Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GESTÃO SECRETARIAL E TÉCNICAS DE SECRETARIADO UNIASSELVI-PÓS Autoria: Ana Célia Bohn Indaial - 2020 1ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2020 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. B677g Bohn, Ana Célia Gestão secretarial e técnicas de secretariado. / Ana Célia Bohn. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 144 p.; il. ISBN 978-65-5646-102-1 ISBN Digital 978-65-5646-103-8 1. Desenvolvimento organizacional. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 658.406 Impresso por: Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: ATORES, RECURSOS, PROFISSIONALISMO E LIDERANÇA.......................7 CAPÍTULO 2 PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E CONTROLES ..............................................................................65 CAPÍTULO 3 SECRETARIADO: HISTORICISMO, NORMATIZAÇÃO, ROTINAS, TÉCNICAS E PROCESSOS ...................................... 111 APRESENTAÇÃO A disciplina de Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado tem como objetivos oferecer ao aluno ferramentas e técnicas para o exercício de sua profissão no que tange ao Desenvolvimento Organizacional, em seus atores, recursos, entre outros. Também no que diz respeito ao profissionalismo e liderança para compor o ambiente de trabalho com a gestão de equipes. Desenvolver significa treinar constantemente, com o auxílio de um programa de desenvolvimento individual que prospectará a ascensão de carreira do colaborador, enquanto que o desenvolvimento organizacional é um programa mais estruturado, que engloba pessoas, processos e estruturas. Dentro do Desenvolvimento Organizacional ocorre o aprendizado contínuo e a gestão das mudanças. A aprendizagem contínua, por sua vez, ocorre por meio das interações e do dinamismo da organização, sua predisposição para aprender e a propensão à inovação. Outro ponto deste livro didático trará os princípios da administração, como o planejamento, a organização, o acompanhamento e os controles. Compreender a importância do planejamento traz para o secretariado uma das principais ferramentas para o desenvolvimento de seu trabalho, bem como a organização permite a otimização de tempo e a prioridade das atividades. De outra forma, o acompanhamento e os controles das tarefas, processos e eventos, permitem ao Secretário(a) Executivo(a) o gerenciamento de suas rotinas de trabalho, a eficácia de suas funções e a alta performance. Quando bem aplicadas as técnicas para acompanhamento, controles e com o bom planejamento, há a eficácia do uso do tempo empregado a cada atividade. Por fim, compreender-se-á o secretariado em seu historicismo, normatização, rotinas, técnicas e processos. Tão importante quanto executar as tarefas do secretariado é também compreender os fatos históricos, o que implicou positivamente para o avanço da profissão, pontos fortes e pontos falhos a serem ainda reparados. Os enfrentamentos pelos quais passaram os profissionais do secretariado foram muitos e houve uma transformação nos últimos anos. É importante ressaltar que para chegar até aqui, muita coisa aconteceu e você acompanhará no Capítulo 3 a evolução. Quanto à normatização, trouxe a legalização e o aprimoramento para a profissão. Enquanto que as técnicas e os processos, por sua vez, tornam o dia a dia mais efetivo e encadeado dentro da Gestão Organizacional. Bons estudos! CAPÍTULO 1 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E Liderança A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de aprendizagem: • Analisar os pressupostos de assessoramento e consultoria ao desenvolvimento organizacional. • Compreender e aplicar os paradigmas profissionais. • Distinguir os processos de liderança e o papel dos Gestores. • Exercer o relacionamento interpessoal para o convívio social, nas equipes de trabalho. 8 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado 9 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Com o pensamento voltado à história, no ápice da Revolução Industrial, encontraremos todo o processo nascituro da Administração. No final do século XIX, na transição do trabalho artesanal para a produção em massa, surge a necessidade de promover o pensamento administrativo para o desenvolvimento das fábricas, incluindo todos os seus recursos e processos de operação. No decorrer das décadas, a evolução foi notória, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial, em que as organizações sofreram grandes transformações. As escolas das relações humanas difundiram-se, nasce o planejamento estratégico, a era da qualidade total e a ênfase na liderança e no desenvolvimento organizacional. Para tanto, fizeram-se necessários o aprimoramento e o aprendizado nas organizações. Na atualidade, as pessoas constituem o principal ativo da organização. Daí a necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas para seus colaboradores. As organizações bem-sucedidas estão percebendo que apenas podem crescer, prosperar e manter sua continuidade se forem capazes de otimizar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros (CHIAVENATO, 2014; JONES; GEORGE, 2012). Em um mundo competitivo e de diferentes transformações, as organizações precisam se preparar para os desafios da inovação e da concorrência. As organizações necessitam de pessoas ágeis, polivalentes, empreendedoras, proativas e dispostas a assumir riscos. Também necessitam de processos eficazes, tecnologia adequada e profissionalismo. Todo esse contexto será abordado neste capítulo, incluindo os pressupostos do desenvolvimento organizacional, os atores, os recursos e a liderança. O papel do Secretariado estará implícito em todos os trâmites administrativos da organização, bem como estará imbuído de conduzir com profissionalismo e perspicácia todos os processos organizacionais. Bons estudos! 10 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado 2 FUNDAMENTOS DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: PRINCÍPIOS, RECURSOS E ATORES A origem do desenvolvimento organizacional se deu a partir de 1962, não com um único autor, mas com um complexo conjunto de ideias a respeito do homem, da organização e do ambiente (CHIAVENATO, 2014). O desenvolvimento organizacional se trata de um intenso movimento congregando diversos autores no sentido de aplicar as ciências do comportamento – principalmente a teoria comportamental – na administração (SILVA, 2013). No sentido amplo, as origens do desenvolvimento organizacional podem ser atribuídas a uma série de fatores, orquestrados nas diferentes escolas da Administração. A teoria clássica proposta por Taylor e Fayol deu ênfase à organização formal e à racionalização dos métodos de trabalho. A organização científica do trabalho trouxe uma abordagem rígida e mecanicista, que considerava o homem sob um ponto de vista atomístico e simplista, com um apêndice da máquina. • A teoria das Relações Humanas, proposta por Elton Mayo, deu ênfase ao homem e ao clima psicológico do trabalho. • A teoria da Burocracia pretendeu dar basesde um modelo ideal e racional de organização que pudesse ser copiado e aplicado às empresas, qualquer que fosse seu ramo de atividade. • A teoria Estruturalista veio representar um desdobramento da teoria da Burocracia e uma visão mais crítica da organização. • A teoria Comportamental resultou em um enfoque predominante sociológico e motivacional. Dentro da teoria comportamental encontramos as principais teorias da motivação. Da teoria comportamental resultou, inclusive, o movimento do desenvolvimento organizacional no sentido de se obter mudança e flexibilidade organizacional. • A criação do National Training Laboratory (NTL) de Bethel em 1947 e as primeiras pesquisas de laboratório sobre o comportamento de grupo. Essa técnica de laboratório visa principalmente melhorar o comportamento do grupo (CHIAVENATO, 2014; SILVA, 2013). O desenvolvimento organizacional pretende ser uma especialidade da psicologia, é uma continuação da teoria das Relações Humanas. Foi todo um esforço de pesquisa, métodos e ferramentas para municiar a organização de um 11 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 aparato para sua sustentação e aprimoramento (JONES; GEORGE, 2012). Assim, têm-se no D.O. seus fundamentos, princípios, recursos, em termos de modelos e fatores para propensão às mudanças e os atores do processo. 2.1 FUNDAMENTOS DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Conforme Chiavenato (2014), o Desenvolvimento Organizacional (D.O.) representa uma das Teorias Gerais da Administração (Teoria do Desenvolvimento Organizacional). Coloca-se, em uma posição antagônica à Escola Clássica, segundo as concepções de Taylor, Fayol e Ford (SILVA, 2013). Esses primeiros formuladores da “administração científica” adotaram uma posição exclusivamente empresarial, equiparando o homem à máquina. Acompanhe, a seguir, no Quadro 1, as dissonâncias entre a administração tradicional e a nova proposta, vindoura do D.O. QUADRO 1 – DISSONÂNCIAS ENTRE A ADMINISTRAÇÃO TRADICIONAL E O D.O. ADMINISTRAÇÃO TRADICIONAL DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Avaliação negativa das pessoas. Visão do homem como um ser definitivo. Não aceitação das diferenças individuais. Ênfase nos cargos e não nas pessoas. Supressão da expressão de sentimentos. Desconfiança com relação às pessoas. Ênfase na competição entre as pessoas. Visão das pessoas como seres humanos. Visão do homem como um ser em crescimento. Aceitação e utilização das diferenças individuais. Visão do indivíduo como uma personalidade. Possibilidade de expressão dos sentimentos. Confiança nas pessoas. Ênfase na colaboração entre as pessoas. FONTE: Adaptado de Chiavenato (2014) Salienta-se nos fundamentos do D.O. as diferenças fundamentais existentes entre os sistemas mecânicos (típicos do conceito tradicional) e os sistemas orgânicos (abordagem do D.O.). Acompanhe, a seguir, o raciocínio de Chiavenato (2014) e Silva (2013) acerca do assunto. 