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Anestésicos Locais - Efeitos secundários potencialmente desejáveis

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ANESTÉSICOS LOCAIS
EFEITOS SECUNDÁRIOS POTENCIALMENTE DESEJÁVEIS
Grupo: 
Brenda Maria S. Bezerra
Daiana Mendes Félix
Walisson de Medeiros
 ANÁLISE SISTEMÁTICA DE ARTIGO
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HISTÓRICO
1860 – Albert Niemann: isolou a cocaína a partir das folhas de Erythroxylon coca;
1884 – Carl Koller: introduziu a cocaína na prática clínica como anestésico de uso tópico em cirurgias oftalmológicas;
Devido a sua toxicidade e propriedades adicionais seu uso foi descontinuado;
Outros anestésicos locais do tipo éster passaram a surgir, entre eles, a procaína (1905), tetracaína (1932);
Em 1943, a Lidocaína foi sintetizada originando a classe das amidas.
POTENTIALLY DESIRABLE SECONDARY EFFECTS OF LOCAL ANESTHETICS
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MECANISMO DE AÇÃO
Os anestésicos locais bloqueiam reversivelmente o início e a propagação do potencial de ação por impedirem o aumento da condutância de Na+ voltagem dependente;
Eles bloqueiam os canais de sódio, fechando fisicamente o poro transmembrana. Agem no axônio e tem ação sob qualquer parte do sistema nervoso e em qualquer tipo de fibra.
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MECANISMO DE AÇÃO
A anestesia local atua paralisando as terminações nervosas sensitivas periféricas, ou então, interrompendo a transmissão da sensibilidade à dor entre os nociceptores e o encéfalo.
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Bloqueio dos canais de Na+ e da despolarização em nociceptores
Transmissão do estímulo da dor não ocorre
Eliminação da dor
ASPECTOS QUÍMICOS 
Os anestésicos locais são bases fracas, consistem em uma parte aromática unida por uma ligação éster ou amida a uma cadeia lateral básica;
A atividade desses fármacos é fortemente influenciada pelo pH, aumentando em pH extracelular alcalino e reduzindo-se em meio ácido;
São divididos em:
 ÉSTERES AMIDAS
 Cocaína Lidocaína
 Procaína Prilocaína
 Tetracaína Ropivacaína
 Benzocaína Bupivocaína
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MOLÉCULA ANESTÉSICA
As caracterísiticas desejáveis para uma molécula anestésica incluem:
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Longa duração de ação reversível;
Seletividade para o bloqueio sensorial em relação ao bloqueio motor;
Menor toxicidade local e/ou sistêmica;
Não deve ser irritante aos tecidos;
Não deve causar lesão permanente às estruturas nervosas.
EFEITOS INDESEJÁVEIS 
Os principais efeitos tóxicos dos ALs são decorrentes de sua absorção sistêmica, após administração regional, e pode levar à neurotoxicidade ou cardiotoxicidade;
Estímulo do SNC agitação, nervosismo e tremor;
Em altas concentrações depressão do SNC, insuficiência respiratória que pode levar a morte;
Toxicidade cardíaca causada pela redução da excitabilidade elétrica, condução, força e contração do miocárdio;
Os ALs deprimem as contrações intestinais e relaxam os músculos lisos vascular e bronquial. Também afetam a transmissão na junção neuromuscular.
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LIDOCAÍNA (XILOCAÍNA, LIGNOCAÍNA) 
Protótipo da classe das amidas;
É contraindicada em casos de hipersensibilidade ao grupo amida, em pacientes com transtornos neurológicos, cardíacos, hepáticos e com hiper ou hipotensão arterial grave;
Assim como outros anestésicos locais, em baixas concentrações, é capaz de suprimir a propagação do potencial de ação em neurônios sensoriais responsáveis pela dor neuropática – tipo de dor crônica que ocorre quando nervos sensitivos do SNC são lesados;
Em tais condições são usados para analgesia na dor da neuropatia diabética, em neuralgias, lesões periféricas de nervos e distrofia simpática reflexa.
