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CCiirrrroossee LLaarraa PPaarreennttee DDeeffiinniiççããoo:: Doença crônica do fígado decorrente de destruição e regeneração das células hepáticas, ocasionando, do ponto de vista histológico, a presença de fibrose e formação nodular difusas, com consequente desorganização da arquitetura lobular e vascular do órgão. Virais Hepatite B Hepatite C Álcool: Ingestão de álcool 40g/d para homem e 20 g/d para mulher Metabólicos: Erros congênitos do metabolismo – galactosemia, tirosinemia, doença de Wilson, hemocromatose, deficiência de alfa-1-antripsina, esteato-hepatite não-alcoolica. Induzida por fármacos: Metotrexato, isoniazida, alfametildopa Autoimune: Hepatite ou colangiopatia autoimune Biliares: Cirrose biliar primaria, cirrose biliar secundaria (colangites de repetição) Obstrução do fluxo venoso hepático: Anoxia congestiva: síndrome de BUDDCHIARI, dovenoclusiva, pericardite constritiva Criptogenicas: 5-10% Através de algum agente externo, algo que vai fazer uma inflamação crônica do fígado, é deflagrado um efeito de fibrose difusa no fígado, então há a tentativa de regenerar, formando os nódulos de regeneração, alterando a arquitetura lobular do fígado, mudando também as derivações vasculares, havendo uma capilarização dos sinusoides, havendo também uma fibrose perissinusoidal (ao redor desses vasos), podendo ocorrer trombose vascular e lesões obliterativas no trato portal e veias hepáticas. Isso tudo leva a uma hipertensão portal. Fibrose hepática e fibrogênese: Com essa inflamação crônica, o fígado fica tentando se regenerar, havendo um acumulo de componentes da matriz extracelular, aumentando linfócitos, monócitos, macrófagos e liberação de citocinas inflamatórias. Essa liberação de citocinas leva a uma fibrogênese ou fibrólise. As principais efetoras da fibrogênese são as células estreladas. Essas células ficam como se fossem ‘’dormindo’’ no espaço de Disse, mas quando elas são estimuladas, como por exemplo, por um agressor, produzem enzimas como as prometaloproteases, que são responsáveis pela fibrólise, além disso, produzem colágeno, glicoproteínas e proteoglicanos, e liberam fatores inibidores (TIMP alfa-2 e macroglobulinas). Então, fatores estimuladores com fatores inibidores começam a estimular fibrólise, fibrose, fibrogênese e reparação, gerando uma ‘’briga’’ do fígado tentando se regenerar e sendo agredido (morrendo). Com isso, tem-se um fígado duro (rígido) que não funciona normalmente, levando a uma hipertensão portal. A veia porta é resposável por pelo menos 80% do sangue que é levado para o fígado. Quando há aumento da pressão entre a veia porta e a veia hepática acima de 6mmhg. Ocorre uma Circulação hiperdinâmica Vasodilatação esplâncnica e periférica levando a redução da PA para aumentar oa frequência e o débito cardíaco Quando há uma hipertensão portal, após a vasodilatação, há também uma recanalização da artéria umbilical, pois existe a tentativa de diminuir a pressão criando circulações colaterais (criando varizes de esôfago, estômago isso significa que a veia que apresenta essa circulação está reperfudindo). Quando se tem um aumento da pressão da porta, estimula-se tudo que está antes da porta, fazendo uma vasodilatação dos vasos intraabdominais, quando se faz essa vasodilatação, esse fluxo sanguíneo que está indo pra lá, ele volta, onde pode se ter um baço congesto (aumentado de volume - esplenomegalia), podendo acarretar em uma plaquetopenia, pois já que o baço está grande ele retém essas plaquetas. Circulação hiperdinâmica: Há uma resistência intra-hepática com um maior fluxo, gerando uma hipertensão portal. Então acontece uma tentativa de fazer uma circulação colateral portossitêmica, há uma vasodilatação arterial periférica (NO E CITOCINAS são liberados) em uma tentativa de reduzir a resistência vascular periférica e consequentemente uma redução da PA. Quando há vasodilatação é como se caísse a pressão, na hora de perfundir o rim, percebe-se que está indo pouco fluxo, ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona e sistema nervoso simpático, retendo, consequentemente, sódio e agua, ocasionando a ascite (extravasamento de liquido pelo peritônio) nos pacientes cirróticos, aumentando a volemia e o débito cardíaco. Se isso continuar, ocorre uma vasoconstrição renal levando a uma Sindrome Hepato