12 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado QUADRO 2 – SISTEMAS MECÂNICOS E ORGÂNICOS SISTEMAS MECÂNICOS SISTEMAS ORGÂNICOS Ênfase exclusivamente individual e nos cargos da organização. Relacionamento do tipo autoridade; obediência. Rígida adesão à delegação e à responsabilida- de dividida. Rígida divisão do trabalho e supervisão hierár- quica. Tomada de decisões centralizada. Controle rigidamente centralizado. Solução de conflitos por meio de repressão, arbitragem e/ou hostilidade. Ênfase nos relacionamentos entre e dentro dos grupos. Confiança e crença recíprocas. Interdependência e responsabilidade compar- tilhada. Participação e responsabilidade multigrupal. Tomada de decisões descentralizada. Amplo compartilhamento de responsabilidade e de controle. Solução de conflitos através de negociação ou de solução de problemas. FONTE: Adaptado de Chiavenato (2014) e Silva (2013) Os autores responsáveis pela estruturação da Teoria do Desenvolvimento Organizacional criticam severamente o conceito tradicional de organização, que adota o sistema mecânico ou mecanístico (sistema fechado) e adotam o sistema orgânico (sistema aberto e flexível). Para eles, o sistema orgânico torna as organizações coletivamente conscientes de seus destinos e da orientação necessária para melhor se dirigir a eles. A tarefa básica do D.O. é transformar as organizações mecanísticas em organizações orgânicas, com flexibilização e coparticipação de todos nos processos de mudança (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). 2.2 PRESSUPOSTOS BÁSICOS DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL A maioria dos autores especialistas em D.O., conquanto tenham ideias e abordagens bastante diversificadas, apresenta muitos pontos de concordância, principalmente no que se refere aos pressupostos básicos que fundamentam o D.O. Acompanhe a seguir as principais conjecturas: 13 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 a) A constante e rápida mutação do ambiente. b) A necessidade de contínua adaptação como condição básica de sobrevivência em um ambiente em constante mudança. c) A interação entre a organização e o ambiente (capacidade de percepção e de mudança adaptativa ante a mudança de estímulos externos). d) A interação entre indivíduo e organização. e) Os objetivos individuais e os objetivos organizacionais: é plenamente possível o esforço no sentido de se conseguir que as metas dos indivíduos se integrem com os objetivos da organização. f) A mudança organizacional deve ser planejada (a mudança planejada é um processo contínuo e que leva anos). g) A necessidade de participação e comprometimento (conquista coletiva). h) A variedade de modelos e estratégias de D.O.: não há uma estratégia ideal nem ótima para o Desenvolvimento Organizacional. i) O D.O. é uma resposta às mudanças: é um esforço educacional muito complexo, destinado a mudar atitudes, valores, comportamentos e estrutura da organização, de tal maneira que esta possa se adaptar melhor às demandas ambientais, caracterizadas por novas tecnologias, novos mercados, novos problemas e desafios. j) Um objetivo essencial das organizações é o de melhorar a qualidade de vida: as meras alterações estruturais (rearranjos no organograma, mudanças na hierarquia etc.) ou funcionais (alterações de rotinas e procedimentos), bem como os métodos científicos que visam melhorar a eficiência organizacional podem desenvolver estratégias de forma paralela às intervenções mais amplas para melhorar o processo de relações entre indivíduos, entre grupos, organização e seu ambiente etc. k) As organizações são sistemas abertos: a organização em si consiste em um número de subsistemas dinamicamente interdependentes, e mudanças em alguns deles podem afetar os outros subsistemas. Da mesma forma, a organização é em si um subsistema em um ambiente que consiste em muitos outros sistemas, todos dinamicamente interdependentes (CHIAVENATO, 2014; ROBBINS; DECENZO; WOLTER, 2014). Por fim, tem-se que a tarefa básica do D.O. é mudar a cultura e melhorar o clima da organização, questões que serão abordadas mais adiante. Acompanhe agora os princípios do D.O. 14 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado 2.3 PRINCÍPIOS DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Enquanto princípios, o D.O. demonstra a preocupação em otimizar processos, pessoas e estrutura para a eficácia organizacional. Para tanto, apresenta modelos de aplicação empresarial, a fim de implantar novos modelos de negócio e reestruturar as empresas (JONES; GEORGE, 2012). Os objetivos comuns de um programa de desenvolvimento organizacional referem-se à criação de um senso de identificação das pessoas com relação à organização, para que estas constituam o senso de identidade organizacional – sentimento de pertencimentoe absorção da cultura organizacional (SCHEIN, 2009). Nesse sentido, prima-se pela motivação das equipes de trabalho, o comprometimento às funções, o aprendizado, o compartilhamento de objetivos comuns e o aumento de lealdade (ROBBINS; DECENZO; WOLTER, 2014). Para além disto, Hanashiro, Teixeira e Zacarelli (2008) destacam o desenvolvimento do espírito de equipe por meio da integração e da interação das pessoas, bem como o aprimoramento da percepção comum sobre o ambiente externo a fim de facilitar a adaptação de toda a organização. 2.4 MODELOS DE DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Os modelos de D.O. se baseiam em quatro variáveis básicas: ambiente, organização, grupo e indivíduo. Alguns autores esforçaram-se em desenvolver modelos de D.O. no intuito de apoiar as empresas na implantação de mudanças e sensibilização das equipes para a nova cultura. Conheceremos dois deles a seguir. 2.4.1 Modelo Managerial Grid Este grid de liderança, desenvolvido por Robert R. Blake e Jane Mouton, em 1964, demonstra as possíveis ações de um líder de acordo com as suas 15 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 preocupações com tarefas, classificadas em dois grandes blocos voltados “às pessoas” e “à produção”. O quadro transmite a motivação de acordo com graus de interesse por pessoas ou por produção (realização de tarefas). A motivação pode ser por ambos ou por nenhum dos dois (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). De acordo com Robbins, Judge e Sobral (2010), este modelo representa uma teoria que foi muito utilizada como referência para diversos estudos nacionais e internacionais sobre liderança. O referido modelo traz diferentes variações e combinações de estilos de liderança, com o intuito de ser um guia para as ações administrativas. Seus criadores propõem uma representação gráfica de visão bidimensional dos estilos de lideranças, a saber: • Preocupação com as pessoas: grau em que um líder considera as necessidades, os interesses e as áreas de desenvolvimento pessoal dos membros da equipe ao decidir a melhor maneira de realizar uma tarefa. • Preocupação pelos resultados (produção): grau em que um líder enfatiza objetivos concretos, eficiência organizacional e alta produtividade ao decidir a melhor forma de realizar uma tarefa. Blake e Mouton (1987) descrevem as orientações para produção e para pessoas que podem ser expressas de diferentes maneiras, dependendo do contexto específico ao qual estiverem relacionadas. O grid gerencial mostra estas duas orientações e o conjunto das combinações possíveis entre elas através de uma matriz, cujo eixo horizontal se refere à produção, enquanto o eixo vertical às pessoas (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). Ambos os fatores são representados numa escala crescente de I a IX. Blake e Mouton (1987) identificam cinco estilos básicos de chefia, denominados de teorias “puras”, e analisam suas principais características. Acompanhe a seguir, a Figura 1, que demonstra os eixos e os respectivos posicionamentos, em conformidade ao modelo Managerial Grid. 16 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado FIGURA 1 – MODELO MANAGERIAL GRID - FONTE: Adaptada de Blake e Mouton (1987) A “Grade Gerencial”, também conhecida como Managerial Grid, apresenta a tabela de dupla entrada composta de dois eixos: o eixo vertical, que representa a ênfase nas pessoas, e o eixo horizontal, que representa a ênfase na produção (BLAKE; MOUTON, 1987). Dos extremos dos eixos ao ponto médio da referida grade surgem estilos de liderança distintos: • Estilo 1.1: tendência ao mínimo esforço. • Estilo 9.1: preocupação pela produção e quase nenhuma preocupação pessoal. • Estilo 1.9: ênfase pessoal, quase nenhuma preocupação com a produção. • Estilo 5.5: tendência à mediocridade. • Estilo 9.9: tendência à excelência. 2.4.2 Modelo de Lawrence e Lorsch Este modelo de Desenvolvimento Organizacional, descrito por Lawrence e Lorsch, pesquisadores da Universidade de Harvard, em 1967, analisou a relação entre as características estruturais e as condições de ambiente que as empresas enfrentavam (FAGUNDES et al., 2009). 