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Bioquímica da Saliva

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RESUMO – BIOQUÍMICA DA SALIVA 
Ester Abreu da Graça Teixeira 
A saliva é um componente muito importante em nosso organismo, 
principalmente para a cavidade oral. Ela é composta 99% de água e 1% de 
substâncias orgânicas e inorgânicas, restos de alimentos, micro-organismos, 
etc. Possui pH neutro de 6,2 a 7,4 e suas alterações podem demonstrar 
doenças e infecções. A saliva é produzida pelas glândulas salivares maiores 
(parótida, submandibular e sublingual) e menores, por células denominadas 
ácinos. Ela possui diversas propriedades e funções que são essenciais para o 
mantimento da normalidade bucal, entre elas: 
• Lubrificação: a saliva possui diversas proteínas (mucinas, estaterinas, 
e cistatinas) e células de defesa (imunoglobulinas) em sua composição 
que auxiliam no revestimento e proteção da mucosa bucal, ajuda na 
proteção contra irritações, lubrifica o bolo alimentar ajudando no 
processo de deglutição e protege o epitélio contra micro-organismos 
invasores. A falta desta função pode ocasionar mucosite. 
• Digestão: por meio da enzima amilase salivar presente na saliva, o 
processo de digestão é desenvolvido na quebra parcial do amido nas 
confirmações alfa 1-4. O intestino delgado realiza o restante da quebra 
do amido nas confirmações alfa 1-6 por meio da enzima amilase 
pancreática. 
• Paladar: a superfície da língua possui as papilas ou botões gustativos, 
que são estruturas células responsáveis por receber e interpretar as 
substâncias ingeridas. Toda a língua é capaz de perceber todos os 
gostos e sabores, porém, existem regiões da língua que possuem 
diferentes concentrações de sódio, tornando-a mais sensíveis para os 
tipos de gostos das substâncias. 
• Ação Antimicrobiana: a saliva possui diversas proteínas que agem na 
proteção contra infecções bacterianas, fúngicas e virais, como a 
Lisozima que possui ação antibacteriana contra a candidíase, por 
exemplo. 
• Formação da Película Salivar Adquirida: a saliva também é 
responsável por formar uma fina camada de glicoproteínas e proteínas 
que envolve o dente e protege o esmalte dental. Ela possui reserva de 
flúor e auxilia a remineralização do dente por meio da escovação. 
Após 10 a 20 horas sem escovação, micro-organismos começam a 
aderir na película começando a acumulação de células e biofilme, e 
sem a escovação não é possível a retirada dessas substâncias. 
• Efeito Tamponante: a saliva possui um importante sistema tampão que 
ajuda na prevenção de cáries e outras complicações orais por meio da 
neutralização do pH da boca. O principal tampão que atua na saliva é 
o bicarbonato, também estando presente o fosfato e algumas proteínas. 
A acidez do dente é produzida pelo metabolismo das bactérias 
aderidas, logo, por meio do sistema tampão, os íons de bicarbonato e 
fosfato ligam-se aos íons de hidrogênio (ácido), neutralizando-os e 
promovendo a neutralização do pH. 
• Ação Remineralizante: a presença de bactérias promove a grande 
produção de íons de hidrogênio por conta do consumo exagerado de 
açúcares na cavidade oral. Quando o pH da boca começa a ficar menor 
ou igual a 5,5, o sistema tampão não atua mais, então, o fosfato de 
cálcio (hidroxiapatita), principal componente mineral do dente, 
começa a ser liberado para neutralizar a ação bacteriana, porém, o 
dente começa a perder esses minerais, ocasionando a cárie. Esse 
processo chamado de desmineralização do dente pode ser revertido 
por meio da escovação após as refeições, onde o dente poderá receber 
de volta os minerais, principalmente o flúor, aumentando a resistência 
dental. 
 
A amilase salivar é secretada pela glândula parótida, a mucina, principal 
proteína presente na saliva, é principalmente secretada pelas glândulas 
menores. As glândulas maiores produzem saliva com maior capacidade 
tampão. A quantidade de tampão salivar varia de acordo com o tipo de fluxo, 
sendo estimulado, onde tem-se uma maior produção de saliva, ocorre por 
meio da mastigação ou lembranças sobre comidas, por exemplo. O fluxo 
estimulado promove maior capacidade tampão, pois a quantidade de 
substâncias, como o bicarbonato, por exemplo, também aumentam de acordo 
com a saliva. O tipo de fluxo também pode ser não-estimulado, ele acontece 
continuamente sem estímulo e sua capacidade tampão é normal. As 
substâncias que ingerimos também alteram a composição salivar e as horas 
do dia também estão envolvidas pois para os momentos do dia, temos 
produções de diferentes substâncias em nossa boca, alterando a composição 
e o efeito tamponante.

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