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13/04 ATD2 - Ginecologia Climatério: Evolução biológica da mulher: - Infância: desde o nascimento até os 9 a 10 anos de idade. - Puberdade: dos 10 anos aos 15 e 16 anos de idade. - Maturidade sexual: dos 16 anos até 40 a 45 anos de idade. - Climatério: longo período de evolução biológica de mulher que se situa entre os 40 até o 65 anos de idade. - Senilidade/ senectude: a partir dos 65 anos de idade. Definição: - Fase da evolução biológica da mulher, em que ocorre o processo de transição entre o período reprodutivo ao não reprodutivo da mulher. - Endocrinopatia caracterizada pela deficiência de esteróides sexuais, resultante da insuficiência ovariana secundária ao esgotamento folicular. Menopausa: - Men = mês/ pausas = cessação. - Menopausa não é um período, mas sim uma data. • É a última menstruação após 1 ano sem menstruar (diagnóstico retrospectivo). - É um epifenomeno dentro do longo período que é o climatério. ‣ Idade média: 49 anos. ‣ Prematura: antes dos 40 anos. ‣ Tardia: após aos 55 anos. - Cada uma delas tem suas vantagens e desvantagens. Um dos poucos fatores que pode mudar a data pre determinada da menopausa é o cigarro (diminui os folículos ovarianos), a não ser uma causa cirúrgica. - Aspectos conceituais: • Menopausa: é a última menstruação após 1 ano sem menstruar. • Pré-menopausa: antecede a menopausa. • Perimenopausa: período que antecede e sucede a menopausa. • Pós menopausa: precoce (1 a 2 anos) ou tardia (após 2 anos). Catarina Alipio XXII-B Página 1 Climatério 13/04/2021 13/04 ATD2 - Ginecologia Expectativa de vida da mulher: - Aumentou muito durante o correr dos anos. - Expectativa de vida: 75 anos. • Japonesa: 84 anos. - Período entre 1980 e 2000 D.C: período de 20 anos. • População > 60 aos aumentou 57%. • População > 80 anos aumentou 68%. - BRASIL: expectativa de vida. • 1980 = 64,6 anos. • 2000 = 71,7 anos. - A mulher vai viver por um longo período da sua vida com deficiência hormonal (menopausa). Ou seja, o fato de ela ter uma maior expectativa de vida (viver por mais tempo), faz com que ela viva em menopausa por mais tempo. Etiopatogenia: - População folicular: vai diminuindo gradativamente durante a evolução da mulher. • 20 semanas = 7 milhões. • Nascimento = 2 milhões. • Puberdade = 300 mil. • 40 a 45 anos = 8 mil (quando entra na menopausa). ‣ Perda por ciclo = 1000 folículos. - Falência ovariana natural leva à: • Insuficiência gametogênica. - Redução gametogênica —> diminuição da inibina e aumento do FSH —> crescimento folicular anormal (ação apenas estrogênica) —> disovulia (ovulação imperfeita - diluindo o nº de ovulações no período de 1 ano) —> anovulação. • Insuficiência hormonal pro falta de progesterona, estrogênio (folículos < 10.000) e do androgênio. Catarina Alipio XXII-B Página 2 13/04 ATD2 - Ginecologia Quadro clínico: A deficiência desses hormônios pode levar à um QC extremamente variável. - Podem ter mulheres que não apresentam nenhum desses sintomas. SINTOMAS VASO-MOTORES: • Extremamente incidentes (65 a 75%). • 80% resolvem-se espontaneamente no tempo de 1 ano. • Acontece pois existe uma relação anatômica íntima entre neurônios hipotalâmicos produtores de GnRH e o núcleo hipotalâmico situado na região pré-óptica que integre com a produção de catecolaminas e todo o sistema opióide. • São as ondas de calor, fogachos… ALTERAÇÕES PONDERAIS: • Aumento de peso. • Deposição gordurosa mais