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Importância do Exercício Físico na Saúde

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Maria Luiza Torres 
BBPM 3 – TUTORIA 03 22/04/2021 
 
M.R. 54 anos, divorciado, sedentário, relata que ingere bebida alcoólica aos finais de semana. Procurou atendimento na 
unidade de saúde queixando-se de cefaleia de caráter pulsátil há uma semana. O paciente foi diagnosticado com HAS há 7 
meses e apresenta histórico familiar de doença cardiovascular e dislipidemia. O paciente apresentava-se afebril, 
acianótico, hidratado, frequência cardíaca de 72 bpm, ausculta cardiopulmonar normal, ausência de sopros carotídeos, 
PA 140/96 mmHg, IMC (33,06), glicemia (136 mg/dL), colesterol sérico (457 mg/dL), triglicérides (180 mg/dL), HDL-C 
(28 mg/dL). Circunferência da cintura (99 cm) e razão cintura-quadril (0,97). Foram observados xantomas exuberantes 
nas mãos e cotovelos. Eletrocardiograma e raio x de tórax dentro da normalidade. O ecocardiograma mostrou alterações 
do relaxamento ventricular esquerdo, sem aumento da massa ventricular e função sistólica preservada. 
O paciente foi orientado com relação a ingestão de sal, açúcar e gorduras. Foi prescrito tratamento anti hipertensivo 
apropriado, antidiabético oral e fibrato para a dislipidemia. 
 
 
RESOLUÇÃO DO CASO 
 Glicemia- depende se esta em jejum ou não 
 Triglicerídeos de moderado-alto- indesejável 
 Colesterol- Indesejável 
 HDL- indesejável 
 IMC- Indesejável- Obesidade classe 1 
 Cintura-quadril- Alto risco 
 Circunferência da cintura- Alto risco 
 Hiperlipidemia mista 
 Sinais de dislipidemias- xantomas e doença arterial isquêmica precoce 
Sedentarismo 
 A inatividade física duplica o risco de doenças coronarianas. Então, pessoas que evitam exercícios aeróbicos 
apresentam um risco marcante de doenças cardíacas. 
O exercício físico auxilia no controle do colesterol, reduzindo os níveis de colesterol total, triglicerídeos e LDL (conhecido 
como colesterol ruim) e elevando os níveis de HDL (colesterol bom). 
“O exercício físico também melhora a capacidade de absorver e utilizar o oxigênio pelo organismo, com melhor utilização 
da glicose pelos músculos e redução dos níveis de açúcar no sangue”. Eles contribuem para que o indivíduo mantenha um 
peso saudável, prevenindo a obesidade, aumentando os níveis de energia e diminuindo o cansaço. As endorfinas liberadas 
pelo organismo durante as atividades físicas ajudam a controlar o estresse, melhorando ainda a qualidade do sono. Eles 
também facilitam o controle de hipertensão, diabetes, dislipidemias (colesterol alto) e diminuem os sintomas da 
insuficiência cardíaca. 
 
 
Maria Luiza Torres 
O nosso sistema digestivo transforma o alimento em combustível que é usado imediatamente ou armazenado nos 
tecidos do corpo. A energia gastada ao longo do dia sem qualquer exercício físico é chamada de taxa metabólica basal ou 
de repouso. Embora não possamos controlar totalmente nosso metabolismo, sabemos que ele pode ser estimulado 
através dos exercícios físicos. 
Nosso metabolismo é controlado pelos hormônios e pelo sistema nervoso. Quando consumimos alimentos, as 
enzimas digestivas quebram carboidratos, gorduras e proteínas em uma forma que o corpo possa usar para obter 
energia. O metabolismo envolve duas atividades que ocorrem simultaneamente – o anabolismo (acumulação de tecidos 
corporais e armazenamento de energia) e o catabolismo. 
O anabolismo é a forma pela qual a energia é usada para suportar o crescimento de novas células. Além disso, é 
usada para manter nossos tecidos corporais, sendo a energia armazenada como gordura. Já o catabolismo é a liberação 
de energia vinda de nossos alimentos, como carboidratos, gorduras e proteínas, no qual moléculas grandes são divididas 
em outros menores para fornecer energia imediata para o corpo. Esta energia fornece combustível para processos 
como o aquecimento do corpo e permite que nossos músculos se movam. 
Durante os exercícios aeróbios o corpo tem um suprimento constante de oxigênio para produzir adenosina 
trifosfato (ATP), o que oferece ao indivíduo uma tremenda capacidade energética. O metabolismo aeróbio é o método 
mais lento de produção de energia (incluir o oxigênio no processo de produção de energia envolve reações mais 
complexas e demoradas) e utiliza principalmente gorduras e carboidratos como fontes de energia. 
Os ácidos graxos (provenientes das gorduras) e o glicogênio (vindo dos carboidratos) são metabolizados e fragmentados 
formando substratos para o ciclo de oxalacetato. Os elétrons vão para a cadeia transportadora de elétrons e são então 
captados por moléculas de oxigênio dentro da mitocôndria. Esse processo é capaz de ressintetizar cerca de 36 
moléculas de ATP para cada molécula de glicose. O limite desse sistema é a quantidade de oxigénio transportado para as 
mitocôndrias 
 
