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RESUMO DE HABILIDADES MÉDICAS 01 – INTRODUÇÃO • DEFINIÇÃO: Cirurgia (do grego χειρουργική "cheirourgikē" e latim chirurgiae, trabalho manual), também chamada "procedimento cirúrgico" é qualquer tipo de procedimento no qual o cirurgião realiza uma intervenção manual ou instrumental no corpo do paciente. • Tem o objetivo de diagnosticar, tratar ou curar doenças ou traumatismo, ou para melhorar a funcionalidade ou aparência de parte do corpo. • A preparação do ato operatório envolve: o Cuidados com material cirúrgico o Equipe cirúrgica o Local da operação o Posicionamento ▪ Da Equipe ▪ Do Paciente EQUIPE CIRÚRGICA CIRURGIÃO CHEFE: • Médico especialista em cirurgia, é o chefe da equipe. • Dá as ordens de como fazer a intervenção cirúrgica. CIRURGIÃO ASSISTENTE / AUXILIAR: • Médico que faz as incisões, suturas, cauterização, sucção e melhora o acesso ao órgão lesionado afastando outras camadas e órgãos • Deve facilitar à intervenção do cirurgião chefe em todos os passos • Em muitos lugares, é papel dos residentes o PRIMEIRO AUXILIAR: ▪ Responsável pelo pré-operatório, posicionamento do paciente, antissepsia e campos cirúrgicos. ▪ Posicionado à frente do cirurgião. o SEGUNDO AUXILIAR ▪ Papel mais passivo o Colabora com manobras de afastamento. ▪ Substitui o primeiro auxiliar ou instrumentador quando necessário. ANESTESISTA: • Médico que aplica a anestesia e monitora o nível de consciência, oxigênio e sinais vitais do paciente ENFERMEIRO CIRCULANTE: • Prepara a sala e auxilia em eventualidades • Administra os materiais e equipamentos necessários, como gazes, algodão e sangue • Pode executar ações típicas de enfermagem como esterilizar a pele, administrar uma injeção ou regular a velocidade de goteio do soro TÉCNICO DE ENFERMAGEM: • Conecta o ambiente estéril e não estéril, trazendo e levando os materiais solicitados pela equipe médica • Pode verificar o funcionamento, a conservação e a manutenção dos equipamentos necessários ao funcionamento do Centro Cirúrgico INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO: • Técnico em cirurgias • Tem o dever de antecipar as necessidades do cirurgião para fornecer os materiais corretos o mais rapidamente possível FASES DO PROCESSO CIRÚRGICO • PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO o Onde são realizados todos os cuidados necessários para que a cirurgia possa ocorrer sem complicações • INTRA-OPERATÓRIO o Durante a realização da cirurgia • PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO o Período crítico onde se deve ter muita atenção o Começa ao final da cirurgia e dura 24hs • PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO o Período em que o paciente se encontra internado, das 24hs iniciais até 7 dias depois (geralmente quando se obtém a alta) • PÓS- OPERATÓRIO TARDIO o Após os 7 dias e o reconhecimento da alta o O pós-operaratório tardio é o tempo de cicatrização e prevenção das complicações, este período pode durar semanas ou meses após a cirurgia CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS CLASSIFICAÇÃO DE VÉLEZ-GIL E GONZÁLES • Classifica em 04 níveis • Usa-se 5 variáveis para classificação o Pessoal o Anestesia o Material e equipamentos o Sala de Cirurgia o Hospitalização NÍVEL 01 • Não necessita de pessoal especializados, além do cirurgião • Anestesia local feita pelo próprio cirurgião • Material Básico • Paciente fica no centro de cirurgia ambulatorial apenas o tempo necessário da cirurgia e para as recomendações e prescrições • Exemplos: o Drenagem de abcesso, exérese de verrugas, pequenas lesões cutâneas, ... NÍVEL 02 • Necessário anestesista o Anestesia geral, epidural ou local • Não necessitam de cuidados especiais no pós operatório o Sem necessidade de internar os pacientes o Ficam em sala de observação/recuperação por