Buscar

Entre-letras-Livro-1-teoria-2021-COMPLETO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ENTRE LETRAS
1
 Lucas Limbert, Murilo de Almeida Gonçalves, Pércio Luis Pereira e Rodrigo Martins
1EN
TR
E LETR
A
S
LiN
G
U
A
G
EN
S, C
Ó
D
iG
O
S E SU
A
S TEC
N
O
LO
G
iA
S
Gramática e Literatura
LINGUAGENS, CÓDIGOS
e suas tecnologias
VIVENCIANDO
APLICAÇÃO DO CONTEÚDO 
INCIDÊNCIA DO TEMA 
NAS PRINCIPAIS PROVAS
ÁREAS DE 
CONHECiMENTO DO ENEM
TEORIA
MULTiMÍDiA
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS
DiAGRAMA DE iDEiAS
HERLAN FELLiNi
Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva 
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material 
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos 
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar 
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. 
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro-
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, 
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os 
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades 
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos 
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno.
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreen-
são de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos 
temas para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. 
Para evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvol-
vida a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há 
uma preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações 
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato 
em seu dia a dia.
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
vê-las com tranquilidade.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los em 
suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aqueles 
que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio de 
esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da 
aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos princi-
pais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organização dos 
estudos e até a resolução dos exercícios.
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, 
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Mate-
mática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com 
essa realidade por meio de explicações que relacionam a aula do 
dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, 
sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o aluno consegue 
entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz 
parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compila-
dos, deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e co-
mentados, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difí-
cil compreensão torne-se mais acessível e de bom entendimento 
aos olhos do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, 
a qualquer momento, as explicações dadas em sala de aula.
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.
Autores
Lucas Limberti
Murilo Almeida Gonçalves
Pércio Luis Ferreira
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-23-5
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do 
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para 
o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e 
localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição 
para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para 
fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou 
empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2021
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
ENTRE LETRAS
GRAMÁTICA
Aulas 1 e 2: Formação de palavras 6
Aulas 3 e 4: Artigos, substantivos e adjetivos 14
Aulas 5 e 6: Verbos: noções preliminares e modos indicativo e subjuntivo 22
Aulas 7 e 8: Verbos: modo imperativo e vozes verbais 29
Aulas 1 e 2: Fundamentos para o estudo literário: arte e técnica 44
Aulas 3 e 4: Trovadorismo e Humanismo 53
Aulas 5 e 6: Renascimento: Classicismo e Luís Vaz de Camões 62
Aulas 7 e 8: Literatura em terras tupiniquins: formação e informação 69
LITERATURA
ENTRE TEXTOS: INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Aula 1: Funções da linguagem I 34
Aula 2: Funções da linguagem II 37
Aula 3: Variação linguística I 39
Aula 4: Variação linguística II 41
SUMÁRIO
UFMG
Bastante objetivo, o vestibular da Unesp exige 
domínio acerca dos sentidos denotativos e 
conotativos que uma palavra pode ter em 
determinadocontexto, além da compreensão 
de classes gramaticais. Tempos verbais e 
suas aplicações também são 
frequentes.
Vê-se maior incidência de temas que se 
orientam sobre os processos de formação de 
palavras e a utilização das vozes verbais. No 
mais, assuntos como a aplicação de classes de 
palavras em determinados contextos surgem 
com frequência.
Como uma prova transversal, a exigência de 
conhecimentos tende a se alargar a outros 
assuntos. Dessa maneira, é compreensível que 
se veja os significados textuais que a mudan-
ça de classes de palavras, a pontuação ou 
mesmo aspectos coesivos podem 
provocar no texto.
Nesse vestibular, aspectos semânticos de um 
termo dentro de seu contexto são o ponto 
de partida para a resolução das questões. 
Também, poderá ser exigido do candidato 
compreender as possibilidades de variação 
linguística.
Os temas de maior incidência são a compre-
ensão conotativa e denotativa de termos no 
âmbito de determinado texto e o uso das 
pontuações para a construção de sentido. 
Além disso, temas que atravessam conhe-
cimentos a respeito das classes 
gramaticais.
Concordâncias verbal e nominal, regência 
e aspectos sintáticos na dinâmica de um 
texto aparecem com frequência nas provas. 
De igual modo, as diferentes situações que 
conduzem a pontuação também aparecem 
com frequência.
Bastante direto e objetivo, o vestibular da 
Santa Casa faz exigências de compreensão 
sobre vozes verbais e classes gramaticais. É 
seguro, então, entender os procedimentos 
textuais que configuram as especificidades 
destes temas. Também, a atenção 
à pontuação é uma 
constante.
Dentre os temas abordados neste caderno, 
o de maior incidência no ENEM é o uso de 
tempos verbais. Os demais temas são de 
aplicação bastante esporádica.
As maiores ocorrências no vestibular da Fuvest 
são regência verbal e normas padrão e coloquial. 
É comum que a prova exija do candidato 
conhecimentos sobre aspectos morfossintáticos. 
Convém atentar-se sobre advérbios, tempos e 
vozes verbais.
O uso de vozes verbais e os processos de 
formação de palavras. Igualmente, o sentido 
de determinado tempo verbal na dinâmica 
textual, bem como os prejuízos que a mudan-
ça de um modo verbal a outro pode provocar 
a um texto.
Os temas de maior incidência são classes de 
palavras e pontuação. Por isso, compreender 
aspectos morfológicos e recursos coesivos é 
essencial para a resolução de suas questões.
Essa prova é bastante flexível no que diz 
respeito aos temas que aborda. Faz exigências 
sobre tempos e modos verbais, elementos 
coesivos e funções sintáticas. Apesar disso, de 
modo geral, suas questões 
são bastante objetivas.
Questões que exigem conhecimentos sobre 
elementos coesivos e figuras de linguagem, bem 
como aspectos semânticos que podem aparecer 
em um texto, seja por expressões denotativa ou 
conotativa.
A Semântica é trabalhada em contexto, 
sempre em comparação e por relações de 
equivalência. Além disso, questões objetivas 
que abordem a Morfologia do português 
podem, também, aparecer com uma 
grande incidência.
A prova da UEL cobra conhecimentos gramaticais 
apenas na segunda fase. Questões que associam 
a semântica à interpretação de textos literários são 
comuns, além de um trabalho mais direcionado 
à formação de palavras e às classes gramaticais 
(substantivo, adjetivo e verbo).
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
 5
GRAMÁTICA
 6
1. Morfologia: 
formação de palavras
Neste tópico, estudaremos os processos de estruturação e 
formação de uma palavra em língua portuguesa.
Palavra: unidade linguística de som e significado que 
entra na composição dos enunciados da língua.
Embora representem uma totalidade, as palavras podem 
ser decompostas de modo que reconheçamos as unida-
des menores que as compõem. Esses elementos menores 
são todos dotados de significação e recebem o nome de 
morfemas.
Morfema: unidades mínimas de uma palavra, que pos-
suem significação.
1.1. Morfemas
 § Radical (morfema lexical): é a parte da palavra que 
contém o seu significado básico e também é comum 
às palavras chamadas de cognatas (que pertencem à 
mesma família etimológica).
Exemplos: 
terra; terreiro; terrestre; enterrar.
 § Afixos (morfemas gramaticais): são elementos 
que se juntam ao radical para formar novas palavras. 
Podem aparecer antes do radical (prefixos) ou depois 
do radical (sufixos).
Exemplos: 
desfazer (radical com encaixe de um prefixo) 
recentemente (radical com encaixe de um sufixo)
 § Desinências: são os morfemas que indicam flexões de 
palavras variáveis. São subdivididas em desinência-
-nominal (em que ocorrem flexões de gênero e de nú-