Transporte de lipídeos no sangue 
Os lipídeos e o colesterol são transportados através da corrente sanguínea na forma de complexos 
macromoleculares de lipídios e proteínas conhecidos como lipoproteínas. As lipoproteínas são partículas existentes no 
plasma, cuja função é o transporte de lipídios apolares, fundamentalmente triglicerídeos e ésteres de colesterol 
provenientes da alimentação e da síntese no fígado e tecido adiposo. 
 
Maria Luiza Torres 
Xantomas 
Xantoma se forma quando os macrófagos – células de defesa do sistema imunitário – se envolvem no excesso de 
gordura depositado nos tecidos. A presença do xantoma geralmente é sinal de que há maior quantidade de colesterol 
circulante, o que fez com que os macrófagos, que são células do sistema imune, englobem as células de gordura, 
transformando-se em macrófagos espumosos e sendo depositados no tecido. 
Pelo processo da fagocitose, eles tentam impedir o acúmulo das proteínas condutoras especialmente do colesterol no 
organismo. Como não conseguem, acabam se transformando em células repletas de gordura que se infiltram e acumulam 
sob a pele.. Dessa forma, o xantoma não é uma doença, mas sim um sintoma associado a um defeito no metabolismo de 
gorduras e proteínas que carregam o colesterol no organismo. 
Os xantomas cutâneos consistem em máculas, pápulas, placas, nódulos de coloração castanho-amarelada, rosada ou 
alaranjada ou em infiltrações dos tendões. Histologicamente há acúmulos de células xantomatoses - macrófagos contendo 
gotículas de lipídeos. O xantelasma, é o tipo mais comum de todos os xantomas. Na maioria dos casos, trata-se de um 
achado isolado, não relacionado com Hiperlipidemia. 
 
 
Dislipidemia 
Designam-se por dislipidemias as alterações metabólicas decorrentes de distúrbios de qualquer fase do 
metabolismo lipídico, que causem um aumento na concentração sérica das lipoproteínas e/ou dos triglicerídeos (TG). Uma 
das principais causas de aterosclerose é a elevação dos valores normais de colesterol e de triglicerídeos no sangue. Esta 
doença pode ter origem em fatores genéticos, causas secundárias (estilo de vida, medicamentos ou doenças 
subjacentes), ou ser multifatorial. Uma dieta rica em gorduras saturadas, colesterol, glicídios, calorias e álcool, assim como 
estilo de vida sedentário contribuem significativamente, para o estabelecimento da dislipidemia. 
A Dislipidemia pode ser classificada de acordo o padrão laboratorial em: 
 Hipercolesterolemia Isolada (LDL > 160mg/dl). 
 Hipertrigliceridemia Isolada (TG > 150mg/dl, e se feito em jejum, > 175mg/dl). 
 Hiperlipidemia Mista (LDL > 160mg/dl e TG >150mg/dl ou 175mg/dl, se em jejum). 
 HDL-C Baixo (HDL-C < 40mg/dl em homens e < 50mg/dl em mulheres). Isolada ou em associação ao aumento de 
LDL-c ou de TG. 
 
