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Laser de baixa potência e dosimetria em odontologia

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Laser de baixa potência e dosimetria
Laser vermelho x laser infravermelho:
Laser vermelho Laser infravermelho
Profundidade Regiões mais superficiais (edema, ferida de
mucosa)
Locais mais profundos (região de
osteotomia)
Comprimento
de onda (nm)
620-700 nm Mais de 700nm
Funções Ações relacionadas mais a reparo tecidual Ação mais analgésica
Local de
absorção
Mais na mitocôndria Mais na membrana celular
Fotobiomodulação: é a terapia que faz uso do laser vermelho ou infravermelho, absorvido pelo tecido por
cromóforo endógeno com efeito não térmico, não fitotóxico, e evento biológicos ocorrem por efeitos
fotoquímicos e fotofísicos, levando mudanças fisiológicas.
Um dos cromóforos do laser é a mitocôndria:
Na mitocôndria ocorre o Ciclo de Krebs e a Cadeia respiratória, onde
temos a maior produção de ATP. Dentro da cadeia respiratória temos
alguns complexos proteicos, como o Citocromo-C-oxidase, que é um
dos cromóforos mais importantes para o efeito da laserterapia. O laser
aumenta a produção de ATP, que é importante para diversas funções,
como: divisão celular, contração celular, crescimento celular, síntese de
moléculas, comunicação celular, transporte ativo e secreção celular.
Além disso, o ATP é um sinalizador para o núcleo proliferar célula. Por
isso ajudam muito em evento de reparação tecidual.
Teoria de Karu: Luz vermelha é absorvida na mitocôndria como uma
reação primária e temos reações secundárias, que acontecem em
decorrência da primária, tendo assim, os efeitos finais já citados.
Teoria de Smith: diz que o infravermelho também é absorvido pela mitocôndria, mas é muito absorvido
também na membrana celular, tendo mais efeitos relacionados à analgesia.
O laser infravermelho também serve para reparo tecidual e o vermelho para analgesia, mas são mais focados
nas funções já citadas anteriormente.
3 efeitos básicos do laser de baixa potência:
- Analgesia: laser estimula a liberação de opióides endógenos, estimula microcirculação, diminuindo
inflamação, diminuindo prostaglandina E2 e substâncias que estão indiretamente relacionadas à dor, e
até bloqueio de terminação nervosa em alguns casos.
- Modulação da inflamação: estudos mostraram que o laser funciona como uma droga anti-inflamatória,
diminuindo edema, por exemplo. Além de diminuir edema, também estimula circulação linfática,
ativação de microcirculação, diminui citocinas pró-inflamatórias (TNF-alfa, HMGB1, NFkB),...
- Reparação tecidual: estimula todos aqueles processos de reparo, diferenciação celular, proliferação,...
Foi observado em vários estudos que o laser tem efeito sistêmicos: em diminuir a taxa de glicose em
diabéticos, aumentar a produção de hormônios da tireoide em pacientes com a doença de Hashimoto,...
Como funciona?
O laser de baixa potência diminui vias relacionadas à inflamação, diminuição de vias relacionadas à apoptose
e estímulo de vias relacionadas à manutenção da vida ou, em alguns tecidos, à proliferação celular.
Contraindicações: irradiar olhos, focos neoplásicos, região abdominal/pélvica de mulheres grávidas, áreas
hemorrágicas, administração de drogas fotossensíveis, úlceras infectadas (porque o laser sozinho não tem
ação antimicrobiana), epífises de crescimento (para não acelerar o fechamento dessas epífises).
Classificação dos lasers: é classificado como 3B, porque é acima de 500 mW, fica na região visível e promove
a fotobioativação, sem danos térmicos, sem dano à roupa e um potencial dano aos olhos.
Por isso, em relação à biossegurança, temos que utilizar óculos de proteção e um adesivo dizendo que ele é
um laser no equipamento.
Dosimetria: não é simplesmente a medida da dose, é toda a relação entre o paciente, o operador e o
equipamento.
