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TCC Tânia 2018 ciee

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REFLEXOS DO REGIME MILITAR NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Tânia Aparecida de Souza
 souza_tania@yahoo.com.br
Neusa Abadia Gomes Andrade
neusa.andrade@uninove.br
RESUMO
Este trabalho aborda as consequências do Regime Militar para a educação nacional, período o qual tem seu início em 1964, com o estabelecimento do Estado de Exceção, até o ano de 1985, com as primeiras eleições democráticas após os anos de chumbo. Investigaram-se as políticas de repressão promovidas pelo governo então estabelecido, como também o impacto da perseguição e censura promovida pelo governo militar na educação brasileira em seus mais diversos níveis – englobando e ensino básico em suas modalidades fundamental e médio, como também ensino superior, assim como também importantes eventos que culminaram em mudanças estruturais e legais do ensino no Brasil. Tomando como partida seleta bibliografia acerca da temática em questão, foi possível concluir que os reflexos do Regime Militar no Brasil representaram uma regressão ao que até então se havia estabelecido no campo educacional brasileiro, uma vez que a repressão das liberdades e extinção de direitos, como também perseguições a docentes, alunos e instituições representativas da educação nacional significaram o fim do livre pensamento no Brasil, assim como também as reformas promovidas pelo então governo militar se mostrariam um grande insucesso logo após o fim dos anos da ditadura, uma vez que suas políticas voltadas para a educação não atingiram o objetivo almejado.
Palavras Chave: Educação; Regime Militar; Ditadura; Educação.
INTRODUÇÃO
No primeiro dia de Abril de 1964, com a tomada de poder pelos militares no Brasil e o início do Estado de Exceção, instituía-se uma ditadura que extinguia os direitos e garantias constitucionais, com o propósito de proteger o Estado da ameaça comunista que aterrorizava as elites brasileiras com a possibilidade da tomada do poder no país por meio de uma revolução armada. O Estado de Exceção, declarado para proteger o interesse nacional, nada mais representava que um “[...] mecanismo adotado pelos militares para transformar em lei imposta as decisões que não estavam previstas na Constituição ou mesmo eram contrárias a ela” (ARANHA, 2006, p. 296). 
Com o avanço do processo de controle estatal sobre a vida dos cidadãos brasileiros, adotou-se a doutrina da segurança nacional como justificativa das mais variadas formas de repressão, sendo as manifestações políticas contrárias ao Regime violentamente reprimidas. Assim como assinala ARANHA (2006), tal doutrina “[...] justificou todo tipo de repressão, desde cassação de direitos políticos, censura da mídia, até prisão, tortura, exílio e assassinato. [...] Perderam força [...] operários, camponeses, estudantes” (p. 296). 
No que tange aos aspectos econômicos, o Regime Militar foi marcados pela promoção de políticas de desnacionalização, somado ao seu ímpeto de se vincular às potências do capitalismo internacional. Como afirma ARANHA (2006) 
Esse modelo econômico, conhecido como ‘industrialização excludente’, garantia o desenvolvimento, mas com distorções, devido ao arrocho salarial e à perversa concentração de renda. A situação adversa não tardou a provocar tensões sociais, sempre sufocadas pela repressão (p. 297). 
	Houve ainda perseguições a órgãos de representação estudantil cuja intenção era coibir qualquer manifestação de natureza política, enfraquecendo a oposição política e ideológica dentro das instituições educacionais brasileiras. Além do mais, outras maneiras de perseguir a oposição política foram perpetradas pelo Regime, que aumentava seu controle sobre a vida civil progressivamente com o avançar dos anos. ARANHA (2006, p.314) destaca o ímpeto explícito dos militares em alienar os estudantes brasileiros por meio do ensino obrigatório de Educação Moral e Cívica nas escolas em todos os graus e modalidades de ensino. Para ela, “Nas propostas curriculares do governo, transparecia o caráter ideológico e manipulador dessas disciplinas” (p. 314). 