 
Maria Luiza Torres 
As dislipidemias podem ser classificadas em Hiperlipidemia (níveis elevados de lipoproteínas) e hipolipidemias (níveis 
plasmáticos de lipoproteínas baixos). Tanto as hiper quanto as hipolipidemias podem ter causas primárias ou secundárias. 
Causas primárias são aquelas nas quais o distúrbio lipídico é de origem genética. Nas causas secundárias, a dislipidemia é 
decorrentede estilo de vida inadequado, de certas condições mórbidas, ou de medicamentos. Na classificação laboratorial, 
as dislipidemias podem ser divididas de acordo com a fração lipídica alterada em: 
 
Hipercolesterolemia 
Classicamente, a Hipercolesterolemia familiar (HF) foi descrita como doença de herança autossômica dominante, 
caracterizada por elevação do colesterol total e do colesterol LDL, causada por mutações no gene que codifica o 
receptor da LDL ou nos genes codificadores da apo B e da pró-proteína convertase subtilisina/kexina 9 (PCSK9). 
O defeito primário mais comum na HF é uma mutação no gene específico do receptor para LDL plasmático. Localizado na 
superfície das células hepáticas e de outros órgãos, o receptor se liga ao LDL e facilita sua captação, realizada por 
endositose mediada pelo próprio receptor. A LDL é degradada nos lisossomos e o colesterol é liberado na célula para uso 
metabólico. Quando os receptores de LDL são defeituosos, o nível de remoção de LDL do plasma diminui, e o nível 
plasmático de LDL aumenta em proporção inversa ao número de receptores funcionais presentes. 
A LDL tem conteúdo apenas residual de TG e é composta principalmente de colesterol e uma única apolipoproteína, a apo 
B100. As LDLs são capturadas por células hepáticas ou periféricas por meio dos receptores de LDL (LDL-R). No interior 
das células, o colesterol livre pode ser esterificado para depósito por ação da enzima acil-CoA:colesteril aciltransferase 
(ACAT). 
A expressão dos LDL-Rs nos hepatócitos é a principal responsável pelo nível de colesterol no sangue e depende da 
atividade da enzima hidroximetilglutaril (HMG) CoA redutase, enzima-chave para a síntese intracelular do colesterol 
hepático. A inibição da HMG-CoA redutase e, portanto, da síntese intracelular do colesterol, é importante alvo 
terapêutico no tratamento da hipercolesterolemia. Com a queda do conteúdo intracelular do colesterol, ocorre aumento 
da expressão de LDL-R nos hepatócitos, e, assim, maior captura de LDL, IDL e VLDL circulantes por essas células. 
Recentemente, a identificação e a caracterização da proproteína convertase subtilisina/kexina tipo 9 (PCSK9) 
introduziram novos conhecimentos ao metabolismo do colesterol. A PCSK9 é uma protease expressa predominantemente 
pelo fígado, intestino e rins, capaz de inibir a reciclagem do LDL-R de volta à superfície celular, resultando em menor 
número de receptores e aumento dos níveis plasmáticos de LDL. A inibição da PCSK9, outro potencial foco na 
terapêutica da hipercolesterolemia, bloqueia a degradação do LDL-R, aumentando a remoção da LDL circulante acúmulo 
de lipoproteínas ricas em colesterol como a LDL no compartimento plasmático resulta em hipercolesterolemia. Este 
acúmulo pode ocorrer por doenças monogênicas, em particular por defeito no gene do LDL-R ou no gene da apo B100. 
Centenas de mutações do LDL-R já foram detectadas em portadores de hipercolesterolemia familiar (HF), algumas 
causando redução de sua expressão na membrana; outras, deformações na sua estrutura e função. Mutação no gene 
que codifica a apo B100 pode também causar hipercolesterolemia por meio da deficiência no acoplamento da LDL ao 
receptor celular. Mais comumente, a hipercolesterolemia resulta de mutações em múltiplos genes envolvidos no 
metabolismo lipídico, as hipercolesterolemias poligênicas. Nestes casos, a interação entre fatores genéticos e ambientais 
determina o fenótipo do perfil lipídico. 
 
