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Vírus de transmissão sexual - MICROBIOLOGIA

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Leonan José – T5 
 ALEX – MICROBIOLOGIA – BBPM V 
Vírus de transmissão sexual 
INTRODUÇÃO 
Dentre os vídeos de DNA, são 3 os grupos que fazem transmissão 
sexual: Hepadna, Papiloma e Herpes 
→ Hepadna: dupla fita de DNA icosaédrico envelopado 
→ Papiloma: dupla fita de DNA circular não envelopado 
→ Herpes: dupla fita de DNA linear icosaédrico envelopado 
 
Dentre os vírus de RNA temos 2 grupos: 
→ Flavi: fita simples de RNA envelopado icosaédrico 
→ Retro: fita simples de RNA envelopado icosaédrico 
Hoje será estudado apenas Herpes e HPV (há uma aula específica para HIV) 
 
HERPES 
O vírus Herpes pertence à família Herpesviridae, possui 
dupla fita de DNA com capsídeo icosaédrico e envolto por envelope. 
No envelope estão as glicoproteínas de superfície, que servem 
principalmente para adesão na célula alvo e interiorização da 
partícula viral para dentro da célula. Seu mecanismo de replicação do 
DNA viral é muito semelhante ao do DNA humano. 
Existem 3 subfamílias: alfa, beta e gama. Hoje veremos 
vírus da família alfa: Herpes simples vírus tipo 1 e tipo 2. 
 
Herpes simples vírus (HSV) 
Causam lesões bolhosas que se iniciam com a aparência de 
pequenas espinhas e aumentam de tamanho, indo para um aspecto 
de lesão, que secreta um plasma rico em vírus (é uma forma de 
transmissão) 
→ HSV-1 vai causar principalmente lesão na região da gengiva 
→ HSV-2 vai causar principalmente lesão na região genital. Na 
mãe, pode ser transmitido para o recém-nascido e causar 
herpes neonatal, que pode levar ao desenvolvimento de 
encefalite neonatal por herpes e meningite asséptica por herpes 
 
Replicação: o vírus vai reconhecer as proteínas de 
superfície da célula-alvo → ocorre fusão da membrana plasmática 
da célula com o envelope viral → capsídeo entra no interior da célula 
→ algumas proteínas do capsídeo irão se desprender para exercer 
sua função, como a VP16 (que regula a função da RNA polimerase 
para a produção de RNAm) e outra proteínas proteolíticas (fazem 
clivagem de proteínas para a montagem da estrutura viral) → o 
capsídeo é destruído e despeja seu material genético no núcleo da 
célula → esse DNA é transcrito e replicado → para que isso 
aconteça, é preciso passar por uma cascata, ou seja, há fases de 
replicação, onde primeiro são expressas as proteínas alfa, depois as 
beta e por fim as gama → essa ordem é necessária porque muitas 
proteínas alfa são marcadores para estimular a formação dos beta, 
sendo os beta necessário para auxiliar na replicação do DNA → 
proteínas gama fazem parte do capsídeo viral e do envelope. 
 
Ao sair do núcleo, o capsídeo ganha um envelope e, a partir 
disso, pode fazer 2 coisas: A) liberar novamente seu capsídeo para 
ganhar um envelope no complexo de Golgi e, através de vesícula, ser 
levado ao exterior da célula; B) manter seu capsídeo, adquirir uma 
vesícula até o Golgi e, depois dele, ganhar outra até sair da célula. 
 
1. Sítio primário de infecção: epitélio da região acometida (oral para 
HSV-1 ou genital para HSV-2), ou seja, irão se replicar nessas 
células, causar lesão e depois migrar para... 
2. Sítio secundário de infecção: os nervos (nervo trigêmeo para 
HSV-1 e nervo sacral para HSV-2) e ficar em latência. Por diminuição 
da imunidade ou por algum motivo, os vírus fazem reativação e... 
3. Sítio recorrente de infecção: migram de volta para aqueles 
grupos celulares primários (endotélio) e causam lesões novamente 
(por isso a herpes pode sumir e voltar, são infecções recorrentes) 
 
O problema dessa infecção recorrente é que o vírus, ao 
invés de migrar novamente apenas para a pele, ele migra para o 
SNC, causando meningite por herpes ou meningite asséptica. 
Curso natural da doença: do contato sexual até o 
aparecimento das vesículas/pústulas demora em torno de 6 a 12 dias. 
Após isso, há o aparecimento das lesões (aparência esbranquiçada 
ou amarelada, com secreções). Nessa fase, a doença é altamente 
transmissível. Depois do aparecimento das pústulas, há formação 
das úlceras que se rompem, causando lesões cutâneas e ↑chance 
de penetração de bactérias (porta de entrada para infecção 
secundária). Após 14 dias as lesões tendem a regredir (já que o vírus 
migra para o sistema nervoso) e, eventualmente, numa ↓sistema 
imune, pode haver o reaparecimento. 
A transmissão acontece no período em que há lesões. 
Porém, isso não significa que a pessoa para totalmente de transmitir 
em dado momento, haja visto que pode haver lesões muito pequenas 
em locais não visíveis. Por isso, o uso de preservativo é a melhor 
maneira de prevenir a transmissão do HSV-2. 
Apesar de ser um vírus que se replica bastante, a produção 
de anticorpos contra HSV-2 é bem menor comparado à produção 
contra o HSV-1, por isso é mais difícil controlar as infecções HSV-2. 
 Herpes neonatal: imaginemos uma gestante que foi 
infectada pelo parceiro e outra na qual houve reativação da HSV-2 
que ela já tinha (devido ↓resposta imune local no início da gravidez). 
 