mero) e desinência-verbal (com flexão modo-tempo 
e número pessoa).
Exemplos:
a) desinência-nominal: garota / garotas / exaus-
ta / exaustas
b) desinência-verbal: derrubar / derrubamos 
/ derrubassem / derrubaria
 § Vogal temática: é um morfema vocálico que se 
acrescenta aos radicais antes das desinências. Temos 
dois tipos:
a) Vogal temática nominal
Em radicais nominais (paroxítonos ou proparoxítonos) são 
acrescentadas as vogais átonas “-a”, “-e” ou “-o” que in-
dicarão classe gramatical. 
Exemplo: 
revista / inteligente
b) Vogal temática verbal
Indicam a conjugação dos verbos. Funcionam da seguinte 
maneira: Vogal “-a” = (1ª conjugação) / Vogal “-e” = (2ª 
conjugação) / Vogal “-i” = (3ª conjugação)
Exemplo: 
convida / escreve / sorri
Palavras primitivas e derivadas
O conceito de palavras primitivas e derivadas é bastan-
te complexo e maleável, dependendo de uma observa-
ção cuidadosa de determinadas palavras.
No geral, palavras primitivas são aquelas que não de-
rivam de outras; já as palavras derivadas, originam-se 
de palavras primitivas. Em geral, são consideradas pala-
vras primitivas substantivos que designam objetos, es-
paços, materiais ou circunstâncias (Exemplos: flor, pedra, 
banana, avião, tempo, ano, dia, mar, ferro, chuva, entre
FORMAÇÃO DE 
PALAVRAS
HABILIDADES: 1, 2, 3, 4, 26 e 27
COMPETÊNCIAS: 1 e 8
AULAS 1 E 2
 7
outras palavras). São dessas palavras anteriormente 
citadas que surgem as palavras derivadas (Exemplos: 
florista, pedreiro, bananeiro, temporal, diário, marítimo, 
chuvoso, entre outras).
Também temos tempos verbais primitivos. Em geral, 
são verbos no infinitivo onde não seja possível pres-
supor a existência de um substantivo que se refira a 
algum objeto (Exemplo: falar, dançar, cair, correr, seriam 
verbos primitivos. Já um verbo como “ancorar” nos per-
mite recuperar um substantivo primitivo que designa 
um objeto: “âncora”). 
 § Vogal e consoante de ligação
As vogais e consoantes de ligação são elementos que 
unem determinados radicais a certos sufixos que facilitam 
ou, ainda, possibilitam a leitura de uma palavra. Não são 
considerados morfemas, uma vez que não possuem se-
mântica / sentido.
Exemplo 1: 
trico – t – ar (a letra “t” é a consoante que liga 
o radical “tricô” ao sufixo formador de verbos no 
infinitivo “-ar”.
Exemplo 2: 
gas – ô – metro (a letra “o” é a vogal que liga o 
radical “gás” ao sufixo formador de substantivos 
“-metro”.
1.2. Processos de formação
Basicamente, as palavras da língua portuguesa são for madas 
pelos processos de derivação e composição. Além des-
ses, também temos outros processos que contribuem para a 
criação de novas palavras, como a onomatopeia, o neolo-
gismo e o hibridismo.
1.2.1. Formação por derivação
Em geral, no processo de formação por derivação, a pala-
vra primiti va (primeiro radical) sofre acréscimo de afixos. 
Há também outros processos que não envolvem encaixe 
de prefixo ou sufixo. Vejamos: 
 § Derivação prefixal: acréscimo de prefixo à palavra 
primitiva.
Exemplo: 
in-capaz.
 § Derivação sufixal: acréscimo de sufixo à palavra 
primitiva.
Exemplo: 
papel-aria.
 § Derivação prefixal + sufixal: acrescenta-se um prefi-
xo e um sufixo a um mesmo radical de modo sequencial, 
ou seja, os afixos não são encaixados ao mesmo tempo. 
Percebe-se facilmente, ao remover um dos afixos,a pre-
sença de uma palavra com sentido completo.
Exemplo: 
in-feliz-mente.
 § Derivação parassintética: acréscimo simultâneo de um 
prefixo e de um sufixo a um mesmo radical ou à palavra 
primitiva. Em geral, as formações parassintéticas originam-
-se de substantivos ou adjetivos para formarem verbos.
Exemplo: 
en-triste-cer.
 § Derivação regressiva: ocorre redução da palavra pri-
mitiva. Nesse processo, formam-se substantivos abstra-
tos por derivação regressiva de formas verbais.
Exemplo: 
ajudar >>> (a) ajuda.
 § Derivação imprópria: ocorre a alteração da classe 
gramatical da palavra primitiva.
Exemplo: 
olhar (verbo) >>> (o) olhar (substantivo).
1.2.2. Formação por composição
Nos processos de formação de palavras por composição, 
ocorre a junção de dois ou mais radicais. Palavras com 
significados distintos formam uma nova palavra com um 
novo significado.
São dois os processos de formação por composição:
 § Composição por justaposição: quando não ocorre 
a alteração fonética das palavras. A justaposição tam-
bém pode ocorrer por hifenização. 
Exemplos: 
girassol (gira + sol); guarda-chuva (guarda + chuva).
 § Composição por aglutinação: quando ocorre alte-
ração fonética, em decorrência da perda de elementos 
das palavras.
 8
Exemplos: 
aguardente (água + ardente); embora (em + boa 
+ hora).
1.3. Outros processos
1.3.1. Hibridismo
No processo de formação por hibridismo, as palavras 
compostas ou derivadas são constituídas por elementos 
originários de línguas diferentes:
 § grego + latim: automóvel e monóculo
 § latim + grego: sociologia, bicicleta
 § árabe + grego: alcaloide, alcoômetro
 § tupi + grego: caiporismo
 § africano + latim: bananal
 § africano + grego: sambódromo
 § francês + grego: burocracia
1.3.2. Neologismo
Neologismo é o nome dado ao processo de criação de 
novas palavras. São três tipos: Semântico (a palavra já 
existe no dicionário, mas adquire um novo significado); Le-
xical (criação de uma palavra nova, sem necessariamente 
seguir regras formais); Sintático (construção sintática que 
passa a ter um significado específico). 
Exemplos: 
Originalmente, a palavra bonde significava certo 
veículo utilizado como meio de transporte. Hoje, 
na variedade linguística utilizada por falantes inse-
ridos no estilo do funk carioca, foi dado um novo 
significado para a palavra bonde: turma, galera.
É comum formar verbos a partir de palavras do 
meio da informática, como googlar (procurar 
no Google), twittar (escrever no Twitter) ou 
resetar (de reset).
Neste poema, o autor joga com os diferentes sentidos 
produzidos por morfemas iguais ou semelhantes.
Diversonagens suspersas (Paulo Leminski)
Meu verso, temo, vem do berço. 
Não versejo porque eu quero, 
versejo quando converso 
e converso por conversar. 
Pra que sirvo senão pra isto, 
pra ser vinte e pra ser visto, 
pra ser versa e pra ser vice, 
pra ser a super-superfície 
onde o verbo vem ser mais? 
Não sirvo pra observar. 
Verso, persevero e conservo 
um susto de quem se perde 
no exato lugar onde está. 
Onde estará meu verso? 
Em algum lugar de um lugar, 
onde o avesso do inverso 
começa a ver e ficar. 
Por mais prosas que eu perverta, 
não permita Deus que eu perca 
meu jeito de versejar.
(Paulo leminski, in: Toda Poesia)
multimídia: poema • poesia
 9
VIVENCIANDO
A tabela abaixo traz significados de prefixos e radicais, alguns frequentemente usados no dia a dia.
Prefixos latinos Significados Exemplos
a–, ab–, abs– afastamento, separação abstenção, abdicar
a–, ad–, ar–, as– aproximação, direção adjunto, advogado, arribar, assentir
ambi– ambiguidade, duplicidade ambivalente, ambíguo
ante– anterioridade anteontem, antepassado
aquém– do lado de cá aquém-mar
bene–, bem– excelência, bem beneficente, benfeitor
bis–, bi– dois, duas vezes, repetição bípede, binário, bienal
com– (con–), co– (cor–) companhia, contiguidade compor, conter, cooperar
contra– oposição controvérsia, contraveneno
cis– posição, aquém de cisandino, cisalpino
de–, des–
separação, privação, negação, movimento 
de cima para baixo
deportar, demente, descrer, decair, decrescer, demolir
dis– separação, negação dissidência, disforme
e– ,en– ,em– introdução, superposição engarrafar, empilhar
e–, es–, ex– movimento para fora, privação emergir, expelir, escorrer, extrair, exportar, esvaziar, esconder, explodir
extra– posição exterior, excesso extraconjugal, extravagância
intra–, posição interior intrapulmonar, intravenoso
i–, im–, in– negação, mudança ilegal, imberbe, incinerar
infra– abaixo, na parte inferior infravermelho, infraestrutura
justa– posição ao lado justalinear, justapor
o–, ob– posição em frente, oposição obstáculo, obsceno, opor, ocorrer
per– movimento através de perpassar, pernoite
pos– ação posterior, em seguida pós-datar, póstumo
pre– anterioridade, superioridade pré-natal, predomínio
pro– antes, em frente, intensidade projetar, progresso, prolongar
preter–, pro– além de, mais para frente prosseguir
re– repetição, para trás recomeço, regredir
retro– movimento mais para trás retrospectivo
Radicais latinos Significados Exemplos
aristo– melhor, nobre aristocracia
arqueo– antigo arqueologia, arqueólogo
anthos– flor antologia, crisântemo, perianto
atmo– ar atmosfera
auto– mesmo, próprio autoajuda, autômato
baro– peso, pressão barômetro, barítono
biblio– livro bibliófilo, biblioteca
 10
VIVENCIANDO
Radicais latinos Significados Exemplos
bio– vida biologia, anfíbio
caco– mau cacofonia, cacoete
cali– belo caligrafia, calígrafo
carpo– fruto pericarpo
céfalo– cabeça cefalópodes, cefaleia, acéfalo
cito– célula citoplasma, citologia
copro– fezes coprologia, coprófagas
cosmo– mundo microcosmo, cosmonauta
crono– tempo cronômetro, diacrônico
dico– em duas partes dicotomia, dicogamia
eno– vinho enologia, enólogo
entero– intestino enterite, disenteria
etno– povo étnico, etnia, etnografia
