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Atividades Obrigatória – Prática Jurídica III (Penal) Preceptor Dr. Alex Augusto Vaz Rodrigues E-mail: alexaugusto.adv@gmail.com PÁGINA 1 / 8 A. ATIVIDADE 1 – Rodolfo, nascido em 15 de março de 1944, sem qualquer envolvimento pretérito com o aparato judicial, no dia 22 de março de 2014, estava em sua casa, um barraco na comunidade conhecida como Favela da Mata, localizada em Goiânia/GO, quando foi visitado pelo chefe do tráfico da comunidade, conhecido pelo vulgo de “Sem Noção”. “Sem Noção”, que estava armado, exigiu que Rodolfo transportasse 45g de cocaína para outro traficante, que o aguardaria em uma praça, sob pena de Rodolfo ser expulso de sua residência e não mais poder morar na Favela da Mata. Rodolfo, então, se viu obrigado a aceitar a determinação, mas quando estava em seu automóvel, na direção da praça, foi abordado por policiais militares em uma blitz de rotina, sendo a droga encontrada e apreendida. Rodolfo foi denunciado perante o juízo competente pela prática do crime previsto no Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. Em que pese tenha sido preso em flagrante, foi concedida liberdade provisória ao agente, respondendo ele ao processo em liberdade. Durante a audiência de instrução e julgamento, após serem observadas todas as formalidades legais, os policiais militares responsáveis pela prisão em flagrante do réu confirmaram os fatos narrados na denúncia, além de destacarem que, de fato, o acusado apresentou a versão de que transportava as drogas por exigência de “Sem Noção”, sendo este um traficante perigoso da região e conhecido das autoridades policiais por sua agressividade e periculosidade. Asseguraram que não conheciam o acusado antes da data dos fatos. Rodolfo, em seu interrogatório, realizado como último ato da instrução por requerimento expresso da defesa do réu, também confirmou que fazia o transporte da droga, mas alegou que somente agiu dessa forma porque foi obrigado pelo chefe do tráfico local a adotar tal conduta, ainda destacando que residia há mais de 50 anos na comunidade da Favela da Mata e que, se fosse de lá expulso, não teria outro lugar para morar, pois sequer possuía familiares e amigos fora do local. Disse que nunca respondeu a nenhum outro processo, apesar já ter sido indiciado nos autos de um inquérito policial pela suposta prática de um crime de falsificação de documento particular. Após a juntada da Folha de Antecedentes Criminais do réu, apenas mencionando aquele inquérito, e do laudo de exame de material, confirmando que, de fato, a substância encontrada no veículo do denunciado era “cloridrato de cocaína”, os autos foram encaminhados para o Ministério Público, que pugnou pela condenação do acusado nos exatos termos da denúncia. Em seguida, você, advogado (a) de Rodolfo Maia, foi intimado (a) em 05 de fevereiro de 2015, uma sexta-feira. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia do prazo (não teve feriado no decorrer do prazo), sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. Atividades Obrigatória – Prática Jurídica III (Penal) Preceptor Dr. Alex Augusto Vaz Rodrigues E-mail: alexaugusto.adv@gmail.com PÁGINA 2 / 8 B. ATIVIDADE 2 José, nascido em 04/06/1965, tio de Amanda, jovem de 18 anos, estava na varanda de sua casa em Diorama, em 05/03/2020, no interior do Estado de Goiás, quando vê o namorado de sua sobrinha, Ronaldo, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes. Verificando o risco que sua sobrinha corria com a agressão, gritou com Ronaldo, que não parou de agredi-la. José não tinha outra forma de intervir, porque estava com uma perna enfaixada devido a um acidente de moto, ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma arma de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo ele autorização para tanto. Com intenção de causar lesão corporal que garantisse a debilidade permanente de membro de Ronaldo, apertou o gatilho para efetuar disparo na direção de sua perna. Por circunstâncias alheias à vontade de josé, a arma não funcionou, mas o barulho da arma de fogo causou temor em Ronaldo, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para narrar a conduta de José. Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas presenciais do fato, quais sejam, Amanda, Rosangela e Jacó, estes dois últimos sendo vizinhos que conversavam no portão da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, perante o juízo competente, em face de José como incurso nas sanções penais do Art. 129, § 1º, inciso III, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente com a denúncia, vieram as principais peças que constavam do inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes Criminais, na qual constava outra anotação por ação penal em curso pela suposta prática do crime do Art. 168 do Código Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de José apreendida, o qual concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos. Em busca do cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à residência de José e verifica que o imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão desse único comparecimento no dia 05/03/21, certifica que o réu estava se ocultando para não ser citado e realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do mandado de citação e intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Rosangela, vizinha que presenciou a conduta do oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de José, informando o ocorrido e esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará incomunicável por 15 dias. O advogado entra em contato com José por e-mail e este apenas consegue encaminhar uma procuração para adoção das medidas cabíveis, fazendo uma pequena síntese do ocorrido por escrito. Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade do advogado de José, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus, Atividades Obrigatória – Prática Jurídica III (Penal) Preceptor Dr. Alex Augusto Vaz Rodrigues E-mail: alexaugusto.adv@gmail.com PÁGINA 3 / 8 apresentando todas as teses jurídicas de direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do prazo. Atividades Obrigatória – Prática Jurídica III (Penal) Preceptor Dr. Alex Augusto Vaz Rodrigues E-mail: alexaugusto.adv@gmail.com PÁGINA 4 / 8 C. ATIVIDADE 3 Belleti, nascido em 15 de agosto de 1948, na cidade de Goiânia, Goiás, falsifica uma assinatura em uma folha de cheque e a apresenta em loja de eletrodomésticos localizada no bairro de sua residência, com a intenção de realizar compras no valor de R$7.500,00 (sete mil e quinhentos reais). Após a apresentação do cheque, apesar de a falsificação não ser grosseira e ser apta a enganar, o gerente do estabelecimento comercial percebe que aquele cheque não fora assinado pelo verdadeiro correntista do banco, já que o nome que constava do título de crédito era de um grande amigo seu. Descoberta a fraude, o referido gerente aciona a polícia, e Belleti é preso em flagrante antes de obter a vantagem pretendida. Com o recebimento dos autos, o Ministério Público opina pela liberdade de Belelti e oferece denúncia pela prática dos crimes do Art. 171, caput, e Art. 297, § 2º, na forma do Art. 69, todos do Código Penal. Após concessão da liberdade provisória e recebimento da denúncia, houve juntada do laudo pericial do cheque, constatando a falsidade e a capacidade para iludir terceiros, bem como da Folha de Antecedentes Criminais, no qual consta uma condenação definitiva pela prática, no ano anterior, do crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, além de uma ação em cursopela suposta prática de crime de furto. Durante a instrução, todos os fatos acima descritos são confirmados pelas testemunhas, não tendo sido o réu interrogado, já que, apesar de intimado, apresentou problemas de saúde no dia e não pôde comparecer à audiência. Ainda durante a audiência de instrução e julgamento, após a instrução, as partes apresentaram suas alegações, sendo consignado pela defesa o inconformismo com a ausência do réu, já que foi apresentado atestado médico, e, em seguida, o juiz proferiu sentença condenatória nos termos da denúncia, condenando o agente pela prática dos dois delitos em suas modalidades consumadas. No momento de fixar a pena-base, aumentou o magistrado a pena do estelionato em 02 meses, destacando que o comportamento de Belleti não deixa qualquer dúvida de que agiu com dolo. Já a pena do uso de documento falso foi aplicada em seu patamar mínimo. Na segunda fase, não foram reconhecidas atenuantes, mas foi reconhecida a agravante da reincidência, aumentando a pena de cada um dos delitos em mais 02 meses de reclusão. No terceiro momento, não foram reconhecidas causas de aumento ou de diminuição. Assim, foi fixada a pena de 01 ano e 04 meses de reclusão e 14 dias-multa, no que tange ao crime de estelionato, e 02 anos e 02 meses de reclusão e 12 dias-multa para o crime de falsificação de documento equiparado ao público, restando a pena final em 03 anos e 06 meses de reclusão e 26 dias-multa. O regime inicial de cumprimento de pena aplicado pelo magistrado foi o semiaberto e não houve substituição da pena privativa Atividades Obrigatória – Prática Jurídica III (Penal) Preceptor Dr. Alex Augusto Vaz Rodrigues E-mail: alexaugusto.adv@gmail.com PÁGINA 5 / 8 de liberdade por restritiva de direito, tudo fundamentado na reincidência do agente. Intimado da decisão, o Ministério Público apenas tomou ciência de seu teor, não apresentando qualquer medida. Já a defesa técnica de Belleti foi intimada de seu teor em 06 de dezembro de 2017, quarta-feira, sendo quinta-feira dia útil em todo o país. Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Belleti, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição. Atividades Obrigatória – Prática Jurídica III (Penal) Preceptor Dr. Alex Augusto Vaz Rodrigues E-mail: alexaugusto.adv@gmail.com PÁGINA 6 / 8 D. ATIVIDADE 4 Amanda, nascida em 28/04/1990, terminou relacionamento amoroso com Roque Junior, não mais suportando as agressões físicas sofridas, sendo expulsa do imóvel em que residia com o companheiro em comunidade carente na cidade de Goiânia, Goiás, juntamente com o filho do casal de apenas 02 anos. Sem ter familiares no Estado e nem outros conhecidos, passou a pernoitar com o filho em igrejas e outros locais de acesso público, alimentando-se a partir de ajudas recebidas de desconhecidos. Nessa época, Amanda fez amizade com Joana, outra mulher em situação de rua que frequentava os mesmos