algumas horas ▪ Anestesista ou cirurgião decidem quando liberar NÍVEL 03 • Necessidade e cuidados especiais no pós operatório • Paciente fica internado em média 2 dias NÍVEL 04 • Cirurgias mais complexas • Precisam de mais pessoal especializado o Dois cirurgiões, anestesista, instrumentador, ... (equipe completa) • Necessita de aparelhagem sofisticada de monitoração. • Pós operatório geralmente em centro intensivo o Paciente fica internado em média 05 dias TEMPOS CIRÚRGICO • É importante sabermos que a cirurgia é dividida em tempos e que eles são fundamentais para entendermos a sistemática de cada procedimento e os instrumentos utilizados 1. DIÉRESE: • Divisão dos tecidos que possibilita o acesso à região a ser operada 2. EXÉRESE: • Remoção ou extirpação cirúrgica de órgãos ou de estruturas anatômicas 3. HEMOSTASIA: • Parada do sangramento • O sangue derramado pode ser limpo com aspiração ou com gazes 4. SÍNTESE: • Redução do espaço morto. Fechamento dos tecidos cortados. CENTRO CIRÚRGICO • Local onde são realizados: o Procedimentos anestésico-cirúrgicos o Recuperação anestésica e pôs operatória • Possui diversas salas de suporte projetadas e construídas de forma a assegurar as condições de logística, equipamentos, assepsia, funcionalidade, conforto, eficiência e segurança necessárias para a execução das operações de diferentes níveis de complexidade. • Deve-se situar próximo às unidades de emergência, internação, UTI, banco de sangue e Centro de Material e Esterilização. ZONAS DO AMBIENTE CIRÚRGICO ZONA DE PROTEÇÃO OU IRRESTRITA • Zona mais contaminada • Possui 4 ambientes: o Vestuário ▪ Local de entrada da equipe ▪ Onde são colocados os pijamas cirúrgicos o Área de Transferência ▪ Local de entrada do paciente no Centro Cirúrgico o Expurgo o Corredor externo • Deve ser colocado o pijama cirúrgico, deixar para trás jaleco e roupas externas, colocar o propé e a toca cirúrgica • Alguns centros não recomendam a utilização de propé Durante o ato cirúrgico ainda há os momentos (tempos) de preensão, exposição e especiais a depender de cada procedimento. Tal tema será abordado melhor mais à frente, mas saibam que algumas literaturas separa os tempos cirúrgicos em 6 etapas: Diérese, Preensão, Hemostasia, Exposição, Especiais e Síntese. ZONA LIMPA OU SEMI-RESTRITIVA • Setores de serviços auxiliares ao ato cirúrgico: o Conforto/Estar o Sala da enfermagem o Sala de espera do pré-operatório o Sala de recuperação o Sala de materiais o Serviços auxiliares o Lavabos o Corredores ZONA ESTÉRIL OU ASSÉPTICA OU RESTRITA • Região de menor grau de contaminação • Obrigatório uso de máscara • Salas cirúrgicas • Algumas literaturas colocam o corredor de acesso e lavabos como áreas da Zona Estéril. COMO SE COMPORTAR NO CENTRO CIRÚRGICO • Ficar atento às regras e padronizações de cada ambiente • Se estiver lendo algum paciente deve-se adentrar pela área de transferência, deixar o paciente e retornar para o vestuário • No vestuário deve-se deixar jaleco, roupas e acessórios que foram utilizados no ambiente externo (contaminado) o Vestir pijama cirúrgico, colocar propés e vestir a toca o Recomenda-se a colocação de máscara • Evitar concentração, contaminação e ruídos • Ao se dirigir às salas de cirurgia pelo corredor de acesso é obrigatório uso de máscara!!! RECOMENDAÇÕES PARA ESPECTADORES: • Manter mãos próximas ao corpo • Evitar circulação desnecessária • Manter distância de segurança da equipe cirúrgica e dos ambientes estéreis, mesmo que esteja difícil a visualização do ato operatório o Algumas literaturas falam em manter uma distância de 50cm de qualquer local estéril • Evitar conversas desnecessárias e interromper membros da equipe cirúrgica • Obedecer a hierarquia dentro do centro cirúrgico RECOMENDAÇÕES PARA PARTICIPANTES: •Seguir todas as ordens que lhe forem dadas • Máximo de