 
Maria Luiza Torres 
Tratamento 
O tratamento da Dislipidemia inclui terapia não farmacológica e varia com o padrão laboratorial, bem como 
preconiza reduzir o risco cardiovascular através do controle das lipoproteínas. A terapia não medicamentosa é a mesma 
para todos os pacientes com dislipidemia e inclui: cessação do tabagismo, controle de peso, redução de bebida alcoólica, 
atividade física, dieta isenta (ou com redução) de ácidos graxos saturados, consumo de ácidos graxos ômega 3 (presente 
em peixes), fitoesteróis (encontrados em vegetais, cereais, grãos), proteína de soja e fibras solúveis. 
Já o tratamento farmacológico varia com o risco cardiovascular do paciente, de modo que ele deve ser aderido 
ao paciente com baixo/moderado risco se o paciente não seguir a terapia não medicamentosa, enquanto o indivíduo com 
alto/muito alto risco deve ser tratado desde o início com fármacos em associação à terapia não medicamentosa. Além 
disso, esse tratamento depende do tipo de dislipidemia, vez que os hipolipemiantes são divididos em dois grupos: os que 
agem sobre o colesterol (estatinas, ezetimiba, resinas) e os que atuam sobre os triglicerídeos (fibratos, ácido nicotínico). 
E por fim, para os pacientes com Dislipidemia primária, a escolha farmacológica são as estatinas, as quais podem ser 
associadas à ezetimiba. 
 
 
Não medicamentoso: 
• Terapia nutricional: dieta saudável, rica em fibras, isenta de ácidos graxos trans e com redução de ácidos graxos 
saturados. Recente metanálise mostrou que o colesterol alimentar exerce pouca influência na mortalidade cardiovascular, 
assim não há um valor de corte para o consumo de colesterol. 
• Redução da bebida alcoólica: o consumo de bebidas alcoólicas não é recomendado em pacientes com Hipertrigliceridemia, 
A inibição da lipase das lipoproteínas pelo excesso de etanol e a consequente redução na hidrólise de quilomicrons 
parecem justificar a lipemia induzida pelo etanol. Além disso, o produto da metabolização do álcool é a Acetilcoenzima A 
(acetil-CoA), principal precursora da síntese de ácidos graxos. 
• Atividade física: melhora a estrutura e função vascular. No endotélio, o exercício aumenta a biodisponibilidade do óxido 
nítrico e diminui a concentração de endotelina, além de reduzir a formação de neoíntima e aumenta a circunferência 
luminal. Outros benefícios são o aumento dos níveis de HDL e redução dos níveis de TG. 
 
 -Antes de iniciar exercício físico, é importante a avaliação clínica e teste ergoespirométrico ou testes 
ergométrico. 
 -A frequência deve ser de 3-5 vezes por semana. 
 
• Cessação do tabagismo: o tabagismo causa prejuízos à vasodilatação no endotélio das artérias coronárias. 
 
 -Os medicamentos de primeira linha são a Terapia de Reposição de Nicotina com goma ou patch, bupropiona e 
vareniclina. 
 
 
Maria Luiza Torres 
Medicamentoso: 
 
A decisão do início da terapia medicamentosa depende do: 
 
• Risco cardiovascular do paciente: define se precisa da terapia medicamentosa ou pode só utilizar as modificações do 
estilo de vida. 
• Tipo de dislipidemia presente: define a escolha da classe terapêutica. 
 
Os medicamentos hipolipemiantes podem agir predominantemente nas taxas séricas de colesterol ou nas taxas de 
triglicérides. 
Medicamentos com ação predominante na colesterolemia: 
 