17 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 Os precursores partiram de uma questão básica: “o que a organização faz para lidar com as diversas condições econômicas e de mercado?”. Para responder a essa indagação, por meio de um questionário e de entrevistas, os pesquisadores buscaram informações em 10 empresas de segmentos diversos (plástico, alimento e de container) (FAGUNDES et al., 2009). As estruturas internas foram analisadas em termos de diferenciação e integração. A diferenciação descreve as diferenças na orientação cognitiva e emocional entre os administradores (gerentes) em diversos departamentos funcionais, referindo- se: a) à orientação de metas dos gerentes; b) à orientação de tempo dos gerentes e relações com aspectos do ambiente com os quais estão ligados; c) às relações interpessoais dos gerentes com outros membros e formalidade da estrutura. Quanto à integração, descreve a qualidade do estado de colaboração que existe entre os departamentos, os quais são exigidos alcançar unidade de esforço para atender às demandas do ambiente (FAGUNDES et al., 2009). Conquanto, este modelo instituiu um “ensaio” do que seria mais tarde conhecido como “Consultoria Empresarial”, por ser composto de diagnóstico e ação. O esforço de pesquisa de Lawrence e Lorsch (1967), que teve como referência os conceitos de diferenciação e integração e de defrontamentos, apresentou quatro estágios: diagnóstico, planejamento da ação, implementação da ação e níveis de mudança. Para tanto, descreveram os autores que seria necessário cumprir as fases do processo, descritas a seguir, na Figura 2. FIGURA 2 – MODELO DE D.O. DE LAWRENCE E LORSCH FONTE: Adaptada de Lawrence e Lorsch (1967) 18 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado As organizações são entidades vivas e em constantes transformações e adaptações, mas isso depende de como estão envolvidos e interagem os sujeitos que dela participam. Aprender a lidar com a complexidade de imagens e simbologias da organização é o grande desafio dos atores envolvidos com ela e nela. Não há mais espaços para ações individuais e simplistas, em que poucos participam e outros tantos não cooperam no constante processo de adaptação às situações de mudanças e desenvolvimento pessoal, interpessoal e coletivo, assim como o desenvolvimento tecnológico e regional onde a organização está inserida (SCHADECK; RODRIGUES, 2016). 2.5 MUDANÇA ORGANIZACIONAL E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Os ambientes corporativos e a sociedade em geral, na atualidade, estão em constante mudança. O ambiente que envolve as organizações é dinâmico e complexo, exigindo de seus atores estrutura e processos com uma elevada capacidade de adaptação como condição básica de sobrevivência (HEIFETZ, 2019). Conforme Chiavenato (2014), a década de 1960 foi marcada como a “década da explosão”, caracterizando os novos ambientes que proporcionaram o aparecimento do desenvolvimento organizacional, a saber: • O ambiente geral, altamente dinâmico, envolvendo a explosão do conhecimento, da tecnologia, das comunicações e da economia. Essa conturbação impõe exigências completamente diferentes sobre a Administração e os participantes, modificando inteiramente o relacionamento entre ambos. • O ambiente empresarial, diferente de toda a experiência do passado, em face da internacionalização dos mercados, da vida mais curta dos produtos, da crescente importância do “marketing”, das diferentes e complexas relações entre linha e “staff”, das participações múltiplas dos indivíduos em diferentesgrupos e organizações e da natureza 19 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 mutável do trabalho, produz uma série de exigências inteiramente novas para o administrador. • Os atuais valores em mutação à medida que melhoram as condições humanas (CHIAVENATO, 2014). Toda essa multiplicidade de variáveis complexas, mutáveis, explosivas e poderosas trouxeram algumas ponderações importantes aos gestores empresariais: apenas esforços isolados, lentos e gradativos de se taparem alguns dos buracos da organização são insuficientes para se levar o barco adiante (MENDES et al., 2016). Tornou-se imperiosa a necessidade de estratégias coordenadas e de mais longo prazo com o objetivo de desenvolver o clima dentro da organização, maneiras de trabalhar, relações, sistemas de comunicações e sistemas de informações que sejam congruentes com as exigências prognosticáveis e não prognosticáveis dos anos futuros (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACARELLI, 2008). Destarte, a partir destas necessidades surgiram os esforços sistemáticos de mutação planejada: o desenvolvimento organizacional. O processo de mudança organizacional começa com o aparecimento de forças que vêm de fora ou de algumas partes da organização. Essas forças podem ser exógenas ou endógenas à organização (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). As forças exógenas provêm do ambiente, como as novas tecnologias, mudança em valores da sociedade e novas oportunidades ou limitações do ambiente (econômico, político, legal e social). Essas forças externas criam a necessidade de mudança organizacional interna. As tentativas de mudança interna podem ser conscientemente planejadas para que o ajustamento às novas condições externas se processe com a mínima perturbação do equilíbrio estrutural e de comportamento existente dentro da organização (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). As forças endógenas que criam necessidade de mudança estrutural e comportamental provêm da tensão organizacional: tensão nas atividades, interações, sentimentos ou resultados de desempenho no trabalho. Essas forças de mudança representam condições de equilíbrio já perturbado dentro de uma ou mais partes da organização (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). O desenvolvimento organizacional é necessário sempre que a organização concorra e lute pela sobrevivência em condições de mudança. Toda mudança é um problema que deve ser solucionado de forma racional e eficiente. Cada época desenvolve uma forma organizacional mais adequada e característica a sua natureza (HOLLAND, 2006; STACEY, 2000). 20 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado As mudanças que estão ocorrendo no mundo moderno tornam necessário revitalizar e reconstruir as organizações. Estas, têm de se adaptar às mudanças do ambiente. As mudanças organizacionais não devem ser feitas ao acaso, ao sabor da inércia ou da improvisação, mas têm de ser planejadas (CHIAVENATO, 2014). 2.5.1 Tipos de mudanças Em termos de desenvolvimento organizacional são tratadas basicamente três formas de estratégias de mudança. QUADRO 3 – ESTRATÉGIAS DE MUDANÇA Mudança evolu- cionária Quando a mudança de uma ação para outra que a substitui é pequena e dentro dos limites das expectativas e dos arranjos do status quo. Geralmente, a mu- dança evolucionária é lenta, suave e não transgride as expectativas daqueles que nela estão envolvidos ou são por ela afetados. Há uma tendência de se repetir e reforçar as soluções que se demonstrem sólidas e eficientes e de se abandonar as soluções fracas e deficientes. Mudança revolu- cionária Quando a mudança de uma ação para a ação que a substitui contradiz ou destrói os arranjos do status quo. Geralmente, a mudança revolucionária é rápida, intensa, brutal, transgride e rejeita as antigas expectativas e introduz expectativas novas. Enquanto as mudanças evolucionárias, por ocorrerem aos poucos, não provocam geralmente grande entusiasmo ou forte resistência, o mesmo não acontece com as mudanças revolucionárias, geralmente súbitas e causadoras de grande impacto. Desenvolvimento sistemático Diferente de ambos os tipos de mudança, no desenvolvimento sistemático, os responsáveis pela mudança delineiam modelos explícitos do que a organiza- ção deveria ser em comparação com o que é, enquanto aqueles cujas ações serão afetadas pelo desenvolvimento sistemático estudam, avaliam e criticam o modelo de mudança para recomendar alterações nele, baseadas em seu próprio discernimento e compreensão. Assim, dimensões adicionais de com- portamento e de experiência humanas são trazidas para a dinâmica da mudan- ça, o que não ocorre com os dois tipos de mudanças. As tensões intelectuais e emocionais criadas entre todos os responsáveis pelo planejamento e imple- mentação estimulam a mudança. Essas tensões baseiam-se em compreensão, discernimento, comprometimento e convicção quanto à correção da mudança do que é para o que deveria ser. Assim, as mudanças resultantes traduzem-se por apoio e não por resistências ou ressentimentos. FONTE: Adaptado de Wood Júnior (2002) 21 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 Segundo Wood Júnior (2002), esses três tipos de estratégias de mudança podem ser observados na conduta das organizações, seja na sua forma pura ou em um número quase infinito de combinações. Percebe-se que a literatura inerente ao conteúdo de mudança tem maior enfoque na estratégia do desenvolvimento sistemático. “Somos a mola propulsora da mudança, aprender é tudo o que precisamos para pensar, criar e transformar”. Você já deve ter ouvido falar por aí: “para que mudar, sempre foi assim...”