	Para ARANHA (2008, p. 319) o resultado das constantes reformas educacionais promovidas pelo Regime Militar que afetaram os mais variados níveis de ensino no Brasil foram devastadoras e se revelaram um profundo fracasso quanto ao objetivo de aprimorar nosso sistema educacional. Além disso, somadas as consequências das ferrenhas perseguições a professores, alunos e pensadores que defendiam o fim da ditadura e o reestabelecimento da democracia apenas agravaram o mal estar da educação brasileira. 
Desse modo, a atual pesquisa se volta para os eventos históricos os quais foram fundamentais para configurar os aspectos contextuais das reformas promovidas pelo Regime Militar durante os Anos de Chumbo no Brasil, atentando-se para as suas consequências desastrosas da extinção da liberdade de pensamento e da promoção de reformulações do sistema educacional nacional. Para isso, desenvolveu-se uma revisão bibliográfica de textos teóricos referentes à História da Educação e levantaram-se resultados de caráter qualitativo.
1. O REGIME MILITAR: O GOLPE, A EXTINÇÃO DOS DIREITOS E A EDUCAÇÃO. 
	No dia 31 de Março de 1964 os militares tomaram o poder no Brasil, ao contrário do que até então se esperava – uma revolução comunista, a fim de proteger o Estado brasileiro da ameaça vermelha que parecia iminente e ganhava força nas últimas décadas. WEREBE (1997), discorrendo acerca do golpe militar de 1964, afirma que ele deu “[...] início a uma fase negra de nossa história, com a instituição de uma ditadura que durou 21 anos e que pôs um termo às liberdades democráticas, estabelecendo no país um regime de violenta repressão e arbitrariedades” (p. 75). 
	É importante destacar que, em termos econômicos, a década de 1960 foi marcada pela recuperação econômica do Estado brasileiro, com o crescimento do setor industrial e captação de recursos públicos para a recuperação do investimento público. Porém, ROMANELLI (2010) destaca que o modelo econômico então vigente era “[...] concentrador de renda, já que segue o caminho das sociedades periféricas” (p. 200). 
	Durante o período totalitarista dos militares serviu como palco de revezamento entre cinco generais na presidência da república – GHIRALDELLI (2003) discorrendo acerca do golpe de Estado, diz que “[...] houve apoio civil ao golpe, em especial setores médios que, no clima da época, temiam o ‘comunismo de Jango e Brizola” (p. 126). Além disso, em seguida, o autor afirma que o regime “[...] passou a governar o país através de uma tecnoburocracia que, em certos momentos, não satisfazia o interesse de nenhum setor social amplo” (p. 126). 
	Os primeiros atos do novo governo após o golpe foi a cassação dos direitos de inúmeros políticos, intelectuais e artistas. Para WEREBE (1997), a cassação foi feita “[...] de forma completamente arbitrária, sem que as vítimas tivessem qualquer direito de defesa” (p. 76). O Congresso Nacional foi invadido, foi estabelecido um sistema de eleições indiretas para a presidência da república e os partidos políticos foram proibidos.
	Apesar da pesada repressão promovida aos que se opunham ao novo regime ditatorial instaurado no país, segundo WEREBE (1997) “[...] muitas foram as manifestações de oposição ao regime [...] por parte de sindicatos, intelectuais e estudantes universitários” (p. 76-77). A autora destaca ainda a atuação dos movimentos estudantis contra a violência do autoritarismo, com especial atenção aos grupos revolucionários de esquerda que atuaram no período. 
	Quanto às manifestações artísticas promovidas contra a repressão do governo militar, WEREBE (1997) destaca a repressão com que foram recebidas: “Os artistas e grupos envolvidos [...] também sofreram represálias de toda ordem (prisões, torturas), levando muitos ao exílio”. (p. 77). Além disso, o CCC (Comando de Caça aos Comunistas) atuou contra estudantes, liberais em geral, como cobertura de uma polícia política (WEREBE, 1997, p. 77). 
	 Ainda segundo GHIRALDELLI (2003), o governo dos militares no que concerne à educação nacional sedefiniu como um regresso frente aos avanços conquistados com o decorrer das décadas da república.É importante destacar que o autor, em sua obra, destaca que “Somente uma visão bastante condescendente com os ditadores poderia encontrar indícios de algum saldo positivo na herança deixada pela ditadura militar” (p. 126). Desse modo, é possível encontrar visões comuns entre vários acadêmicos que tratam da história da educação brasileira e do período estudado na atual pesquisa.