• Estatinas: atuam inibindo a enzima HMG-CoA redutase, responsável pela formação de colesterol no fígado. A estatina 
empregada deve ser aquela que esteja disponível no serviço, buscando atingir as metas terapêuticas recomendadas. 
• Ezetimiba: medicação que inibe a absorção do colesterol na borda em escova do intestino delgado, atuando 
seletivamente nos receptores NPC1-L1 e inibindo o transporte intestinal de colesterol. Normalmente empregada em dose 
única de 10 mg∕dia, em associação com as estatinas. 
• Resinas: atuam reduzindo a absorção de ácidos biliares. Assim, ocorre a depleção do colesterol celular hepático, 
estimulando a síntese de receptores de LDL e de colesterol endógeno. No Brasil, somente a colestiramina está disponível. 
Está indicada quando as metas do LDL não são obtidas, apesar do uso de estatinas potentes em doses efetivas. 
Os que actuam principalmente sobre o colesterol são as estatinas, a ezetimiba e as resinas, enquanto os que actuam 
preferencialmente sobre os triglicerídeos são os fibratos e o ácido nicotínico 
Medicamentos que atuam predominantemente nos triglicerídeos: 
 
• Fibratos: medicaçõesderivadas do ácido fíbrico, que aumentam a produção e ação da LPL (responsável pela hidrólise 
dos TG) e maior síntese de HDL. São indicadas como primeira linha do tratamento de hipertrigliceridemia endógena isolada, 
quando houver falha nas medidas não farmacológicas. 
• Ácido nicotínico (niacina): reduz a ação da lipase tecidual nos adipócitos, levando a liberação menor de ácidos graxos 
livres na circulação. Com isso, reduz a síntese de triglicerídeos pelo fígado. É a segunda escola para tratar 
hipertrigliceridemia endógena, podendo ser associado aos fibratos. 
• Ácidos graxos ômega 3: são derivados do óleo de peixes e certas plantas e nozes. 
Atuam reduzindo os TG e aumentam o HDL. 
 
A terapia conforme o risco cardiovascular é realizado da seguinte forma: 
 
• Risco cardiovascular muito alto: é preferível a associação de ezetimiba e sinvastatina do que esta última isolada. 
• Risco cardiovascular alto: sempre que possível e tolerado, preferir estatina de alta intensidade ou a associação 
ezetimiba e estatina (sinvastatina 40 mg ou outra). 
 
Maria Luiza Torres 
• Risco cardiovascular intermediário: sempre que possível e tolerado, uso de estatina de intensidade pelo menos 
moderada. 
• Risco cardiovascular baixo: o tratamento medicamentoso deve ser considerado naqueles com LDL persistente acima de 
160 mg∕dL. 
 
 
Mecanismo de ação das ezetimiba 
 
A partir da descoberta da ezetimiba, naturalmente se considerou uma terapêutica combinada das resinas com este 
fármaco, pois eles possuem ações diversas sobre a absorção de colesterol e sais biliares. A ezetimiba age inibindo a 
absorção de esteróis na borda vilosa das células entéricas por ação do seu metabólito glucuronideo, enquanto as resinas 
dificultam a reabsorção intestinal do colesterol por ligarem-se aos ácidos biliares aumentando sua excreção fecal. 
Ezetimibe apresenta características farmacológicas próprias do fármaco ideal para reduzir a absorção intestinal de 
colesterol: 
■ seletividade: 
• bloqueia especificamente a absorção de colesterol pelas vilosidades intestinais, 
• não interfere na absorção de outras gorduras, de vitaminas lipossolúveis ou de outros agentes medicamentosos; 
 
■ vantagens farmacológicas relevantes: 
 circulação enteroepática, com mínima exposição sistêmica; 
 esquema posológico cômodo, em administração única diária; 
 perfil de segurança e tolerabilidade favorável, com baixo risco de efeitos adversos; 
 