filo–, filia– amigo, amizade filósofo, filantropia
fono– som, voz fonética, disfônica
gastro– estômago gastrite, gastronomia
hemo– sangue hemorragia, hemodiálise
hidro– água hidravião, hidratação
higro– úmido higrófito, higrômetro
hipo– cavalo hipódromo, hipopótamo
–ambulo que anda noctâmbulo, sonâmbulo
–cida que mata fraticida, inseticida
–cola que habita arborícola, silvícola
–cultura que cultiva triticultura, vinicultura
–evo idade longeva, longevidade
–fero que contém ou produz mamífero, aurífero
–fico que faz ou produz benéfico, maléfico
–forme que tem a forma cordiforme, uniforme
–fugo que foge vermífugo, centrífugo
–grado grau, passo centígrado
–luquo que fala ventríloquo
–paro que produz ovíparo
–pede pé velocípede, bípede
–sono que soa uníssono
–vago que vaga noctívago
–voro que come carnívoro, herbívoro, onívoro
 11
VIVENCIANDO
Prefixos gregos Significados Exemplos
acro– alto acrobata, acrópole
aero– ar aerodinâmica
agro– campo agrônomo, agricultura
antropo– homem antropofagia, filantropo
homo– igual homônimo, homógrafo
idio– próprio idioma, idioblasto
macro–, megalo– grande, longo macronúcleo, megalópole
metra– mãe, útero endométrio, metrópole
meso– meio mesóclise, mesoderma
micro– pequeno micróbio, microscópio
mono– um monarquia, monarca
necro– morto necrópole, necrofilia, necropsia
nefro– rim nefrite, nefrologia
odonto– dente odontalgia, odontologia
oftalmo– olho oftalmologia, oftalmoscópio
onto– ser, indivíduo ontologia
orto– correto ortópteros, ortodoxo, ortodontia
pneumo– pulmão pneumonia, dispneia
Radicais gregos Significados Exemplos
–agogo o que conduz demagogo, pedagogo
–alg, –algia sofrimento, dor analgésico, cefalalgia, lombalgia
–arca o que comanda monarca, heresiarca
–arquia comando, governo anarquia, autarquia, monarquia
–cracia autoridade, poder aristocracia, plutocracia, gerontocracia
–doxo que opina paradoxo, heterodoxo
–dromo corrida, pista hipódromo
–fagia ato de comer antropofagia, necrofagia
–fago que come antropófago, necrófago
–filo, –filia amigo, amizade bibliófilo, xenófilo, lusofilia
–fobia inimizade,ódio, temor xenofobia
–fobo aquele que odeia xenófobo, hidrófobo
–gamia casamento monogamia, poligamia
–gene que gera, origem heterogêneo, alienígena
–gênese geração esquizogênese, metagênese
–gine mulher andrógino, ginecóforo
–grafia descrição, escrita caligrafia, geografia
 12
VIVENCIANDO
Radicais gregos Significados Exemplos
–gono ângulo pentágono, eneágono
–latria que cultiva idolatria
–log, –logia que trata, estudo psicólogo, andrologia
–mancia adivinhação cartomante, quiromancia
–mani loucura, tendência megalomaníaco
–mania loucura, tendência cleptomania
–metro que mede barômetro, termômetro
–morfo forma, que tem a forma amorfa, zoomórfico
–onimo nome sinônimo, topônimo
–polis, –pole cidade metrópole
–potamo rio mesopotâmia, hipopótamo
–ptero asa helicóptero
–scopia o que faz ver endoscopia, telescópio
–sofia sabedoria, saber filosofia, teosofia
–soma corpo cromossomo
–stico verso monóstico, dístico
–teca lugar, coleção biblioteca, hemeroteca
–terapia cura, tratamento hidroterapia
–tomia corte, divisão vasectomia, anatomia
–topo lugar topografia, topônimo
–tono tom barítono, monótono
 13
DIAGRAMA DE IDEIAS
GRAMÁTICA 
NORMATIVA
MORFOLOGIA
FORMAÇÃO DE 
PALAVRAS
COMPOSIÇÃO
ARTIGO
SUBSTANTIVO
ADJETIVO 
VERBO
ADVÉRBIO
PRONOME
NUMERAL 
PREPOSIÇÃO
CONJUNÇÃO
INTERJEIÇÃO
DERIVAÇÃO
• SUFIXAL
• PREFIXAL
• IMPRÓPRIA
• REGRESSIVA
• PARASSINTÉTICA
FORMAÇÃO DE PALAVRAS A 
PARTIR DE UM ÚNICO RADICAL
FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
COM MAIS DE UM RADICAL
CLASSES DE
PALAVRAS
ESTUDO DOS PROCESSOS DE 
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
• JUSTAPOSIÇÃO
• AGLUTINAÇÃO
 14
1. Artigo
Artigo é a palavra que se antepõe a um substantivo (é um 
marcador pré-nominal), com a função inicial de determiná-
-lo ou indeterminá-lo. Subdivide-se em dois grupos: defini-
dos e indefinidos.
 § Artigos definidos: determinam o substantivo de ma-
neira precisa. São eles: o(s), a(s).
Exemplo: 
Preciso que você me traga a cadeira branca. (O 
artigo definido marca a necessidade de se pegar 
uma cadeira determinada.)
 § Artigos indefinidos: dão ao substantivo um caráter 
vago / impreciso. São eles: um(uns), uma(s).
Exemplo: 
Preciso que você me traga uma cadeira branca. (O 
artigo indefinido marca a possibilidade de se pegar 
uma cadeira qualquer, indeterminada.)
1.1. Artigo combinado com preposições
A contração de artigos com preposições é um movimento 
essencial para a demarcação de sentido em construções 
textuais. Muitas vezes, fazer ou não fazer a contração do 
artigo com a preposição pode alterar significativamente o 
entendimento que se tem de um texto. Esses eventos tex-
tuais serão discutidos no próximo tópico (o artigo aplicado 
ao texto). Ficaremos aqui com as possibilidades de contra-
ção do artigo com a preposição.
Preposições
Artigos
o, os a, as *
um, 
uns
uma, umas
a ao, aos à, às * — —
de do, dos da, das dum, 
duns
duma, dumas
em no, nos na, nas num, 
nuns
numa, numas
por pelo, 
pelos
pela, pelas — —
* a junção de “a” (PrePosição) + “a” (arTigo) é o que dá origem 
ao fenômeno da crase, que será discuTido em momenTo oPorTuno.
1.2. Artigo aplicado ao texto
O artigo talvez seja uma das classes gramaticais mais su-
bestimadas da língua portuguesa, e isso ocorre, principal-
mente, pelo fato de, em âmbito escolar, ser apresentado 
apenas em suas características estruturais mais básicas, 
sem o devido aprofundamento semântico ou textual que 
os vestibulares costumam abordar. Por esse motivo, apre-
sentaremos a seguir as aplicações textuais do artigo.
1.2.1. Artigo como marcador de quantidade
A presença ou ausência do artigo pode servir como quan-
tificador de elementos.
Exemplos: 
Casa de câmbio da Rua do Ouvidor foi assalta-
da. (A ausência de artigo indica que há mais de 
uma casa de câmbio na rua).
A casa de câmbio da Rua do Ouvidor foi assal-
tada. (A presença de artigo indica que há apenas 
uma casa de câmbio na rua).
1.2.2. Artigo como marcador 
de convívio/intimidade
A presença ou ausência do artigo pode servir como algo 
que marca certos afetos em relação aos indivíduos. 
Exemplos: 
A gerência será assumida por Gerson Soares, 
do almoxarifado. (A ausência de artigo indica 
distanciamento de Gerson, marcando o fato de 
que, possivelmente, nem todos o conheçam.)
A gerência será assumida pelo Gerson Soares, do 
almoxarifado. (A presença de artigo indica intimida-
de com Gerson, podendo demarcar a ideia de que 
muitas pessoas da empresa conhecem o Gerson.)
ARTIGOS, 
SUBSTANTIVOS 
E ADJETIVOS
HABILIDADES: 1, 2, 3, 4, 26 e 27
COMPETÊNCIAS: 1 e 8
AULAS 3 E 4
 15
1.2.3. Artigo marcando conhecimento 
ou desconhecimento de substantivos
Os artigos definido e indefinido podem marcar o conheci-
mento ou o desconhecimento de certos assuntos conduzi-
dos por substantivos.
Exemplos: 
Foi localizado, ontem, o jovem serial-killer que 
havia fugido da cadeia. (O artigo definido nos 
transmite a ideia de que a notícia da fuga do jo-
vem era de conhecimento dos leitores, ou seja, o 
substantivo era conhecido.) 
Foi localizado, ontem, um jovem serial-killer que 
havia fugido da cadeia. (O artigo indefinido nos 
transmite a ideia de que a fuga do jovem era no-
vidade para os leitores, ou seja, o substantivo era 
desconhecido.)
1.2.4. Artigo como particularizador ou generalizador
Exemplos: 
Garfield é um gato. (O artigo indefinido marca a 
ideia de que Garfield é mais um entre os vários ga-
tos no mundo, ou seja, generaliza o substantivo.)
Garfield é o gato. (O artigo definido marca a ideia 
de que Garfield é um gato especial em relação a 
outros gatos, ou seja, particulariza e destaca o 
substantivo.)
1.2.5. Artigo como marcador de coerência textual
Para marcarmos coerência textual, muitas vezes nos vale-
mos das capacidades de determinação e indeterminação 
dos artigos.
Exemplos: 
Uma feira de livros usados terá início nesse fim 
de semana, em Sorocaba. A feira contará com a 
participação de sebos e livrarias da região...
No exemplo apresentado, constatamos que, quando pre-
cisamos introduzir uma informação que nosso interlocu-
tor desconhece, utilizamos primeiro um artigo indefinido 
e, depois de apresentado o substantivo, (no caso, “feira”) 
começamos a demarcá-lo a partir do artigo definido. Há 
também outra possibilidade de organização:
Exemplos: 
— Então, como é o sítio?
— Bem, é um sítio antigo, retiramos a água do 
poço, mas é bastante tranquilo... 
Nesse segundo exemplo, a coerência textual é definida 
quando é apresentado um substantivo definido que nosso 
interlocutor conhece. Para satisfazer a demanda de expli-
cação, o interlocutor abre sua explicação marcando o subs-
tantivo com artigo indefinido.
fonTe: YouTube
A canção, em seu refrão, recorre às propriedades semân-
ticas do emprego dos artigos: “Ele é o homem /Eu sou 
apenas uma mulher”.
Esse cara (Caetano Veloso)
Ah! Que esse cara tem me consumido 
A mim e a tudo que eu quis
Com seus olhinhos infantis
Como os olhos de um bandido
Ele está na minha vida porque quer
Eu estou pra o que der e vier
Ele chega ao anoitecer
Quando vem a madrugada ele some 
Ele é quem quer
Ele é o homem 