2. A EDUCAÇÃO BRASILEIRA DURANTE O PERÍODO MILITAR 
	No que se refere aos novos rumos os quais a educação nacional tomou no período militar, é possível encontrar uma visão comum entre os autores que abordam a história da educação brasileira. 	Para ARANHA (2006) “Esses anos de chumbo, além do sofrimento dos torturados e ‘desaparecidos’, foram desastrosos para a cultura e a educação. Também provocaram prejuízos econômicos e políticos ao país” (p. 313). Além disso, a autora também destaca “[...] sérios problemas decorrentes da situação de empobrecimento, com graves índices de miserabilidade” (ARANHA, 2006, p. 314). 
	Desse modo, ao tratar das consequências das recorrentes reformas educacionais promovidas pelos militares na educação brasileira, como também da perseguição e repressão ferrenha à oposição política nacional, ARANHA (2006) reitera que “Os efeitos das reformas de ensino no período da ditadura foram desastrosos para a educação brasileira” (p. 319). A autora também destaca que “[...] a reforma não só foi um fracasso, como provocou prejuízos inestimáveis” (p. 313). 
	A reforma promovida no Ensino Médio e Fundamental se deu no período mais violento da ditadura, no governo Médici. O artigo 1° da lei n° 5.692/71 diz que 
O ensino de 1° e 2° graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de sua autorrealização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania (ARANHA, 2006, p. 318). 
	Dessa forma, para alcançar o objetivo almejado no texto, o ensino obrigatório passou de quatro para oitos anos de estudo – 1ª a 8ª Série. Também se promoveu a extinção da dualidade escolar, ou seja, não havia mais separação entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, o que ficou conhecido como Escola Única. 
	Além disso, também se promoveu a profissionalização do Ensino Médio, a superação do Ensino Médio propedêutico, existindo assim uma terminalidade. A cooperação entre o setor privado e a educação pública também foi fomentada pelo governo militar. 
	A aplicação da lei na realidade da educação brasileira enfrentou diversos obstáculos: quanto à obrigatoriedade dos oito primeiros anos de estudo, não havia recursos materiais ou humanos necessários para suprir as necessidades da nova lei; quanto à profissionalização do Ensino Médio, a escassez de professores especializados, somado ao fato de que as escolas não dispunham da estrutura necessária para dar suporte às aulas (oficinas, laboratórios, materiais) foram grandes empecilhos para a sua efetivação. Para a autora 
Sem a adequada preparação para o trabalho, era lançado no mercado um ‘exército de reserva’ de mão-de-obra desqualificada e barata, o que fez manter nossa dependência para com os países desenvolvidos (p. 319). 
	É válido destacar que, durante esse período, a educação nas escolas particulares não se submeteu à lei, apesar de atender as exigências legais. Porém, a realidade das escolas particulares “[...] o trabalho efetivo em sala de aula continuava voltado para a formação geral e preparação do vestibular” (ARANHA, 2006, p. 320). 
	Outro aspecto a ser salientado é foi a introdução das disciplinas cívicas, reforçada pela extinção do ensino de filosofia e pela diminuição da carga horária de matérias como História e Geografia, que para ARANHA (2006) “[..] exerceu a mesma função de diminuir o senso crítico e a consciência política da população” (p. 320). 
	Desse modo, é possível verificar no período que a educação das elites e da burguesia, que frequentava o ensino particular que continuava propedêutico e qualificado, continuava de modo efetivo, ao passo que a escola pública sofria com as consequências da reforma educacional promovida pelo Regime Militar, que descuidava da formação geral e atingia as camadas mais pobres da população. Sendo assim, a elite ainda continuava a ocupar as melhores classificações nos vestibulares e os melhores cursos superiores públicos – ou seja, as reformas educacionais pouco9 contribuíram com as diferenças sociais. 
