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Pessoa Jurídica São entes criados pelas pessoas naturais, que possuem personalidade jurídica. Através de seus REPRESENTANTES, são capazes de adquirir direitos e obrigações na esfera civil. A pessoa jurídica é uma ENTIDADE DE PESSOAS (individual ou coletiva), ou de BENS, que tem um OBJETIVO ESPECÍFICO, conforme as informações delimitadas nos seus ATOS CONSTITUTIVOS. 1. Características das pessoas jurídicas: a) Personalidade Jurídica Autônoma: não se confundem com a personalidade jurídica daqueles que as representam; b) Organização (Estrutura) Própria c) Patrimônio: igualmente diferente daquele que as representam d) Necessidade De Concessão De Publicidade Dos Atos Constitutivos 2. Classificação das pessoas jurídicas As pessoas jurídicas podem ser classificadas em dois grupos: PJ DE DIREITO PRIVADO PJ DE DIREITO PÚBLICO Também podem ser: ✓ Empresas públicas ✓ Sociedades de Economia Mista ✓ Associações ✓ Sociedades ✓ Fundações ✓ Organizações religiosas ✓ Partidos políticos OBS: Organizações Religiosas e Partidos Políticos são regidos por NORMAS ESPECIAIS. Interno ou externo (Estados Estrangeiros – Direito Internacional Público); São PJ de Direito Público: ✓ União ✓ Estados-membros ✓ Municípios ✓ Distrito Federal Também pertencem a esse grupo: ✓ Autarquias ✓ Fundações Públicas ✓ Demais entidades públicas (criadas por lei, com personalidade jurídica própria) OBS: às pessoas jurídicas de direito público, que se tenha dado ESTRUTURA DE DIREITO PRIVADO, são regidas, no que couber, pelas normas do Código Civil (art. 41, p.u) a) Associações São SOCIEDADES CIVIS SEM FINALIDADE LUCRATIVA. Há um conjunto de esforços e/ou recursos associados, para a obtenção de um bem comum. Via de regra, elas são criadas com finalidades: • Filantrópicas • Literárias • Religiosas • Morais • Culturais • Educacionais • Científicas profissionais • Esportiva • Etc... Apesar de não possuírem fins lucrativos, podem ser criadas para realizar ATIVIDADES QUE PRODUZAM RENDIMENTO, desde que esse lucro seja EMPREGADO NA PRÓPRIA ASSOCIAÇÃO. É VEDADO reverter esse lucro para os associados ou diretores. Ex: um clube recreativo – promove uma festa e arrecada fundos. – o dinheiro arrecadado deve ser empregado no próprio clube: reforma, vestiários, piscinas..) Entre os associados NÃO HÁ OBRIGAÇÕES RECÍPROCAS. Um associado NÃO TEM DEVERES EM RELAÇÃO A OUTRO. As obrigações serão estabelecidas perante o ASSOCIADO E A PESSOA JURÍDICA que integram. Serão constituídas por DOCUMENTO ESCRITO: normalmente por um ESTATUTO OU CONTRATO, devendo conter: • Denominação, fins e sede da associação • Requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados • Direitos e deveres dos associados • Fontes de recurso para sua manutenção • Modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos • As condições de alteração do Estatuto e sua dissolução • Forma de gestão administrativa e aprovação das contas Dentro de uma mesma associação, podem haver CATEGORIAS DE ASSOCIADOS (sócios fundadores – obtém alguns privilégios). Porém, NÃO PODE HAVER TRATAMENTO DIFERENCIADO entre os associados, dentro de uma MESMA CATEGORIA. b) Fundações São um CONJUNTO DE BENS ARRECADADOS E PERSONIFICADOS, PARA ALCANÇAR UM DETERMINADO FIM. É a LEI que estabelece essa unidade de bens, ainda que parcialmente. São criadas a partir de ESCRITURA PÚBLICA ou TESTAMENTO, e para tanto, é necessário: • Afetação de bens livres e desembaraçados • Especificação dos fins visados • Previsão da maneira pela qual a fundação será administrada • Elaboração de estatutos com base em seus objetivos, que serão submetidos ao Ministério Público (fiscalização) – curador das fundações. Assim como nas associações, as fundações TAMBÉM NÃO TÊM FINS LUCRATIVOS. Seus fins devem ser morais, culturais, assistenciais ou outro de natureza similar, conforme DEFINIDO NO ATO CONSTITUTIVO. Quando os bens destinados à criação da fundação forem INSUFICIENTES, se não houver disposição em contrário do criador, poderão esses bens serem INCORPORADOS EM OUTRA FUNDAÇÃO, que tenha FIM IDÊNTICO OU SEMELHANTE (art. 63, CC) É possível a ALTERAÇÃO DO ESTATUTO da fundação, porém, somente se atenderem aos seguintes requisitos: • Deliberação de 2/3 daqueles incumbidos de gerir e representar a fundação • Se não contrariar ou desvirtuar o fim proposto para ela • Alteração aprovada pelo MP no prazo máximo de 45 dias ( Lei n.13.151/2015 – se TRANSCORRER O PRAZO SEM MANIFESTAÇÃO DO MP ou se o mesmo DENEGAR A