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LIDOCAÍNA (XILOCAÍNA, LIGNOCAÍNA) 
Uso tópico de adesivos de Lidocaína 5% Tratamento da Neuralgia Pós-Herpética (NPH) – dor persistente por mais de três meses após a resolução de lesões da pele observadas no herpes-zooster. 
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Bloqueio dos canais de Na+ dos nociceptores localizados abaixo do sítio de aplicação
Diminuição da geração e condução dos impulsos periféricos da dor
LIDOCAÍNA (XILOCAÍNA, LIGNOCAÍNA) 
Creme EMLA (Lidocaína 2,5% e Prilocaína 2,5%) Usado para pequenos procedimentos vasculares e tratamento a laser superficial. 
Fornece benefício máximo depois de aplicado com um curativo oclusivo para melhorar a absorção, em 30 a 60 minutos. 
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LIDOCAÍNA (XILOCAÍNA, LIGNOCAÍNA) 
ELA-Max / Dermomax (lidocaína 4%) formulação tópica para alívio temporário da dor associada a pequenos cortes que atingem só a epiderme, queimaduras de primeiro grau, irritações e picadas de insetos;
A substância ativa é dispersa graças à esferas lipídicas de múltiplas camadas que imitam os lipídeos cutâneos e incorporam-se ao extrato da pele;
Spray dose mesurada de Lidocaína 8% também utilizado no tratamento da Neuralgia Pós-Herpética; conveniência na administração; evita efeitos adversos sistêmicos. 
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LIDOCAÍNA (XILOCAÍNA, LIGNOCAÍNA) 
A Classe I de agentes antiarrítmicos são, em geral, anestésicos locais, que atuam sobre as membranas dos nervos e do miocárdio por redução na condução, inibindo a fase zero do potencial de ação.
Lidocaína por via intravenosa: usada em arritmias ventriculares relacionadas com isquemia cardíaca; pode causar vômitos e convulsões. 
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Bloqueio da entrada rápida de Na+
Bloqueio da entrada lenta de Ca+2
Regulação dos batimentos
LIDOCAÍNA (XILOCAÍNA, LIGNOCAÍNA) 
Os anestésicos locais potencializam a ação de bloqueadores neuromusculares (BNMs);
A associação Rocurônio e Lidocaína não foi capaz de encurtar o início de ação do BNM, mas prolongou sua duração farmacológica, sem prejudicar o tempo para recuperação completa da função neuromuscular.
A infusão intravenosa de Lidocaína diminui o tempo de estadia hospitalar, melhora a analgesia e a motilidade gastrointestinal pós-operatória, provavelmente devido à sua ação anti-inflamatória.
Estudo duplo-cego confirmou a redução de 50% dos sintomas e das erupções em pacientes portadores de herpes simplex tratados com placebo e com aplicação tópica de Lidocaína/Prilocaína.
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PROCAÍNA (NOVACAÍNA)
Primeiro AL injetável introduzido na clínica em 1905;
Atualmente só é utilizado em infiltrações de partes moles, bloqueios de pontos de gatilho e na mesoterapia;
É utilizada nas preparações de Penicilina G, pois o pico de concentração plasmática desta, após a injeção intramuscular, declina rapidamente (1/2 vida de 30 minutos);
A Penicilina G Procaína libera lentamente a penicilina a partir do local injetado e produz concentrações baixas, mas contínuas do fármaco no corpo. A presença de procaína também torna a injeção menos dolorosa.
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PROCAÍNA (NOVACAÍNA)
Infiltração Procaína 0,5% recurso terapêutico eficiente no tratamento da Síndrome Dolorosa Miofascial;
Distúrbio o qual a pressão sobre pontos gatilhos (disfunção focal dentro do músculo, onde a fibra está contraída ao máximo) causa dor em partes do corpo aparentemente não relacionadas;
A Procaína é vantajosa por ter um efeito rápido, menor toxicidade cardiovascular e, a baixa concentração de anestésico reduz o risco de toxicidade sistêmica.