na cintura pélvica. • Necessidade energética da mulher a medida que sua idade avança diminui cerca de 2% a cada década (= acúmulo de gordura). • Restrição natural à atividade física e consequente, menor gastos energético. - 23 e 50 anos - 2000 kcal. - 51 e 75 anos - 1600 kcal. ATROFIA DO EPITÉLIO VAGINAL: • A vagina tem receptores estrogênicos, que diminuem com o tempo, que levam à atrofia do epitélio vaginal. • Veginite atrófica. Catarina Alipio XXII-B Página 3 - Vegetativos: • Vaso-motores. • Sudorese. • Palpitações. • Cefaleia. • Vertigens. • Opressão. • Zumbidos. - Metabólicos: • Osteoporose. • Aterosclerose. • Atrofia cutânea. • Artropatias. • Mialgias. • Obesidade. • Menstruação. - Psíquicos: • Irritabilidade. • ansiedade. • Depressão. • Nervosismo. • Insônia. • Libido diminuída. • Amnésia. • Melancolia. • Alzheimer (3X mais frequente na mulher em reação ao homem). 13/04 ATD2 - Ginecologia - Maior incidência de corrimento (pela Gardnerella). - Sangramento. - Dispareunia (de introdução - dor na penetração no inicio do ato sexual - pode diminuir a libido). - Infecção secundária. SISTEMA URINÁRIO: • Existem receptores de estrogênio no trígono vesical (2 meatos ureteres e meato interno) e uretra posterior. • Mulheres tem 3 esfíncteres retrais: interno, externo. • Síndrome uretral: aquela paciente que queixa-se de poliúria, polaciúria, sensação de esvaziamento incompleto. - É o mais frequente nesse período. • Incontinência urinária. • Maior frequência de infecções do TU. COLÁGENO: • Alterações da pele pela deficiência do estrogênio que leva à uma deficiência da proteína colágeno. - Diminuição da espessura e do grau de hidratação da pele levando à um envelhecimento cutâneo. • Alterações de pigmentação, manchas hipocrômicas, sardas e melasses. • Pelos sofrem alterações, com crescimento lento fino e menos denso. • Este colágeno também tem importância na manutenção da estática pélvica: a sua diminuição aumenta o risco de maior grau de prolapso genital. TECIDO ÓSSEO: • A medida que se tem uma diminuição do estrogênio (que possui receptores no tecido ósseo) há a diminuição da atividade do osteoblasto e aumento da atividade do osteoclasto que resulta em uma osteopenia e/ ou uma osteoporose. • Nós ginecologistas vamos fazer a prevenção e/ ou tratamento. FÍGADO: • Alteração da síntese proteíca com diminuição da proteína SHBG (ligado de androgênios), consequentemente tem mais androgênio livre. • Metabolismo lipídico: aumento do LDL e diminuição do HDL, leva à maior incidência de aterosclerose. - A mulher tem menos incidência de doença coronariana que o homem durante a menacme, após a menopausa, a incidência se iguala. SISTEMA VASCULAR: • Diminuição da vasodilatação: por diminuição de óxido nítrico, prostaciclina e prostaglandina E. Catarina Alipio XXII-B Página 4 Enfraquecimento dos esfíncteres por diminuição do estrogênio. 13/04 ATD2 - Ginecologia • Maior vasoconstrição: alterações nas células endotelinas, vasopressinas e tromboxano. • Maior formação de ateroma. - Aterosclerose importante!! • Hemocisteína. SISTEMA NERVOSO: • Controle da temperatura por sintomas vasomotores (ondas de calor importante pegando tronco e face, de seguido de sudorese profusa). - Sintomas vasomotores. • Alterações de humor. • Irritabilidade. • Insônia. • Depressão. • Alterações cognitivas. • Alzheimer. SEXUALIDADE: • No período de excitação, a resposta é mais esta, há a diminuição da congestão e diminuição da