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MANUAL IMUNOLOGIA COMPLETO- SISTEMA IMULOGICO

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Sistema Imunológico: 
 
- Imunidade: Proteção contra doenças, principalmente 
infecciosas. 
 
- Sistema imunológico: Constituído por células e moléculas 
responsáveis pela imunidade. 
 
- Resposta imunológica: Resposta coletiva e coordenada a 
substâncias estranhas. 
 
- Substâncias não infecciosas podem desencadear respostas 
imunológicas. 
 
- Resposta imunológica (definição mais abrangente): Reação a 
componentes de microrganismos, bem como a macromoléculas, 
como proteínas e polissacarídeos, e a pequenas substâncias 
químicas que são reconhecidas como elementos estranhos, 
independentemente das consequências fisiológicas ou 
patológicas dessa reação (denominadas respostas autoimunes). 
 
- Imunologia: estudo da resposta imune nessa acepção mais 
ampla e dos eventos celulares e moleculares que ocorrem após 
um organismo entrar em contato com micro-organismos e 
outras macromoléculas estranhas. 
 
 
 
 
1 
 
Tipos de Imunidades 
 
Imunidade Natural ou inata: É a resposta inicial contra 
microrganismos invasores, composta por barreiras físicas (como 
epitélio e secreções) que participam ativamente do processo 
imunológico, pois quando são ultrapassadas por patógenos 
produzem uma série de citocinas e mediadores inflamatórios 
que auxiliam no combate. 
As células que fazem parte dessa imunidade são: 
neutrófilos, macrófagos e natural killer. 
É uma resposta inespecífica, ou seja, reconhece grupos 
de microrganismos, logo possui limitada capacidade de 
reconhecer antígenos diferentes. 
As células da imunidade inata possuem receptores de 
PAMP, que quando reconhecem geram uma resposta 
imunológica. Esses receptores podem ser do tipo TOLL-LIKE, 
SCAVENGER, LECTINA TIPO C. 
Quando as barreiras físicas e químicas são ultrapassadas 
por patógenos, elas produzem citocinas que atraem os 
neutrófilos. Essas células reconhecem o PAMP dos 
microrganismos através do receptor Toll-like, ocorrendo a 
ativação da via NFKAPPAB induzindo a fagocitose. 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
Imunidade Adquirida: Acontece em momentos 
posteriores, caso a imunidade inata não contenha a infecção. 
É específica e as células que fazem parte são: linfócitos, 
macrófagos e Natural Killer. 
A imunidade adquirida tem seu mecanismo de 
reconhecimento de patógeno através do complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC). 
Existem dois tipos de MHC: 
MHC I: Está presente em quase todas as células, e está 
associado ao linfócito CD8 e a citotoxicidade. Sua estrutura é 
composta com uma fenda ligadora de peptídeos (onde os 
antígenos de ligam) e uma estrutura fixadora, que fixa o MHC na 
membrana das células. 
 
Fonte: Abbas 8°edição 
3 
 
 
 
 
 
 
 
Como ocorre a apresentação de antígenos por meio do 
MHC I: O microrganismo infecta o macrófago. Dentro do 
macrófago, ele produz algumas proteínas que são degradadas 
pelo proteassoma. Os fragmentos são inseridos ativamente pela 
proteína TAP no reticulo endoplasmático onde o MHC I está 
situado, logo esses fragmentos se ligam na fenda ligadora. 
Depois o MHC I juntamente com os fragmentos do invasor vão 
para o complexo de Golgi, e posteriormente são exocitados para 
fora, ficando na membrana da célula, dentro de vesículas. A 
partir daí, o invasor está exposto para ser reconhecido. 
 
MHC II: Presente em macrófagos, células dentríticas e 
linfócitos B. Sua estrutura é semelhante a do MHC I, porem ele 
possui duas estruturas fixadoras. 
 