cuidado para não contaminar o campo ou a si mesmo • Paramentação Cirúrgica! NOÇÕES BÁSICAS ASSEPSIA: • Do grego (a=negação, séptico=putrefação) • Termo utilizado para designar ausência de matéria séptica • Conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de agentes infecciosos em locais que não os contém (ambiente asséptico). • Engloba o preparo adequado do ambiente cirúrgico, da equipe cirúrgica, do instrumental a ser utilizado e do campo operatório. • É representada pelo uso de avental cirúrgico, luvas estéreis, delimitação do campo operatório pelos campos cirúrgicos estéreis e pelo uso de instrumentos cirúrgicos esterilizados. • Obs.: Os EPIs visam à proteção do profissional exposto ao risco biológico durante os procedimentos cirúrgicos, enquanto que os equipamentos de finalidade asséptica promovem a proteção do paciente, evitando o contato de microrganismos com a ferida operatória. o Algumas vezes um mesmo equipamento pode ter os dois objetivos. ▪ A máscara cirúrgica, as luvas e o avental cirúrgico, por exemplo, funcionam como EPI, mas também possuem finalidade asséptica. ▪ Por outro lado, os óculos são apenas um EPI e os campos cirúrgicos tem apenas finalidade asséptica. ANTISSEPSIA: • Do grego (anti=contra, séptico=putrefação) • Conjunto de procedimentos e práticas destinados a impedir a colonização dos microorganismos patogênicos ou que visam à destruição desses microorganismos, por determinado período de tempo, mediante uso de agentes químicos • Toda a metodologia (atividades práticas + produtos) que utilizaremos para diminuir ou aniquilar a microbiota residente • Ex: lavar as mãos e pele do paciente com Clorexidina ou Iodo DESINFECÇÃO: • Combate aos microorganismos que se assentam sobre a superfície de objetos inanimados, com o uso de agentes denominados desinfectantes ou desinfetantes • Nem sempre os esporos são destruídos • Ex: Produtos para limpar materiais cirúrgicos ESTERILIZAÇÃO: • Completa destruição de todas as formas de vida microbiana, incluindo esporos bacterianos (esses são altamente resistentes). • Aplica-se métodos químicos e físicos mais avançados que os anteriores. • Ex: Flambagem, fervura, calor seco, ... ANTISSÉPTICOS • Substâncias providas de ação letal e inibitória da reprodução de microorganismos • Destina-se a aplicação da pele e mucosas • Possuem algumas propriedades essenciais: o 1. Ação antibactericida o 2. Ação bacteriostática o 3. Persistência de ação durante várias horas o 4. Ausência de causticidade o 5. Baixo índice de reações de hipersensibilidade o 6. Baixo custo • Não existe antisséptico perfeito, mas algumas são usualmente empregadas: IODO: • Álcool iodado 0,5% ou 1% • Facilmente entra na parece celular dos microorganismos • Inibem síntese viral, oxidam e substituem conteúdo microbiano por iodo livre • Uso limitado o Baixa potência o Irritação e queimaduras • Bactericida, fungicida, virucida e micobactericida o Só começa a ter ação em esporos após longa duração IODÓFOROS: • Combinações estáveis de iodo + triodeto + carreador (polímeros neutros) • Reduz toxicidade do iodo (efeito germicida semelhante com menos concentração) • Necessitam de 2 min de contato para liberação do iodo livre • Inativado por matéria orgânica • PVP-I (polivinilpirrolidona-iodo) é o mais usado do grupo o Muitas instituições não o utilizam. o Vêm em 3 bases: ▪ Alcóolica ▪ Aquosa • Utilizado em mucosa normalmente • Ex: quando vai passar o cateter ▪ Degermante (faz espuma) • Possui um tensoativo • Degermação pré-operatória • Degermação das mãos CLOREXIDINA: • Gluconato de clorexidina • Mecanismo: Lesão de parede celular + precipitação de componentes internos da cél. Microbiana. • Vantagens: OBS1: Se for feita a antissepsia das mãos com PVP-I degermante, o mesmo não deve ser utilizado para antissepsia do paciente, necessário usar ou base alcóolica ou