	No que tange ao Ensino Superior, a reforma promovida pelo Regime Militar foi mercada pela privatização sem precedentes da educação. Os cursos careciam de qualidade pedagógica e eram voltados para os interesses do empresariado. Como atesta ARANHA (2006) “Com a criação indiscriminada de cursos superiores, preponderavam os que exigiam poucos recursos materiais e humanos e permitiam a superlotação das classes” (p. 320). Desse modo, é possível deduzir que os alunos mais pobres se dirigiam às faculdades privadas, alimentando assim um vicioso ciclo de marginalização das classes inferiores no sistema educacional inaugurado pelos militares. 
	Para ROMANELLI (1978), o período da ditadura militar foi marcado por extremos. Para a autora
Ao lado da contenção e da repressão, que bem caracterizaram essa fase, constatou-se uma aceleração do ritmo do crescimento da demanda social da educação, o que provocou, consequentemente, um agravamento da crise do sistema educacional, crise que já vinha de longe (p. 202).
	A autora ainda aponta a grande ineficiência das instituições de Ensino Superior para se adequar à demanda por vagas. A política econômica acumulativa do governo militar teve de adequar-se a um nível sustentável para expandir as vagas no sistema educacional público. Tendo em vista os limites de investimento, R	OMANELLI (1978) afirma que 
[.] a oferta, apesar de ter crescido, ficou aquém da demanda. Essa defasagem teve seu ponto alto no acúmulo insustentável dos “excedentes”, candidatos ao ensino superior que, embora aprovados nos exames vestibulares, não lograram classificação para as vagas disponíveis naquele nível (p. 203). 
3. O DECLÍNIO DO REGIME MILITAR E A RESTAURAÇÃO DO ESTADO DE DIREITO
Com o início da década de 1980 a ditadura militar enfrentava um progressivo enfraquecimento oriundo do despertar da classe política e civil para a restauração do Estado de Direito no Brasil. Era possível, ainda, verificar que muitos intelectuais e artistas exilados iniciavam seu regresso ao país, que ansiava por mudanças. 
Como aponta ARANHA (2006) “No plano da educação, por volta de 1980 já era amplamente reconhecido o fracasso da implantação da reforma da LDB” (p. 321) assim como uma nova lei dispensava as instituições de ensino brasileiras da obrigatoriedade do ensino profissionalizante.
Em seguida, debates pelo retorno de disciplinas fundamentais para a formação do pensamento crítico e da cidadania como Filosofia, mostravam-se cada vez mais constantes. Pelo parecer N° 342/82 do Conselho Federal de Educação a Filosofia passava a se tornar, então, disciplina optativa: uma tímida tentativa de se restabelecer a matéria na grade curricular das escolas públicas. Para ARANHA (2006) “Nesse processo todo, nada foi conseguido sem esforço, mas com trabalho intenso e pressão da sociedade civil”. (p. 321). 
Conforme a abertura política aumentava no país, os partidos políticos antes extintos voltaram a existir legalmente, assim como órgãos de representatividade estudantil, antes perseguidos pelo regime militar. O debate político também experimentou certo renascimento, apesar de censuras pontuais, e era realizado desde as praças públicas até nas escolas e salas de aula. 
O aumento no número de mobilizações promovidas por professores no ano de 1978 pela recuperação das perdas salariais era um reflexo da política militarista que fracassou na educação. Segundo ARANHA (2006, p. 321) os índices de defasagem salarial atingiram níveis inéditos no período, assim comoagravou a pauperização da profissão dos docentes brasileiros. 
	Greves foram instauradas a fim de questionar o governo estabelecido, juntamente com lideranças de órgãos representativos da sociedade civil e sindicatos dos professores da rede pública (APOESP) e da rede privada de ensino. Fomentar um pensamento de classe na categoria que abrangesse os mais variados níveis da educação básica foi uma tarefa progressiva. As greves exigiam melhores condições para a atuação dos docentes nas escolas. “Ao lado da imediata reposição das perdas salariais, os professores lutavam pela regulamentação da carreira do magistério e por condições dignas para exercê-la” (ARANHA, 2006, p. 321). 