Eu sou apenas uma mulher
multimídia: letra e música
2. Substantivo
Classe de palavras variável que dá nome a seres reais ou 
imaginários (pessoas, animais ou objetos), lugares, quali-
dades, ações ou sentimentos. Em suma, que pode ter exis-
tência concreta ou abstrata.
É importante, pensando em provas de vestibular, que 
consigamos entender que os conhecimentos a respeito 
de elementos mais básicos de classificação de substanti-
vos (ligados à morfologia) não são efetivamente exi-
gidos em provas de vestibulares. Hoje em dia, as pro-
vas esperam que os alunos saibam localizar substantivos 
com precisão, a fim de que sejam capazes de resolver 
exercícios de compreensão textual (por exemplo, enten-
der as funções textuais de um substantivo) ou mesmo de 
sintaxe. Em suma, dividiremos o conteúdo a seguir en-
tre os conteúdos de baixa incidência em provas de 
vestibular e os conteúdos de maior incidência em 
provasde vestibular. Vejamos então:
 16
I. Conteúdos de baixa incidência em provas de 
vestibular.
2.1. Classificação de substantivos
 § Próprio: nomeia determinados indivíduos de uma es-
pécie (designação específica), como um homem, um 
país ou uma cidade específicos. 
Exemplos: 
Paulo; Pedro; Roma; Folha de S.Paulo.
 § Comum: nomeia, sem distinção, todos os seres de uma 
espécie (designação genérica). 
Exemplos: 
cadeira; porta; sala; cidade; homem.
 § Concreto: nomeia os seres de existência concreta, 
real, palpável “a pedra” ou “a porta”, por exemplo e 
também seres dos quais já se constituiu uma imagem 
histórica “a bruxa” ou “a fada”, por exemplo.
 § Abstrato: nomeia elementos não palpáveis, como sen-
timentos, sensações, qualidades, estados, noções e ações. 
Exemplos: 
maldade; compaixão; beijo; largura. 
2.2. Flexão dos substantivos
2.2.1. Número
Os substantivos podem se flexionar em número, indi-
cando quantidades de certos termos/elementos. Existe, a 
princípio, uma regra geral, e também algumas variantes 
que são apresentadas a seguir:
 § Regra geral: o plural dos substantivos terminados em 
vogal ou ditongo exige o acréscimo do sufixo marcador 
de plural “–s”. 
Exemplos: 
cadeira – cadeiras; mãe – mães; 
perna – pernas. 
Substantivos terminados em ”–ão”
 § Fazem o plural em “–ãos”. 
Exemplos: 
cidadão – cidadãos; irmão – irmãos; órgão – órgãos.
 § Fazem o plural em “–ães”. 
Exemplos: 
escrivão – escrivães; cão – cães; 
alemão – alemães.
 § Fazem o plural em “–ões”. 
Exemplos: 
canção – canções; gavião – gaviões; botão – 
botões.
fonTe: YouTube
A canção é composta por substantivos de diferentes 
naturezas.
Nome das coisas (Karnak)
Nomes se dão às coisas / Nomes se dão
Nomes se dão às pessoas / Nomes se dão
Nomes se dão aos deuses / na imensidão do céu
Nomes se dão aos barquinhos / na imensidão do mar
Nomes se dão às doenças / na imensidão da dor
Nomes se dão às crianças / na imensidão do amor
You and me
Salame / Batata / Barata / Bigorna / Casa / Comida / Bicho 
/ Paçoca /Tampinha de caneta / Bolinha de sabão / Rabo de 
galo /Circo / Pão / Conchinha de galinha / Coxinha do mar / 
Linha / Palito / Terra / Água / Ar / Seriema / Tatu / Mertiolate / 
Saci / Rocambole de laranja / Revista / Gibi / Pipoca / Margari-
na / Lentilha / Leitão / Carrinho de feira / Terremoto / Furacão 
/ Centopeia / Isqueiro / Cefaleia / Blefarite / Cimento / Colar 
/ Rissole / Rinite / Armário / Geladeira / Furadeira / Cobertor 
/ Ladeira / Pedreira / Fogueira / Extintor / Jetom / Bazuca / 
Suporte / Argamassa / Fio de nylon / Lamparina / Chocolate / 
Queratina / Juliana / Cadarço / Picareta / Beija-flor / Convida-
dos / Esfiha / Chupeta / Fruta-cor /Trompete / Arame / Hepa-
tite / Fac-símile / Chocalho / Geleia / Biga / Mocreia / Apolo / 
Nostradamus / Filarmônica / Marisa / Biriba / Pelé / Afrodite / 
José / Filho / Veleiro / Alá / Deus / Salomão / Peixe / Pão
multimídia: letra e música
Substantivos terminados em consoantes
 § “r“, “z“ e “n“ fazem o plural em “–es“.
Exemplos: 
mar – mares; rapaz – rapazes.
 § Substantivos oxítonos terminados em “–s“ e “–z“ fa-
zem o plural em “–es“.
 17
Exemplos: 
país – países; raiz – raízes.
 § Substantivos paroxítonos terminados em “–s“ são 
invariáveis. 
Exemplos: 
atlas – atlas; lápis – lápis.
 § Substantivos terminados em “–al“, “–el“, “–ol“ e 
“–ul“ substituem no plural o “–l“ por “–is“. 
Exemplo: 
animal – animais.
 § Substantivos oxítonos terminados em “–il“ fazem o 
plural em “–s“. 
Exemplos: 
ardil – ardis; funil – funis.
 § Substantivos paroxítonos terminados em “–il“ fazem o 
plural em “–eis“.
Exemplos: 
fóssil – fósseis.
2.2.2. Gênero
Há dois gêneros na língua portuguesa: o masculino e o 
feminino. Também existe uma regra geral e algumas va-
riantes a serem observadas:
 § Regra geral: são masculinos os substantivos que po-
dem ser precedidos pelo artigo “–o” e femininos os que 
podem ser precedidos pelo artigo “–a”. 
Exemplos: 
o poema; o pão (masculinos); a mão; a fruta 
(femininos). 
Substantivos biformes 
Possuem duas formas diferentes para designação de gê-
nero e geralmente são formados pela substituição da desi-
nência “–o” pela desinência “-a”. 
Exemplos: 
menino – menina; garoto – garota.
Há também substantivos biformes formados por radicais 
diferentes. 
Exemplos: 
homem – mulher; cavalheiro – dama.
Substantivos uniformes 
São aqueles que apresentam uma única forma para mar-
cação de gênero:
 § Epicenos: usados para nomes de animais de um só 
gênero que designam ambos os sexos. 
Exemplos:
a águia; a mosca; o condor; o gavião.
 § Comuns de dois: a marcação de gênero é feita ex-
clusivamente pelos artigos. O substantivo se mantém. 
Exemplos: 
o agente – a agente; o gerente – a gerente.
 § Sobrecomuns: apresentam um só termo para os gê-
neros masculino e feminino. 
Exemplos: 
a criança; a testemunha; o cônjuge.
Observação
Caso haja necessidade de especificar o sexo do ani-
mal, juntam-se aos substantivos os adjetivos macho 
ou fêmea:
Exemplos: 
gavião macho – gavião fêmea; tatu 
macho – tatu fêmea.
2.2.3. Grau
Os substantivos se flexionam em grau, que marca aumento 
ou diminuição:
 § Grau normal: homem; boca.
 § Grau aumentativo: homenzarrão; bocarra.
 § Grau diminutivo: homenzinho; boquinha.
 § Grau diminutivo / aumentativo sintético (subs-
tantivo acrescido de um sufixo que indica aumento ou 
diminuição): chapeuzinho, chapelão; homúnculo, ho-
menzarrão; boquinha, bocarra.
 § Grau diminutivo / aumentativo analítico (subs-
tantivo acompanhado de um adjetivo que indica au-
mento ou diminuição): boca grande; homem pequeno.
 18
II. Conteúdos de maior incidência em provas de 
vestibular
a) Lembrar que o substantivo é chamado também de 
“nome”
Nos estudos gramaticais, em geral, alguns elementos que 
não fazem parte da categoria “verbos” são denominados 
como elementos nominais. No entanto, vale ressaltar 
que o elemento nominal “por excelência” é o substanti-
vo, pois ele é o elemento “nomeador” da língua. Embora 
seja uma informação simples (lembrar que o substantivo é 
chamado de “nome”), tal informação será essencial para a 
melhor organização dos estudos em sintaxe. Por exemplo, 
a categoria conhecida como adjunto adnominal é com-
posta por itens que “acompanham”, que “estão juntos”, 
que “estão ao lado” de um elemento nominal (em ter-
mos mais práticos, um “adjunto adnominal” é um item que 
fica “junto” do “nome”, ou “junto” do “substantivo”). 
Ter essa noção, ajuda a diluir a confusão que comumente 
ocorre quando precisamos, mais adiante, nomear determi-
nadas categorias sintáticas.
b) Saber que o substantivo é precedido de artigo (e que 
pode vir também precedido ou acompanhado de outras 
categorias gramaticais)
O método mais prático para confirmarmos se uma palavra 
é, ou não, um substantivo consiste em inserirmos diante 
dela um artigo (o, a, um, uma ou as formas plurais desses 
itens). Por exemplo, desejo saber se “floresta” é um subs-
tantivo. Pronuncio, então: “a floresta”. Funcionando, te-
nho a confirmação de que “floresta” é um substantivo. 
Tal procedimento não funcionaria, por exemplo, diante de 
um “verbo” (por exemplo, a construção “a dormir”, não 
existe em português).
Outro ponto relevante é que, embora seja comum utilizar-
mos artigos com elementos que precedem substantivos, 
também podemos ter outras categorias que “acompanham” 
substantivos, como pronomes (“essa floresta”), numerais 
(“duas florestas”) e adjetivos (“florestas imensas”).
c) Saber que o substantivo será o núcleo diversas funções 
sintáticas que serão estudadas em tópicos futuros
Muitas vezes saímos da escola “abarrotados” de nomen-
claturas sintáticas na cabeça, que muitas vezes temos di-
ficuldade em organizar e dominar. Algo que ajudará nes-
se processo é entender que, uma vez que você se torne 
um bom “localizador” de substantivos, você está a meio 
caminho de se tornar um bom “localizador” de determi-
nadas categorias sintáticas. Isso porque o substantivo é 
núcleo (parteessencial de uma categoria sintática, que 
comporta maior carga de sentido) de categorias que es-
tudaremos mais adiante como sujeito, objeto direto, 
objeto indireto, complemento nominal, entre ou-
tras. Vejamos alguns exemplos:
Exemplos:
O agricultor cuida do solo
 