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PROCAÍNA (NOVACAÍNA)
A Procaína e seus derivados têm sido estudados na terapiaanticâncer pela inibição da DNA Metiltransferase e por inibição do crescimento de células cancerígenas da mama;
O Cloridrato de Procaína tem demonstrado aumentar a atividade antitumoral e reduzir a nefro e a hemotoxicidade da Cisplatina –usada no tratamento de carcinoma de testículos e de ovários – em testes com ratos;
A Procaína forma um complexo com a Cisplatina, denominado Cloridrato de Platina (DPR). Esse age pela indução da apoptose e apresenta um mecanismo seletivo para Neuroblastoma e para o Câncer de pulmão de pequenas células.
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BUPIVACAÍNA (MARCAÍNA)
Está disponível para uso na sua forma de mistura racêmica de enantiômeros;
O enantiômero S, a Levobupivacaína (Chirocaína), é menos cardiotóxica e parece apresentar menor potencial anestésico;
É um potente anestésico capaz de produzir anestesia prolongada;
Possui tendência de fornecer um bloqueio sensorial maior que o motor, sendo uma droga popular para analgesia prolongada no período pós-operatório;
Elsharnouby et al., estudaram a influência da adição de sulfato de magnésio, um antagonista de receptores NMDA na injeção intra-articular de bupivacaína em pacientes pós-cirúrgicos, na tentativa de melhorar e prolongar a analgesia causada por esse anestésico local.
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BUPIVACAÍNA (MARCAÍNA)
Um estudo objetivando diferenciar a eficácia das propriedades analgésicas da levobupivacaína sozinha ou em combinação com a clonidina, quando administrados como uma infusão epidural. Essa terapia em combinação foi bem tolerada e apresentou melhor analgesia comparada ao uso do AL sozinho;
A Bupivacaína forma estruturas estáveis com plasmídeos de DNA encapsulados com lipossomas. Dentro dessas estruturas, o DNA é protegido da degradação por endonucleases. O complexo Bupivacaína-DNA serve como um sistema de liberação de DNA em vacinas e em terapia genética.
Um estudo com a Lidocaína e Bupivacaína mostrou que apresentam ação fungistática em pequenas concentrações, devido ao dano metabólico do fungo (Candida albicans). Já em concentrações maiores apresentam ação fungicida devido a danificação direta da membrana citoplasmática.
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ROPIVACAÍNA (NAROPIN)
É um AL de longa ação introduzido recentemente no mercado;
Possui início de ação moderada, longa duração, bloqueio da condução e separação significante entre o bloqueio sensorial e motor;
 Honemann et al., demonstraram a inibição da via de sinalização TXA2 com o uso da Ropivacaína, Bupivacaína e Lidocaína, com interferência sobre agregação plaquetária, o que pode explicar ações antirombóticas;
Também apresenta ações anti-inflamatórias. O estudo realizado por Blumenthal et al., descreveram esses efeitos anti-inflamatórios de doses baixas e clinicamente relevantes de Ropivacaína sobre os neutrófilos e células pulmonares endoteliais e epiteliais in vitro e in vivo.
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ROPIVACAÍNA (NAROPIN)
Estudos sugerem uma atividade microbiana para os ALs contra uma grande espectro de patógenos humanos. O mecanismo de ação não está totalmente esclarecido mas acredita-se que leva ao rompimento da membrana celular, resultando na morte da célula;
A Ropivacaína, um isômero S puro, apresentou menor atividade antibacteriana comparada a outros ALs, como a Bupivacaína e Lidocaína.
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CONCLUSÃO
Os ALs apresentam uma variedade de ações farmacológicas, não só a anestesia local pela inibição de canais de Na+, mas também por ação em outros sítios receptores e mecanismos intracelulares. Apesar do grande interesse da comunidade científica nessas ações terapêuticas alternativas dos ALs, muitos desses estudos têm sido conduzidos somente em modelos animais, limitando ainda, o uso adicional desses compostos em outras patologias. Assim mais testes clínicos em humanos são necessários antes da implementação de terapias alternativas com ALs. A busca por uma melhor eficácia e segurança clínica, além de novas e potencialmente úteis propriedades para os ALs consiste no objetivo das futuras pesquisas desta classe de compostos.
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OBRIGADO!
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