degermante da clorexidina. OBS2: Atualmente usa-se muito pouco o PVP-I. O mais utilizado é o PVP-I aquoso (Polvidine 10% com 1% de Iodo Livre) e normalmente é utilizado para cateterismo vesical, em RN e antissepsia de cirurgias oftalmológicas e otorrinolaringológicas. o Possui efeito bactericida para cocos Gram positivo e bacilos Gram negativos, efeito viruscida contra vírus lipofílicos (Influenza, Citomegalovírus, herpes, HIV) e ação fungicida o Atua e mantem sua ação na presença de sangue e demais fluidos corporais o Efeito residual de aproximadamente 6-8 horas por ação cumulativa o Baixa Toxicidade • Desvantagens: o Ototóxica e oftalmotóxica (lesão da córnea e ouvido médio) o Inativada na dependência do pH • Disponível em 3 bases: o Clorexidina Alcóolica a 0,5%: ▪ Antissepsia complementar da pele no campo operatório, curativo de acesso venoso central e procedimentos invasivos (passagem de cateteres venosos centrais, drenagem de tórax, toracocentese, biópsias, paracenteses, punção lombar, etc) o Clorexidina Aquosa 0,2%: ▪ Normalmente usados em mucosa ▪ Antissepsia para cateterismo vesical, utilizado também para complementar os procedimentos invasivos em RN prematuros extremos onde existe o risco de queimadura química com o uso de soluções alcoólicas o Clorexidina Degermante 2%: ▪ Higiene de mãos em áreas de internação; antes de procedimentos invasivos; deserdação da pele nos procedimentos cirúrgicos; banho de recém-nascido infectado, especialmente em situações de surtos de infecção por cocos Gram positivos, como o Staphylococcus aureus. HEXACLOROFENO: • Ação bacteriostática importante, mas lenta e pouco duradoura • Boa ação contra gram -, péssima contra esporos • Neurotoxicidade por absorção transcutânea • Perde efeito na presença de sangue e outros fluidos. ÁLCOOL: • Mecanismo: desnaturação das proteínas • Boa ação bactericida e micobactericida, fungicida e virucida (principalmente contra Sincicial Respiratório, Hep.B, HIV, ...) • Pode ser Isopropílico (+ tóxico e - eficaz) ou etílico • Concentrações entre 60-90% (70% o mais encontrado) • Higienização do coto umbilical, na antissepsia da pele para punção venosa e para coleta de sangue arterial ou venoso • Lembrar sempre do álcool em gel quando as mãos não estiverem visivelmente sujas ALGUNS COSTUMES DA PRÁTICA MÉDICA: • Alguns médicos costumam, após a antissepsia cirúrgica, realizar a fricção de mãos com Álcool a 70%, sendo seguidos os processos de secagem das mãos e colocação do capote e luvas estéreis. • Muitos profissionais ainda gostam do PVP-I pela “tintura”. Ele demonstra a região que entra em contato com o antisséptico pela mudança de colocação. E alguns ainda realizam uma mistura de PVP-I + Álcool a 70% na cuba que será utilizada para molhar a gaze. • Na antissepsia da área que será operada no paciente, costuma-se utilizar a clorexidina degermante seguida de uso de soro fisiológico. TÉCNICAS DE HIGIENIZAÇÃO E ANTISSEPSIA • Dependendo do objetivo ao qual se destinam, as técnicas de higienização das mãos podem ser divididas em: o Higienização simples o Higienização anti-séptica o Fricção de anti-séptico o Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório • A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada. • Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar anéis, pulseiras e relógios, pois tais objetos podem acumular microrganismos HIGIENIZAÇÃO SIMPLES • Finalidade: Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferaçãode microrganismos • A higienização simples das mãos deve ter duração de 40 a 60 segundos • Deve ser empregada antes da antissepsia cirúrgica se possível TÉCNICA PARA HIGIENIZAÇÃO SIMPLES: 1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se à pia. 2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir toda a superfície das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante). 