Renal. Fase inicial: Assintomático Fase avançada: Ascite Distúrbios de coagulação Hiperestrogenismo/hipoandrogenismo (eritema palmar, telangectasias - Aranhas vasculares, ginecomastia, rarefação de pelos e atrofia testicular) Hemorragia digestiva Encefalopatia Icterícia Bilirrubina INR Creatinina MELD=0,957+log (Creatinina mg/dl) + 0,378 x log (bilirrubinas mg/dl) + 1,120 x 10 g (INR) + 0,643 > = 15 O principal diagnóstico é a biópsia hepática (anatomopatológico) – seria padrão ouro, mas há risco de complicação. Alterações no exame físico Fígado nodular Esplenomegalia Sinais periféricos de insuficiência hepática Alterações no exame de imagem Alteração da ecogenicidade Sinais de hipertensão portal Biomarcadores diretos Metaloproteases Biomarcadores indiretos (bilirrubinas, AST, ALT, bilirrubinas, proteínas, plaquetas). Escores: APRI (AST/plaquetas) FIB 4 (AST/ALT/plaquetas) Elastograma: Fibroscan ARFI (acoustic radiation force impulse) Erradicar o agente causal Reversível? Estágios muito iniciais Irreversível Grande retração do órgão Hipertensão portal Metabolismo de hidrato de carbono, lipídios, proteínas, vitaminas e minerais Hipermetabolismo: desnutrição (multifatorial) 30-40 kcal/kg de peso ideal 1,2 a 1,5g/kg de peso ideal de proteínas (principalmente vegetais e lácteas) Na encefalopatia hepática, diminuir proporção de proteína animal, mas manter vegetal Restrição de sódio 2g/dia Restrição hídrica, se Na < 120 mEq\L Hemorragia digestiva Ascite Peritonite bacteriana espontânea Encefalopatia hepática Síndrome hepatorrenal Síndrome hepatopulmonar Acúmulo de liquido na cavidade peritoneal Frequente complicação da cirrose (60% dos cirróticos vão desenvolver ascite) Cirrose – principal causa (80%) Marcador de má prognóstico: 1 ano (85% vai evoluir pra óbito) 2 anos (44% já evoluiu pra óbito) Indicação de transplante hepático: Por causa da hipertensão portal (estreitamento dos vasos que drenam para veia porta) Há uma liberação de substancias vasodilatadoras arteriolares em região esplâncnica (que é como se o liquido ficasse no abdome) Consequentemente há uma redução do volume arterial que circula efetivamente, estimulando assim, a ativação de sistemas vasoconstritores (SRAA e SNS), levando a uma retenção de sódio e agua, gerando ascite e edema. Diagnóstico de ascite: Historia clinica Exame físico: Macicez móvel (1,5L) Semicírculo de skoda/sinal de piparote (5L) Exames aboratorais (sangue, líquido ascitico) USG abdome (pequenos volumes) Análise do líquido ascítico: Paracentese (Drenagem do líquido ascítico) A paracentese diagnóstica é feita em todos os casos, já a paracentese de alivio é feita quando o paciente tiver ofegante e cansado. Proteína total Glicose (quando for igual a do resto do corpo é porque a ascite foi ocasionada da cirrose) LDH Albumina sérica e do líquido ascítico GASA (Gradiente albumina sérica menos da ascite– Comparo a albumina do sangue com a da ascite) >=1,1g/dl - Tem que saber se é secundaria a hipertensão porta. Investigação de células neoplásicas ADA (Adenosina deaminase - Enzima aumentada quando se tem tuberculose no liquido peritonial) Amilase (O paciente pode ter pancreatite) Cultura (qual bacteria do líquido ascitico) e leucometria (Se há peritonite ou não). Dieta hipossódica (2g sal/dia) Restrição de agua (1l/dia) somente se NA Diuréticos (espironolactona/furosemida)Inibe a aldosterona Diurético de alça Uso de diuréticos – é esperado que o paciente: Perda de 300 – 500 g/dia nos pacientes sem edema Perda de 800 – 1000g/dia nos pacientes com edema Paracentese de alivio: Sem resposta aos diuréticos Repor albumina se > 5 litros – 6 a 8g/L Fazer no lado esquerdo porque tem menos chance de perfurar o intestino. TIPS (SHUNT portossistêmico intra-hepático por via transjugular) – diminuição da pressão da veia porta para veia hepática (diminui o caminho do fluxo sanguíneo) Transplante hepático Complicação infecciosa de 8 a 30% dos cirróticos com doença avançada Infecção do liquido ascítico na ausência de qualquer foco primário Via de infecção: Hematogênica: translocação bacteriana (das bactérias intestinais) indo para os linfonodos mesentéricos e depois para a corrente sanguínea e depois no liquido ascítico, devido células de defesas com funções ruins. Manifestações clínicas da PBE: Febre Dor abdominal/irritação peritoneal Náuseas/vômitos/diarreia