Como ocorre a apresentação de antígenos através do 
MHC II: 
 
Fonte: Google Imagens 
4 
 
 
 
 
 
Anticorpos: 
 
Anticorpos são proteínas usadas pelo sistema 
imunológico para identificar e neutralizar corpos estranhos como 
bactérias, vírus ou células tumorais. Um anticorpo reconhece um 
alvo específico, o antígeno, presente nas células estranhas ao 
organismo. 
Tipos de anticorpos: 
 
→ Imunoglobulina A (IgA): Predominante em secreções como 
saliva, lágrima, leite, mucosas do trato gastrintestinal, trato 
respiratório e geniturinário. 
→ Imunoglobulina D (IgD): É encontrado no sangue em 
concentrações baixas. 
Macrofago reconhece o 
antígeno
Ativação do citoesqueleto do 
macrofago e emissão dos 
pseudopodes 
Formação do fagossomo, 
interiorização do antígeno 
Fusão do fagossomo 
com lisossomo para que 
as lizosima degradem os 
antígenos
Os fragmentos do patógeno 
caem no MHC II e são 
exocitados para que haja a 
apresentação. 
Fonte: Google Imagens 
5 
 
→ Imunoglobulina E (IgE): Presente em baixas concentrações, 
esse tipo de imunoglobulina é encontrado na superfície dos 
mastócitos, eosinófilos e basófilos, sendo muito importante no 
combate a parasitas helmintos e também às reações alérgicas. 
→ Imunoglobulina G (IgG): Esse tipo de imunoglobulina é 
produzido em larga escala, assim que ocorre o reconhecimento 
do antígeno, sendo ele o responsável pela memória específica 
contra determinado antígeno. 
→ Imunoglobulina M (IgM): Imunoglobulina encontrada 
principalmente no meio intravascular, sendo um tipo de 
anticorpo produzido em grandes quantidades nas fases iniciais 
das doenças. Também pode ser encontrada na superfície dos 
linfócitos B, realizando a função de receptor de antígenos. 
 
 
 
6 
 
Citocinas: 
 
Citocina é um termo genérico empregado para designar 
um extenso grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais 
entre as células durante o desencadeamento das respostas 
imunes. 
 
Funções: 
 
▪ Regular a duração e intensidade das respostas especificas; 
▪ Recrutar células efetoras para as áreas onde se desenvolvem 
respostas e induzir a geração e maturação de novas células a 
partir de precursores. 
 
Propriedades: 
 
▪ Pleiotropismo: Efeitos múltiplos sobre mais de um tipo 
celular. 
▪ Redundância: Ocorre quando duas ou mais citocinas 
apresentam a mesma ação. 
▪ Sinergismo: Citocinas diferentes apresentam efeitos 
potencializados quando atuam juntas. 
▪ Antagonismo: Citocinas que apresentam efeitos contrários. 
 
Citocinas da imunidade inata: 
Células produtoras - macrófago e NK. Atuação - processo 
inflamatório. Ex: TNF, IL-1, quimiocinas, IL-12, IL-6 e IL-8. 
 
7 
 
Citocinas na imunidade adquirida 
células produtores - linfócitos Atuação - crescimento e ativação 
dos linfócitos. Ex: IL-2, IL-4, IL-5, interferon gama. 
 
8 
 
Resposta TH1 e TH2 
 
A célula apresentadora de antígeno apresenta um antígeno para 
o Linfócito TCD4, que se diferencia em TH1 ou TH2, de acordo 
com o tipo de infecção. 
 
TH1: Esse tipo de resposta é ativado por uma infecção 
intracelular, no qual a célula apresentadora de antígeno é 
infectada. Para que ocorra essa resposta, é necessária a presença 
de algumas citocinas, como IL-12, INTERFERON e IL-18. 
 
Amplificação da resposta: A célula apresentadora de antígeno 
apresenta o antígeno para o Linfócito TCD4, ao mesmo tempo 
em que faz isso, produz interferon, que estimulam o linfócito 
TCD4 a se diferenciar em TH1. Quando ele vira TH1, produz IL-12, 
que se liga no próprio TH1, estimulando agora a produção de 
interferon pelo TH1 também. 
 
Porque é necessário ter interferon? O interferon estimula a 
produção de proteassoma, tap, e MHC1, estruturas que são 
essenciais para o desenvolvimento de uma resposta th1. 
 
Ativação clássica do macrófago: 
 
9 
 
O macrófago apresenta o antígeno para o linfócito TCD4. Ao 
mesmo tempo produz interferon para que o linfócito TCD4 se 
transforme em TH1. Quando ele vira TH1, produz interferon para 
ativar o macrófago, que agora é capaz de produzir moléculas 
reativas para eliminar o microrganismo que estava no seu 
citoplasma. 
 