3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si. 4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos, e vice-versa. 5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais. 6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem, e vice-versa. 7. Esfregar o polegar direito com o auxílio da palma da mão esquerda, realizando movimento circular, e vice-versa. 8. Friccionar as polpas digitais e as unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular, e vice-versa. 9. Esfregar o punho esquerdo com o auxílio da palma da mão direita, realizando movimento circular, e vice-versa. 10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira. 11. Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilizar papel toalha. HIGIENIZAÇÃO ANTISSÉPTICA • Finalidade: Promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um anti-séptico. • A higienização anti-séptica das mãos deve ter duração de 40 a 60 segundos. • A técnica de higienização anti-séptica é igual àquela utilizada para a higienização simples das mãos, substituindo-se o sabonete comum por um associado a anti-séptico (por exemplo, anti-séptico degermante). FRICÇÃO DAS MÃOS COM ANTISSÉPTICO • Empregada em preparações alcoólicas • Finalidade: Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades) • A utilização de gel alcoólico ou de solução alcoólica a 70% com 1%-3% de glicerina • Pode substituir a higienização com água e sabonete quando as mãos não estiverem visivelmente sujas. • A fricção das mãos com anti-séptico deve ter duração de 20 a 30 segundos ANTISSEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO DAS MÃOS • A anti-sepsia cirúrgica das mãos constitui uma medida importante para a prevenção da infecção de sítio cirúrgico • Finalidade: Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do profissional. • As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser descartáveis e de cerdas macias, impregnadas ou não com anti-séptico e de uso exclusivo em leito ungueal, subungueal e espaços interdigitais. • A anti-sepsia cirúrgica deve durar de três a cinco minutos para a primeira cirurgia e de dois a três minutos para as cirurgias subsequentes. o Antissépticos possuem efeito residual, por conta disso, recomenda-se que a primeira escovação do dia seja a mais duradoura e demore próximo de 5 min o Outra recomendação é que o antisséptico utilizado para a escovação cirúrgica do profissional não seja o mesmo utilizado para antissepsia do paciente TÉCNICA PARA FRICÇÃO DAS MÃOS COM ANTI-SÉPTICO: 1. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente do produto para cobrir toda a superfície das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante). 2. Friccionar as palmas das mãos entre si 3. Friccionar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos, e vice-versa. 4. Friccionar a palma das mãos entre si, com os dedos entrelaçados. 5. Friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, e vice-versa. 6. Friccionar o polegar direito com o auxílio da palma da mão esquerda, realizando movimento circular, e vice-versa. 7. Friccionar as polpas digitais e as unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fazendo um movimento circular, e vice-versa. 8. Friccionar os punhos com movimentos circulares. 9. Friccionar até secar. Não utilizar papel toalha. SECAGEM DAS MÃOS • Com a compressa aberta, enxugar uma mão com um lado e a outra com o outro lado • Deslizar a compressa de uma mão para o antebraço em movimento rotatório • Dobrar compressa – lado usado no antebraço p/dentro • Trocar de mão e deslizar para outro antebraço • Desprezar compressa TÉCNICA PARA ANTISSEPSIA CIRÚRGICA: 1. Abrir a torneira e molhar as mãos, os antebraços e os cotovelos. 