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O Processo Judicial em Tempos de Pandemiatxt

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Universidade Anhanguera – Campus Marte – Turma – 1ª S - Direito Noturno
Professor: Drº. Alexandre Augusto Lanzoni – Teoria Geral do Processo.
Aluno: Wladimir Pastorello – RA: 269173414834
O Processo Judicial em Tempos de Pandemia
 O Poder Judiciário certamente será exigido, é o único e melhor meio de solucionar controvérsias de não se adaptar aos novos tempos. E isso não é desmerecimento da nossa Justiça, muito pelo contrário. A Justiça Brasileira mostra-se atenta às necessidades de criatividade e inovação, o que lhe permite, também com muito esforço, apresentar altos índices de produtividade.
 Com o novo modelo de trabalho remoto, o Superior Tribunal de Justiça obteve um resultado muito satisfatório em suas decisões. O que seria impossível, se não improvável, sem a utilização de sistemas eletrônicos de trabalho e julgamento. A propósito, a modernização tecnológica e o regime remoto foram implementados pela corte antes que muitos escritórios de advocacia o fizessem. Entretanto, apesar da eficiência e do esforço, há que reconhecer a necessidade de redução do volume de casos que ingressam no Poder Judiciário. 
 
 Os recursos tecnológicos possibilitaram uma terceira onda de avanço na prestação jurisdicional, que, depois da escrita e a impressa, tem revolucionado o Poder Judiciário, promovendo a substituição do produto físico pelo digital, com a adoção do processo eletrônico, o que se mostrou um caminho irreversível para todos os órgãos do Poder Judiciário, os quais, seja pela opção de um software livre ou de um proprietário, já desmaterializaram a quase totalidade dos processos em curso com a entrada das novas petições exclusivamente pela via digital.
 Seguindo na mesma linha de raciocínio, com o novo modelo e adaptação ao mundo digital, obtiveram grande evolução no campo jurídico, de certa forma otimizaram tempo com os julgamentos, audiências e sentenças penal on-line, sem necessidade de transferências de presos, onde a logística além de ser extremamente de risco, houve uma economia satisfatória para os cofres públicos.
 
 Nesse cenário de evolução social, o uso da informática e de meios eletrônicos na busca de melhores resultados de prestação jurisdicional apresenta-se como solução para dois dos maiores problemas do Poder Judiciário, que são a morosidade e o número ascendente de demandas judiciais.
 * O escritor israelense Yuval Harari afirma que, em situações emergenciais, "as decisões que em tempos normais podem levar anos de deliberação são aprovadas em questão de horas. Tecnologias imaturas e até perigosas são colocadas em serviço porque os riscos de não fazer nada são maiores"
 
 A despeito de, há quase duas décadas, a Lei 10.259/2001 admitir reuniões pela via eletrônica para juízes de turmas recursais domiciliados em cidades diversas, muitos desses órgãos realizam apenas agora os seus primeiros julgamentos virtuais como forma de prevenção ao novo coronavírus. Outrossim, tribunais de todo o país passam a normatizar e a realizar as suas sessões unicamente no formato virtual.
 Logo assim, em meu ponto de vista foi positivo e negativo, pontos positivos: agilidade, otimização, economia e riscos eventuais, pontos negativos: com este novo modelo, o índice de desemprego eleva pois devido a otimização a mão de obra ou se molda ao novo modelo e se reinventa ou deixará de ser necessidade, afim de dar espaço a era digital. 
 Podemos apenas relatar que houveram resistências e inflexibilidade em um novo cenário, alguns juristas colocaram algumas situações, como exemplos.
 Marcos Alves Pintar (Advogado Autônomo - Previdenciária)
13 de abril de 2020, 10h56
 Como em quase tudo no Brasil, a aparência cede lugar ao que de fato interessa. Não há dúvida de que o Poder Judiciário no Brasil implementou várias rotinas informáticas visando em tese facilitar o serviço de advogados, juízes e servidores. Mas, vale a pergunta: essas inovações trouxeram de fato algum benefício aos jurisdicionados? De fato, não se pode ouvir os benefícios com a facilidade de acesso, mas, e qualidade das decisões? Paralelamente ao avanço da informatização, o "recorta e cola" passou a ser a praxe nos julgamentos, gerando em via de consequência uma infinidade de decisões nulas por vício de fundamentação, além de diversos outros problemas. Fala-se na realização de audiências e sessões de julgamento por videoconferência, mas se esquece que os argumentos das partes, tanto em razões escritas como em sustentação oral, nunca foram tão esquecidas, sendo que os votos quase sempre estão prontos antes mesmo das sessões de julgamento. Assim, há no Judiciário uma aparência de modernidade, produtividade, avanço e pioneirismo, mas que na verdade apenas esconde a decadência técnica, o atraso e a improdutividade que assola o Judiciário pátrio. Fonte (https://www.conjur.com.br/2020-abr-13/).
 A análise aqui empreendida revela que nem todos os legados pandemia para o nosso Poder Judiciário tenderão a ser positivos. Possivelmente teremos, passada a crise, uma justiça mais distante do litigante e mais fechada ao escrutínio público.
John F. Kennedy tornou célebre a lenda de que, no idioma chinês, o ideograma para o termo “crise” seria fruto da justaposição dos ideogramas “perigo” e “oportunidade”. Em que pese a incorreção dessa afirmação, ela nos propicia uma reflexão relevante:  crises são superadas, mas transformam a realidade e podem deixar um legado positivo.
 São Paulo, 01 de Março de 2021.

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