RESPOSTA TH1 NO MACRÓFAGO CAUSA: 
 
- Produção de radicais livres. 
- Produz TNF, IL-12, IL-1. 
- Aumenta a expressão de MHC, CD3 e CD28. 
 
 
TH2: É uma resposta ativada por uma infecção extracelular e 
helmintos. 
Induz a produção de IL-4. 
 
De onde vem o IL-4? A presença do helminto estimula a 
degranulação de mastócitos, basófilos e eosinófilos, nos seus 
grânulos contem IL-4, que se liga ao TH2,estimulando a 
produção de mais IL-4, e IL-5, IL-13. 
 
● IL-4: Induz a produção de anticorpos, impede a produção 
de TNF, estimula a ativação alternativa do macrófago. 
 
● IL-13: Age no LB, estimulando a produção de IGE. 
 
● IL-5: Estimula migração e ativação de eosinófilos. 
 
 
10 
 
● IL-4 e IL-13 estimulam a motilidade do TGI e secreção de 
muco. 
 
● Ativação alternativa do macrófago: 
 
TH2 libera IL-4 e IL-13 no macrófago, que começa a liberar PDGF 
e FGF, estimulando uma cicatrização. 
 
 
 
SISTEMA COMPLEMENTO: 
 
● É um conjunto de proteínas plasmáticas, produzidos por 
diversos tipos celulares (hepatócitos, macrófagos, e células 
epiteliais do intestino) que constitui uma importante parte do 
sistema imunológico. Existem três Vias de ativação: via clássica, 
alternativa e de lectinas. 
● Via clássica: É a via mais eficaz do sistema complemento. É 
necessária a presença de um anticorpo para a ativação dessa via. 
● Via alternativa: É a via mais rápida, pois há ativação direta da 
proteína C3. Não é necessário anticorpo. 
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● Via das lectinas: Contra fungos. 
 
 
 
 
COMBATE A BACTÉRIAS 
INTRACELULARES: 
 
As bactérias intracelulares possuem baixa capacidade de 
reprodução, pois a alta reprodução causa morte celular, ficando 
expostas ao sistema imunológico. 
 
São infecções lentas, e geralmente a célula infectada fica viva. 
 
Como o microrganismo invasor está no interior da célula, ficam 
inacessíveis a fagocitose da células de defesa. 
 
Fonte: Google Imagens 
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 Essas baterias causam danos teciduais diretos ou indiretos na 
célula, levando a uma morte celular. O tipo de resposta que se 
desenvolve é a TH1. 
 
COMO OCORRE: 
O microrganismo intracelular infecta uma célula, e logo depois o 
neutrófilo e macrófago tentam fagocitar o microrganismo, 
porém ele está protegido dentro da célula infectada, ou seja, 
macrófago e neutrófilo tem insucesso na sua fagocitose, 
perdendo sua função. 
 
Quando o macrófago perde sua função, ele produz algumas 
citocinas anti-inflamatórias, como TGF e IL-10, que são 
ativadoras da resposta TH2, que é uma resposta inadequada 
para esse tipo de microrganismo, já que anticorpos não 
conseguem chegar até eles. 
 
Com o passar do tempo, as células infectadas passam a alterar 
suas proteínas de membrana, ocorrendo o aparecimento da 
célula natural killer, que possui a capacidade de reconhecer a 
célula infectada, promovendo morte celular. 
 
ISSO OCORRE? 
A célula natural killer possui proteínas em sua superfície que 
reconhecem uma célula infectada. Ela possui dois grupos de 
proteínas importantes: Perforinas e Granzimas. A Perforina 
perfura a membrana celular da célula infectada, para ser 
injetado a Granzima, que destrói o DNA da célula, causando 
morte. Quando a célula é morta, o antígeno é exposto, 
macrófago reconhece, apresenta para o linfócito TCD8, que sai 
rastreando todas as células infectadas por esse microrganismo. 
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O linfócito TCD8 utiliza outro mecanismo de defesa: FAS/FAS 
LIGANTE. 
 