2. Recolher, com as mãos em concha, o antiséptico e espalhar nas mãos, antebraços e cotovelos. No caso de escova impregnada com anti-séptico, pressionar a parte impregnada da esponja contra a pele e espalhar por todas as partes das mãos, antebraços e cotovelos. 3. Iniciar sequência de escovação em uma das mãos seguindo a ordem: pontas dos dedos e unhas → regiões interdigitais → palma da mão → dorso da mão; 4. Repetir o passo 3 na outra mão; 5. Escovar 20 vezes a face flexora e depois mais 20 vezes a face extensora de um antebraço; 6. Repetir o passo 5 no outro antebraço; 7. Finalizada a escovação, despeje a escova no lavabo; 8. Enxague os dedos, depois as mãos, deixando que a água caia por último nos antebraços que devem estar afastados do tronco, de forma que a água escorra para os cotovelos, procurando manter as mãos em plano mais elevado; 9. Feche a torneira com o cotovelo, joelho, pé ou apenas se afaste, a depender do mecanismo de acionamento da torneira do lavabo em questão. 10. Enxugar as mãos em toalhas ou compressas estéreis 11. Manter sempre as mãos em um nível acima dos cotovelos. CIRURGIA ASSÉPTICA • Como dito, durante o procedimento cirúrgico, se representa pela colocação de materiais estéreis: o Avental o Luvas o Campo • São divididos em: o Cuidados da Equipe o Cuidados com o Paciente CUIDADOS COM O PACIENTE • Idade: extremos de idade são mais suscetíveis a infecções • Alterações Metabólicas E Nutrição: obesidade e diabetes têm incidência maior de infecções • Desnutridos possuem resposta fisiológica reduzida. • Duração da Hospitalização: ↑ tempo de hospitalização = ↑ chance de infecção • Tempo de Cirurgia: ↑ tempo de cirurgia = ↑ chance de infecção • Uso de drenos • Tamanho da incisão • Tricotomia CUIDADOS DA EQUIPE • Higiene pessoal e vestimentas cirúrgicas • Lavar as mãos, colocação do pijama, óculos de proteção, máscara, touca, propés, ... • Lavagem das mãos e escovação cirúrgica (já descritas) • E por último, colocação do avental e das luvas esterializadas COLOCAÇÃO DE AVENTAL CIRÚRGICO • Os aventais cirúrgicos são feitos de tecido de algodão ou tecido sintético descartável, longo até a altura dos joelhos, e de mangas compridas que são cobertas pelas luvas cirúrgicas. • Os aventais de algodão, após utilizados devem ser colocados no ramper para lavagem e reesterilização, ao passo que, os aventais de tecido sintético são descartáveis. • O avental cirúrgico deverá ser colocado caso o profissional venha a participar do ato cirúrgico, seja como cirurgião, auxiliar ou instrumentador. • Sua colocação será realizada após lavagem cirúrgica e secagem das mãos com compressas. TÉCNICA PARA COLOCAÇÃO DO AVENTAL CIRÚRGICO: 3. Verificar se o avental está aberto. Caso não esteja, pedir à circulante que o abra. 4. Secar as mãos com compressas estéreis. 5. Pegar o avental “em bloco”, como um todo, pela porção interna que estarárebatida ou, caso este se encontre dobrado de maneira diferente, pegá-lo pela gola. 6. Elevá-lo e afastar-se de qualquer possível fonte de contaminação. Permitir que o avental se desdobre naturalmente. 7. Introduzir as duas mãos pelas respectivas mangas até que elas ultrapassem os punhos do avental. 8. Solicitar ajuda do auxiliar de sala, que irá tracionar por trás o avental, tocando em sua face interna para posteriormente amarrar seus cordões, a fim de fechá-lo. 9. Elevar os cintos de tecido e apresentá-los ao auxiliar de sala, que os apanhará pelas pontas, finalizando a colocação do avental ao amarrá-los na sua parte traseira. OBS: O OPA é um tipo de avental cirúrgico que apresenta uma aba traseira, que permite o fechamento das costas do profissional que o utiliza, no intuito de minimizar possíveis contaminações em cirurgias de grande porte A amarração da aba traseira do OPA só pode ser realizada após o calçamento das luvas estéreis. Deve-se desfazer o nó prévio (A), entregando uma alça a outro membro da equipe (B), dando-se uma volta em torno de