lubrificação vaginal • No orgasmo, diminui sua duração e mais rápidos, com menores contrações vaginais. • O retorno ao estado pré estimulatório é mais rápido, ausência de orgasmo múltiplos e maior intensidade da cistite DOENÇA INFLAMATÓRIA PERIODONTAL: - Maior incidência da doença inflamatória periodontal nesse período da evolução (climatério). - SEQUÊNCIA DO QUADRO CLÍNICO: pela deficiência desses hormônios (principalmente o estrogênio). • Fase precoce: primeiro ano de pós menopausa. - Distúrbios menstruais (disovulia —> não ocorre ovulação —> sem presença de progesterona - Distúrbios vaso motores. • Fase intermediária: 2 anos após a menopausa. - Distúrbios urogenitais. - Distúrbios sexuais. • Fase tardia: mais de 2 anos após a menopausa. - Distúrbios cardiovasculares.- Distúrbios ósseos. - Doença senil. Diagnóstico: - É clínico!! - mulher após 45 anos que deixou de menstruar, com sintomas vasomotores e típicos… - Laboratorial: • FSH (elevado). • Estradiol (baixo). Catarina Alipio XXII-B Página 5 13/04 ATD2 - Ginecologia - Exames complementares: deve ser feito até os 70 anos de idade. • Rastreamento das neoplasias: - Mama. - Ovário. - Endométrio (dá sangramento pós menopausa). - Colo do útero (diminui a incidência). - Intestino. • Avaliação cardiovascular. • Função hepática e renal. • Metabolismo ósseo (densitometria óssea): perda discreta (osteopenia) ou uma perda maior (osteoporose). • Hematologia. • Endocrinopatias (TSH - hipotireoidismo incidente nessa faixa etária). Terapia hormonal: - O grande problema era a insuficiência de produção hormonal e já que a maior parte dos sintomas é decorrente dessa disfunção hormonal, nada mais coerente fazermos então uma terapia hormonal. Histórico: - 1942 - FDA liberou o uso de estrogênios conjugados para tratar os sintomas vasomotores. - 1960 - apologia da reposição hormonal (Wilson, R - “Feminina para sempre") - Década de 70 - começaram a observar que a terapêutica estrogênica levava a um aumento de CA de endométrio. - Década de 80 e 90 - reposição hormonal e proteção cardiovascular. - Década de 90 - verificaram o risco aumentado de CA de mama. - 1988 - estudo HERS. - 2000 - estudo Nerse’s Helthy Study. - 2002 - apareceu um trabalho chamado WHI, verificando o impacto da reposição hormonal nas mulheres em várias doenças. - 2003 - Mllion Women Study. Objetivos: ✓ Correção da disfunção menstrual. ✓ Aliviar sintomas de climatério. ✓ Melhorar trofismo urogenital. ✓ Aumentar o colágeno da pele. ✓ Melhorar a sexualidade. ✓ Preservar a massa óssea. ✓ Previnir doença cardiovascular (??). ✓ Mantenha da função cognitiva. ✓ Prevenir Alzheimer. Catarina Alipio XXII-B Página 6 13/04 ATD2 - Ginecologia Terapêutica estrogênica: - Ação no SNC: • Aumenta as catecolaminas e serotonina (melhora depressão). • Aumenta a acetil-colina (melhora memória). • Melhora sintomas vasomotores e libido. • Prevenção de Alzheimer. - Crescimento neuronal. - Acetil-colina. - Beta amilóide. - Fluxo sanguíneo. - Ação no tecido ósseo: • Ação direta: diminuindo a atividade dos osteoclastos e aumentando a atividade dos osteoblastos, e indução da expressão da osteoprotegerina (OPG). • Ação indireta: - Citocinas: moduladores da remoção óssea. - Sistema de sinalização intracelular. - Modulador da reabsorção e indutor da formação. - Redução de fraturas (em 5 anos): 90% de coluna vertebral e 50% de colo do fêmur. - Benefícios lipídeo-dependentes: • Diminui o colesterol total, eleva o