espaços que ela. No dia 24 de dezembro de 2010, não mais aguentando a situação e vendo o filho chorar e ficar doente em razão da ausência de alimentação, após não conseguir emprego ou ajuda, Amanda decidiu ingressar em um grande supermercado da região, onde escondeu na roupa dois pacotes de macarrão, cujo valor totalizava R$28,00 (vinte e oito reais). Ocorre que a conduta de Amanda foi percebida pelo fiscal de segurança, que a abordou no momento em que ela deixava o estabelecimento comercial sem pagar pelos bens, e apreendeu os dois produtos escondidos. Em sede policial, Amanda confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos financeiros e a situação de fome e risco físico de seu filho. Juntado à Folha de Antecedentes Criminais sem outras anotações, o laudo de avaliação dos bens subtraídos confirmando o valor, e ouvidos os envolvidos, inclusive o fiscal de segurança e o gerente do supermercado, o auto de prisão em flagrante e o inquérito policial foram encaminhados ao Ministério Público, que ofereceu denúncia em face de Amanda pela prática do crime do Art. 155, caput, c/c Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, além de ter opinado pela liberdade da acusada. O magistrado em atuação perante o juízo competente, no dia 18 de janeiro de 2011, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público, concedeu liberdade provisória à acusada, deixando de converter o flagrante em preventiva, e determinou que fosse realizada a citação da denunciada. Contudo, foi concedida a liberdade para Amanda antes de sua citação e, como ela não tinha endereço fixo, não foi localizada para ser citada. No ano de 2015, Amanda consegue um emprego e fica em melhores condições. Em razão disso, procura um advogado, esclarecendo que nada sabe sobre o prosseguimento da ação penal a que respondia. Disse, ainda, que Joana, hoje residente na rua XXX, na época dos fatos também era moradora de rua e tinha conhecimento de suas dificuldades. Diante disso, em 16 de março de 2015, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país, Amada e o advogado compareceram ao cartório, onde são informados que o processo estava em seu regular prosseguimento desde 2011, sem qualquer suspensão, esperando a localização de Amanda para citação. Atividades Obrigatória – Prática Jurídica III (Penal) Preceptor Dr. Alex Augusto Vaz Rodrigues E-mail: alexaugusto.adv@gmail.com PÁGINA 7 / 8 Naquele mesmo momento, Amanda foi citada, assim como intimada, junto ao seu advogado, para apresentação da medida cabível. Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado(a) de Amanda, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo. Atividades Obrigatória – Prática Jurídica III (Penal) Preceptor Dr. Alex Augusto Vaz Rodrigues E-mail: alexaugusto.adv@gmail.com PÁGINA 8 / 8 ATIVIDADE 5 No dia 23 de fevereiro de 2016, Aline, 20 anos, encontrava-se em um curso preparatório para concurso na cidade de Goiânia/GO. Ao final da aula, resolveu ir comprar um café na cantina do local, tendo deixado seu notebook carregando na tomada. Ao retornar, retirou um notebook da tomada e foi para sua residência. Ao chegar em casa, foi informada de que foi realizado registro de ocorrência na Delegacia em seu desfavor, tendo em vista que as câmeras de segurança da sala de aula captaram o momento em que subtraiu o notebook de Amanda, sua colega de classe, que havia colocado seu computador para carregar em substituição ao de Aline, o qual estava ao lado. No dia seguinte, antes mesmo de qualquer busca e apreensão do bem ou atitude da autoridade policial, Aline restituiu a coisa subtraída. As imagens da câmera de segurança foram encaminhadas ao Ministério Público, que denunciou Aline pela prática do crime de furto simples, tipificado no Art. 155, caput, do Código Penal. O Ministério Público deixou de oferecer proposta de suspensão condicional do processo, destacando que o delito de furto não é de menor potencial ofensivo, não se sujeitando à aplicação da Lei nº 9.099/95, tendo a defesa se insurgido. Recebida a denúncia, durante a instrução, foi ouvida AMANDA, que confirmou ter deixado seu notebook acoplado à tomada, mas que Aline o subtraíra, somente havendo restituição do bem com a descoberta dos agentes da lei. Também foram ouvidos os funcionários do curso preparatório, que disseram ter identificado a autoria a partir das câmeras de segurança. Aline, em seu interrogatório, confirma os fatos, mas esclarece que acreditava que o notebook subtraído era seu e, por isso, levara-o para casa. Foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais da ré sem qualqueroutra anotação, o laudo de avaliação do bem subtraído, que constatou seu valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), e o CD com as imagens captadas pela câmera de segurança. O Ministério Público, em sua manifestação derradeira, requereu a condenação da ré nos termos da denúncia. Você, como advogado(a) de Aline, é intimado(a) no dia 24 de agosto de 2016, quarta-feira, sendo o dia seguinte útil em todo o país, bem como todos os dias da semana seguinte, exceto sábado e domingo. Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a), redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição.
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