 ■ apresenta efeito aditivo (ou sinérgico), quando utilizado em combinação com redutores de colesterol com outro 
mecanismo de ação, como as vastatinas, que atuam inibindo a síntese hepática de colesterol. O uso de ezetimibe 
associado a uma vastatina, como a sinvastatina, justifica-se plenamente, uma vez que, com a diminuição da absorção 
intestinal, compensatoriamente, o fígado passa a sintetizar maior volume de colesterol para equilibrar a homeostase. 
Desse modo, embora sua utilização como monoterapia reduza a absorção intestinal de colesterol em cerca de 54%, a 
eficácia do tratamento em termos de redução dos níveis sangüíneos de LDL-colesterol é significativamente maior com a 
administração associada de uma vastatina. Ao inibir a síntese hepática de colesterol, a vastatina, mesmo em doses 
baixas, bloqueia o mecanismo compensatório citado, possibilitando reduções mais acentuadas das taxas de LDL-C 
A ezitimiba é o primeiro representante de um novo grupo de drogas que inibem selectivamente a absorção de 
colesterol (tanto de origem dietética como a de origem biliar). Actua na borda dos enterócitos, do jejuno e no duodeno, 
bloqueando a acção da proteína do esterol (NPC1L), assim menos colesterol é produzido para a formação de quilomicras 
(Figura 6). Não interfere com a absorção de triglicéridos (TG), ou de outras vitaminas lipossolúveis, nem hormonas. Quando 
usado em monotropia, causa um decréscimo moderado (20%) dos valores do CT e nos valores de LDL-c. Verifica-se 
também uma ligeira diminuição de TG e um ligeiro aumento dos valores de HDL-c. 
A ezetimiba tem como principal utilização clínica o tratamento de hipercolesterolemia primária e hipercolesterolemia 
familiar heterozigótica, podendo ser combinada com as estatina. 
 
Maria Luiza Torres 
A ezetimiba tem a característica de ser rapidamente captada pelas células intestinais após ingestão oral, onde 
sofre um processo de glucuronidação na parede intestinal originando um metabolito glucuronideo farmacologicamente 
activo. Nesta forma ela é absorvida e atinge concentração plasmática máxima cerca de 1 hora após, quando então é 
captada pelo fígado e retorna á luz intestinal onde vai permanecer no bordo viloso dos enterócitos, bloqueando a 
captação dos esteróides 
 
Mecanismo de ação da sinvastatina 
A sinvastatina reduz de forma significativa os níveis do mau colesterol (colesterol LDL) e dos triglicérides e aumenta os 
níveis do bom colesterol (colesterol HDL). Ao tomar sinvastatina e fazer dieta, você estará controlando a quantidade de 
colesterol que ingere e a quantidade que o seu organismo produz. 
 
 
Mecanismos de ação do fibrato 
 
 
Os fibratos são metabolizados pelo fígado, utilizando isoenzimas P450 e atuam ativando PPAR-alfa, receptor 
nuclear que provoca mais oxidação de ácidos graxos e síntese de lipoproteína lipase periférica . 
A dislipidemia (ou hiperlipidemia) está presente quando o colesterol total é elevado, quer pelo valor da LDL ou 
dos triglicerídeos ser elevado, quer pelo valor HDL ser baixo, ou ainda por uma combinação destes fatores. 
. Os fibratos promovem suas ações lipídicas pelo estímulo dos PPAR-a. Através dessa ação, existe um incremento na 
transcrição de alguns genes relacionados com o metabolismo lipídico, como a LLP, APOAI, APOAII, ABCA-1, bem como uma 
diminuição na expressão da APOCIII, e muitas outras ações. 
São fármacos derivados do ácido fíbrico que agem estimulando os receptores nucleares denominados 
“Receptores Alfa Ativados da Proliferação dos Peroxissomas” (PPAR-α). Este estímulo leva ao aumento da produção e da 
ação da LPL, responsável pela hidrólise intravascular dos TG, e à redução da ApoC-III, responsável pela inibição da LPL. O 
estímulo do PPAR-α pelos fibratos também leva a maior síntese da ApoA-I e, consequentemente, de HDL. 
 ApoA1 é a principal proteína da partícula da HDL-c, é responsável por estimular o transporte reverso do 
colesterol, remover seu excedente dos tecidos e redirecioná-lo para o fígado. Ademais, pode inibir a oxidação da LDL-c, 
auxiliar na remoção de produtos tóxicos e apresentar propriedades anti-inflamatórias. Reduz as taxas séricas de TG de 
30 a 60%. No entanto, a redução deve ser mais pronunciada quanto maior o valor basal da trigliceridemia. Aumentam o 
HDL-c de 7 a 11%. Sua ação sobre o LDL-c é variável, podendo diminuí-lo, não o modificar ou até aumentá-lo.. 
 