HDL (por bloqueio da lipase hepática), diminui o LDL e diminui a apolipoproteina (A). • Para cada elevação de 10 mg/dl de HDL, diminui em 42% o risco e coronariopatia. • Progestagênio (dependência do grau de androgenicidade do hormônio). - Benefícios não lipídeo-dependentes: • Metabolismo glicídico: diminuição da resistência à insulina. • Endotélio: - Presença de receptores estrogênicos. - Vasodilatação (aumento da prostaciclina e óxido nítrico). - Inibição das endotelinas. • Marcadores inflamatórios: diminuem. - Redução do PCR, diminuição de substâncias relacionadas à adesão molecular. Vias de administração da reposição hormonal: • Via oral. • Via trasndérmica. • Via intramuscular. • Via subcutânea. • Via vaginal. I. Via oral: • Vantagens: mais difundida, maior aceitação, regula LDL/ HDL. • Desvantagens: primeira passagem hepática, intolerância e níveis séricos irregulares. Catarina Alipio XXII-B Página 7 13/04 ATD2 - Ginecologia II. Via transdérmica: • Vantagens: evita primeira passagem hepática, intolerância oral, TGL e níveis séricos constantes. • Desvantagens: intolerância cutânea e custo. Esquemas terapéuticos: - Estrogênio isolado: • Vantagens: - Ausência de sintomas (sem pausa). - Ausência de progestagênio. - Diminuição da mastalgia (cíclica). • Desvantagens: - Mulher que tem útero não vai pode usar estrogênio isolado, pois com o decorrer dos anos vai aumentar a incidência de hiperplasia e neoplasia de endométrio. • Estímulo endometrial. • Estrogênio sem antagonização da progesterona. - Estrogênio e progestagênios cíclicos (com interrupção): • Vantagens: - Estímulos rítmicos aos endométrio. • Desvantagens: - Na pausa ela tem sintomas. - 60 a 80% delas vão menstruar (sangramento de deprivação). - Tensão pré menstrual. - Estrogênio contínuo e progestagênio cíclico: • Vantagens: - Estímulos rítmicos ao endométrio. - Ausência de sintomas na pausa. • Desvantagens: - Sangramento de deprivação quando interromper o progestagênio. - Estrogênio e progestagênio contínuos: • Vantagens: - Ausência de sintomas (sem pausa). - Proteção endometrial. - Evita sangramento cíclico. - Doses menores de progesterona. • Desvantagem: - Maior tempo de progestagênio. Progestagênios isolados : Em pré menopausa, associar a estrogênio em pacientes com útero. - Objetivos: • Regularizar o ciclo menstrual. - Mulher na pré menopausa (perimenopausa) que está com alterações dos ciclos menstruais (por não ovulação cíclica —> útero fica só sob estímulo do estrogênio —> prolifera muito e Catarina Alipio XXII-B Página 8 13/04 ATD2 - Ginecologia quando ovula e tem progesterona descama de forma abundante) mas sem sintomas vaso motores. • Efeito anti proliferativo do endométrio. - Mulheres que ainda tem útero, temos que entrar com progestagênio devido ao risco de câncer de endométrio. - Nas histerectomizadas: • Antecedente de endometriose. • Cancer de endométrio (estadio 1). - Desvantagens: • Antagoniza acoes benéficas do estrogênio. • Aumento do LDL e diminuição do HDL. • Vasodilatação coronariana. • Doença de Alzheimer. • Proliferação ductal da mama. • GABA - agonista (sonolência e depressão). Androgênios: - Indicações: • Menopausa cirúrgica. • Diminuição da libido. • Osteoporose não responsiva. • Alterações de pele. - Metil testosterona 1,25 a 2,5 mg/ VO/ dia. - Decanato de nandrolona 25 mg/ IM/ mês (Deca-Durabolin). - Quando se tem uma resposta sexual hipoativa: • Uso transdérmico. - Testosterona 3 mg/ ml. - Penetrava 1ml. - Uso diário em pele glaba. Contraindicações da terapia de reposição hormonal: - Absolutas: • Doença trombo embólica aguda. • Doença hepática severa ativa. • Câncer hormônio dependente. - Relativas: • Tromboembolismo venoso prévio. • Doença coronariana estabelecida. • Hipertensão arterial. • Diabetes mellitus. • Mioma uterino e endometriose. • Colecistopatia. • Lúpus eritematoso sistêmico. • Antecedente familiar de câncer de endométrio e mama. Catarina Alipio XXII-B Página 9 13/04 ATD2 - Ginecologia Tibolona: - Derivado da C-19-Nortestosterona. - Ação estrogênica, progestagênica e androgênica (< SHBG). - Não estimula o endométrio 910% sangramento). - Efeito sobre risco de fratura não estabelecido. - Ação anti proliferativa e pró apoptótica sobre a mama. Produtos farmacêuticos disponíveis: Trabalhos da literatura: Terapia hormonal e mama: • Estrogênio e progesterona = ação proliferativa nos ductos mamários. • Hormonioterapia combinada = risco maior de CA de mama. • Terapêutica combinada = aumento risco relativo do CA de mama invasor. • Ciclos ovulatórios = mutações de células epiteliais dos ductos mamários. • Maior densidade = maior dificuldade de interpretação da mamografia. Terapia hormonal e endométrio: • Estrogênio isolado = maior risco de hiperplasia e CA de endométrio. Catarina Alipio XXII-B Página 10 13/04 ATD2 - Ginecologia • Associação com progestagênios = diminuição do risco relativo. Prevenção primária de doença cardiovascular:- Nurses Health Study (2000): • 70.533 enfermeiras pós menopausa com terapia hormonal. • 20 anos de seguimento. • Risco relativo de eventos coronarianas de 0,61 (IC-95% 0,52-0,71), ajustado para fatores de risco. Prevenção secundária de doença cardiovascular: • HERS: Heart and Strogen/Progestin Replacement Study. • Desenho de estudo: prevenção cardiovascular secundária. • 2763 mulheres com doença CV. • 1382 pacientes em placebo. • 1380 pacientes em EEC 0,625 mg + Ac. Mdroxiprogesterona 2,5 mg/ dia. • Risco aumentado de doença coronariana. Estudo WHI: Women’s Health Iniciative. - Estudaram o controle de doenças de maior impacto na mortalidade entre mulheres americanas: doença cardiovascular, câncer de mama, câncer cólon-retal e a osteoporose. - Foi o maior estudo retrospectivo, duplo cego, placebo controlado e aleatório. - Objetivos primários: • Doença coronariana, sua taxa de mortalidade. • Incidência do CA de mama invasivo. - Objetivos secundários: • Fraturas vertebrais e de fêmur. • CA de cólon-retal. • CA do endométrio. • Eventos tromboembólicos. • AVCs. • Efeito sobre a saúde global. - Estudaram 27348 mulheres submetidas à terapia hormonal: • Grupo 1: 16608 mulheres com útero intacto. - 8506 em uso de estrogênio conjugado 0,625 mg/dia + Ac. Mdroxiprogesterona 2,5 mg/dia. - 8102 em placebo. - Interrompido com 5,2 anos. • Grupo 2: 10739 mulheres histerectomizadas. - Em uso de estrogênio conjugado 0,625 mg/. - Placebo. - Estudo até 7 anos. Catarina Alipio XXII-B Página 11 Grupo estrogênio/ progestagênio: 13/04 ATD2 - Ginecologia - Estrogênio: • Não houve risco aumentado para CA de mama e doença coronariana. • Houve risco aumentado para tromboembolismo e AVC. - Considerações sobre o estudo WHI: • Único regime terapêutico. • Única associação estroprogestativa. • Única via. • Início terapia. ‣ Idade média: 63, 2 anos. ‣Hipertensas: 35,7%. ‣ Tabagistas: 50,4%. ‣Obesas: 34,0%. ‣Antecedente de CA de mama: 16,0%. Terapia hormonal: para onde