O fas da célula infectada se liga ao fas ligante do CD8, ativando a 
via das caspases, que rompem as mitocôndrias, liberando 
radicais livres que matam a célula. 
 
 
 
 
 
 
 
INFECÇÃO CONTRA VÍRUS E 
FUNGOS: 
 
FUNGOS: 
Fonte: Google Imagens 
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Os fungos têm capacidade de reprodução intra e extracelular, 
portanto desenvolve respostas TH1 e TH2. 
De início, a primeira célula que chega para tentar eliminar o 
fungo é o neutrófilo, que tenta fagocitar e morre degranulando. 
Quando ele morre, TNF, IL-1, e IL-12, estimulando uma resposta, 
inicialmente TH1. O neutrófilo sozinho, não consegue eliminar o 
fungo. A segunda célula que chega é o macrófago, que tem alta 
capacidade fagocitária. Macrófago estimula a produção de TNF e 
IL-12, potencializando ainda mais a resposta TH1. O fungo 
estimula a produção de IL-10, que estimula a resposta TH2. 
A resposta TH1 é desenvolvida no sítio de infecção e a TH2 à 
distância. 
15 
 
VÍRUS: 
 
Vírus são microrganismos intracelulares obrigatórios, logo são 
eliminados por um tipo de resposta TH1. Quando há uma 
infecção viral, as células apresentadoras de antígenos começam 
a aumentar a expressão dos seus receptores Toll (7,9,11), que 
estão nos fagolisossomos dos macrófagos, pois ele apresenta o 
antígeno para o linfócito TCD8. Então, o macrófago utiliza o 
MCH1 para apresentar o antígeno para TCD8, e aumenta a 
expressão dos receptores Toll, para quando o microrganismo cair 
no fagossomo ele consiga apresentar também para o linfócito 
TCD4. 
A célula dentrítica também está no sítio de infecção. Ela é 
infectada e se desloca para os linfonodos para apresentar o 
antígeno para o linfócito B, logo no sítio de infecção tem uma 
resposta TH1 e à distância tem TH2. 
Th2 produz anticorpos, que opsonizam a célula infectada para 
facilitar o reconhecimento e ação do linfócito TCD8, no qual 
mata a célula infectada por apoptose. (fas/fas-ligante). 
 
 
 
 Fonte: Google Imagens 
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INFECÇÃO EXTRACELULAR: 
 
Esses microrganismos têm capacidade de reprodução 
extracelular. Causam dano celular, que pode ser direto ou 
indireto. 
Dano celular direto: Param o metabolismo celular humano 
(através das toxinas), danificam a membrana plasmática das 
células, causam deficiência no suprimento de energia. 
Dano indireto: Indução da morte celular e infecção, migração de 
leucócitos e estresse oxidativo. 
 
 Os principais mecanismos de combate de bactérias 
extracelulares são: 
● Ativação do sistema complemento 
● Fagocitose 
● Ativação de fagócitos e inflamação. 
 
 
Hipersensibilidades: 
 
TIPO 1: A presença do alérgeno faz com que seja produzido IGE, 
que se liga ao mastócito estimulando a degranulação. Seus 
grânulos contem histamina, causando vasodilatação. Em todo o 
nosso corpo tem receptores de histamina, que podem ser de 
dois tipos, H1 e H2. 
Os receptores H1 estão presentes no SNC, e quando a histamina 
se liga causam broncoconstriccao e reduz a força de contração 
dos batimentos cardíacos. 
Os receptores H2 causam aumento da produção de HCL, e 
aumento da força de contração do coração. 
 
17 
 
O tipo de resposta é TH2 e o dano é indireto. 
 
 
 
 
 
TIPO 2: Em uma condição de hipersensibilidade tipo 2, a célula 
dentrítica fagocita uma célula sadia, degrada essa célula, 
seleciona proteína D3 (proteína que faz parte da estrutura do 
desmossomo) e apresenta para o linfócito TCD4, que produz 
citocinas estimuladores do Linfócito B, produzindo anticorpos 
contra essa estrutura. 
Quando o anticorpo se liga a proteína D3, ela é destruída e o 
desmossomo perde sua função, causando acantose. 
O dano é direto. 
 