	É de suma importante que se destaque que, após os fracassos promovidos pelo governo militar dentro do âmbito da educação nacional, fazia-se urgente o resgate da escola pública no país, assim como a valorização do professor – ambos empobrecidos com o progredir dos anos do totalitarismo iniciado em 1964. 
	Por fim, o debate pedagógico só foi livremente retomado a partir das Conferências Brasileiras de Educação, que foram realizadas de 1980 a 1988, que deu espaço para a circulação massiva de textos e revistas científicas que abordavam tal assunto, assim como também se multiplicavam pesquisas acadêmicas voltadas à questão dos problemas da educação brasileira. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
	O Regime Militar no Brasil representou um período devastador na história do Brasil, em que o Estado de Direito foi extinto, a Constituição desrespeitada, políticos e intelectuais democratas perseguidos pela repressão e a censura era promovida àqueles que se dispunham a criticar a violenta ação dos governos militares durante esses vinte e um anos de perseguição política no país. 
	Desse modo, durante a ditadura militar, foram instituídos oito anos de estudo obrigatórios no ensino básico, a profissionalização do ensino médio e no ensino superior, as vagas das universidades experimentaram determinada ampliação, devido à demanda recorrente da população pelo acesso à universidade. É importante lembrar também que disciplinas foram suprimidas dos programas escolares, como Filosofia, História e Geografia, e uma nova disciplina – Educação Moral e Cívica - foi instituída com a intenção de controlar ideologicamente a produção intelectual dos alunos do nível básico.
	Os reflexos da instituição dos oito anos de estudo obrigatórios foram a ineficiência da educação estatal de atingir os objetivos universalizantes da educação militar, uma vez que o governo não dispunha de material humano e infraestrutura para atender à nova demanda estabelecida então. 
	Em seguida, a profissionalização do ensino médio experimentou os mesmos entraves, uma vez que o carecimento de mão de obra qualificada e de estrutura adequada nas escolas para que as aulas fossem ministradas foram determinantes para o fracasso do novo modelo de ensino profissionalizante. 
	Quanto ao ensino superior, a precariedade da escola pública fez com os alunos mais pobres ficassem fora das melhores universidades que até então recebiam financiamento público. Esses alunos, então, dirigiam-se para as universidades particulares que eram menos qualificadas para o ensino, alimentando assim um vicioso ciclo de marginalização da camada pobre no sistema educacional brasileiro.
	A educação das elites brasileiras era dada nas escolas particulares e eram esses alunos que ocupavam os melhores cursos nas melhores universidades públicas do país, pois ao passo que a escola pública sofria com as reformas promovidas pelos militares, o ensino particular se mantinha propedêutico e preparava melhor seus alunos para os vestibulares.
	No que tange a questão dos vestibulares, durante o regime militar, o limitado investimento na abertura de vagas na universidade pública acabou por causar longas listas de aprovados que, apesar de possuir classificação necessária para pleitear as vagas disponíveis, não conseguiam cursar o ensino superior, pois as vagas eram limitadas e a consequentemente, a concorrência era acirrada. 
	Desse modo, o atual projeto de pesquisa contribuiu para o levantamento de fatos históricos importantes que foram fundamentais para a configuração contemporânea da educação brasileira em seus mais variados níveis, assim como o estudo das políticas educacionais promovidas durante os Anos de Chumbo foram essenciais para se compreender a atual configuração da problemática educacional de nosso país. É preciso que fomentar uma nova consciência frente ao período militar e ao estudo das consequências desses tempos tão violentos e repressivos não só para a educação, como também para a história brasileira em geral, uma vez que o retrocesso nos direitos civis, políticos e constitucionais, representou também o retrocesso da educação em nosso país, que ainda sofre com os reflexos do desgoverno militar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 ARANHA, M. L. A. História da Educação e da Pedagogia – Geral e Brasil. São Paulo, Moderna, 2006.
GHIRALDELLI, P. Jr. Filosofia e História da Educação Brasileira. São Paulo, Manole, 2003.
ROMANELLI, O. O. História da Educação no Brasil. Rio de Janeiro, Vozes, 2010.
WEREBE, M. J. G. Grandezas e Misérias do Ensino no Brasil. São Paulo, Editora Ática, 1997.
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