Encefalopatia hepática/alteração da função renal 50% - assintomáticos Diagnóstico da PBE: Contagem de polimorfonucleares > ou = a 250/mm³ Cultura: Positiva Negativa (60% dos casos) Bacterascite: polimorfonuclares < 250/mm³, mas tem ascite com cultura positiva (se o paciente for sintomático – tratar; se o paciente for assintomático – esperar 48h e avaliar novamente). Tratamento da PBE: Inicio rápido, pois o paciente pode evoluir com sepse e insuficiência renal. Principal flora: bactérias gram negativas (do intestino) Repunção em 48h para ver se o antibiótico escolhido está fazendo efeito, pois tem que ter reduzido 25% do total de PMN. 1/3 dos pacientes podem ter falha circulatória -> Fazer albumina no primeiro e no terceiro dia para que o paciente não tenha falha circulatória ou uma piora da função renal Cefalosporina de terceira geração/quinolonas Profilaxia da PBE: Primária: Cirrose e sangramento no TGI Cirrose com proteína total do liquido ascítico < 1g/dl Secundária: Cirrose com recuperação de um episódio prévio de PBE Conjunto de alterações neuropsiquiátricas – que vai da alteração do sono ao coma (Glasgow <8) Ocasionadas por distúrbios metabólicos – doença hepática aguda e crônica Potencialmente reversível – disfunção hepática e Shunts portossistêmicos (pois vai ser pulada a metabolização hepática) Abordagem atual inclui 3 tipos de encefalopatia: EH aguda da insuficiência hepática fulminante EH por Shunts portossistêmicos EH de cirróticos: 1. Episódica – 1 episodio em 6 meses 2. Persistente – > 1 episodio em 6 meses 3. Mínima – não melhora Classificação – frequência: 1. Episódica -> Raros, menos de 2 eventos anuais 2. Recorrente -> Intervalos menores de 6 meses 3. Persistente -> Alterações comportamentais contínuas Classificação de Manifestações Clínicas: Flapping: Paciente estica membro supeior realizando dorsiflexão do punho, quando faço uma hiperextensão do punho – o paciente começa a bater a mão (Como se fosse um bater de asas). Fisiopatogenia EH: Aumento de substâncias nitrogenadas de origem intestinal-> Amônia Ativação excessiva dos receptores gabaérgicos (GABA) com consequente aumento da inibição do SNC. Fatores precipitantes EH: Hemorragia digestiva (Sangue no TGI e intestino – a metabolização desse sangue vai gerar amônia). Constipação Infecções Insuficiência renal (parte da amônia é metabolizada e eliminada pelos ruins) Drogas psicotrópicas Distúrbios hidroeletrolíticos TIPS (Toda a amônia que era pra ser metabolizada vai direto para o SNC- devido o encurtamento do caminho). Amônia (principal): o Ate 90% excretada pelo metabolismo de primeira passagem o Interfere com a função cerebral -> síntese de dopamina, norepinefrina e serotonina o Edema cerebral o Inibe potencais pós-sinápticos Excluir outros diagnósticos que não EH: Wernicke-Korsakoff Lesões intracranianas Abstinência alcoolica Delirium Hipoglicemia Uremia/acidose -> Insuficiencia renal que contribui para Encefalopatia Tratamento para EH: Corrigir fatores precipitantes (HDA, constipação, infecção, distúrbio hidroeletrolítico) Restrição proteica (controversa) Limpeza intestinal: (Laxativos) o Lactulose – dose que promova 2-3 evacuações pastosas o Lactitol – menos efeitos colaterais o Cuidado: hipernatremia/distensão abdominal/desidratação Antibioticoterapia: o Não absorvíveis o Neomicina/metronidazol/rifaximina o Ornitina L-aspartato – Metaboliza a amônia em ureiae glutamina. Transplante hepático Perda da função renal progressiva Estágio final da cirrose Disfunção circulatória decorrente da vasodilatação esplâncnica -> Rim começa a reter sódio e água pelo SRAA levando a uma vasoconstrição renal. Funcional -> não há marcador diagnostico (excluir outras causas -> Glomerulopatia, choque e etc.) Classificação: SHR tipo 1 (IR grave e rapidamente progressiva) SHR tipo 2 (diminuição moderada e constante da função renal) Diagnóstico: Aumento da Cr 0,3mg/dl em 48 horas ou de 50% em relação ao valor basal Tratamento SHR: Primeiro faço teste de albumina (1g por kg por 48hs – pra ver se tem componente de hipoperfusão – se não melhorar a função renal com essa albumina – que é um colóide que aumenta a perfusão- há a síndrome hepatorrenal. Se melhorar, não é hepatorrenal.) Terlipressina em associação com albumina (Redução da vasodilatação esplâncnica) Transplante hepático
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