 Substantivo é núcleo do sujeito
O agricultor cuida do solo
 
 Substantivo também é núcleo do objeto indireto
d) O substantivo possui funções de organização textual
A construção de um texto depende essencialmente dos 
substantivos, pois é deles que parte o processo de refe-
rencialidade. 
Entende-se por referencialidade a capacidade que os subs-
tantivos têm de apontar para os elementos do mundo que 
compõem sentido, e também de fazer com que esses sen-
tidos sejam construídos à medida que novos substantivos 
apareçam no texto. O movimento de referencialidade parte 
de três pressupostos importantes: 
 § Introdução/construção: apresenta um ou mais 
substantivos no texto que servirão não apenas de intro-
dução, mas também como elementos que constituem / 
fundamentam uma ideia. É a partir desse(s) substanti-
vo(s) que o texto e seu sentido são construídos. 
 § Retomada/manutenção: usam-se outros substan¬-
tivos muito similares ao(s) primeiro(s) apresentados no 
início do texto, que permitirão reto¬mar a ideia inicial-
mente apresentada (o que contribui para a manuten-
ção de sentido). 
 § Desfocalização: é o momento do texto em que en-
tram em cena novos substantivos que tomam o foco 
para si e ampliam os sentidos do texto.
3. Adjetivo
Classe de palavras variável que acompanha e modifica o 
substantivo, podendo caracterizá-lo ou qualificá-lo.
Assim como alertamos mais acima, pensando em pro-
vas de vestibular, é importante que consigamos enten-
der que os conhecimentos a respeito de elementos mais 
básicos de classificação de adjetivos (ligados à morfolo-
gia) não são efetivamente exigidos em provas de 
vestibulares. Hoje em dia, as provas esperam que os
 19
alunos saibam localizar adjetivos e locuções adjetivas 
com precisão, a fim de que sejam capazes de resolver 
exercícios de compreensão textual (por exemplo, en-
tender as funções textuais de um adjetivo) ou mesmo 
de sintaxe. Desse modo, aqui no tópico de “Adjetivos”, 
também dividiremos o conteúdo a seguir entre os con-
teúdos de baixa incidência em provas de vestibu-
lar e os conteúdos de maior incidência em provas 
de vestibular. Vejamos então:
I. Conteúdos de baixa incidência em provas de ves-
tibular.
3.1. Nomes substantivos 
e nomes adjetivos
No contexto de uma frase, é possível identificar palavras de 
outras classes, entre elas os adjetivos, que se transformam 
em nomes (substantivos) desde que precedidas de um artigo. 
Exemplos: 
o jovem desempregado; um desempregado jovem.
 § Adjetivos Pátrios e Gentílicos
Derivados de substantivos, os adjetivos que in-
dicam a nacionalidade de pessoas e coisas são 
chamados pátrios. Exemplos: brasileiro; mineiro; 
paranaense; paulista; português.
Os que indicam etnias e povos são os adjetivos 
gentílicos. Exemplos: israelita; semita; europeu; 
africano; curdo. 
 § Adjetivos pátrios e gentílicos compostos
Exemplos: 
luso-brasileiro; euro-asiático; teuto-brasileiro; afro-
-americano; franco-suíço; hispano-americano; aus-
tro-húngaro; indo-europeu, anglo-americano.
3.1.1. Flexão do adjetivo
 § Número: o adjetivo toma a forma singular ou plural 
do substantivo que ele determina. 
Exemplos: 
aluno estudioso – alunos estudiosos; aluna apli-
cada – alunas aplicadas; perfume francês – per-
fumes franceses.
 § Plural dos adjetivos compostos: apenas o último 
elemento vai para o plural. 
Exemplos: 
clínicas médico-dentárias; institutos ítalo-brasileiros.
Memórias Póstumas de Brás 
Cubas (Machado de Assis)
No primeiro capítulo, o autor trabalha com os sentidos 
das palavras “autor” e “defunto” em diferentes classes 
gramaticais. 
Capítulo I - ÓBITO DO AUTOR 
[...] Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, 
duas considerações me levaram a adotar diferente mé-
todo: a primeira é que eu não sou propriamente um au-
tor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa 
foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim 
mais galante e mais novo. [...]
multimídia: livro
3.1.2. Grau dos adjetivos
 § Comparativo: indica determinada qualidade em grau 
igual, superior ou inferior a outra (Comparativo de 
Igualdade, de Superioridade e de Inferioridade). 
Exemplos:
Pedro é tão estudioso como (ou quanto) Rodrigo.
Pedro é mais estudioso do que Rodrigo.
Pedro é menos estudioso do que Rodrigo.
 § Superlativo: expressa determinada qualidade em grau 
elevado. Pode ser Superlativo Absoluto ou Relativo. 
O Superlativo Absoluto se apresenta como Sinté-
tico (com o acréscimo de sufixos) e Analítico (com o 
auxílio de advérbios que dão ideia de intensidade). 
Exemplos:
Pedro é inteligentíssimo. (Superlativo Absolu-
to Sintético).
Rodrigo é muito inteligente. (Superlativo Ab-
soluto Analítico).
O Superlativo Relativo indica qualidade em 
grau mais ou menos elevado em comparação à 
 20
totalidade dos seres. Pode ser: Relativo de Superioridade e de Inferioridade.
Exemplos:
João é o aluno mais estudioso da classe. (Superlativo Relativo de Superioridade). 
João é o aluno menos estudioso da classe. (Superlativo Relativo de Inferioridade).
Observação 1
Há uma exceção: surdo-mudo / surdos-mudos.
Observação 2
São invariáveis os adjetivos referentes a cores se o último elemento ou ambos forem substantivos: blusas vermelho-sangue; 
vestidos cor de rosa; blusas verde-limão.
II. Conteúdos de maior incidência em provas de vestibular
a) Lembrar que a posição de um adjetivo em relação a um substantivo “pode” modificar as relações de sentido.
Exemplos
Ele é um atleta pobre (sem recursos financeiros / sem dinheiro)
Ele é um pobre atleta (um atleta medíocre / sem grandes habilidades)
Embora a posição mais tradicional de inserção do adjetivo seja posterior ao substantivo, a gramática normativa autoriza 
a inversão de posições; desde que, é claro, estejamos atentos sobre possíveis mudanças de sentido. Nos exemplos apresen-
tados acima, a mudança de posição entre as palavras “atleta” e “pobre” criou nuances variadas de sentido. É importante 
ressaltar que isso não ocorrerá sempre. Por exemplo, dizer que “o Brasil precisa de um jornalismo novo” e dizer que “o 
Brasil precisa de um novo jornalismo” (em que modificamos as posições do adjetivo “novo” em relação ao substantivo 
“jornalismo”) não muda efetivamente nada do ponto de vista do sentido.
b) O adjetivo possui funções de organização textual
Os adjetivos exercem o importante papel de auxiliar nos processos descritivos de um texto. Em termos mais claros, os adjeti-
vos são responsáveis por compor sentenças que, por exemplo, caracterizem os personagens de uma narrativa (suas roupas, 
atitudes, etc.) ou que apresentem detalhes a respeito de uma localização (detalhes de uma cidade, ou ambiente florestal), 
entre outras caracterizações. Em textos literários brasileiros do período romântico, por exemplo, havia a necessidade de se 
evidenciar características que valorizassem a nação. Por esse motivo, encontramos obras em que há grandes processos de 
adjetivação caracterizando o ambiente brasileiro (o livro Iracema, de José de Alencar, é um grande exemplo).
c) A locução adjetiva
A locução adjetiva é uma categoria morfológica em que utilizamos duas estruturas (em geral, uma preposição + um substan-
tivo) que, no final, funcionam como um único adjetivo (caracterizando um substantivo). Um detalhe importante é que a es-
trutura que funciona locução adjetiva nos permite, em alguns casos, “enxergar” um adjetivo por trás dela. Vejamos exemplos:
Exemplos
Preciso imprimir a fatura do mês
 
 substantivo locução adjetiva (equivale ao adjetivo “mensal”)
Eu levantei uma parede de concreto
 
