Buscar

Macroeconomia - Taxa de Câmbio

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LILIAN FELIX BORGES
MACROECONOMIA: SETOR EXTERNO
TAXA DE CÂMBIO 
	
A taxa de câmbio, segundo VASCONCELLOS; GARCIA, 2015, consiste basicamente numa medida de conversão da moeda nacional em moeda de outros países para possibilitar as relações econômicas entre os países. Vasconcellos, 2015, ainda define a taxa de câmbio como preço da moeda, ou divisa, estrangeira em termos de moeda nacional. Rossi, 2016, conceitua a taxa de câmbio como sendo o elemento que permite comparara estruturas de preços relativos de mercados econômicos distintos.
	A taxa de câmbio, assim como demais produtos e serviços oferecidos na economia, também se encontra sujeita pela demanda e pela oferta, sendo que a oferta de divisas irá depender do volume de exportações e da entrada de capital externo na economia nacional; a demanda de dividas irá depender do volume de importações e saída de capital externo (VASCONCELLOS, 2015). Ou seja, a depender desses fatores, a taxa de câmbio poderá diminuir ou aumentar, levando a uma valorização ou desvalorização cambial.
	Segundo Vasconcellos, 2015, existem dois grandes tipos de regime cambial, o de taxa de câmbio fixas e o de taxa de câmbio flutuantes. Na taxa de câmbio fixas o Banco Central fixa antecipadamente a taxa de câmbio e compromete-se a comprar as divisas à taxa fixada; na taxa de câmbio flutuante não há controle pelo Banco Central, sendo a variação ditada pela oferta e demanda de divisas (VASCONCELLOS, 2015). Além destes dois grandes regimes cambiais, Vasconcellos, 2015 também conceitua alguns regime intermediários, este possuindo algumas características das taxas de câmbio fixo e flutuante. Temos a taxa de câmbio com flutuação suja, em que é adotado o regime de câmbio flutuante, mas com intervenção do Banco Central para a manutenção da taxa cambial a níveis adequados; o regime de bandas cambiais, em que se admite flutuação cambial dentro dos limites fixados pelo Banco Central; o regime do currency board, com a fixação do câmbio, com a variação da quantidade de moeda local variando em função da entrada e da saída de divisas (VASCONCELLOS, 2015).
	Em países emergentes, os governos adotam políticas cambiais para realizar o controle da variação das taxas de câmbio, configurando a flutuação suja, haja vista a instabilidade do balanço de pagamentos na economia interna desses países (VASCONCELLOS; GARCIA, 2015). Além das políticas cambiais para o controle da variação cambial, estes países adotam políticas comerciais, econômicas e tributárias para o controle de divisas. Tais políticas podem atuar nas alterações das tarifas sobre importações, caso haja necessidade de proteção do mercado interno, com a elevação do imposto de importação e de demais tributos e taxas sobre produtos importados; em sentido oposto, se o país desejar uma abertura comercial ele atuará reduzindo as tarifas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2015). Os países podem adotar, além das alterações tarifárias, a regulação do comércio exterior, estabelecendo entraves burocráticos visando dificultar as transações com o exterior (VASCONCELLOS; GARCIA, 2015). A Organização Mundial do Comércio – OMC, atua para que tais práticas protecionistas adotadas pelos países sejam coibidas, para a bom funcionamento do mercado internacional.
	A variação cambial possui efeitos tanto sobre o comércio externo, influenciando as importações e exportações, bem como influencia a economia interna no que tange à taxa da inflação e à divida externa do país. Em relação ao comércio externo, a desvalorização cambial tende a estimular as exportações e a desestimular as importações, enquanto que a valorização cambial tem efeito contrário, estimulando a compra de produtos importados e desestimulando a venda dos exportados (VASCONCELLOS, 2015).