. A resistência à mudança é típica do ser humano, pois que se teme o novo, o desconhecido. O importante é ter uma equipe de pessoas preparada e líderes mobilizadores para implantar as mudanças nas organizações com êxito. Deixamos aqui uma sugestão de leitura para enriquecer o seu conhecimento: “O poder da ação”, de Paulo Vieira. VIEIRA, P. O poder da ação. São Paulo: Gente, 2015. FIGURA 3 – RESISTÊNCIA À MUDANÇA FONTE: <https://www.pinterest.pt/pin/690950767806678244/>. Acesso em: 20 ago. 2020. 22 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado 2.6 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL A aprendizagem organizacional, no campo da Administração, representa o alcance de novos conhecimentos de forma variável e constante sob as dinâmicas e demandas empresariais, de maneira direta ou indireta, dentro ou fora das empresas (LACOMBE, 2011). O processo vivenciado pelas organizações em termos de mudanças para a competitividade caracteriza-se, cada vez mais, por mudanças rápidas, profundas e abrangentes em contraste às transformações evidenciadas em décadas passadas, quando o diferencial competitivo centralizava- se na questão do preço e qualidade do produto (ROBBINS; DECENZO; WOLTER, 2014). Baseia-se em várias disciplinas, como psicologia, administração, sociologia e antropologia e é extremamente importante para ampliar os conhecimentos dentro da empresa. Esse processo de ampliação dos conhecimentos acontece de forma contínua e pode gerar novos conhecimentos ou aprimorar outros, além de que, quando aplicado em benefício da organização, torna-se uma vantagem competitiva (JIMÉNEZ-JIMÉNEZ; SANZ-VALLE, 2011). Conceitualmente, a aprendizagem pode ser compreendida como um processo do qual o conhecimento é obtido e usado, com o propósito de proporcionar oportunidades de melhoria, tendo em vista que a aprendizagem pode ser considerada como um processo coletivo de reflexão e ação (MENDES et al., 2016). Além disso, a aprendizagem organizacional pode também ser definida como a capacidade quedada organização possui para conservar ou melhorar o desempenho com base na experiência de seus agentes, no qual esse processo envolve aquisição, compartilhamento e utilização de conhecimento. De acordo com Pereira (2014), a aprendizagem organizacional está estritamente ligada à aprendizagem individual, que é o processo pelo qual habilidades, valores, conhecimentos ou comportamentos individuais são adquiridos ou modificados. A autora destaca ainda que esses dois tipos de aprendizagem podem acontecer simultaneamente e a aprendizagem organizacional depende da capacidade individual que uma pessoa possui de fazer a junção de conhecimentos formais e informais, permitindo que a organização possa criar seus próprios modelos de gestão de acordo com suas necessidades e nos resultados desejados. 23 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 Como reflexo dessas mudanças, observa-se no contexto organizacional uma valorização cada vez maior das pessoas. Este fato pode ser atribuído, entre outras razões, à necessidade que as organizações enfrentam em oferecer respostas mais rápidas e que abrangem questões complexas, como as novas formas de organização do trabalho e as posturas das pessoas na busca de práticas mais efetivas (PEREIRA, 2014; DUTRA, 2016). Segundo Gomes e Wojahn (2017), os principais elementos da aprendizagem organizacional que representam uma potencial contribuição para a gestão de competências gerenciais referem-se às questões de interação entre as pessoas (reflexões que privilegiam o coletivo), visão processual (desenvolvimento contínuo) e a ênfase na questão pragmática (práticas no trabalho). Tem-se ainda que, a aprendizagem organizacional está contida dentro da gestão do conhecimento, assunto que entrou em pauta a partir de 1997 com autores, como Nonaka e Takeuchi, Maturana, Varella, entre outros. Nesta mesma época, começa o processo de valorização do conhecimento a partir do capital humano e este, por sua vez, produz o desenvolvimento nas organizações. Acompanhe na Figura 3, a seguir, a evolução desse processo de transformação ao longo dos anos. FIGURA 3 – O CENÁRIO AMBIENTAL DA EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE GESTÃO FONTE: <http://claudiooliveirati.blogspot.com/2014/04/evolucao- dos-modelos-de-gestao.html>. Acesso em: 5 ago. 2020. Outros Administração í 24 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado O interesse em aprender, portanto, potencializou-se na era do conhecimento e, sob o ponto de vista organizacional, intensificou-se quando as organizações procuraram se transformar em organizações de aprendizado, tendo em mente que a aprendizagem aponta para o aprimoramento individual e coletivo dos membros da organização (GOMES; WOJAHN, 2017). Neste sentido, nas organizações, a eficácia da aprendizagem e a capacidade de inovação estão positivamente interligadas, no qual a aprendizagem e a inovação são uma forma de mudança, e quanto mais radical for essa mudança, mais profundo é o seu impacto. Nesse contexto, pode-se aferir que a literatura sobre aprendizagem organizacional tem crescido exponencialmente nos últimos anos (JIMÉNEZ-JIMÉNEZ; SANZ-VALLE, 2011). Em se tratando dos processos de aprendizagem, Tharnpas e Sakun (2015) elencam quatro processos organizacionais: • Aquisição de conhecimento: processo pelo qual o conhecimento é obtido. • Distribuição de informação: representa o processo pelo qual as informações de diferentes fontes são compartilhadas e, assim, levam a novas informações ou entendimento. • Interpretação das informações: no qual as informações distribuídas recebem uma ou mais interpretações comumente entendidas. • Memória organizacional: meio pelo qual o conhecimento é armazenado para uso futuro. A aprendizagem é um processo que envolve níveis individuais, de grupo, organizacionais e interorganizacionais, inseridos na gestão do conhecimento, que envolve a aquisição e a comunicação deste conhecimento. O aprendizado injeta novas ideias na organização, assim, uma organização de aprendizagem é uma organização inovadora (JIMÉNEZ-JIMÉNEZ; SANZ-VALLE, 2011; THARNPAS; SAKUN, 2015). Portanto, a aprendizagem organizacional é um processo complexo e influenciado por várias variáveis, envolvendo relações dinâmicas entre os indivíduos e as organizações com os ambientes externos e internos (THARNPAS; SAKUN, 2015). Por fim, o aprendizado organizacional colabora com as organizações no sentido de criar, transferir e integrar conhecimento e experiência, bem como aprender continuamente a partir da capacidade de aprendizagem organizacional (GOMES; WOJAHN, 2017). 25 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 Nas empresas, o processo de aprendizagem é presente porque cada vez mais os arranjos são dinâmicos, a complexidade aumenta e o nível de intelectualidade exigido é maior. Então, cabe ao ser humano a capacidade de internalização de conteúdos e aprendizagem contínuos. Fixaremos um pouco mais o conteúdo com este estudo de caso, contido na obra de Pereira (2014). A NetApp, uma empresa de gestão de dados com sede em Sonnyvale, no estado da Califórnia, tem uma abordagem interessante do treinamento gerencial. Ela contratou a BTS Group para desenvolver um jogo de simulação baseado no seu negócio real. A empresa usou a simulação pela primeira vez em uma reunião estratégica de sua alta direção. Os executivos gostaram tanto de resolver o problema da simulação e foram tão criativos que a empresa convidou os gestores intermediários a jogar como treinamento para postos mais altos, nos quais o pensamento estratégico é essencial. Na simulação, os participantes eram divididos em cinco equipes, que reuniam gestores de diferentes funções. Cada equipe tinha que administrar uma empresa imaginária de alto crescimento, chamada Pet-a-Toaster, por um prazo de três anos, competindo com os demais. Cada dia de treinamento resumia um ano de acontecimentos na simulação. Cada equipe recebia um livreto com detalhes da Pet- a-Toaster baseado nas condições reais de mercado enfrentadas pela NetApp. As equipes alocavam recursos, escolhiam entre diferentes estratégias possíveis e reagiram a eventos gerados pelo jogo (por exemplo, um pedido de um grande cliente). O software de simulação da BTS analisava as decisões tomadas e fornecia feedback. FONTE: PEREIRA, M. C. B. RH essencial: gestão estratégica de pessoas e competências. São Paulo: Saraiva, 2014. E aí, gostou deste case? Você usaria um software para tomada de decisão? 26 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado 2.7 RECURSOS DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Cada organização é um sistema complexo e humano, com características próprias, com sua própria cultura e seu próprio clima organizacional. Todo esse conjunto de variáveis deve ser continuamente observado, analisado e aperfeiçoado para que resulte motivação e produtividade (BOHN; ZONATTO; HEIN, 2018). Estas variáveis contemplam os recursos do desenvolvimento organizacional para tornar a implantação possível: pessoas, estruturas, processos. É importante compreender, dentre os quesitos que envolvem pessoas e processos, duas variáveis imprescindíveis para a análise do contexto organizacional: cultura e clima organizacionais. Para mudar a cultura e o clima organizacionais, a organização precisa ter capacidade inovadora, ou seja: a) Adaptabilidade: capacidade de resolver problemas e de reagir de maneira flexível às exigências mutáveis e inconstantes do meio ambiente. Para ser adaptável, a organização deve ser flexível, para poder adaptar e integrar novas atividades, além de ser receptiva e transparente a novas ideias, sejam elas intra ou extraorganizacionais. b) Senso de identidade:o conhecimento e a compreensão do passado e do presente da organização, bem como a compreensão e o compartilhamento dos objetivos da organização por todos os seus participantes. Aqui não há lugar para alienação do empregado, mas para o comprometimento do participante. c) Perspectiva exata do meio ambiente: uma percepção realista a uma capacidade de investigar, diagnosticar e compreender o meio ambiente. d) Integração entre os participantes: de tal forma que a organização possa se comportar como um todo orgânico (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACARELLI, 2008). Para que estes fatores se estabeleçam, a cultura organizacional é o aspecto mais relevante, vejamos a seguir. 