 substantivolocução adjetiva (não há adjetivo equivalente)
 21
DIAGRAMA DE IDEIAS
ESTUDO DOS PROCESSOS DE
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
SUBSTANTIVO ADJETIVO
CLASSE DAS 
PALAVRAS
ARTIGO PALAVRA VARIÁVEL QUE
DÁ NOME A SERES REAIS,
IMAGINÁRIOS OU IDEIAS
PALAVRA VARIÁVEL
QUE SE ANTEPÕE
AO SUBSTANTIVO,
DETERMINANDO-O
PALAVRA VARIÁVEL
QUE ESPECIFICA
O SUBSTANTIVO,
CARACTERIZANDO-O
MORFOLOGIA
GRAMÁTICA 
NORMATIVA
 22
1. Verbo
Verbo é a classe de palavras que, do ponto de vista se-
mântico e morfológico, contém as noções de ação, proces-
so, estado, mudança de estado e manifestação de fenôme-
nos da natureza. É variável e suas flexões marcam:
 § pessoa: indica o emissor, o destinatário ou o ser do 
qual se fala. Os pronomes pessoais do caso reto in-
dicam as pessoas do verbo – eu, tu, ele(a), nós, vós, 
eles(as);
 § número: indica se o sujeito gramatical está no singu-
lar ou no plural;
 § tempo: localiza a ação, o processo ou o estado em 
relação ao momento do enunciado. Os tempos verbais 
são seis: presente, pretérito perfeito, pretérito imper-
feito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e 
futuro do pretérito;
 § modo: indica a atitude do emissor quanto ao fato por 
ele enunciado, que pode ser de certeza, dúvida, temor, 
desejo, ordem, etc. Os modos verbais são: indicativo, 
subjuntivo e imperativo;
 § voz: indica o comportamento do sujeito em rela-
ção ao verbo (agente, paciente ou ambos, simulta-
neamente).
1.1. Conjugações verbais
Conjugar um verbo compreende adicionar ao seu radical 
a vogal temática da conjugação ou classe a que pertence 
somada aos sufixos modo-temporal e número-pessoal que 
lhe são permitidos. Existem três conjugações verbais na lín-
gua portuguesa:
 § 1.a conjugação: indicada pela vogal temática –a– 
amar, brincar, falar
 § 2.a conjugação: indicada pela vogal temática –e– 
nascer, crescer, morrer
 § 3.a conjugação: indicada pela vogal temática –i– 
dormir, sorrir, partir
O verbo pôr e seus derivados são considerados de 2.ª 
conjugação por conta de um processo fonológico ao 
longo da história que suprimiu a vogal temática –e–. 
Em um estágio anterior da língua portuguesa, a sua 
forma original era poer.
1.2. Classificação dos verbos
1.2.1. Verbos regulares
Os verbos regulares não sofrem alteração do radical e das 
desinências nos diferentes tempos, modos e pessoas. O 
radical do verbo é obtido pela supressão das terminações 
do infinitivo (–r):
eu mand(o) / tu mand(as) / ele mand(a) / nós 
mand(amos)
1.2.2. Verbos irregulares
Os verbos irregulares sofrem alteração do radical e das de-
sinências nos diferentes tempos, modos e pessoas.
 § fazer: faço, faria, fazia;
 § estar: estou, estive, estarei;
 § saber: sei, soubera, saiba.
1.2.3. Verbos anômalos
Os verbos anômalos apresentam radicais diferentes ao lon-
go da conjugação:
 § ser: sou, é, fomos;
 § ir: vou, fui, ia.
1.2.4. Verbos defectivos
Os verbos defectivos não possuem todas as as formas para 
conjugação (não costumam apresentar, por exemplo pri-
meira pessoa do singular):
VERBOS: NOÇÕES 
PRELIMINARES E 
MODOS INDICATIVO 
E SUBJUNTIVO
HABILIDADES: 1, 2, 3, 4, 26 e 27
COMPETÊNCIAS: 1 e 8
AULAS 5 E 6
 23
 § reaver (composto de haver, tem apenas as formas em 
“v“): reavemos, reavia, reaverá;
 § precaver: precavemos, precavia, precavi;
 § latir: lates, late, latimos;
 § colorir: colores, colore, colorimos, coloris.
OBSERVAÇÃO: Entre os verbos defectivos estão inclu-
ídos os chamados verbos impessoais, usados apenas 
na terceira pessoa do singular: chover, trovejar, ventar, 
haver (existir), fazer (refere-se ao clima: faz frio; ao tem-
po: faz dez anos).
1.2.5. Verbos auxiliares
Os verbos auxiliares formam os tempos compostos ou lo-
cuções verbais com os verbos principais:
 § ser (pago);
 § estar (curado);
 § ter (estudado);
 § haver (prometido).
1.2.6. Verbos abundantes
Os verbos abundantes apresentam mais de uma forma, 
especificamente de particípio:
 § cozido e cozinhado;
 § morto e morrido;
 § imprimido e impresso.
Os particípios abundantes são classificados em regula-
res e irregulares.
a) As formas regulares terminadas em –ado e –ido, 
não contraídas, acompanham os verbos auxiliares 
ter e haver.
Ele já havia pagado a dívida.
Tínhamos aceitado o convite.
b) As formas irregulares, contraídas, acompanham os 
verbos auxiliares ser e estar.
O feijão foi cozido na panela de pressão.
A lâmpada foi acesa.
1.3. Formas nominais do verbo
O infinitivo, o particípio (regular e irregular) e o gerúndio 
são chamados formas nominais do verbo porque podem 
funcionar como nomes – substantivo, adjetivo, advérbio.
 § Infinitivo
O comer demais faz mal. (substantivo)
O viver é bom. (substantivo)
 § Gerúndio
Ela bebeu chá fervendo. (advérbio)
Fervendo, desligue. (advérbio)
 § Particípio
A feira foi inaugurada. (adjetivo)
O parque foi inaugurado. (adjetivo)
1.4. Locução verbal
Expressão formada por mais de um verbo, O primeiro verbo 
da sequência é chamado de auxiliar e pode apresentar 
flexões (de tempo, modo e pessoa); o segundo é chamado 
de principal e assumirá alguma das formas nominais (in-
finitivo, gerúndio ou particípio).
Exemplos:
Eu irei estudar mais tarde.
Ele está pensando que é adulto.
Estamos preocupados com a situação.
1.5. Modos verbais
Os modos verbais têm como objetivo indicar o “com-
portamento” dos verbos em relação aos tempos (exce-
to no modo imperativo, que será estudado na próxima 
aula). São os modos verbais que nos permitem saber 
se tempo utilizado em uma sentença refere-se a uma 
situação de certeza dos acontecimentos (modo indicati-
vo) ou incerteza dos acontecimentos (modo subjuntivo). 
Vamos conhecê-los:
1.5.1. Tempos do modo indicativo
Presente: em sua designação padrão, indica ação simul-
tânea ao momento de fala.
Exemplo: 
Só passa ônibus lotado! Por isso o ponto con-
tinua cheio.
Também é utilizado para exprimir outras situações além da 
anteriormente mencionada:
a) Presente histórico ou narrativo: é articulado com 
informações no passado. Muito usado em narrativas para 
criar uma aproximação entre o fato passado e o leitor / 
espectador do presente.
 24
Exemplo: 
Em 1970, O Brasil vence a Copa do México
 
 evento passado verbo no presente
b) Presente com valor de futuro: é articulado com informações no futuro. Encontramos em situações variadas, desde 
construções literárias mais sofisticadas, até construções mais oralizadas.
Exemplo: 
Pode deixar, amanhã eu falo com o Roberto.
 
evento passado verbo no presente
c) Presente frequentativo ou habitual: é articulado com “marcadores linguísticos de hábito” (elementos como “todo 
dia”, “toda hora”, “a todo o momento”, “sempre”, entre outros). Dá ao verbo no presente a sensação de ação que é realizada 
frequentemente, como um hábito.
Exemplo: 
Sempre viajamos com nossos pais para Aparecida do Norte
 
marcador verbo no presente
de hábito 
d) Presente durativo ou universal: é articulado em fenômenos pontuais em que conseguimos perceber uma situação 
que seria “imutável”. É muito comum em sentenças que apontam verdades universais, provérbios e teoremas. Ocorre fre-
quentemente com verbo “ser”, mas admite outras construções.
Exemplo: 
A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. 
 
 Presente durativo (verdade universal / imutável)
Pretérito: indica ação anterior ao momento de fala. No modo indicativo, temos três modalidades:
a) Pretérito perfeito: ação passada pontual, encerrada, já concluída. Não apresenta referência a outra ação anterior ou 
contemporânea.
Exemplo: 
O gerente indicou um candidato para a vaga.
 
pretérito perfeito (ação passada concluída)
Apresenta forma composta!
O pretérito perfeito composto é estruturado a partir de verbo “ter” + “particípio” e exprime um passado que continua 
a se repetir no presente.
Exemplo:O novo filme de Almodóvar tem agradado crítica e público.
 25
b) Pretérito imperfeito: em sua designação mais comum, indica ação passada não encerrada, mas também apresenta 
outras nuances de sentido. Vejamos:
Exemplo: 
Ele caminhava quando o foi atingido por uma bicicleta.
 
pretérito imperfeito (ação passada não encerrada / interrompida)
Exemplo: 
Enquanto existiram, as Lojas Arapuã abriam as portas às 10 horas. 
 
 pretérito imperfeito (ação habitual / frequente no passado)
Exemplo: 
Pretendíamos ir à Bahia, mas os preços subiram muito.
 
pretérito imperfeito (ação idealizada / imprecisa / vaga / não realizada)
c) Pretérito mais-que-perfeito: trata-se de uma ação passada anterior a outra ação também passada. Vejamos:
Exemplo: 
O avião já decolara quando o passageiro atrasado chegou.
 
pretérito mais-que-perfeito (simples) outra forma de passado
Apresenta forma composta!
O pretérito mais-que-perfeito composto é estruturado a partir dos verbos “ter” ou “haver” + “particípio” e indica o 
mesmo que a forma simples, no entanto, é mais frequentemente usado na linguagem cotidiana.
Exemplo: 
O avião já tinha / havia decolado quando o passageiro atrasado chegou.
 
pretérito mais-que-perfeito (composto) outra forma de passado
Futuro: indica ação posterior ao momento de fala.
a) Futuro do presente: indica ação futura (de realização material certa ou incerta) em relação ao presente. Apresenta 
também alguns usos particulares que veremos a seguir:
Exemplo: 
O medicamento estará disponível no mercado em setembro.
 
futuro do presente (ação futura enunciada)
 26
Exemplo: 
Conseguirá o grande varejista manter-se no topo?
 
futuro do presente (usado estilisticamente para indicar incerteza)
Exemplo: 
Na África, quantos não estarão mortos de fome!
 
futuro do presente (usado para enfatizar fato futuro aproximado)
Apresenta forma composta!
O futuro do presente composto é estruturado a partir de verbo “ter” + “particípio” e exprime um fato que estará 
concluído antes de outro.
Exemplo:
 Em dois anos, você terá terminado o seu mestrado. 
b) Futuro do pretérito: indica ação futura que não se concretizará por conta de uma relação com fato passado. Sua 
estrutura apresenta também alguns outros usos particulares que veremos a seguir:
Exemplo: 
Eu participaria da São Silvestre se não tivesse torcido o tornozelo.
 
futuro do pretérito ação passada que compromete ação futura
Exemplo: 
O suspeito teria sido visto próximo à residência da vítima alguns dias antes.
 
futuro do pretérito (indicando incerteza / condição subentendida)
Exemplo: 
Poderia me passar os talheres, por gentileza?
 
futuro do pretérito (recurso de polidez / delicadeza)
Apresenta forma composta!
O futuro do pretérito composto é estruturado a 
partir de verbo “ter” + “particípio” e exprime um fato 
que poderia ter acontecido após outro fato passado.
Exemplo: 
a crise teria quebrado a empresa, se não fos-
se o auxílio dos investidores.
fonTe: YouTube
Jornalista - Veja o uso do futuro do pretérito
multimídia: vídeo
 27
1.5.2. Tempos do modo subjuntivo
O modo subjuntivo indica, em qualquer tempo que atue, nuances de incerteza (hipóteses, suposições, fatos duvidosos, etc.). 
Sua adequada conjugação depende de algum elemento que, além de reafirmar a incerteza, contribua para a expressão verbal. 
Não há a mesma quantidade de conjugações que vimos no modo indicativo. Trabalha-se, habitualmente, com 
três: Presente, Pretérito Imperfeito e Futuro (há formas compostas, menos usadas, mas que também serão apresentadas). 
Presente
Exemplo: Ainda que eu compre um novo carro, não sei se seria mesma coisa
 
elemento de suporte presente do subjuntivo
Pretérito Imperfeito
Exemplo: Se houvesse tempo, eu também iria ao show
 
 elemento pretérito imperfeito do subjuntivo
 de suporte
Futuro
Exemplo: Quando mudar de ideia, ligue para o seu gerente.
 
