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Julia Paris Malaco Infecção urinaria na gravidez A ITU corresponde à infecção de qualquer região do urotélio, presente na uretra, na bexiga, na próstata e no rim. É uma das infecções mais frequentes em adultos na atenção primária à saúde (APS), tendo ficado atrás apenas de infecções das vias aéreas superiores não especificadas e amigdalites como motivo de prescrição de antimicrobianos em unidades de saúde da família em um estudo brasileiro, em que foi responsável por 13,3% das prescrições de antimicrobianos. Gestante são mais suscetível às infecções urinárias: Estase urinária e o refluxo vesicoureteral, favorecidos pela ação miorrelaxante da progesterona e pela compressão mecânica do útero sobre os ureteres Alterações físico-químicas da urina, como aumento do conteúdo de glicose, aminoácidos e vitaminas na urina, favorecendo um meio propício ao crescimento bacteriano Imunidade celular diminuída na gravidez. O diagnóstico é realizado quando se identificam sintomas urinários associados à bacteriúria, como: disúria, urgência miccional, polaciúria, urgeincontinência, hematúria ou desconforto suprapúbico. Sua incidência estimada é de 1 a 2% das gestantes. A ITU na gravidez pode se manifestar de três maneiras: Bacteriúria Assintomática Infecção do trato urinário baixa (Cistite) Infecção do trato urinário alto (pielonefrite) Bacteriuria assintomática (BA) “Infecção de urina sem sintomas” Julia Paris Malaco Etiologia é semelhante à cistite e pielonefrite (predomínio de gram negativo) Diferença: melhor defesa do paciente e menor capacidade de adesão da bactéria no urotélio. Bacteriúria em mulheres assintomáticas é definida como o isolamento da mesma bactéria em duas amostras consecutivas de urina, em contagens de105 UFC/ml. Tratar BA diminui o índice de infecções sintomáticas? Tratar BA diminui o índice de recorrência de infecções? Tratar BA diminui o índice de ITU complicada? NÃO Na população geral não se deve tratar BA o Exceções: gestantes e pacientes eu serão submetidos a procedimentos urológicos invasivos (em que sangramento mucoso é esperado) o Tratamento é o mesmo para cistite ITU baixa – cistite “Inflamação/infecção da bexiga” Bactérias conseguiram ascender à bexiga, fizeram lesão tecidual ponto de gerar sintomas, mas não conseguiram ascender ao trato urinário superior Sintomas: Os sintomas típicos são disúria, aumento da frequência e urgência urinária, noctúria, desconforto suprapúblico, hematúria macroscópica e urina turva também costuma ocorrer. Febre ou dor em flanco sugere um quadro mais alto (cistite associada à pielonefrite) Diagnostico: Embora o padrão-ouro de qualquer ITU seja a urocultura, cistites não complicadas podem ser tratadas apenas com base na história clínica. Urina 1: leucocitúria, nitrito +, hematúria (30%) Tratamento: Antibióticos utilizados: Sulfametoxazol + trimetoprim (Bactrim), quinolonas (ciprofloxacino, ofloxacino, levofloxacino – apenas guiado por urocultura) por 3 dias; Nitrofurantoína ou betalactâmicos (amoxicilina, cefalexina) por 5 a 7 dias; Fosfomicina, em dose única; Cistite complicada ou recorrente – 7 dias de tratamento ITU alta – pielonefrite Infecção aguda, geralmente bacteriana, dos rins e pelve renal Classificação: não complicada (trato urinário estruturalmente e neurologicamente normal) e complicada (anormalidades funcionais ou estruturais do trato urinário – presença de cateteres vesicais e cálculos urinárias) Microorganismo mais comum nas pielonefrite – Escherichia Coli Via mais comum de contaminação renal – via ascendente, a a partir da uretra Sintomas: A síndrome clássica de pielonefrite envolve alguns dias de dor progressiva nos flancos, fadiga, febre, prostração e possivelmente náuseas e vômitos, geralmente precedida ou acompanhada de sintomas de cistite Diagnostico: Combinação de dados clínicos e laboratoriais – urina 1 + urocultura; CT de vias uriárias – falência terapêutica ou suspeita de abcesso ou obstrução Tratamento oral x venoso: Plano deve ser individualizado, levando em consideração a gravidade da doença, a presença de náuseas e vômitos, o estado basal do paciente, o suporte clínico em casa e a possibilidade de seguimento médico. Julia Paris Malaco o Gestante, doenças graves, imunodeprimidas, suspeita de abcesso, obstrução ou cálculo, crianças e homens, ausência de terapia oral adequada, condições inadequadas para o tratamento domiciliar, má aderênica medicamentosa – internação hospitalar + antibioticoterapia venosa. o Escolha do antibiótico - Como os resultados da urocultura + antibiograma demoram alguns dias, o tratameto da pielonefrite é geralmente é empírico, com base na farmacocinética e na susceptibilidade esperada dos microorganismos locais. Para todos os pacientes é essencial atividde contra os bacilos gram (-) comuns e, para aqueles com ITU complicada ou terapia antimicrobiana recente, é necessário cobrir também os gram (+) e gram (-) resistentes. escolha do melhor antibiótico – individualizado. Regimes parenterais pielonefrite: o Ceftriaxone 1g - 12/12h o Piperacilina-tazobactam 3,375g - 06/06h o Ticarcilina-clavulanato 3,1g - 06/06h o Cefepime 1g - 12/12h o Meropenen 1g - 08/08h o Imipenen 500mg - 06/06h Tempo padrão de tratamento: 14 dias; Infecções muitos graves, com sepse ou no spacientes com fatores complicadores, a terapia deve ser prolongada por até 21 dias
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