vamos? - Estrogênios em baixa dose. - Evitar progestagênios. • Esquema cíclico ocasional. • DIU liberador de progesterona. - Início precoce: janela de oportunidade. - Tempo curto de terapia hormonal. - Novos estudos com novas vias. - Novos estudos com novos fármacos (SERMs). - Associação de fármacos. - Seleção adequada e seguimento rigoroso. - Seleção de pacientes com testes genéticos. Consenso: - “A terapia hormonal deve ser iniciada apenas para o alívio da sintomatologia climatérica, com a menor dose que seja eficaz e durante o menor tempo necessário, devendo ser interrompida após o alívio assintomático, não devendo ser indicada para prevenção primária ou secundária das doenças cardíacas coronarianas ou outras acoes preventivas de longo prazo”. Fitohormônios e Fitoestrogênios: Fitoestrogênios: - São macromoléculas encontradas em certas plantas que apresentam estrutura semelhante ao estradiol, podendo exercer ação estimulatória sobre os receptores estrogênicos. - Grupos de fitoestrogênios: • Isoflavonas: soja, lentilha, ervilha. • Lignanas: linhaça, cereais integrais, frutas. • Coumestanas: broto de feijão, alfafa, soja. • Flavanóides: maçã, pera, cenoura, uva. Catarina Alipio XXII-B Página 12 13/04 ATD2 - Ginecologia Soja: - BRASIL: • 22% da produção mundial. • Segundo produtor mundial. • 7% da produção mundial para alimentação. Isoflavonas: - Atividade preferencial para receptores beta estrogênicos. • Receptores beta: TUG, vasos, ossos e pulmões. • Receptores alfa: mama, útero e fígado. • Receptores alfa e beta: sistema nervoso e ovários. - Melhora sintomas vasomotores e sintomas vegetativos. • 120 mg de isoflavona = 0,625 mg de estrogênio conjugado. • Presente em 25% das japonesas e 18% das chinesas: 39 a 47 mg de isoflavona/ DIA. • Presente em 85% das norte americanas e 80% das europeias: 1 a 3 mg de isoflavona/ DIA. - Melhora do tecido ósseo: • Grande consumo. • Maior DMO. • Diminui atividade do osteoclasto e aumenta a atividade do osteoblasto. • Preservação da massa óssea. - Posologia: 50 a 100 mg dia isoflavona/ DIA. • 150 mg de soja = 60 mg de isoflavona. • Trifolium pratense L (red clover): Catarina Alipio XXII-B Página 13 Conteúdo de isoflavona de alguns alimentos de soja: 13/04 ATD2 - Ginecologia • Cimicífuga racemosa L. • Clycine max L merr. Fitoestrogênios: - Atividade 100 a 1000 vezes menor que o hormônio endógeno. • Menacme - ação antiestrogênica receptores. - Metabolismo: • Ingestão. • Bactérias intestinais. • Hidrólise das glicosídicas. • Absorção. • Proteínas carreadoras. • Pico plasmático (5 a 9 horas). • Sítios de atuação. • Conjugação hepática. • Excreção fecal. - Em 199, a Food and Drug Administration (FDA) reconheceu a eficiência da proteína de soja (25 mg/dia) em reduzir o colesterol plasmático e consequentemente o risco de doenças coronarianas. - Mama e fitoestrogênios: • Relação inversa entre a ingestão de soja e rico de CA de mama. • Ligação de receptores estrogênicos. • Inibição da tirosinoquinase. • Supressão da angiogênense. • Efeito antioxidante. • Imunomodulação (IL-6). - Orientações: as isoflavona não são um substituto da terapia hormonal, algumas mulheres possuem necessidades específicas, apenas encontradas na terapia hormonal. - Considerações finais: recomenda-se que usuárias de isoflavona tenham o mesmo cuidado no rastreamento do CA ginecológico que as mulheres que fazem uso de estrogênio. 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