 elemento futuro do subjuntivo
 de suporte 
Formas compostas
As formas compostas do subjuntivo também indicam nuances de incerteza e dependem de algum elemento de suporte 
para realização da conjugação. São apenas três tempos utilizados: Pretérito perfeito composto, Pretérito mais-que-
-perfeito composto e Futuro composto. Vejamos:
Exemplo: É essencial que tenham discutido esse problema na reunião.
 
 elemento de suporte pretérito perfeito composto do subjuntivo
Exemplo: Se você tivesse comprado na semana passada, teria pago mais barato.
 
elemento de suporte pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo
Exemplo: Daremos a resposta assim que tivermos recebido o orçamento da reforma.
 
 elemento de suporte futuro composto do subjuntivo 
 28
DIAGRAMA DE IDEIAS
VERBOS
MODOS
SUBJUNTIVO IMPERATIVOINDICATIVO
• PRESENTE 
• PRETÉRITO
PERFEITO
IMPERFEITO
MAIS-QUE-PERFEITO
• FUTURO
DO PRESENTE
DO PRETÉRITO
TEMPOS
• PRESENTE
• PRETÉRITO IMPERFEITO
• FUTURO
TEMPOS
VOZES
MORFOLOGIA
 29
1. Modo imperativo
O modo imperativo manifesta ordem, conselho, súplica ou 
exortação do emissor e pode ser imperativo afirmativo ou 
imperativo negativo.
§ Se beber, não dirija!
§ Dorme, que já está na hora!
TABELA PARA CONJUGAÇÃO DO MODO IMPERATIVO
presente 
do indicativo 
imperativo 
afirmativo
imperativo 
negativo
presente 
do subjuntivo
eu compro x x (ainda que) eu compre
tu compras compra tu* compres tu
(ainda que) 
tu compres
ele compra compre você compre você
(ainda que) 
ele compre
nós compramos compremos nós compremos nós
(ainda que) 
compremos nós
vós comprais comprai vós* compreis vós
(ainda que) 
vós compreis
eles compram comprem vocês comprem vocês
(ainda que) 
eles comprem
*as duas Passagens do PresenTe do indicaTivo Para
o imPeraTivo afirmaTivo imPlicam na Perda do “s” 
final que comPõe a consTrução verbal.
Embora a palavra “imperativo” esteja ligada à ideia de co-
mando e ordem, os verbos que compõem essa modalidade 
também são empregados para designar pedido, convite, 
sugestão, conselho ou súplica.
§ Faça isso agora, amor! (pedido)
§ Faça-nos uma visita! (convite)
§ Meu filho, faça sempre o melhor! (conselho)
§ Senhor, faça-nos esse milagre! (súplica)
2. Vozes
As vozes verbais indicam o comportamento do sujeito (ati-
vo, passivo ou reflexivo) em relação ao verbo apresentado. 
Vejamos alguns exemplo iniciais:
§ João cortou árvores.
O fato (cortou) é praticado pelo sujeito (João). 
Portanto, o verbo está na voz ativa.
§ Árvores foram cortadas por João.
O sujeito (árvores) é alvo, ou seja, sofre a ação de 
João. Portanto, o verbo está na voz passiva.
§ João cortou-se com o machado.
O sujeito (João) é agente e também alvo da ação 
de cortar. Portanto, o verbo está na voz reflexiva.
2.1. Voz ativa
Como vimos nos exemplos iniciais, na voz ativa, o sujeito da 
construção pratica a ação verbal. Trata-se de uma estrutura 
que ocorre prioritariamente com verbos transitivos diretos 
(VTD) ou a parte direta dos verbos bitransitivos (VTDI). Ve-
jamos a estrutura:
Filomena comprou mais plantas.
sujeito agente VTD objeto direto
2.2. Voz passiva (analítica)Também vimos anteriormente, na voz passiva, o sujeito da 
construção sofre a ação verbal. Em língua portuguesa, te-
mos dois modelos de voz passiva. Primeiramente, veremos 
a voz passiva analítica, que se trata de uma construção 
que, além de constatarmos um sujeito “paciente”, que sofre 
a ação verbal, visualizamos uma estrutura de locução verbal 
formada por verbo “ser” + verbo no particípio, além de uma 
estrutura preposicionada, chamada de agente da passiva.
Edson foi incentivado pelos colegas.
 sujeito verbo “ser” agente 
 paciente + da passiva
 verbo no particípio
VERBOS: MODO 
IMPERATIVO E 
VOZES VERBAIS
HABILIDADES: 1, 2, 3, e 27
COMPETÊNCIAS: 1 e 8
AULAS 7 E 8
 30
Atenção
Em casos mais raros, podemos encontrar construções passivas analíticas com o verbo “estar” + “particípio”
Exemplo: 
Os criminosos estavam cercados pelas autoridades. 
2.3. Voz passiva (sintética)
Temos um outro modelo de voz passiva em língua portuguesa, conhecido como voz passiva sintética. Esse outro modelo 
é originário de um fenômeno conhecido como partícula apassivadora, resultado da junção de um verbo transitivo direto 
(VTD) + uma partícula “se”. Dessa junção, surge um fenômeno que nos permite visualizar um sujeito “paciente” (que sofre 
a ação verbal). Vejamos a estrutura.
Exemplo: 
Consertam-se televisores.
 
 VTD partícula sujeito paciente
 “se” 
2.4. Voz reflexiva
A voz reflexiva, como vimos anteriormente, é um fenômeno em que sujeito pratica e sofre a ação realizada. É estruturada 
a partir de um verbo pronominalizado (verbo + pronomes “me”, “te”, “se”, “nos” e “vos”). Vejamos:
Exemplo: 
Acidentalmente, ele se feriu com o aparelho.
 
