latino-americanos.
	
E a narrativa?
Tudo se funde a dimensão da casa com a vida pessoal de seus donos. Como a casa era da família, há um vínculo profundo e bem claro na narrativa. Primeiro conhecemos a mansão, em pormenores. Depois Irene que, fora dos afazeres domésticos, só fazia tricô, lembrando Cloto tecendo o tempo de forma mítica.
Como é o foco do conto?
Uma hora foca na interação dos irmãos que moram no casarão, seu amor pelas lembranças da família e objetos, o modo de ser de cada um, o seu cotidiano e a forma de se relacionarem entre si. Outro foco é como os dois se envolvem com a casa e com o sobrenatural (espíritos?) que passam a ocupá-la aos poucos. O casarão ocupa a mesma importância no contexto da narrativa, tanto quanto o narrador e a irmã. Ela carrega todas as lembranças dos familiares, da infância e da trajetória de vida dos personagens. A casa é um elemento material, mas carrega em si várias relações simbólicas. A presença do fantástico vai se apresentando lentamente, numa teia com sintaxe própria e partes da história que se encaixam.
E o Clímax?
O clímax está no final, não há desfecho. O conto termina com a casa tomada e eles na rua, sem nada e sem poder voltar à casa. Não há solução para o caso.
“Estávamos com o que tínhamos no corpo. Lembrei-me dos quinze mil pesos no guarda-roupa do meu quarto. Agora era tarde.”
Por que a escolha do conto ”A casa Tomada”?
Porque é um conto fantástico, de suspense e uma pitadade terror, mas ele tem muito da psicanálise de Jung (O Homem e seus Símbolos). Uma casa “silenciosa” parece torturante, o “simples e silencioso matrimônio de irmãos” dá a ideia de aprisionamento consentido e acomodado. Se Irene “tricotava tanto”, tricotava e desfazia, "só se entretinha tricotando”, “Pergunto-me o que teria feito Irene sem tricotar”, ela é o símbolo da estagnação no tempo. “Um único corredor, com sua porta de carvalho”, semioticamente algo intransponível de atravessar, como os pesadelos de Jung ou uma passagem para liberdade? Então acontece a transformação com os barulhos, tudo começa a mudar, “ficávamos falando em voz mais alta, ou Irene cantava”, quebra-se o antigo silêncio. Personagens ficam libertos?O parágrafo marcado, do livro de Jung, esclarece a suposta proteção do homem, explicando o conflito do personagem narrador e de sua irmã. 
O conto também remete a uma Argentina silenciada, pela ação de Perón em relação aos nazistas.
“
 (Foto Ester Machado – Jung,p.104)
“O que procurei mostrar é a maneira pela qual o inconsciente utiliza o material arquétipo e modifica a sua forma de acordo com as necessidades de quem sonha.”
(JUNG,p.158)
Uma citação sobre a estética:
“A efetivação da experiência estética é a contaminação do sujeito. Isso quer dizer que, ao alimentar-se da fruição, o receptor apropria-se e acomoda em sua experiência o objeto estético e, desse modo, preserva o vaso de barro deixando nele seus vestígios para, em seguida, contaminar-se dessa atitude fruidora. Daí em diante, as marcas do momento no qual obra e leitor se conectaram transcendem não somente para a interioridade do ser, como também para sua atuação. Afirmar isso é admitir a potência transformadora do prazer estético. E, à sequência do que foi explanado, fica claro a diferença entre o gozo simples e o gozo estético, uma vez que o primeiro tem em vista apenas o desejo e a satisfação sensorial do homem, enquanto o segundo imprescinde não só de uma reflexão enobrecedora, como ainda das respostas enobrecedoras da experiência estética na atitude sociocultural do sujeito”.
(Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECAP9U5J49/1/bianka_de_andrade_silva_disserta__o_literatura_para_brincar.pdf. Acesso em: 28 out. 2020).
Também é polêmico?
Deixa subentendido o tema incesto entre irmãos, no conto de Edgar Allan Poe, “ A queda da casa de Usher” e no conto de Júlio Cortázar em estudo, como observa-se nos trechos narrativos:
“uma irmã ternamente amada, sua única companheira durante longos anos, e sua última única parente sobre a terra”. (Poe, Edgar Allan (1981). A queda da casa de Usher.. Histórias extraordinárias (pp. 7-27)
“Entravamos nos quarenta anos com a inexprimível ideia de que o nosso, simples e silencioso matrimônio de irmãos, era o fim necessário da genealogia” (Cortázar, Julio. (1986). Casa tomada. (pp. 11-18)
pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482004000100009
	Como é?
É a história de dois irmãos, o narrador e Irene, que vivem na mesma rotina, por anos, na sua casa herdada da família. De repente, começam a acontecer fenômenos estranhos e aterrorizados, eles vão isolando os cômodos do casarão, até abandonarem a casa.
E o contraditório?
Os irmãos tinham uma vida financeiramente boa, com recursos, “a renda dos campos”, mas monótona, 
silenciosa, sem propósito, solitários. Existe uma insatisfação e tristeza misturada com angústia, que se manifesta nos sonhos e nas insônias.
E o silêncio para não haver comunicação, não pensar nas inquietações e descontentamentos.
“A Casa Tomada” remete a ideia de limitação, de enclausuramento, desejos reprimidos e muitos outros significados.
Anantes Gestoría Cultural-facebok
 
Ir youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=INFuxFIZb-s
Um conto cheio de possibilidades.
Tem viés histórico–político?
"Desde 1939 não chegava nada de valioso na Argentina". 
Há um desencantamento que provoca interpretações políticas de forma alegórica, como se a casa fosse uma representação da própria Argentina tomada (ou isolada), a partir da Segunda Guerra Mundial (1939).
“Pouco depois deste contrabando para a argentina de nazistas se tornou institucionalizado, de acordo com Goñi, quando Perón assumiu o novo governo, em Fevereiro de 1946 designou o antropólogo Santiago Peralta como comissário da Imigração e Ludwig Freude como chefe da inteligência. Goñi afirma que estes dois, em seguida, criaram uma "equipe de salvamento" para agentes dos serviços secretos, de imigração e "assessores", muitos dos quais eram criminosos de guerra europeus, que receberam cidadania argentina e emprego.”
Wikipédia : Ratlines

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