ALTERAÇÃO, poderá um juiz SUPRIR A MANIFESTAÇÃO, A REQUERIMENTO DO INTERESSADO). OBS: quando a alteração não tiver sido aprovada de forma UNANIME, os administradores da fundação deverão submeter os estatutos ao MP e, poderão REQUERER que a minoria vencida seja notificada, para querendo, IMPUGNÁ-LA EM 10 DIAS. Quanto a EXTINÇÃO da fundação, o Código Civil (art. 68), prevê que o MP ou QUALQUER INTERESSADO, promoverá sua extinção, INCORPORANDO-SE SEU PATRIMONIO AO DE OUTRA FUNDAÇÃO DE FIM SEMELHANTE, DESIGNADA POR UM JUIZ, caso haja: • Que a finalidade visada para a fundação se torne ilícita, impossível ou inútil • Que seja vencido o prazo para sua existência. c) Sociedades São pessoas que RECIPROCAMENTE SE OBRIGAM a CONTRIBUIR COM BENS ou SERVIÇOS, para o EXERCÍCIO DE UMA ATIVIDADE ECONÔMICA e a PARTILHA, ENTRE SI, DOS RESULTADOS (LUCROS). Essa atividade pode se limitar a UM OU MAIS NEGÓCIOS DETERMINADOS. É uma espécie de CORPORAÇÃO, dotada de PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA, e instituída por meio de um CONTRATO SOCIAL. Poderá ser SIMPLES ou EMPRESÁRIA. • Simples: visam o lucro através de ATIVIDADES NÃO EMPRESÁRIAS. Essas atividades não são realizadas por empresários Ex: Sociedades de Profissionais Liberais (médicos, advogados, cooperativas) Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro; e, simples, as demais. Estão sujeitas à INSCRIÇÃO NA JUNTA COMERCIAL. As SOCIEDADES DE ADVOGADOS, adquirem personalidade jurídica com o REGISTRO NA OAB (art. 15 e 16, §3º da Lei 8.906/94) • Empresárias: são ORGANIZAÇÕES ECONÔMICAS, dotadas de PERSONALIDADE JURÍDICA e PATRIMÔNIO, sendo composta normalmente por VÁRIOS SUJEITOS, com o objetivo de PRODUZIR BENS, sua CIRCULAÇÃO ou a PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, COM FINS LUCRATIVOS. São regidas pelo regime do Direito Empresarial. d) Partidos políticos São entidades compostas por PESSOAS QUE POSSUEM, EM TESE, uma IDEOLOGIA EM COMUM, que visam a CONQUISTA DE PARCELAS DE PODER ESTATAL, cumprindo assim, um PROGRAMA GOVERNAMENTAL. São ASSOCIAÇÕES CIVIS que buscam ASSEGURAR, no interesse do REGIME DEMOCRÁTICO, a autenticidade do SISTEMA REPRESENTATIVO e DEFENDER OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ESTABELECIDOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Devem possuir o REGISTRO CIVIL no DISTRITO FEDERAL e no TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. e) Organizações religiosas São entidades de DIREITO PRIVADO, estabelecidas por meio de DOUTRINAS, CULTOS E OUTROS RITUAIS que lhes são próprios. São de LIVRE CRIAÇÃO, ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA INTERNA E FUNCIONAMENTO. Sendo VEDADO ao Poder Público, NEGAR-LHES RECONHECIMENTO ou REGISTRO dos atos constitutivos e necessários a seu funcionamento. Como o Brasil é território LAICO, não possuindo uma religião oficial, o poder público não pode fazer nenhuma análise do tipo de doutrina ou ritual dessa organização, EXCETO quando houver prejuízo a seres ou bens dignos de tutela do Estado. a liberdade de organização religiosa é garantida na Constituição Federal, permitindo- lhe LIBERDADE DE EXPRESSÃO RELIGIOSA, LIBERDADE DE CRENÇA E DE CULTO. Porém, essa liberdade de crença não afasta a possiblidadede CONTROLE DE LEGALIDADE E LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL do seu registro, nem a possibilidade de AVALIAÇÃO DA COMPATIBILIDADE de seus atos constitutivos coma lei, realizada pelo PODER JUDICIÁRIO. 3. Desconsideração da personalidade jurídica É o AFASTAMENTO TEMPORÁRIO DA PERSONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA, pra que o credor possa ter SATISFEITA SUA PRETENSÃO DE COBRANÇA, a partir da INVASÃO DO PATRIMÔNIO PESSOAL DO SÓCIO OU ADMINISTRADOR que cometeu um ATO ABUSIVO ou DESVIO DE FINALIDADE. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. Deve então, haver o REQUERIMENTO, não podendo ser decretada de ofício pelo juiz. Somente se aplica a desconsideração da pessoa jurídica, quando houver a prática de ATO IRREGULAR, atingindo somente os SOCIOS ENVOLVIDOS, não se estendendo para aqueles que não participaram da ação. Existem duas teorias: • TEORIA MAIOR (ADOTADA PELO CÓDIGO CIVIL): exige o ABUSO DA PERSONALIDADE (desvio de finalidade e confuso patrimonial) e o PREJUÍZO DO CREDOR. • TEORIA MENOR (ADOTADA PELO CDC – art. 28): relações de consumo. Exige apenas o PREJUÍZO DO CREDOR para que haja a responsabilização pessoal do sócio ou administrador.
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