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ATIVIDADE A1 - CONTRATOS

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1 
 
Disciplina: Contratos e Responsabilidade Contratual 
Professor: Cláudio Kaminski Tavares 
Aluno(s): Carolina Pedroso Alvarenga da Silva 
 
 
 
TRABALHO AVALIATIVO (A1) 
 
 
INSTRUÇÕES: O presente trabalho avaliativo abarca pontos específicos de 
conteúdos vistos em aula até o momento. Poderá ser realizado com consulta ao 
material fornecido pelo professor e àquele que estiver à disposição do aluno, bem 
como ao Código Civil. 
 
A atividade pode ser realizada individualmente ou em dupla. 
 
As questões 1 e 2 valem 2,0 pontos cada, enquanto as questões 3 e 4 valem 3,0 
pontos cada, o que totaliza os 10 pontos a atividade. 
 
A responda aos questionamentos deve ser fundamentada e deve indicar os 
dispositivos legais pertinentes. Não obstante, a mera citação do dispositivo legal, sem 
fundamentação, não confere pontuação. 
 
Bons estudos! 
 
 
2 
 
QUESTÕES: 
 
1) A Lojas Tá que tá, empresa especializada no comércio varejista de calçados, 
adquiriu 250 pares de sapatos sociais masculinos da Republicano Sapatos, fabricante 
dos produtos. Após 14 dias da compra e entrega dos produtos, a Lojas Tá que tá já 
havia realizado a venda de 42 pares de sapatos. Contudo, desse número, lhe foram 
devolvidos 18 pares que apresentaram problemas que os tornaram impróprios para 
uso. Diante disso, a Lojas Tá que tá solicitou à Republicano Sapatos consertasse os 
produtos e, caso não fosse possível, que os substituísse. A empresa fabricante, por 
sua vez, se recusou alegando que os produtos estavam em perfeitas condições ao 
serem entregues à empresa varejista e que não consertariam tais produtos, porque o 
contrato de compra e venda firmado entre elas não previa garantia dos sapatos. 
 
Diante dos fatos acima narrados: 
 
a) Identifique o instituto de Direito Civil aplicável ao caso, apontando seus requisitos 
para sua caracterização. 
Caracteriza como vício redibitório, pois a mercadoria adiquirida pela Loja em contrato 
comutativo, possui vícios ocultos no momento da contratação – Art. 441, CC/2002. 
 
b) Como advogado da Lojas Tá que tá, esclareça (i) quais medidas judiciais podem 
ser por ela adotadas; (ii) a legislação aplicável à relação mantida entre as empresas; 
e (iii) se a Lojas Tá que tá pode questionar do restante dos pares de sapatos que 
mantém em estoque ou apenas dos 18 pares que apresentaram problemas. Justifique. 
 
(i) Como o contrato de compra e venda entre a Lojas Tá que tá e o fabricante já havia 
cumprido com seu propósito quando da incidência do vício oculto, se o fabricante de 
fato não conhecia o vício, a Loja poderá pedir restituição do valor pago pelo produto 
defeituoso e as despesas advindas do contrato – Art. 443, CC/2002. 
 
(ii) Trata-se de contrato de compra e venda de coisa vendidas conjuntamente, firmado 
entre as duas empresas – Art. 481, CC/2002. 
 
(iii) a Lojas Tá que tá não poderá questionar sobre os demais produtos adquiridos 
antes de apresentarem defeitos – Art. 503, CC/2002. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2) Fernando era amigo do famoso cantor Alessandro Perez e, sem consultá-lo, 
prometeu a uma casa de shows Baile Rái, na praia de Atlântida/RS, que o cantor faria 
a apresentação principal de Réveillon. No dia 31 de dezembro de 2019, Fernando leva 
Alessandro à casa noturna, que estava lotada, acreditando que, quando visse o palco 
e a multidão gritasse seu nome, Alessandro decidiria cantar. 
 