2.7.1 Cultura organizacional Cultura organizacional (ou corporativa) é o conjunto de hábitos, crenças, normas, valores, tradições, relacionamentos sociais, atitudes e expectativas 27 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 típicas de cada organização. Representa a maneira tradicional e costumeira de pensar e fazer as coisas, que são compartilhadas por todos os membros da organização (SCHEIN, 2009; FERNANDES NETO et al., 2019). Refere-se ao sistema de significados compartilhados por todos os membros e que distingue uma organização das demais. Constitui o modo institucionalizado de pensar e agir que existe em uma organização (LACOMBE, 2011). Em outras palavras, a cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros da organização no dia a dia e que direcionam suas ações para a realização dos objetivos organizacionais (LACOMBE, 2011). A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários com relação à empresa (FERNANDES NETO et al., 2019). A cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da organização e reflete a mentalidade que predomina na organização. Por esta razão, ela condiciona a administração do capital intelectual (PEREIRA, 2014). É a cultura que define a missão e provoca o nascimento e o estabelecimento dos objetivos da organização. A cultura precisa ser alinhada com outros aspectos das decisões e ações da organização, como planejamento, organização, direção e controle para que se possa melhor conhecê-la (PEREIRA, 2014). Conforme Hofstede Insights (c2020), os aspectos da cultura organizacional, que são percebidos com facilidade, são denominados de “aspectos formais ou abertos” e, além destes, existem também os “informais ou ocultos”, como poderemos ver no Quadro 4. QUADRO 4 – ASPECTOS DA CULTURA ORGANIZACIONAL Aspectos formais ou abertos Aspectos informais ou ocultos estrutura organizacional padrões de poder títulos e descrições de cargo percepção e atitudes de poder objetivos e estratégias sentimentos e normas de grupos tecnologia crenças, valores e expectativas políticas e diretrizes de pessoal padrões de integração informais métodos e procedimentos relações afetivas FONTE: A autora 28 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado A cultura de uma organização não é estática e permanente, mas sofre alterações ao longo do tempo, dependendo de condições internas ou externas. Algumas organizações conseguem renovar constantemente sua cultura mantendo a sua integridade e personalidade, enquanto outras, permanecem com sua cultura amarrada a padrões antigos e ultrapassados (LACOMBE, 2011). Mudar a estrutura organizacional não é suficiente para mudar uma organização. A única maneira viável de mudar uma organização é mudar sua cultura, isto é, os sistemas dentro dos quais as pessoas vivem e trabalham. Para que as organizações possam sobreviver e se desenvolver, para que exista a renovação e a revitalização, deve-se mudar a cultura organizacional (PEREIRA, 2014; HOFSTEDE INSIGHTS, c2020). Além da cultura organizacional, os autores do desenvolvimento organizacional enfatizam o clima organizacional. Considera-se, inclusive, uma forte influência do clima sobre a cultura e vice-versa. 2.7.2 Clima organizacional O clima organizacional constitui o meio interno de uma organização, a atmosfera psicológica característica em cada organização (LUZ, 2003). O clima organizacional está intimamente ligado à moral e à satisfação das necessidades humanas dos participantes. O clima pode ser saudável ou doentio, quente ou frio, pode ser negativo ou positivo, satisfatório ou insatisfatório, dependendo de como os participantes se sentem com relação a sua organização (BOHN; ZONATTO; HEIN, 2018). Conforme Luz (2003), os fatores que influenciam o clima organizacional são: liderança, comunicação, perspectiva de crescimento de carreira, comunicação, remuneração, segurança, relacionamento, preparo, treinamento etc. Com a respectiva gestão do clima organizacional, provido a partir da pesquisa de clima organizacional, as organizações detectam as principais falhas no processo de gestão. As variáveis que se apresentam nesta pesquisa servem como um alerta aos gestores para melhorar o ambiente de trabalho. As pesquisas de clima organizacional por parte das organizações são usadas para avaliar características complexas, como liderança, relacionamento interpessoal e reconhecimento. Para Luz (2003), pode ser um instrumento voltado para a análise do ambiente interno a partir do levantamento de dados de acordo com suas necessidades, nos aspectos críticos que traduzem o momento motivacional dos funcionários da organização. Com a pesquisa do 29 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 clima organizacional, as organizações podem estabelecer um trabalho de construção de planos de ações, visando à valorização e à segurança de pessoas e proporcionando aos colaboradores a motivação por meio de reconhecimento, garantindo seus benefícios e os benefícios dos seus colaboradores (LACOMBE, 2011). Portanto, a pesquisa de clima é uma ferramenta estratégica para as organizações e deve ser elaborada de acordo com o tipo de resultado que deseja ser alcançado. Na maior parte das pesquisas, a área de Desenvolvimento Humano nas Organizações (DHO) tem a responsabilidade de elaboração das questões para obter a coleta de dados e atua em sintonia com os gerentes de linha para aplicar a pesquisa com todos os colaboradores da organização (AMORIM et al., 2017). Acompanhe um trecho da literatura de Lacombe (2011) sobre este tema tão importante para o desenvolvimento organizacional: “o clima”. O CLIMA ORGANIZACIONAL O clima organizacional reflete o grau de satisfação do pessoal com o ambiente interno da empresa. Está vinculado à motivação, à lealdade e à identificação com a empresa, à colaboração entre as pessoas, ao interesse no trabalho, à facilidade das comunicações internas, aos relacionamentos entre pessoas, aos sentimentos e emoções, à integração da equipe e outras variáveis intervenientes, conforme definidas por Likert®. Um bom administrador prioriza a criação de um ambiente na organização tal que as pessoas trabalhem de forma eficaz num esforço comum, desenvolvam suas competências, realizem suas aspirações profissionais e atinjam reconhecimento apropriado e recompensas. Esse ambiente tem as seguintes características: existe absoluta honestidade e integridade em tudo o que todos dizem e fazem; há comunicação ampla em toda a organização em todos os sentidos: de cima para baixo, de baixo para cima e lateralmente; os superiores estão genuinamente interessados em ouvir o ponto de vista dos outros, especialmente dos subordinados; existe um real interesse em trazer à tonaos problemas e em resolve-los; todos trabalham dedicadamente como verdadeiras equipes. Podemos 30 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado resumir que o clima organizacional reflete a qualidade do ambiente de trabalho percebida pelas pessoas da empresa. Ele é fortemente influenciado pela cultura da empresa e se aproxima do primeiro nível de manifestação dentro da concepção de Edgar Schein. Quando alguém é admitido numa empresa, deixa de ser completamente livre para se comportar como bem lhe aprouver: precisa aceitar os valores, as políticas e as normas da empresa. Quanto maior o ajustamento das necessidades e valores das pessoas com os da empresa, tanto maior tende a ser a motivação e, em consequência, melhor será o clima organizacional. Se o clima organizacional é bom, as pessoas tendem a ser proativas, partilhar conhecimentos, confiar nos chefes, colegas e subordinados, procurar inovar, ter iniciativas e agir com forte sentimento de “pertença”. Se for muito ruim, tendem a fazer o mínimo indispensável para se manter no emprego, ou, às vezes, nem isso, agindo com descrença e revolta, aumentando a rotatividade e o absenteísmo, que, com frequência, são sintomas de clima organizacional negativo. FONTE: LACOMBE, F. J. M. Recursos Humanos: princípios e tendências. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 283-284. 2.8 ATORES DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Os atores do desenvolvimento organizacional compreendem os profissionais das organizações. São eles, colaboradores, líderes setoriais, coordenadores, supervisores, gerentes, secretários executivos, gestores, entre outros. Estes profissionais compõem equipes, as quais, conjuntamente aos processos e estruturas, tornam a empresa produtiva e inovadora. Para tanto, é importante um trabalho de desenvolvimento humano, no sentido de potencializar competências e melhorar a performance dos ativos intangíveis. Conheceremos um pouco mais a respeito desta realidade. 