 
 
 
 
 Fonte: Google Imagens 
18 
 
TIPO 3: Quando uma célula está morrendo, ela produz corpos 
apoptóticos, que funcionam como PAMP para o macrófago 
reconhecer. Quando ele fagocita essa célula, ele degrada e fica 
com algumas proteínas. Por razão desconhecida, ele apresenta 
essas proteínas para o linfócito B, que produz anticorpos contra 
a célula que foi apresentada. A partir daí toda célula igual à que 
foi apresentada ao linfócito B que morre, libera seu DNA que se 
liga ao anticorpo, formando um imunocomplexo que fica 
circulando no corpo, e onde para ativa o complexo de ataque à 
membrana, causando danos INDIRETOS. 
 
 
TIPO 4: A célula dentrítica, por razão desconhecida, fagocita uma 
célula sadia, apresenta para cd4 e cd8 que faz citotoxicidade, 
matando essas células. Causa dano direto. 
 
 
 
 
 
 
 
Imunologia da cárie: 
 
A cárie tem uma relação de profundidade e seriedade: quanto 
mais profunda a cavidade, maiores e mais espessos os túbulos 
dentinários. 
● Fatores essenciais para a formação da cárie: 
1- Hospedeiro (dentes) 
2- Microbiota (microrganismos cariogênicos) 
3- Dietas (rica em carboidratos, frequentemente). 
19 
 
 
 
 
 
● Fatores de risco: 
 
1 - Fatores retentivos, por exemplo: cálculo, restaurações mal 
adaptadas, aparelho ortodônticos.2- Dietas cariogênicas (rica em açúcar, por exemplo). 
3- Fatores modificadores (renda, escolaridade, classe social...). 
4- Microbiota. 
 
Fisiopatologia da cárie: 
Quando o PH da cavidade oral chega a 5,5, o dente 
desmineraliza. (Ocorre a perca dos cristais de hidroxiapatita.) A 
saliva possui um mecanismo tampão, que regula o PH. Quando o 
PH volta ao seu valor normal, o dente remineraliza. (Ocorre à 
Fonte: Google Imagens 
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formação de novos cristais de hidroxiapatita.) A alta quantidade 
de ciclos de mineralização e remineralização aumenta a 
possibilidade do individuo desenvolver cárie. 
A cárie se torna mais severa quando chega à DENTINA. A 
presença do microrganismo toca os odontoblastos e ativa os 
receptores TOLL 2 ou TOLL 4. 
TOLL 2 : Induz os odontoblastos a produzirem TGF-beta e IL-10, 
que induz a produção de dentina terciária ou esclerosada. 
(Dentina reparadora.) 
TOLL 4 : Ativa a via NFKB, que induz os odontoblastos a 
produzirem MMP, que degrada o colágeno da dentina. (Colágeno 
tipo I e III). 
 
 
 
 
Imunologia da doença pulpar: 
 
À medida que os Microrganismos entram na cavidade 
cariogênica, liberam toxinas que quando chegam à polpa, 
causam uma inflamação, denominada pulpite. A via NFKB está 
ativada, produzindo IL-1 e TNF, que são citocinas pró-
inflamatória, causando vasodilatação e dor. 
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Outras citocinas produzidas durante a resposta inflamatória da 
polpa são: IL-6 e IL-8, presentes na resposta TH1, que é danosa a 
polpa. 
 
PULPITE: 
 - Reversível: dor leve e induzida. Citocinas presentes: IL-6, IL-8 e 
IL-10. 
Tratamento: capeamento pulpar com hidróxido de cálcio. 
- Irreversível: Dor moderada e pulsátil. (Citocinas presentes: IL-6, 
IL-8 e IL-10). 
- Necrose: ausência de dor e citocinas. 
 