si mesmo para o lado oposto (C) e pegando a alça novamente (D). A amarração é realizada e o nó fica voltado para a lateral do avental. COLOCAÇÃO DE LUVA CIRÚRGICA • As luvas são dispostas em embalagem protetora (esterilizada) e com punho p/fora. • Peça para alguém abrir o pacote e retire a embalagem • Saiba seu tamanho • As recomendações quanto ao uso de luvas por profissionais de saúde são: o Usar luvas somente quando indicado o Utilizá-las para proteção individual, nos casos de contato com sangue e líquidos corporais, e contato com mucosas e pele não íntegra de todos os pacientes o Utilizá-las para reduzir a possibilidade de os microrganismos das mãos do profissional contaminarem o campo operatório (luvas cirúrgicas) o Utilizá-las para reduzir a possibilidade de transmissão de microrganismos de um paciente para outro nas situações de precaução de contato o Trocar de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente 1 2 3 3 4 5 6 7 o Trocar de luvas, também, durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, ou quando estas estiverem danificadas o Nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas o Não lavar ou usar novamente o mesmo par de luvas. o O uso de luvas não substitui a higienização das mãos o Observar a técnica correta de remoção das luvas para evitar a contaminação das mãos • Entre as recomendações preconizadas, utilizam-se luvas estéreis nos seguintes procedimentos: o Qualquer procedimento cirúrgico o Parto vaginal o Procedimentos invasivos o Realização de acessos e procedimentos vasculares (vias centrais) o Quaisquer procedimentos nos quais seja necessária a manutenção da técnica asséptica RETIRADA DO AVENTAL CIRÚRGICO TÉCNICA PARA COLOCAÇÃO DE LUVA CIRÚRGICA: 1. Peça para alguém abrir o pacote e retire a embalagem 2. Abra o envelope posicionando a superfície estéril para cima 3. Com ambas as mãos encobertas pelos punhos do avental, inicia o procedimento de retirada da luva direita com a mão esquerda segurando pelo punho da luva 4. Luva direita é introduzida na mão correspondente, sobre o punho do avental, sem preocupação em ajustá-la 5. A mão direita (enluvada) é introduzida na dobra estéril da luva direita 6. Preparação para introdução da luva esquerda na mão correspondente 7. Após introdução de ambas as luvas, inicia-se processo de ajustá-las; 8. Punhos do avental são levemente tracionados sob as luvas, inserindo corretamente os dedos. OBS: Se houver ajuda do auxiliar: 1. Auxiliar já paramentado exerce movimento de alargamento do punho da luva esquerda, facilitando a introdução da mão do cirurgião; 2. Mesmo procedimento na luva colateral; 3. Após introdução, cirurgião inicia o ajustamento das mesmas TÉCNICA COM AJUDA DO AUXILIAR: 1. Ainda com as luvas, devem ser destravados quaisquer laços do avental; 2. Outro membro da equipe segura o capote pela costura do ombro; 3. Gola e mangas são trazidas em direção às mãos enluvadas e para fora delas, movimentando o capote de dentro para fora, invertendo-o; 4. Capote é retirado e desprezado em recipiente apropriado; 5. Mãos permanecem enluvadas; TÉCNICA SOZINHO: 1. Retirar nó dorsal do capote; 2. Depois de retirado o nó dorsal do capote, o paramentado retira o capote ainda com as luvas cirúrgicas, iniciando o processo puxando o capote por um dos ombros. RETIRADA DE LUVA CIRÚRGICA • As luvas deverão ser trocadas: o A cada 6 horas de uso o Em caso de contaminação: colocar novas luvas estéreis por cima das contaminadas o Em caso de rompimento: realizar lavagem cirúrgica por 2 – 3 minutos e calçar novas luvas ANTISSEPSIA DO PACIENTE (PINTURA) • A pintura do paciente é realizada após adequada degermação, com o membro da equipe cirúrgica já devidamente paramentado com avental e luvas cirúrgicas estéreis. • A mesa de antissepsia é montada com os materiais necessários apenas para esse procedimento (Foerster, gazes e cuba). • Pode ser realizada com PVP-I, clorexidina, ... TÉCNICA DE RETIRADA DE LUVA CIRÚRGICA: 1. Inverter a primeira luva até a metade 2. Prosseguir retirando a segunda luva totalmente 3. Concluindo com a retirada da primeira pela sua face interna, previamente invertida 4. Descartar em local apropriado. TÉCNICA DE ANTISSEPSIA DO PACIENTE: 1. Montar quatro gazes, dobrando-as duas vezes ao meio, em forma de triângulo, colocando três delas entre os dedos da mão não dominante, presas por uma de suas bases e a última gaze presa pelo seu ápice por uma pinça de antissepsia (Ex: Foerster) 2. Segurar a cuba com a mão não dominante e umedecer a gaze montada em PVPI. 3. Passar a gaze desde a região da fúrcula esternal até o púbis (para incisões medianas em tronco), em movimento único e sem retornar, descartando a gaze ao fim 4. Utilizar uma nova gaze para cada lateral do paciente, em sentido de medial para lateral e em direção perpendicular à pintura da região anterior (mediana), desde a região lateral à fúrcula esternal até a raiz da coxa, sem deixar “ilhas”, ou seja, regiões sem pintar 5. Contornar então o paciente pelos pés e realizar mesmo procedimento do outro lado. COLOCAÇÃO DE CAMPOS CIRÚRGICOS • Os campos cirúrgicos são peças de tecido confeccionadas geralmente em formato de retângulo ou quadrado, dispostos de uma camada (simples) ou duas camadas (duplos) de tecido o Campos simples são utilizados para recobrir e delimitar a região operatória o Campos duplos são utilizados principalmente para recobrir a mesa instrumental, com o intuito de diminuir a chance de contaminação FIXAÇÃO DE CAMPOS CIRÚRGICOS • Cada auxiliar se posicionará nas regiões laterais ao paciente. • O auxiliar A, utilizando uma pinça traumática, deve pinçar a interseção entre os campos ipsilateralmente a ele. • O auxiliar B, localizado contralateralmente, eleva a aba que estava rebatida, permitindo a visualização da região inferior e possibilitando que o auxiliar A “abrace” a região pinçada com a Backhaus, com sua curvatura voltada para baixo, fixando adequadamente o local. TÉCNICA DE ANTISSEPSIA DO PACIENTE: 6. Caso haja alguma “ilha”, o cirurgião deverá utilizar a 4ª gaze, passando um pouco antes, imediatamente em cima e um pouco depois da ilha, descartando-a em seguida 7. Apóso término do procedimento, a pinça utilizada estará contaminada e NÃO poderá ser devolvida à mesa instrumental. Deve-se coloca-la sobre a mesa de antissepsia TÉCNICA DE COLOCAÇÃO DE CAMPOS: 1. Colocar o campo duplo ou emborrachado sobre a mesa instrumental. Este geralmente é o primeiro campo do LAP cirúrgico e deverá ser colocado segundo a técnica de duas mãos, ou seja, por uma pessoa 2. Segue-se com a colocação do campo da região podálica (inferior), por ser a região mais contaminada, através da técnica de quatro mãos (duas pessoas) 3. Colocar então o campo cefálico (superior), também pela técnica de quatro mãos, passando-o por cima do campo podálico e sem tocar o paciente até adequada disposição 4. O anestesiologista deve então fixar as duas extremidades superiores do campo cefálico nos suportes localizados de cada lado do paciente, utilizando pinças de fixação específicas, geralmente presentes no kit de anestesia (simuladas na Monitoria com a Backhaus). Prendese o campo ao redor do suporte e coloca-se a argola da pinça em um dos ganchos do suporte 5. Colocar os campos laterais através da técnica de duas mãos (uma pessoa) em região ipsilateral ao lado em que o profissional se encontra 6. Atentar-se para que, durante a colocação dos campos, as margens que estão voltadas para a região operatória fiquem rebatidas, permitindo a mudança de tamanho do campo, caso o cirurgião queira aumentar ou diminuir a área delimitada 7. Realizar a fixação dos campos
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