31 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 2.8.1 Valorização do capital humano em prol do desenvolvimento organizacional Um dos temas mais discutidos na atualidade pelas organizações é a valorização do ser humano e sua contribuição para a performance da equipe. O ativo mais importante da empresa são os seus colaboradores, porém esse conceito nem sempre foi assim, e vem se adaptando com o passar das eras (LACOMBE, 2011). A valorização humana vem sendo cada vez mais colocada em ênfase dentro das empresas e surge um maior interesse como algo que possa se tornar um diferencial diante da concorrência existente no mundo dos negócios. Um dos maiores desafios para gestores e líderes é buscar por meio do planejamento estratégico a transformação dos investimentos de capacitação técnica, programas de prevenção, de educação e qualidade de vida em projetos que alcancem não só as metas organizacionais, mas que tenham sentido na vida dos colaboradores (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACARELLI, 2008; DUTRA, 2016). A valorização humana pode ser considerada uma decorrência dos progressos nas teorias que tratam da gestão das organizações. Perante toda a revolução da informação e da sociedade do conhecimento, das estruturas de comunicação e da facilidade da tecnologia hoje existentes, as vantagens competitivas que antes eram amparadas em ativos tangíveis estão se direcionando para as pessoas que fazem parte das organizações, por serem elas verdadeiros diferenciais que fortalecem a atuação das organizações no mercado (PEREIRA, 2014). Este fator da valorização do ser humano tem inferência direta às estratégias de Recursos Humanos alinhadas às estratégias organizacionais. Para tanto, podemos considerar algumas dimensões organizacionais da gestão do conhecimento que estão relacionadas à gestão estratégica de pessoas. São elas: • Dimensão 1: fatores estratégicos e o papel da alta administração, nos quais, ressalta-se a importância da alta administração no estímulo e motivação dos indivíduos a criar e inovar, demonstrando aos colaboradores a importância da inovação para o mercado competitivo. • Dimensão 2: cultura e valores organizacionais, em que a cultura organizacional é responsável por repassar os valores, os princípios e as crenças que regem o espaço organizacional, pois é através da cultura que os colaboradores conhecem as normas organizacionais. Por esse motivo, a cultura é apresentada como segundo elemento 32 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado fundamental para a gestão do conhecimento, pois ajuda a interpretar eventos e avaliar o que é apropriado e inapropriado. • Dimensão 3: estrutura organizacional, que deve ser abrangente de tal forma que possa interligar seus colaboradores para, além de possuírem um conhecimento geral da organização, também contribuírem de maneira mais direta e objetiva às necessidades e demandas organizacionais. • Dimensão 4: administração de Recursos Humanos, na qual a organização deseja que seus colaboradores aumentem o conhecimento organizacional de forma contínua e, por outro lado, os colaboradores desejam ser reconhecidos e valorizados por seu desempenho, além da possibilidade do próprio desenvolvimento pessoal. Na era do conhecimento, o processo de seleção de pessoas envolve, além das habilidades para determinado cargo, também a criatividade, saber trabalhar em equipe e trabalhar sob pressão (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACARELLI, 2008; PEREIRA, 2014). 2.8.2 Engajamento, resiliência, proatividade e comprometimento Engajar significa trazer para si, puxar, estar junto. No sentido da liderança, engajamento é a capacidade que o líder tem de manter seus liderados perto, motivados e comprometidos com a organização. Engajar é muito mais do que influenciar. Esta palavra é forte e cabível às organizações do conhecimento, pois o perfil dos profissionais da atualidade detém esta característica (ROBBINS; DECENZO; WOLTER, 2014). Resiliência diz respeito ao processo contínuo de adaptação a um ambiente que se transforma dinamicamente. Nas organizações de trabalho não é diferente. A resiliência colocada sob a ótica das empresas possui outra intrínseca discussão, pois a subjetividade, a forma e o ritmo de trabalho possuem influência no processo de resiliência do sujeito no seu trabalho (PEREIRA, 2014). A proatividade é uma característica do perfil do profissional desta nova era. Na sociedade industrial, as pessoas recebiam e cumpriam ordens, executavam tarefas e iam para suas casas. Hoje, as pessoas pensam, exprimem ideias e participam juntas da evolução empresarial (BOHN; ZONATTO; HEIN, 2018). Por último e não menos importante, o comprometimento. Esta é uma qualidade que precisa ser desenvolvida cada vez mais em nossas empresas e nas pessoas. Ser comprometido significa ser responsável, importar-se com o que 33 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 assumiu enquanto carreira profissional, fazer jus a sua escolha. Comprometer-se é ter zelo por tudo o que se faz e responder pelos erros (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACARELLI, 2008). As empresas necessitam de pessoas engajadas, resilientes, proativas e comprometidas com seu trabalho, a fim de promoverem a continuidade do desenvolvimento organizacional, e, quando apresentarem estas competências, é hora de efetuar a gestão de talentos. 2.8.3 Gestão de talentos Um dos pontos cruciais na gestão de talentos consiste em lidar com o dilema de que atrair jovens profissionais talvez seja mais simples do que atrair profissionais maduros. Por outro lado, reter jovens talentos parece ser mais complicado do que reter colaboradores antigos (GRAMIGNA, 2007). Há perguntas específicas quando se lida com jovens talentos em formaçãoou recém-egressos das universidades. A satisfação no trabalho é um somatório de sentimentos positivos e/ou negativos que os empregados percebem seu trabalho, relacionados com vários aspectos organizacionais, como o sistema de gestão, os companheiros, a natureza do trabalho, o ambiente, os supervisores e a relação do trabalho com a vida privada (ROBINS; DECENZO; WOLTER, 2014). A gestão de talentos e os fatores de atração são vistos como a maior preocupação gerencial desta década. Em um contexto global em que o desafio consistiria em atrair os jovens profissionais nascidos depois do ano de 1980, este trabalho é árduo (GRAMIGNA, 2007). A expressão “guerra de talentos” vem sendo amplamente utilizada para caracterizar uma disputa por recursos humanos entre organizações, visto que, o suprimento de colaboradores qualificados para o exercício de funções em gestão e gerência tem sido insuficiente para atender à demanda (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACARELLI, 2008). Apesar de muitos indivíduos estarem satisfeitos com o seu trabalho de forma geral, não significa que eles estejam felizes com todos os arranjos organizacionais. Deste modo, Dutra (2016) ressalta que a satisfação no trabalho pode ser considerada tanto unidimensional como multidimensional, devido ao fato de que seus aspectos podem ser analisados tanto dependente como independentemente. 2.8.4 Retenção de talentos Para Pontes (2014) e Faissal (2013), as empresas em posição privilegiada para atrair e reter candidatos melhor qualificados são as que primam pelo bom 34 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado relacionamento com seus empregados e pela manutenção de sua motivação. Pontes (2014) reúne em um amplo conjunto os fatores responsáveis pela atração e retenção de talentos, de modo que cada indivíduo possa balancear os elementos do “pacote”: recompensas financeiras e benefícios, perspectivas de carreira, oportunidades de treinamento e desenvolvimento, ambiente de trabalho e possibilidade de equilibrar vida profissional e pessoal. Reter os talentos na organização é uma tarefa mais delicada do que os atrair, pois quando um colaborador é realmente um talento, acaba sendo assediado por outras organizações para prestar seus serviços. Ainda, reter talentos nada mais é do que dar condições para que o colaborador permaneça em sua organização (GRAMIGNA, 2007). É proporcionar a ele qualidade de vida, conceder-lhe a transparência no trato e nas relações, pagar bem, pelo menos o combinado, oferecer um pacote de benefícios flexível, adotar um sistema de remuneração estratégica que propicie a permanência dele em sua organização (BOHN; ZONATTO; HEIN, 2018). Para que as pessoas permaneçam nas organizações, é necessário montar um plano de carreira, fazer a gestão dos cargos e salários e efetuar pesquisa salarial contínua e aplicada para o cálculo da média de mercado. Enfim, são as práticas dos Recursos Humanos aplicadas de forma a gerenciar as pessoas de dentro da organização. Você gostaria de se aprofundar mais no assunto sobre capital humano e gestão de talentos? Então, acesse o site: https://www. hsm.com.br/category/blog/ e confira as atualizações acerca desses assuntos tão pertinentes ao nosso crescimento profissional. 2.8.5 Gestão da performance dos ativos intangíveis Os ativos intangíveis de uma organização tangem ao capital de clientes (redes de relacionamentos externos/clientes, fornecedores, marcas, imagens); ao capital humano (competências individuais/conhecimento tácito, explícito e estratégico) e ao capital estrutural (rede de relacionamentos internos/sistemas administrativos, cultura organizacional, sistemas de informação, patentes) (SVEIBY, 1997). 