Entretanto, Alessandro se recusou a realizar a apresentação e saiu com muita pressa 
do local, buscando desvencilhar-se do compromisso. Ao atravessar a rua sem prestar 
atenção aos carros, acabou sendo atropelado por um motorista que havia se distraído 
com a queima de fogos de artifício no céu. 
 
Desolada com a morte de seu pai, Júlia Perez exigiu da seguradora Protege Seguros 
obter valor relativo ao seguro de vida que seu pai havia contratado há 8 anos, 
instituindo-lhe como beneficiária. Entretanto, surpreendeu-se com a negativa da 
Seguradora, que afirmou que poucos meses atrás, Alessandro, em testamento, havia 
afirmado que gostaria de ter Fabíola, sua atual companheira e, então, madrasta de 
Júlia, como beneficiária. Indignada, Júlia move ação judicial contra a seguradora. 
 
Com base nos fatos acima narrados, responda: 
 
a) O que a casa de shows Baile Rái pode pleitear contra Fernando? Sob quais 
fundamentos? 
A casa de show pode pleitear perdas e danos contra Fernando, pois ele não havia 
consultado Alessandro previamente sobre o show a ser realizado – Art. 439, CC/2002. 
 
b) Como juiz da causa, qual seria a sentença e quais os fundamentos para decidir a 
ação que Júlia moveu contra a seguradora reclamando o direito ao recebimento do 
seguro sob o fundamento de que Fabíola não pode ser beneficiária? 
Em razão do que diz a norma prevista no Art. 438 do CC, Alessandro, que agiu como 
estipulante no contrato, poderia substituir a qualquer momento o beneficiário do 
seguro, sem anuência de qualquer pessoa, portanto, de livre e espontânea vontade, 
procedeu com a alteração para colocar Fabíola, está por sua vez tem o total direito de 
receber o benefício fixado no contrato. Destarte, Júlia não tem direito de usufruir deste 
benefício, pois deixou de ser beneficiária. Sua ação será julgada improcedente, diante 
dos fatos acima mencionados – Art. 438, CC/2002. 
 
 
 
4 
 
3) Explique como a doutrina define o princípio da função social dos contratos, bem 
como esclareça o que seriam as eficácias intersubjetiva e transobjetivas (interna e 
externa) do princípio, dando um exemplo de cada. Na resposta, você deve informar o 
nome do autor, obra, ano e página. 
 
A doutrina analisada define o princípio da função social como uma reflexão dos valores 
sociais, ao qual deve ser visualizado a sociedade sobre a individualidade. Contudo, 
não há perda dos direitos fundamentais do indivíduo. 
Podemos dizer que esse princípio é muito importante no Código Civil, pois Miguel 
Reale ao codificá-lo, usou a moral e a ética ao observar a sociedade como um todo e 
assim afastar as concepções individuais. 
Esse princípio pode ser caracterizado como base para a matéria contratual e 
relaciona-se com a função social da propriedade. Entretanto, a liberdade contratual é 
dependente dele. Ao que pese, ele não pode permitir que os princípios, como da 
obrigatoriedade e autonomia de vontade, prevaleçam sobre o mesmo, mas devem 
estar aliados. 
 
- Eficácia intersubjetiva ou eficácia interna – é aquela que atende os interesses 
próprios e individuas, ela é diretamente ligada aos contratantes. Exemplo: Quando o 
contrato é extremamente oneroso para apenas uma das partes e a outra sai em 
vantagem. Carência no contrato de plano de saúde. 
 
- Eficácia transobjetivas ou eficácia externa – sobrepõe o interesse público acima do 
individual, é a eficácia pública, atende os interesses tanto do contratante quanto de 
terceiros. Exemplo: Quando o contrato respeita o contratante e os terceiros. Tutela 
externa de crédito. 
 
 GONÇALVES, Carlos Roberto; Direito Civil Brasileiro 3 – Contratos e Atos 
Unilaterais; 16° Edição; 2019; Primeira Parte – Dos Contratos / Título I – Teoria 
Geral dos Contratos / Capítulo I – Noção Geral / 3. Função Social do Contrato, 
Páginas 26-32. 
 
“Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função 
social do contrato. ” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
4) Colacione 2 ementas, uma do TJRS e outra do STJ, nas quais tenha sido utilizado 
o princípio da função social e explique – de forma breve - o caso em julgamento, o 
contexto em que ele foi abordado e porque utilizado como fundamento da decisão. 
 
“Núm.:70083868513 – TJ RS – Relator: Denise Oliveira Cezar – 6° Câmara Cível de 
Porto Alegre – Assunto CNJ: Planos de saúde – Decisão: Monocratica 
Ementa: APELAÇÃO. SEGUROS. PLANO DE SAÚDE. FORNECIMENTO DE 
MEDICAMENTO. USO DOMICILIAR. ENOXAPARINA. TROMBOFILIA. GESTANTE. 
SITUAÇÃO DE ALTO RISCO. EXCLUSÃO. ABUSIVIDADE. COBERTURA DEVIDA. 
INCIDÊNCIA DO CDC. PONDERAÇÃO ENTRE O PRINCÍPIO DA FORÇA 
OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS (PACTA SUNT SERVANDA)E 
OS PRINCÍPIOS LIMITADORES DA AUTONOMIA CONTRATUAL. Incidem as regras 
do Código de Defesa do Consumidor à espécie (Súmula nº 608 do STJ), por se tratar 
de típico contrato de adesão, o que possibilita a decretação da nulidade das cláusulas 
que “estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o 
consumidor em desvantagem exagerada, ou seja, incompatíveis com a boa-fé ou a 
equidade”, bem como que as cláusulas contratuais devem ser interpretadas de 
maneira mais favorável ao consumidor, nos termos dos artigos 6º, V, 47 e 51, IV, do 
referido diploma. As cláusulas contratuais devem ser interpretadas pelo uso da técnica 
da ponderação entre o princípio clássico da força obrigatória dos contratos (Pacta 
sunt servanda) e os princípios limitadores da autonomia contratual, como os da 
probidade, da boa-fé contratual e da função social do contrato, consagrados nos 
artigos 422 e do Código Civil, visando sempre preservar o equilíbrio contratual. É 
abusiva a contratual que exclui medicação domiciliar quando o fármaco possui registro 
na ANVISA e se mostra imprescindível ao tratamento. Precedentes do TJRS. É 
incontroversa a necessidade do uso do medicamento ENOXAPARINA pela autora 
para tratamento de trombofilia, sob pena de risco de vida e de complicações na sua 
gestação, que é de ato risco. Precedentes do TJRS. Demonstrada a 
imprescindibilidade do uso do fármaco, devidamente registrado na ANVISA e prescrito 
pelo médico responsável pelo tratamento, bem como que a patologia (trombofilia) 
possui cobertura contratual, considera-se abusiva a recusa de seu fornecimento pela 
ré. Sentença mantida. APELAÇÃO DESPROVIDA. DECISÃO 
MONOCRÁTICA.(Apelação Cível, Nº 70083868513, Sexta Câmara Cível, Tribunal de 
Justiça do RS, Relator: Denise Oliveira Cezar, Julgado em: 30-03-2020)” 
 
O caso mencionado acima trata-se de decisão monocrática que analisa o recurso de 
apelação em face da r. sentença. Foi concluído que o contrato pactuado entre as 
partes é de adesão e suas cláusulas foram consideradas abusivas. O recurso não 
mereceu provimento pois foi considerado o Princípio da Função Social, prevalecendo 
a razão da autora da ação ao qual está grávida e necessitada de remédio especial 
cujo qual não foi autorizado pelo plano de saúde. 
 