	A valorização cambial, por seu turno, tem efeito no controle da inflação por fortalecer a moeda nacional e estimular a competição interna dos produtos nacionais com os importados, levando à queda dos preços internos (VASCONCELLOS, 2015). Vasconcellos, 2015, alerta que a política de variação cambial pode levar a uma armadilha cambial, haja vista que num cenário de valorização cambial as importações crescem mais que as exportações, aumentando a dependência do país de financiamentos externos, causando uma restrição externa ao crescimento interno do país e a um aumento da dívida externa em moeda nacional. Assim, segundo VASCONCELLOS, 2015, o nível da taxa de câmbio deve ser alto para estimular as exportações, baixo para permitir as importações, pressionando a inflação para o controle dos preços internos.
	A variação cambial pode dar-se de forma nominal e de forma real, ou seja, nem sempre a variação nominal da taxa de câmbio irá ter reflexo real, haja vista os efeitos da inflação nos preços internos. Ou seja, se a desvalorização do câmbio superar a variação da inflação significa que houve uma variação real da taxa de câmbio (VASCONCELLOS, 2015). Vasconcellos, 2015 explicita que a variação real da taxa de câmbio é definida por duas abordagens: a abordagem da demanda, em que o câmbio real é a razão entre o nível geral de preços externos e nível geral de preços internos; e a abordagem de oferta, em que a taxa de câmbio real é a razão entre o preço de bens comercializáveis e o preço dos bens não comercializáveis. Segundo ROSSI, 2016, os preço de bens comercializáveis são diretamente afetados pelas variações cambiais pois competem diretamente com os concorrentes estrangeiros. Já os preços de bens não comercializáveis não sofrem uma dependência direta da taxa de câmbio, haja vista que a concorrência limita-se à um determinado espaço doméstico/local, uma vez que não uma possibilidade de substituição desses bens por produtos estrangeiros (ROSSI, 2016).
	Em relação ao efeito das taxas de juros na variação cambial, Vasconcellos, 2015 menciona que quando as taxas de juros internas aumentam em relação às externas aumenta-se o fluxo de capitais externos na economia nacional, levando a uma queda na taxa de câmbio e consequente valorização da moeda nacional. Por seu turno, com a queda das taxas de juros internas ocorre a desvalorização cambial. Vasconcellos, 2015, acredita que este movimento de flutuação da taxa de juros leva, com o passar do tempo a uma paridade da taxa de juros, fazendo com que a taxa de juros interna e externa iguale a variação da taxa de câmbio nominal, garantindo uma condição de equilíbrio obtida pela própria arbitragem financeira.
	A paridade da taxa de juros e seus efeitos na variação cambial leva em consideração também o risco – país. O risco país consiste num indicador da saúde financeira de um país, ou seja, é um indicador que reflete o risco de crédito a que estão submetidos os investidores estrangeiros quando investem no país (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2016). O risco país é calculado pelo Banco J.P. Morgan Chase, composto por instrumentos de dívida externa em dólar de governos de países emergentes, refletindo o movimento de preços dos títulos que compõem a dívida externa no mercado, a saber, os bradies, eurobônus e empréstimos externos de entidades soberanas.
	A queda do risco país facilita a paridade da taxa de juros por melhorar a percepção dos investidores externos da economia nacional, aumentando a entrada de divisas, bem como por auxiliar que os investidores nacionais consigam acessar os mercados internacionais e linhas de créditos de longo prazo devido à boa avaliação da economia interna, permitindo o equilíbrio da taxa de câmbio no país e possibilitando a paridade da taxa de juros (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2016).
REFERÊNCIAS
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Risco País. In: Série Perguntas mais Frequentes. Brasília: Governo do Brasil, 2016. p. 1–18. 
ROSSI, P. Taxa de Câmbio e a política cambial no Brasil: teoria, institucionalidade, papel da arbitragem e da especulação. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2016. 
VASCONCELLOS, M. A. S. DE. Economia:Micro e Macro. 6o ed. São Paulo: Editora Atlas, 2015. 
VASCONCELLOS, M. A. S. DE; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. [s.l.] Editora Saraiva, 2015. v. 1

Continue navegando