Leonan José – T5 
 ALEX – MICROBIOLOGIA – BBPM V 
 No segundo caso, por ser uma reativação e a mãe já ter uma 
resposta imunológica contra o vírus, a chance de transmissão é bem 
menor (cerca de 1%). Por outro 
lado, no primeiro caso, onde a 
gestante foi infectada pelo parceiro, 
a chance de transmissão neonatal é 
de 25 a 50%. 
 O herpes neonatal 
apresenta-se com lesões na face, 
cabeça, tronco, etc. e ainda pode 
causar encefalite. As lesões 
regridem com tratamento, por isso, o mais preocupante é a encefalite. 
 
PAPILOMA 
 O vírus papiloma humano pertence à família 
Papillomaviridae, não são envelopados, logo, seu material genético é 
protegido apenas por proteínas (proteína L1). Existe uma enorme 
gama de tipos de vírus papiloma humano, classificados 
numericamente. Esse vírus está relacionado com a possibilidade de 
desenvolvimento de carcinomas, especialmente na região cervical. 
 
 As lesões em forma de verruga acontecem devido o arranjo 
mostrado abaixo, onde há maior replicação do vírus na parte superior 
(uma tentativa de ficar mais exposto e ser transmitido) e, de baixo 
para cima, tem-se as células basais, os estratos espinhosos, os 
estratos granulares e o estrato córneo (mais resistente/duro). Essas 
verrugas podem aparecem em qualquer região do corpo, mas é muito 
comum em pescoço, axilas e região genital 
 
 Replicação: ao invadir o epitélio, o vírus causa tanto o 
aumento de sua replicação quanto ↑número de células no local, 
aumentando o tamanho da verruga rica em vírus. A replicação pode 
levar tanto a um estado de latência quanto a uma estado de lesão 
constante, formando verrugas ou condilomas. 
 Curso natural da doença: indivíduos costumam entrar em 
contato com esse vírus no início da adolescência (por ser o início da 
vida sexual ativa) e pode ser que haja o clearence (eliminação total 
do vírus), porém, na maioria das vezes, o vírus se replica e, com o 
passar dos anos, o número de vírus no corpo diminui. Porém, quando 
o número chega em um estágio em que permanece constante, há 
maior chance de aparecimento de tumores (o potencial oncogênico 
depende do tipo de HPV). 
 A carcinogênese induzida por HPV está associada com as 
proteínas E6 e E7 (oncoproteínas) porque elas promovem o 
desequilíbrio entre duas rotas importantes de supressão de tumores 
(Rb e p53). O desequilíbrio leva a instabilidade genética na célula 
infectada e, ao acontecer isso, há imortalização da célula (por 
alteração no ciclo celular) e ela se torna altamente replicativa. 
 
 Além disso, sabe-se que o material genético desses vírus 
podem facilmente se integrar e quebrar o material genético da célula, 
excluindo a proteína E2 (controla a produção de E6 e E7), logo, E6 e 
E7 são expressas em abundância. 
 Epidemiologia e transmissão: existem +100 diferentes 
tipos de HPV, sendo a maioria associados aos tumores benignos 
(verrugas). A transmissão é por contato direto ou indireto. O HPV é a 
DST mais comum entre jovens adultos sexualmente ativos (cerca de 
90% da população jovem adultajá foi exposta ao HPV). Existe uma 
fase latente/subclínica que é bastante duradoura (pode durar de 6 
semanas a anos). O HPV é a 2ª maior causa de mortalidade em 
mulheres dentre 25-49 anos. 
 
HPV e câncer 
→ Os tipos de HPV que possuem forte associação com o 
desenvolvimento de neoplasias são: 16, 18, 31 e 45. 
→ Carcinoma de colo de útero e ânus relacionados a HPV 
demoram de 10 a 15 anos para se desenvolverem 
→ Câncer de cabeça e pescoço costuma ocorrer em homens +50 
anos usuários de álcool e tabaco 
→ Pode haver desenvolvimento de neoplasias de orofaringe por 
contato orogenital em indivíduos <40 anos. É causado pelo HPV 
16. Possui risco maior de desenvolvimento em indivíduos com 
histórico sexual com 6 ou mais parceiros, 4 parceiros com sexo 
oral e homens com maior precocidade sexual 
→ O HPV 16 e 18 estão relacionados com câncer de colo de útero 
e suas verrugas são conhecidas como “crista de galo”. Fatores 
que ↑potencial carcinogênico: número elevado de gestações, 
uso de contraceptivos orais, tabagismo, HIV, outras ISTs. 
 
Sinais clínicos 
Verrugas comuns Verrugas planares 
 
 
 
 
Leonan José – T5 
 ALEX – MICROBIOLOGIA – BBPM V 
Diagnóstico 
→ Vírus não é cultivável em cultura celular, mas é possível fazer 
reação em cadeia de polimerase (PCR) para determinar se é 
HPV e qual o tipo de HPV. 
→ Preferencialmente, é feito a citopatologia (Papanicolau) 
 
Tratamento 
→ Na maioria das vezes, o desaparecimento das verrugas é 
espontâneo, mas pode levar meses ou anos. Faz-se intervenção 
quando as lesões são dolorosas ou volumosas 
→ A remoção pode ser física (remoção por crioterapia, 
eletrocauterização, excisão com alça diatérmica e laser) ou 
química (podofilina, ácido tricloroacético) 
→ Carcinomas cervicais: remoção cirúrgica + radio/quimioterapia 
 
Prevenção 
Cuidado e vacinação. As vacinas foram dadas incialmente 
para meninas de 12 a 13 anos (antes do início da vida sexual ativa). 
Possuem 90% de eficácia. Possuem praticamente as mesmas 
partículas do vírus, menos seu material genético.

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