 
 
 
Maria Luiza Torres 
Antidiabéticos 
 
Os antidiabéticos são medicamentos que têm por objetivo reduzir a glicemia para mantê-la em níveis normais. 
Dividem-se em várias classes com mecanismos de ação diferentes, classificadas em quatro categorias: medicamentos 
que aumentam a secreção de insulina (hipoglicemiantes); os que não alteram a insulina (antihiperglicemiantes); os que 
aumentam a secreção de insulina dependente de glicose e promovem a supressão do glucagon; e os que promovem 
glicosúria sem alterar a secreção de insulina Os antidiabéticos são medicamentos que têm por objetivo reduzir a glicemia 
para mantê-la em níveis normais. 
Sensibilizadores de insulina são agentes que diminuem a resistência insulínica e que melhoram a ação da insulina 
no metabolismo dos carboidratos. Assim, vários medicamentos têm algum grau de ação sensibilizadora da insulina, mas 
atualmente consideram-se apenas a metformina e as tiazolidinedionas como agentes sensibilizadores típicos. 
Metformina é uma biguanida e apesar de ser estuda e utilizada a 50 anos seu mecanismo de ação ainda não 
estátotalmente esclarecido. Sabemos que a metformina melhora a captação muscular de glicose estimulada pela insulina, 
assim como em outros tecidos periféricos. Do ponto de vista clínico a metformina é bastante eficaz no controle da 
glicemia. A redução da glicemia deve-se principalmente às suas ações hepáticas e musculares. No hepatócito, provoca 
inibição da gliconeogênese e da glicogenólise, e estimulação da glicogênese.. Além dessa ação no metabolismo glicídico, 
também interfere no metabolismo lipídico, diminuindo os triglicérides plasmáticos e os ácidos graxos livres em virtude de 
inibição da lipólise (degradação de lipídios em ácidos graxos e glicerol),. 
Um possível mecanismo pelo qual a metformina exerce sua ação é por meio da ativação da enzima AMPK. Essa 
enzima quando ativada, exerce efeitos sobre o metabolismo da glicose e dos lipídios, sobre expressão gênica e sobre 
síntese protéica. A AMPK atua em diversos órgãos, incluindo fígado, músculo esquelético, coração, tecido adiposo e 
pâncreas. Sabe-se que ela é ativada principalmente pela redução no conteúdo energético celular e seu maior efeito é 
desligar vias metabólicas que consomem ATP e estimular vias metabólicas que produzem ATP. Esses efeitos ocorrem 
porque a AMPK atua sobre a expressão gênica e fosforila diretamente enzimas regulatórias. 
A metformina é absorvida no intestino delgado, tem uma meia vida de 2 a 5 horas e é excretada sem 
metabolização por via renal. A dose utilizada em clínica é de até 2550 mg/dia, embora aparentemente doses maiores 
que 2 g/dia não tenham efeito adicional. Os efeitos adversos mais comuns são diarréia, náuseas, vômitos e distenção 
abdominal. O início de tratamento com dose baixa seguido de aumento progressivo da dose (500 mg/dia a cada 1 a 2 
semanas) além da ingestão após as refeições reduz consideravelmente esses eventos. Ainda assim, cerca de 5% dos 
pacientes não conseguem utilizar o medicamento. A forma de apresentação de ação prolongada (XR) minimiza os eventos 
adversos gastrintestinais e deve ser utilizada sempre após o jantar em dose única (até 2 g/dia). Eventos hipoglicêmicos 
são raros pois a metformina não é um medicamento secretagogo de insulina. Um evento colateral raro mas grave é a 
acidose lática, que está associada a situações clínicas desencadeantes. Diminui-se o risco desse evento respeitando-se as 
contra-indicações da metformina, a saber: insuficiências renal (creatinina maior que 1,5 mg/dL para homens e 1,4 
mg/dL para mulheres), cardíaca (classe funcional III ou IV), hepática (com aumento dos nívies de enzimas hepáticas maior 
que o dobro do limite superior) e respiratória (retendo CO2), assim como alcoolismo e uso simultâneo com contrastes 
radiológicos. São condições em que podem ocorrer acidose metabólica. Seu uso também deve ser suspenso em cirurgias.

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