35 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 Um ativo intangível classificado como ‘capital humano’ significa o conjunto de conhecimentos, em sua maioria tácitos, detidos pelos membros da organização que os capacitam para atuar em várias situações e que criam ativos tangíveis e intangíveis e, constituem a vantagem competitiva da empresa. Esse ativo pode assumir formas distintas, como: [...] propriedade intelectual, experiências, habilidades, intuições, ideias, pensamento, conhecimento, expertise, boatos, escolaridade, pesquisa, julgamento de valor, rede social, representando a competência das pessoas, poder de inovação e habilidade dos empregados, além dos valores, cultura e a filosofia da empresa que deve ser considerada no balanço intangível das organizações, pois os indivíduos são membros da organização e ela não existe sem eles (ROSSATTO, 2002, p. 18). Os conhecimentos constituem um ativo intangível de propriedade do próprio indivíduo. Os gerentes e os colaboradores são fundamentais no desenvolvimento e compartilhamento do capital estrutural. A interação entre o capital intelectual e o estrutural constitui a organização e desenvolve o ambiente da organização. Isso pode ser percebido na Figura 4, a seguir. FIGURA 4 – ATIVOS INTANGÍVEIS FONTE: <http://www.feelbr.com.br/ativos-intangiveis.php>. Acesso em: 6 ago. 2020. Como todo processo de transformação exige comprometimento e cooperação, para gerir os recursos intangíveis não seria diferente. Existem hoje metodologias inovadoras que mensuram o desempenho a fim de propiciar à empresa o espelhamento de seus capitais. Com relação às pessoas, os processos inovadores de avaliação de desempenho tangem à gestão por habilidades e gestão por competências (SVEIBY, 1997). Por se tratar de conhecimento intangível, a mensuração de resultados deve ser um processo contínuo e sistemático, pois ao contrário dos bens tangíveis, que 36 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado tendem a ter seu valor depreciado com o tempo, o conhecimento cresce cada vez que é utilizado e deprecia quando não utilizado (SVEIBY, 1997). A mensuração de resultados na Gestão do Conhecimento é fundamental para que sejam diagnosticadas as competências essenciais e desse modo analisado o vínculo entre desenvolvimento de pessoas (competências humanas) e estratégias do negócio (competências empresariais). Por isso, é necessário que se realize uma reflexão cuidadosa sobre as reais competências empresariais, ou seja, aquelas que a diferenciarão da concorrência, assegurando à empresa vantagem competitiva e bons resultados (HAMEL; PRAHALAD, 1995). Medir os resultados é importante para a empresa, pois quando a mensuração acontece, as informações são mais precisas, a tomada de decisão é feita com maior confiabilidade e as metas propostas são alcançadas com maior excelência. Falar de mudanças no contexto organizacional é aprender a lidar com a resistência que as pessoas têm à mudança (SVEIBY, 1997; PACHECO et al., 2009). 1 Acesse o site da Anpad no link: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/ EOR2003.pdf e veja o artigo de Pacheco et al. (2009). Efetue a leitura na íntegra e descreva as competências essenciais para o desenvolvimento empresarial. FONTE: <https://ocw.unican.es/pluginfile.php/925/course/ section/1033/Tema5_marca_cartera_productos.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2020. R.:_______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 37 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ 2.8.6 Gestão por competênciasPrimeiro, precisamos compreender o que significa “competência”. A definição para competência está baseada no CHA, que são os conhecimentos (C), as habilidades (H) e as atitudes (A). Já as competências comportamentais têm maior inferência ao talento (T) que uma pessoa possui (PEREIRA, 2014). O conhecimento tem relação com a formação acadêmica, o conhecimento teórico. A habilidade está ligada ao prático, à vivência e ao domínio do conhecimento. Já a atitude representa as emoções, os valores e sentimentos das pessoas, isto é, o comportamento humano. Gerir por competências compreende um sistema desenvolvido no sentido de identificar e administrar perfis profissionais que proporcionem um maior retorno a um negócio, identificando os pontos de excelência e as oportunidades de melhoria, suprindo lacunas e agregando conhecimento. Um modelo de gestão de competência sempre terá um viés conceitual de difícil mensuração (CARBONE et al., 2009). Propõe-se a orientar esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização (individual, grupal e organizacional), as competências necessárias para alcançar seus objetivos. A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são as competências organizacionais críticas para o sucesso empresarial, desdobrá-las em termos de competências profissionais e desenvolvê-las junto ao quadro de funcionários internos (CARBONE et al., 2009). Trata-se de uma metodologia de gestão moderna, focada nos negócios, no mercado e no desenvolvimento profissional permanente. A Gestão por Competências direciona sua ação prioritariamente para o gerenciamento da lacuna (gap) de competências eventualmente existentes na organização ou equipe, procurando eliminá-lo ou minimizá-lo. A ideia é aproximar ao máximo as competências existentes na organização daquelas necessárias para atingir os objetivos organizacionais (GRAMIGNA, 2007). 38 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado Sob essa perspectiva, minimizar eventuais lacunas de competências significa orientar e estimular os profissionais a eliminar as incompatibilidades entre o que eles são capazes de fazer (competências atuais) e o que a organização espera que eles façam (competências necessárias). Acompanhe quais são os subsistemas da Gestão por Competências. QUADRO 5 – SUBSISTEMAS DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS Subsistemas da Gestão por Competências • Mapeamento e descrição de competências • Mensuração de competências • Remuneração por competências • Seleção por competências • Desenvolvimento de competências • Avaliação de desempenho por competências • Plano de desenvolvimento por competências FONTE: Adaptado de Gramigna (2007) De posse dos conteúdos estudados e das bibliografias de seu plano de ensino, especificamente as literaturas voltadas à “aprendizagem organizacional” e à “valorização do capital intelectual”, efetue o mapeamento de suas competências para compreender como você se encontra neste momento de sua carreira profissional. Desta forma, trace alguns treinamentos que você gostaria de fazer para alavancar seu aprendizado e desenvolvimento. Bons estudos! 39 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 3 PRESSUPOSTOS DE ASSESSORAMENTO E CONSULTORIA AO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Para que o desenvolvimento organizacional seja passível de continuidade e êxito, é viável e importante o assessoramento por meio de consultoria especializada. 3.1 CONCEITO E APLICAÇÕES DA CONSULTORIA PARA O DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Consultoria, de uma forma ampla, é o fornecimento de determinada prestação de serviço, em geral, por profissional qualificado e conhecedor do tema. O serviço de consultoria oferecido ao cliente acontece por meio de diagnósticos e processos e tem o propósito de levantar as necessidades do cliente, identificar soluções e recomendar ações. De posse dessas informações, o consultor desenvolve, implanta e viabiliza o projeto de acordo com a necessidade específica de cada cliente (CROCCO; GUTTMANN, 2005). A aplicação da consultoria se dá pela entrega de um serviço em coparticipação de conhecimentos técnicos específicos de profissionais parceiros que atendem prontamente às empresas que necessitam de apoio na implementação de desenvolvimento organizacional. O consultor contratado fornecerá sua expertise e know-how para as convergentes ao seu conhecimento na aplicação de processos, métodos e ferramentas (CROCCO; GUTTMANN, 2005). A consultoria é representada por um conjunto de atividades, as quais, o consultor, por meio de percepções, apontamentos e sugestões, municia os empresários com pareceres a fim de agir sobre fatos inter-relacionados que ocorrem no ambiente organizacional. A presença de um consultor em uma empresa traz benefícios diretos e indiretos para o desenvolvimento organizacional (BLOCK, 2001; AZEVEDO, 2011). Consultoria, de uma forma ampla, é o fornecimento de determinada prestação de serviço, em geral, por profissional qualificado e conhecedor do tema. 40 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado 3.2 PRESSUPOSTOS DE ASSESSORAMENTO E CONSULTORIA Para Azevedo (2011), os pressupostos que englobam a consultoria se referem ao conhecimento, ao processo e ao preparo do consultor, ou seja, para dar conta das demandas, o consultor necessita compreender antecipadamente os aspectos que fundamentam sua assessoria, entendendo todo o contexto do ambiente em que aplicará seus préstimos. Diante disso, tem-se as aplicações específicas, que são os tipos de consultoria (CROCCO; GUTTMANN, 2005). O consultor tem o desafio de, além de traçar o diagnóstico da situação quo, fazer um relatório com os apontamentos para as resoluções demandados em tipos de consultoria. 