Imunologia da doença periodontal: 
 
Em condições dentro da normalidade, a gengiva e o periodonto 
sempre estão inflamados, porém minimamente, devido à 
presença constante de microrganismos. 
Entretanto, a alta quantidade de microrganismos faz com que se 
acumulem toxinas nos espaços periodontais, e essas toxinas 
induzem a produção de: 
-TNF (causa vasodilatação) 
- IL-1 (aumento do fluido gengival e migração de leucócitos) 
Além disto, as toxinas ativam a via alternativa do sistema 
complemento, causando quimiotaxia. 
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Chega um momento que as células de Langherans (que estão no 
epitélio da gengiva) passam a fagocitar as toxinas liberadas pelos 
microrganismos e apresentar pro Linfócito CD4, que produz 
citocinas (TNF, IL-1, IL-6) que estimulam a chegada dos 
macrófagos, criando um quadro de gengivite. Somente com a 
escovação, esse quadro passa, pois o fator que estava 
estimulando (microrganismos) é retirado. 
Quando a inflamação chega ao osso alveolar, o quadro evolui 
para periodontite. 
O sistema imune desenvolve as duas respostas: TH1 e TH2, 
entretanto são ineficazes. 
O linfócito TCD4 produz citocinas IL-18 e IL-17, que induzem a 
resposta TH18 e TH17 e juntos vão potencializar a resposta th1 e 
th2. 
Os osteoclastos e fibroblastos produzem o RANKL. O macrófago 
tem receptor RANk. O RANKL se liga ao RANK do macrófago. 
Vários macrófagos ligados a rankL viram um OSTEOCLASTO, que 
passa a reabsorver o osso alveolar. Nesse momento, ocorre a 
perca das estruturas de suporte do dente. 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
Tratamento: Raspagem supra e subgengival. 
Após a raspagem, os leucócitos produzem: TGF-beta e IL-10 que 
produzem colágeno para gengiva e ligamento periodontal. Além 
disto, o TGF-beta produz OPG (estimula o osteoblasto a 
depositar osso, inibe o rankL e os osteoclastos já formados). 
 
 
 
 
Imunologia da exodontia: 
 
Principais motivos para exodontia: 
Fonte: Google Imagens 
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1- Cárie dentária (devido à extensão e profundidade) 
2- Doença periodontal 
3- Trauma (Quando o trauma chega à raiz, é necessário 
exodontia.). 
 
Acontecimentos celulares e imunes: 
Toda exodontia gera traumas, pois é um procedimento invasivo 
que leva a morte de várias células e formação de microfraturas. 
A primeira célula que chega ao sítio de exodontia é o mastócito 
que irá degranular liberando histamina, causando vasodilatação, 
permitindo a chegada de neutrófilos, que irão fagocitar células 
mortas e ligamentos periodontais arrancados. 
O neutrófilo tem vida curta, morre rapidamente, liberando TNF e 
IL-1 beta, que induzem a chegada dos macrófagos. 
Macrófago se liga ao RANKL produzido pelas células do tecido 
conjuntivo. Vários macrófagos ligados a vários RANKL viram um 
osteoclasto. O RANKL ativa a via NFKB do osteoclasto, fazendo 
com que ele expresse seu receptor CD68 (scavenger.). 
O osteoclasto agora é capaz de reconhecer os osteócitos (que 
estão no osso) em apoptose. 
Para chegar até o osteócito, o osteoclasto tem que reabsorver o 
osso alveolar. Por isso, ele libera duas enzimas: INOS (micro 
fragmentação do tecido ósseo) e TRAP (desmineralização), para 
auxiliar nessa reabsorção. 
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Depois da fagocitose do osteócito, osteoclastos liberam OPG 
(inibição do osteoclasto) e BMP (faz com que o osteoblasto 
deposite osso) 
30 dias depois o alvéolo já está remodelado. 
 
 
 
 
Imunologia da Disfunção 
temporomandibular: 
 
Mastócito libera 
histamina, 
permitindo a 
chegada de 
neutrofilos 
Neutrofilo libera 
citocinas que induzem a 
chegada dos macrófagos 
Macrófagos se 
transformam em 
osteoclastos e fagocitam 
osteócitos em apoptose
Após a fagocitose do 
osteócito é liberado OPG E 
BMP
30 dias após a 
exodontia alveolo está 
remodelado. 
26 
 
Segundo a Academia Americana de Dor Orofacial, a DTM é 
definida como um conjunto de distúrbios que envolvem os 
músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) 
e estruturas associadas. 
Dentre os sintomas mais frequentes estão: dor facial, dor de 
cabeça, zumbidos e até dores refletidas em dentes. 
 