 pronome reflexivo verbo
 31
VIVENCIANDO
O imperativo é usualmente empregado no universo publi-
citário. Procure identificar em qual pessoa gramatical os 
verbos presentes nas imagens abaixo estão empregados.
DIAGRAMA DE IDEIAS
VERBOS
MODOS
SUBJUNTIVO IMPERATIVOINDICATIVO
VOZES
NÃO ARTICULA TEMPO
AFIRMATIVO
NEGATIVO
• ATIVA
• PASSIVA
• REFLEXIVA
MORFOLOGIA
UFMG
Conduz a interpretação de texto em paralelo 
aos textos literários, majoritariamente. Crô-
nicas, poemas e pequenos trechos canônicos 
podem ser cobrados pelo vestibular, exigindo, 
do aluno, não a leitura integral da obra, 
mas a capacidade de análise e 
avaliação do texto.
Uma vez que a interpretação não ocorre 
isolada, é preciso que o aluno repare nos 
contextos e nos recursos utilizados para al-
cançar os efeitos de sentido, identificando-os 
e validando-os
Textos críticos e literários são colocados em 
discussão, de modo que não basta reconhecer 
os recursos linguísticos. Portanto, notar o 
contexto é essencial.
Questões que demandam do aluno o conhe-
cimento sobre os recursos linguísticos costu-
mam aparecer, bem como uma interpretação 
de texto basilar ao desenvolvimento leitor.
Saber ler não só as questões da frente de 
Português, mas também as questões gerais, 
ainda que em linhas bastante curtas e diretas, 
será um diferencial. Os recursos linguísticos 
ligados à produção de textos não devem 
ser esquecidos no momento da 
leitura.
A interpretação de textos ocorre de maneira 
direcionada, focada, sobretudo, aos recursos 
linguísticos (como figuras de linguagem e 
funções linguísticas). Trabalhar de forma 
atenta, lembrando e aplicando os conceitos 
aprendidos em aula será funda-
mental.
As questões de interpretação se tornam 
bastante direcionadas. Conhecer os conceitos 
por trás da produção dos textos (literários ou 
não), será uma ferramenta interessante para 
que o vestibulando possa atuar.
A interpretação de texto é primordial para a 
resolução da prova, devendo o aluno focar 
não apenas na interpretação dos textos 
literários, mas sobre os mais variados gêneros. 
Além disso, saber interpretar o comando das 
questões, que podem dar pistas 
sobre a resposta 
correta.
No vestibular Fuvest a interpretação de texto 
acontece de forma mais prática. Muitas 
vezes ligada aos textos literários ou críticos, 
a temática aborda de figuras de linguagem à 
projeções sobre o senso comum.
Diversos gêneros textuais podem ser pedidos, 
de modo que conhecer os fundamentos da 
produção textual (figuras de linguagem e fun-
ções da linguagem) pode ser um diferencial. 
A prova conta ainda com textos literários, o 
que demanda uma interpretação 
de sentido conotativo.
Ter em mente os conceitos de denotação e 
conotação renderá, ao aluno, um ponto de 
segurança na hora de iniciar a sua interpre-
tação. Lembrar que a interpretação se liga ao 
contexto pode ser a chave para a aprovação.
Ler atentamente, tendo em vista as caracterís-
ticas dos principais recursos linguísticos e dos 
variados gêneros textuais, é um bom modo de 
mergulhar na prova. Além disso, saber inter-
pretar o comando das questões se mostrará 
de grande ajuda.
O exame CMMG é objetivo. Exige do candidato 
uma capacidade leitora fundamental, que 
demonstre aptidão em reconhecer os recursos 
linguísticos dentro das questões. Assim, lembrar e 
compreender serão as duas principais habilida-
des trabalhadas por esse vestibular.
Além de conhecer os recursos linguísticos, é 
importante lembrar que uma leitura atenta 
pode render ao candidato pontos em questões 
não apenas na área de Português, mas nas 
variadas áreas do conhecimento.
Alinha a interpretação de texto às obras literárias 
que costuma exigir na sua lista obrigatória. O co-
nhecimento sobre os recursos literários adquiridos 
no estudo das obras será fundamental.
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
INTERPRETAÇÃO 
DE TEXTOS
 34
1. Funções da linguagem
1.1. Introdução
O estudo das funções da linguagem está vinculado ao que 
os linguistas denominam teoria da comunicação. As teo-
rias da comunicação têm como objetivo observar o funcio-
namento de processos comunicativos tanto no campo da 
fala como no campo da escrita, inclusive observando os 
gestos de transposição entre os dois campos; por exem-
plo: que elementos do sistema de fala são encontrados no 
sistema de escrita?
O linguista russo Roman Jakobson (1896-1982) foi o 
responsável por desenvolver a teoria das funções da lin-
guagem. De acordo com o estudioso, a linguagem apre-
sentaria funções mais amplas do que simplesmente as de 
caráter informativo. A partir desse pressuposto, Jakobson 
determina que os sistemas comunicativos seriam pauta-
dos por seis funções da linguagem, que seriam determi-
nadas a partir de um “foco” (ou uma ênfase) que recai 
em pontos específicos da mensagem observada. As fun-
ções seriam as seguintes:
 § Emotiva ou expressiva: foco no emissor, locutor ou 
enunciador (a pessoa que fala ou escreve);
 § Apelativa ou conativa: foco no receptor ou interlo-
cutor (a pessoa para quem se fala ou escreve, ou, em 
algumas abordagens, aquele com quem se conversa);
 § Referencial ou denotativa: foco no contexto ou na 
referência de mundo (o assunto, situação ou objeto so-
bre o qual se fala);
 § Fática ou de contato: foco no canal de comunicação 
ou a partir da abertura de contato (físico ou psicológi-
co) com terceiros;
 § Poética: foco nos modos de elaboração da mensagem 
e do texto que a compõe;
 § Metaliguística: foco no código comunicativo (nas 
bases prévias de comunicação, sejam elas verbais ou 
não verbais).
A partir dessas definições, Roman Jakobson propôs o se-
guinte sistema organizativo:
1.2. Função emotiva ou expressiva 
Foco: emissor / locutor / enunciador
A função emotiva, centralizada na figura daquele que fala, 
expressa algumas particularidades do enunciador, como 
emoções, sentimentos, opiniões a respeito de determinadas 
situações, crenças e até mesmo concordâncias e discordân-
cias em relação a certos assuntos. Nela prevalece a 1.ª pes-
soa do singular (eu), podendo, em alguns casos mais raros, 
ocorrer com a 1.ª pessoa do plural (casos em que emoções 
ou opiniões são mobilizadas de modo coletivo).Trata-se de uma função que é facilmente identificada nos 
processos comunicativos falados. Nos processos escritos, 
por sua vez, ela se torna evidente pela presença, no texto, 
de interjeições, exclamações, reticências ou outros sinais 
que demonstrem a subjetividade do falante. É a linguagem 
das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre.
Teresópolis, 1912. 
(manuel bandeira)
1.3. Função apelativa ou conativa 
Foco: receptor / ouvinte / interlocutor
A função apelativa, centralizada na figura daquele que ouve, 
expressa a tentativa de um falante de interferir, geralmente 
FUNÇÕES DA 
LINGUAGEM I
HABILIDADES: 19, 21, 23 e 24
COMPETÊNCIAS: 6 e 7
AULA 1
 35
de maneira persuasiva, nos sentimentos do interlocutor. Nela 
prevalece a 2.ª pessoa do discurso (representada, em portu-
guês, pelos pronomes tu e você). 
Trata-se de uma função que, para atingir seus objetivos, 
manipula formas imperativas, vocativos e, em casos menos 
frequentes, pronomes demonstrativos e possessivos de se-
gunda pessoa. É facilmente identificada em textos publici-
tários, discursos políticos, textos religiosos (sermões), além 
de parágrafos específicos de textos argumentativos, como 
artigos de opinião e editoriais.
1.4. Função referencial ou denotativa 
Foco: referente
A função referencial, centralizada na figura daquilo que 
Roman Jakobson definiu como “referente”, consiste no 
uso objetivo da linguagem em duas instâncias:
 § indica/aponta elementos que estão no mundo;
 § indica/aponta situações ou acontecimentos no mundo.
Trata-se de uma função que não envolve expressão de 
sentimentos (há a neutralização do emissor e do recep-
tor); por isso, diz-se que ela é centrada na 3.ª pessoa do 
discurso e transmite uma informação objetiva e direta 
sobre um assunto. 
É identificada em muitos tipos de texto, como nos téc-
nicos ou científicos (artigos acadêmicos, matérias de 
revistas científicas, livros didáticos), nas bulas de re-
médio, nas placas informativas, e também em alguns 
subgêneros e gêneros jornalísticos, como a notícia e a 
reportagem.
Exemplo: 
“Aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro 
britânico, Tony Blair, para que ele permita uma in-
vestigação independente sobre os aparentes erros 
dos seus serviços de inteligência no que se refere 
às armas de destruição em massa do Iraque. A 
indicação do governo americano, também ques-
tionado sobre a sua avaliação da ameaça iraquia-
na, de que um inquérito pode ser aberto no país, 
reforçou o argumento dos críticos de Blair. O Parti-
do Conservador britânico deverá apresentar nesta 
semana uma moção pedindo a investigação.”
fonTe: folha de s. Paulo - 02-02-2004
 36
DIAGRAMA DE IDEIAS
Função emotiva Função fática Função conativaFunção poética
EMISSOR LOCUTOR
Função metalinguística
Função referencial
CÓDIGO
MENSAGEM
DESTINATÁRIO
INTERLOCUTOR
CONTEXTO REFERENTE
CANAL
 37
1. Funções da linguagem 
(continuação)
Nesta aula, as funções da linguagem de Roman Jakobson 
continuarão a ser estudadas. Lembrando que, das seis exis-
tentes, três foram vistas na aula anterior. As três restantes 
serão abordadas agora.
1.1. Função fática 
Foco: canal de comunicação
A função fática, centralizada no canal de comunicação, 
opera em duas instâncias: 
 § Verifica o modo como a linguagem opera dentro de de-
terminados canais de comunicação: Roman Jakobson 
sugere que, ao se observar pessoas conversando em 
determinado canal, é preciso estar atento a particulari-
dades que surgem na manipulação da linguagem. Para 
isso, recomenda-se verificar a abertura (como a conversa 
começa), a manutenção (quais são as características de 
progressão) e seu fechamento (como os falantes encer-
ram a conversa). Um exemplo claro disso é a comunica-
ção por telefone, em que a abertura é feita a partir de 
um sinal que não é usado em interações frente a frente 
(alô?). Também é perceptível no telefone a emissão de 
sinais sonoros durante a conversa que indicam a manu-
tenção/progressão da comunicação (aquele que ouve, 
por exemplo, costuma usar sinais como ahã! ahã! ahã!).
 § Verifica estratégias gerais para abertura, manutenção e 
encerramento de comunicação. Para abertura comunica-
tiva, por exemplo, há as saudações “olá”, “boa tarde!”, 
“tudo certo?”; para manutenção comunicativa, existem 
os marcadores conversacionais, que são usados para 
“testar” o funcionamento do canal, como “né”, “en-
tendeu?”, “viu?”, “aí”, “tipo”, etc.; e, para fechamen-
to comunicativo, existem recursos de despedida, como 
“tchau”, “adeus”, “até logo”, etc. 
Trata-se de uma função que encontrada em muitos luga-
res. Basta que, em determinado espaço comunicativo, seja 
esboçado algum gesto linguístico que dê margem para o 
início de uma conversa (e, posteriormente, outros gestos 
que mantenham sua progressão e também a encerrem).
1.2. Função poética 
Foco: mensagem
A função poética, centralizada na mensagem, promove 
alterações na estrutura da referida mensagem, com o in-
tuito de modificar as relações do ouvinte com o conteúdo 
expresso. Por exemplo, um poema feito em estrutura de so-
neto caracteriza-se como função poética pelo fato de usar 
uma forma/estrutura comunicativa que difere do modelo 
direto (em prosa) habitual. Assim, entende-se que a função 
poética suplementa o sentido da mensagem.
FUNÇÕES DA 
LINGUAGEM II
HABILIDADES: 19, 21, 23 e 24
COMPETÊNCIAS: 6 e 7
AULA 2
 38
Trata-se de uma função que, para atingir seus objetivos, 
manipula figuras de linguagem, trocadilhos e quebras ou 
distorções de sequências sintáticas. Parte-se do pressupos-
to que todo o poema já é uma função poética. Não obs-
tante, é possível encontrar tal função em prosas poéticas 
(como os textos de Guimarães Rosa, por exemplo), ou em 
textos publicitários que manipulam trocadilhos nas mensa-
gens de suas propagandas.
(ProPaganda com Trocadilho)
Sem
Mim
Ando
Com 
Igo
Sigo
Sem 
Com
Ando
(arnaldo anTunes)
1.3. Função metalinguística 
Foco: código
A função metalinguística, centralizada no código, ocorre 
quando se usa um código (algum modelo comunicativo) 
por meio do próprio código. É importante salientar que os 
referidos códigos (modelos comunicativos) podem ser de 
cunho verbal ou não verbal. Assim, é possível chegar às 
seguintes conclusões:
 § A pintura, por exemplo, é um tipo de arte que estabele-
ce comunicação. Elas é, portanto, um código. Caso um 
pintor deseje registrar em seu quadro um outro pintor 
trabalhando, ele estará fazendo referência ao “código 
pintura” por meio da própria pintura, o que caracteriza 
um gesto metalinguístico (não verbal).
 § Uma crônica, por exemplo, é um gênero que comu-
nica algo. É, portanto, um código. Caso um cronista, 
em vez de discutir um fato cotidiano, prefira falar so-
bre a dificuldade de se fazer uma crônica no momento 
contemporâneo, ele estará usando o “código crônica” 
para falar sobre crônica. Trata-se de um gesto também 
metalinguístico (verbal). 
A função metalinguística é facilmente encontrada nas artes 
em geral; e também em alguns textos instrucionais de de-
terminadas áreas, como os livros de língua portuguesa que 
ensinam o que é a língua portuguesa, caracterizando-se 
como instrumentos que operam uma metalinguagem.
Razão de ser
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
Preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
(Paulo leminski)
 39
1. Variação linguística
A variação linguística é a diversificação dos sistemas

Continue navegando

Outros materiais