3.2.1 Tipos de consultoria Compreende-se o tipo de consultoria levando-se em consideração o serviço a ser executado, dando ênfase à necessidade do cliente. Há consultoria em que é preciso diagnosticar o problema e dar soluções para o cliente. Além de levantar soluções, são necessários o acompanhamento e a sensibilização das pessoas, com treinamentos e desenvolvimento humano. Ainda, há consultoria que apenas serve de aconselhamento, como é o caso de programas de Mentoring e Counseling. A consultoria, conforme Crocco e Guttmann (2005), pode ser implementada de várias formas, conforme a necessidade de determinada organização ou cliente. Alguns dos tipos de consultoria constituem-se em: • Organizacional: atividade que visa à investigação, à identificação, ao estudo e à solução de problemas atinentes à estrutura, ao funcionamento e à administração de empresas e entidades privadas ou estatais. • Autônoma: profissional qualificado que atua em determinado projeto de forma independente, não vinculado a uma estrutura organizacional. • Associada: referente a parceiros de empresas de consultoria empresarial, solicitados para realizar determinados projetos. • Exclusiva: profissional que se dedica a oferecer aconselhamento e a conduzir projetos especiais de consultoria a determinada empresa. • Externa: profissional não integrante da empresa a qual presta serviços. A consultoria, conforme Crocco e Guttmann (2005), pode ser implementada de várias formas, conforme a necessidade de determinada organização ou cliente. 41 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 • Interna: funcionário da empresa que, em geral, desempenha atividades técnicas, é um facilitador. Este profissional elabora diagnóstico, busca soluções para os problemas, sugere e opina nas variáveis e tomadas de decisão (CROCCO; GUTTMANN, 2005). De acordo com Orlickas (1998), a consultoria interna compreende os seguintesconceitos: • Consultoria interna: é o conjunto de atividades desenvolvidas por um profissional multidisciplinar da organização, com o objetivo de desenvolver, influenciar e assessorar de forma consistente e articulada os clientes internos. • Intervenção: é a meta ou produto final obtido de uma atividade de consultoria. Descreve quaisquer ações que se deva adotar com relação a um sistema do qual você não faz parte. • Cliente interno: é um profissional, um grupo de trabalho, um setor, um departamento, que o consultor quer influenciar, sem exercer controle direto. Ainda sobre a consultoria interna, tem-se o suporte aos gerentes de linha, ou seja, um participante ativo na formulação das estratégias da empresa. Essas pessoas, com o perfil de consultoria, deverão ter conhecimento dos recursos tecnológicos e técnicas específicas. De acordo com Orlickas (1998), o consultor interno é um colaborador da empresa, seja da área de indústria, comércio ou serviços que, em geral, ocupa um cargo de nível técnico ou gerencial, o qual traz melhorias nos processos organizacionais. O consultor, no exercício de suas atividades, exprimirá pareceres somente quando solicitado. 3.2.2 Modelo de diagnóstico organizacional – aplicação da consultoria Partindo-se do princípio de classificação focada na natureza do serviço a ser executado, e, de acordo com o tipo de consultoria, o consultor é chamado para 42 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado fazer um diagnóstico e prescrever técnicas e ferramentas de gestão para resolver o problema. Neste diagnóstico, constará os pontos fortes da empresa e os pontos falhos que necessitam de melhoria (AZEVEDO, 2011). No caso de uma consultoria ser do tipo Organizacional, no âmbito de Gestão Estratégica de Pessoas, por exemplo, tem-se o seguinte modelo de diagnóstico, concedido pela empresa de consultoria empresarial em desenvolvimento humano nas organizações – ACB Assessoria e Treinamentos Empresariais Ltda.: QUADRO 6 – MODELO DE DIAGNÓSTICO PARA A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS Empresa: __________________________________________________ Equipe Estrategista de Gestão de Pessoas: _____________________ Política de Recursos Humanos – 2020/2025 1. Planejamento de Recursos Humanos (descrição das estratégias de RH). Responder: O planejamento estratégico de Recursos humanos está alinhado ao corporativo? 2. Gestão do Capital Intelectual Responder: A estratégia organizacional inclui a Gestão de Pessoas como Gestão de Talentos e Capital Intelectual? 3. Cargos e Salários Responder: Quais os critérios que definirão cargos e salários? Com base em planejamento pré- vio? Haverá pesquisa salarial? 4. Processos de Recrutamento e Seleção de Pessoal Responder: Como serão feitos os processos de recrutamento e seleção? 5. Integração das Pessoas Responder: Qual a forma de abordagem para a contratação/entrevista/ambientação de um novo colaborador? 6. Gestão do Desempenho Humano Responder: Será utilizado um método de avaliação de desempenho como instrumento de gestão? 7. Sistema de Remuneração Responder: Haverá um sistema de recompensas? (remuneração = salário + benefícios sociais, qual será o tipo de sistema de remuneração? Estratégica, por habilidades, por competências etc.). 8. Plano de Desenvolvimento de Pessoal Responder: A empresa operará com um plano de carreira? Como será chamado? (Ex. “PDI”). 9. Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas Responder: Haverá um plano de aprendizagem contínua (Treinamento & Desenvolvimento)? FONTE: Adaptado de ACB Assessoria Empresarial (c2020) 43 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 Percebe-se neste modelo de diagnóstico que a consultoria não é mais para resolver problemas, mas para projetar o futuro da empresa e desenvolver treinamentos a fim de estimular e promover a aprendizagem, tanto quanto otimizar os recursos humanos. 3.3 PROCESSOS E ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS A estrutura organizacional se refere ao projeto e à dinâmica da organização, compondo um dos elementos que interferem diretamente no comportamento organizacional. A estrutura organizacional corresponde aos padrões de trabalho e disposições hierárquicas, que servem para controlar ou distinguir as partes que compõem uma organização (MCSHANE; GLINOW, 2014). Tange, inclusive, à divisão e à especialização do trabalho (diferenciação) e ao ordenamento e controles (integração). No contexto da estrutura, o projeto organizacional apresenta-se como: • Estrutura simples. • Burocracia mecanizada. • Burocracia profissional. • Forma divisionalizada. • Adhocracia. Os processos organizacionais, por sua vez, são as formas com que as tarefas transcorrem nas estruturas por meio de fluxos, com apoio dos sistemas, das pessoas e dos equipamentos. O ambiente como um todo representa o conjunto dos processos e da estrutura organizacional (CHIAVENATO, 2014). Nas organizações do conhecimento, as estruturas cederam vez para ambientes mais fluidos, dinâmicos e flexíveis. As rotinas são substituídas por processos de criação e o ser humano, mais uma vez, fica no centro do processo (BOHN; ZONATTO; HEIN, 2018). 3.4 OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS VERSUS EXPECTATIVAS INDIVIDUAIS É justo pensar que a empresa detém estratégia. As estratégias delineadas por meio do planejamento estratégico são cumpridas na forma de objetivos 44 Gestão Secretarial e Técnicas de Secretariado direcionados aos colaboradores da organização e que são cumpridas no âmbito organizacional. Por sua vez, os colaboradores possuem suas expectativas diante da organização. Dependendo do que a organização tem a oferecer, as pessoas permanecem nas organizações (CHIAVENATO, 2014). O desafio dos gestores está em garantir o cumprimento dos objetivos da organização, não se esquecendo das pessoas. A consonância de ambas as partes se transmuta para o êxito da organização. É importante salientar que quando se ingressa em uma empresa, faz-se necessário conhecer sua filosofia e valores, a fim de poupar aborrecimentos futuros (PEREIRA, 2014; ROBBINS; DECENZO; WOLTER, 2014). Quando um colaborador possui a sensação de identidade organizacional, de pertencimento àquele ambiente, a produtividade aumenta e sua satisfação, também. Com base nos estudos dessa seção, você consegue elaborar um diagnóstico dos pontos fortes e dos pontos falhos referentes à organização em que trabalha (ou onde já trabalhou)? Aproveite-se das literaturas contempladas nas referências para aprofundar seus estudos, tendo acesso à parte teórica para melhor elaboração desta prática. Bons estudos! 4 PARADIGMAS PROFISSIONAIS, LIDERANÇA E GESTÃO DE EQUIPES Nesta seção, compreenderemos alguns conceitos de paradigmas, liderança e gestão de equipe, bem como técnicas e ferramentas para o melhor desempenho de uma equipe de trabalho. Com o foco voltado ao secretariado, perceber-se-á que, muito se evoluiu na área, nas últimas duas décadas. 4.1 PARADIGMAS PROFISSIONAIS O cenário empresarial da contemporaneidade impõe mudanças por causa dos efeitos da globalização e da transformação diária das ferramentas tecnológicas. Com isso, há uma maior exigência nos processos de seleção e contratação do profissional de secretariado (ALMEIDA; ROGEL; SHIMOURA, 2010). Para tanto, 45 Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos,Desenvolvimento Organizacional: Atores, Recursos, Profissionalismo E LiderançaProfissionalismo E Liderança Capítulo 1 o secretariado passou por um processo de “quebra de paradigmas” até chegar ao novo contexto da sociedade. O profissional de secretariado deve ter formação acadêmica específica, trabalhar com criatividade, flexibilidade, ter excelente comunicação e relacionamento interpessoal, além de assessorar com qualidade os executivos e estar em constante atualização. Em função desse crescimento,
Compartilhar