Quais fatores influenciam no efeito da laserterapia?
- Paciente: a cor da pele do paciente (laser é absorvido por pigmentos), tipo e profundidade do tecido
que queremos irradiar, idade do paciente (metabolismo é diferente), pacientes obesos ou muito
magros (o quanto de tecido o laser tem que penetrar para chegar no local desejado), tempo disponível
do paciente, saúde x doença (paciente que está no extremo do seu metabolismo, ex: diabete
descompensada ou mucosite no grau mais severo, o laser não vai ter o mesmo efeito).
- Operador: se possui o laser vermelho ou infravermelho, conhecimento sobre os equipamentos, a
maneira que ele irradia o tecido (pontual ou varredura), diagnóstico correto, se vai irradiar em contato
ou afastado do tecido, cuidados de limpeza, secagem e escolhas dos parâmetros.
- Equipamento: Se é vermelho e/ou infravermelho, o modo de ação (normalmente para baixa é
contínuo), parâmetros fixos ou variáveis (ponto e total, densidade de energia, área, densidade
potência, densidade input e output), contato, desfocado ou varredura, tempo, acesso da ponteira do
laser, facilidade no manuseio, protocolos prontos (não tem problema em usar, sabendo do porquê
estar usando).
Modo de aplicação:
Aplicamos sempre que possível em contato e perpendicular ao tecido, para ter certeza que vai atingir no
ponto desejado e para não perder energia e penetração.
Parâmetros do laser:
DE: densidade de energia (J/cm2)
E: energia (J)
A: área (cm2)
DP= P/A (W/cm2)
É a última fórmula que o software usa, usando a potência (transformar para mW) e o tempo (s).
A: geralmente é fixa, o equipamento já te dá o valor da área, mas pode ser variada dependendo da forma que
você for aplicar. Por exemplo: se for uma aplicação pontual, a área que utilizamos é a do spot/feixe do laser e
o tempo é por cada ponto, se for a técnica de varredura, a área é a da lesão e o tempo é o de aplicação da
lesão inteira.
90% das vezes utilizaremos a técnica pontual, porque é a melhor e a mais fácil de se reproduzir, mas
depende do caso.
Foi feita uma pesquisa para observar o tipo de aplicação e a reparação desse tecido: todas as aplicações
foram melhores do que o grupo controle e a que teve melhores resultados foi a aplicação de vários pontos de
baixa energia (as outras eram: uma aplicação com baixa energia e uma aplicação de alta energia).
Outro pesquisa foi mais focada para casos de mucosite oral: foi observado que a aplicação de baixa energia
(0,24J) foi a que temos melhores resultados (outras eram: 1J e 4x 0,24J), o que já é diferente do resultado da
pele, por exemplo, porque em cada tecido é diferente.
Por que?
O laser respeita a lei de Arnold-Schultz da ativação fotobiológica: que fala que energias mais baixas são mais
bioestimulatórias, energias mais altas tem efeito inibitório. Então quando você quer efeito de analgesia, você
utiliza energias mais altas.
Laser infravermelho tem um efeito mais analgésico que o vermelho. Porque ele tem esse efeito mais analgésico e
como ele promove essa analgesia?
O infravermelho é mais absorvido em regiões mais profundas e por cromóforos presentes na membrana celular,
alterando a entrada e saída de eletrólitos, o que está diretamente relacionado com a analgesia (alteração na
condução do impulso nervoso).
Quais seriam os efeitos de uma dose além da indicada nos protocolos prontos (seja em Energia ou tempo)? Tanto
no vermelho quanto no infravermelho.
O que geralmente acontece com os "protocolos prontos" é que eles não condizem com o que você indicaria...não
sendo o protocolo ideal. Agora, se ele estiver com uma energia/tempo de irradiação bastante elevados, você pode
danificar os cromóforos e, dependendo da potência do seu equipamento, o local de aplicação e a maneira que você
está realizando a irradiação, você pode até ter aquecimento (sensível ao paciente).