“Processo REsp 1573945 / RN - RECURSO ESPECIAL - 2015/0314455-1 
 
6 
 
Relator(a) - Ministro MARCO BUZZI (1149) - T4 - QUARTA TURMA do STJ 
Data do Julgamento - 25/06/2019 
Ementa: DIREITO CIVIL - CONTRATO DE MÚTUO HABITACIONAL COM 
CLÁUSULA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - PROGRAMA MINHA CASA, MINHA 
VIDA (PMCMV) - ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL - PEDIDO DE 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - DISTINGUISHING - 
IMPOSSIBILIDADE DE RESSARCIMENTO POR LUCROS CESSANTES - 
AUSÊNCIA DE CAUSA JURÍDICA - VEDAÇÃO LEGAL ESPECÍFICA AO 
COMPRADOR, BENEFICIÁRIO DO PROGRAMA ASSISTENCIAL DE MORADIA 
PROMOVIDO PELO GOVERNO FEDERAL, DE DISPOR PATRIMONIALMENTE 
DO IMÓVEL ANTES DA QUITAÇÃO DO MÚTUO - PRINCÍPIOS DA FUNÇÃO 
SOCIAL DO CONTRATO, DA BOA-FÉ E DA PROIBIÇÃO AO ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO - DANOS EMERGENTES NÃO COMPROVADOS - APLICAÇÃO DA 
SÚMULA 07 DO STJ – O MERO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL NÃO GERA 
DANOS MORAIS INDENIZÁVEIS - INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83 DO STJ. 
INCONFORMISMO DA PARTE AUTORA. Hipótese: caso em que a compradora de 
bem imóvel, beneficiária de programa governamental de assistência do direito de 
moradia, regido pela Lei n.º 11.977/2009 ("PMCMV"), pleiteia o ressarcimento por 
danos materiais e morais pelo atraso na entrega da obra. 1. Não se constata a 
alegada violação ao art. 535 do CPC/73 (art. 1.022, NCPC), na medida em que a 
Corte de origem dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram 
submetidas, embora não tenha acolhido a pretensão da insurgente. 2. A questão 
litigiosa, dada a natureza da relação contratual em evidência, exige a realização de 
um importante e significativo distinguishing quanto ao dano material a ser 
indenizado, por se tratar de financiamento imobiliário sujeito às regras de subvenção 
econômica mantida pelo erário público e especificadas, umbilicalmente, na Lei n.º 
11.977/2009, que, promulgada pelo governo federal, instituiu o programa social do 
"Minha Casa, Minha Vida". 3. Na hipótese específica, não há como ser indenizado o 
beneficiário da política pública de assistência à moradia quanto aos lucros 
cessantes, porquanto não é permitido ao promitente comprador dispor 
economicamente do bem por expressa vedação legal contida na norma de regência 
(Lei n.º 11.977/2009). 4. Neste caso peculiar, somente será possível o ressarcimento 
material por danos emergentes quando restar comprovado, pela situação fático-
probatória cristalizada pela instância ordinária, o gasto do mutuário/beneficiário, 
durante o período de atraso de entrega do bem, com locação de imóvel para uso 
próprio ou familiar de moradia, o que, na presente demanda, não ocorreu. 5. A 
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que o mero dissabor 
ou aborrecimento, experimentado em razão de inadimplemento contratual, pela 
demora na entrega de obra, não configura, por si só, prejuízo extrapatrimonial 
indenizável. Aplicação da Súmula 83 do STJ. Precedentes de ambas as Turmas de 
Direito Privado desta Corte Superior. 6. Recurso especial desprovido. ” 
 
 
7 
 
O segundo caso trata-se de acórdão que analisou o Agravo de Instrumento 
interposto em face da decisão do juízo de origem ao qual a autora da ação não 
concordou com a conclusão. A parte autora afirma que o atraso na construção de 
sua casa, ao qual foi beneficiária do programa Minha Casa, Minha vida, lhe causa 
enorme prejuízo, pleiteia assim a indenização de danos materiais e morais, fato que 
não fora comprovado, pois conforme afirma o Ministro, a parte autora não teve de 
arcar com gastos anormais para aguardar até a conclusão da obra. O Ministro 
Relator afirma que o princípio da função social e da boa-fé foram fatores 
determinantes para a decisão ora analisada, pois o provimento do recurso 
acarretaria o enriquecimento sem causa da parte agravante.

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