 
 
 
 
 
Uma das causas da DTM é o apertamento dentário. Durante a 
compressão exacerbada ocorre a lesão do disco articular. Na 
articulação temporomandibular não há presença de mastócitos, 
mas contém condrócitos e condroblastos, responsáveis pelo 
início da inflamação articular. Devido à compressão, produzem 
TNF e IL-1 (causam vasodilatação e dor). 
Fonte: Google Imagens 
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Se o nível de TNF e IL-1 permanecerem alto, os condrócitos e 
condroblastos passam a produzir: 
● COX-2, IL-6 e INOS (causam vasodilatação e edema). 
● MMP -9 (degrada cartilagem) 
 
Tratamento: analisar fator etiológico, confecção da placa oclusal 
e nimesulida. 
Se não for tratada, a disfunção passa a ser exacerbada, pois 
ocorre a chegada dos neutrófilos, ampliando a produção de 
INOS, que gera o aumento da produção de óxido nítrico, e esse 
ciclo vicioso culmina na alta quantidade de óxido nítrico, que 
ocasiona a morte de condrócitos e condroblasto. Ocorre então o 
ressecamento da cartilagem. 
É necessário a medicação e tratamento mais complexo nesses 
casos. 
 
 
Oncogênese: 
Câncer: é uma doença que causa lesão no DNA e leva a uma 
superprodução de células. 
Essa lesão no DNA causa uma MULTAÇÃO no genoma. 
Entretanto, o organismo tem enzimas que reparam o erro. 
(Exemplo: P53) 
Porém, o acúmulo de erros genéticos impede a ação da enzima, 
e a multação passa a ser genômica. 
28 
 
A segunda tentativa do organismo de reparar os erros genéticos 
é através da ativação das vias de apoptose (para matar as células 
malignas), entretanto, a mutação do genoma suprime esses 
genes de apoptose. 
 Se o erro genético chegar na região do gene que transcreve 
citocinas inflamatórias, ocorre o aumento da produção de IL-10. 
IL-10: cicatrização – aumento de células malignas. 
- Reprodução das células malignas: 
 
 
Oncogenes produzem 
oncoproteinas 
As oncoproteinas 
utilizam qualquer 
citocina para se 
reproduzirem
As células 
malignas induzem 
as células 
adjacentes aproduzirem 
citocinas 
Oncoproteinas 
aumentam a taxa 
de apoptose e 
bipartição. 
Ocorre 
proliferação de 
células com erros 
geneticos 
29 
 
As oncoproteinas aumentam os receptores das células malignas, 
assim elas se ligam a uma maior quantidade de citocinas, 
possibilitando uma maior multiplicação. 
 
Biologia do crescimento tumoral: 
Ocorre em três fases: 
1- Transformação (Quando passa a ser uma célula maligna) 
2- Crescimento 
3- Invasões de tecidos adjacentes 
4- Metástase 
 
TRANSFORMAÇÃO: 
Começa com a exposição a fatores de risco. (A mutação genética 
é acumulativa) 
 CRESCIMENTO: À medida que o tumor vai crescendo, a massa 
tumoral vai aumentando. (e começa a atingir outros tecidos). 
As células centrais da massa tumoral são AUTÓCRINAS 
(alimentam-se das citocinas que elas mesmo produzem) e as 
células periféricas são JUSTÁCRINAS ( alimentam-se das citocinas 
do meio.). Numa mesma massa tumoral, tem células diferentes. 
30 
 
 
A massa tumoral produz MMP (metaloproteinases de matriz) 
que matam células sadias, que quando morrem liberam citocinas 
(que são utilizadas para o crescimento da massa tumoral.). 
As células centrais da massa tumoral produzem: 
 
✓ IL-6 Angiogênese (formação de 
✓ IL-10 vasos sanguíneos.)Ficam ao redor do 
✓ VEGF tumor, nutrindo ele. 
✓ FGE 
 
 
31 
 
A massa tumoral passa a produzir MMP em alta quantidade, que 
perfuram os vasos sanguíneos. Caem células malignas na 
corrente sanguínea ou linfática, ocorrendo metástase. As células 
malignas vão se acumulando até formarem um trombo, que 
obstrui os vasos sanguíneos, perfura e se alojam no tecido 
conjuntivo. 
 
Referências: 
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. H. I. V. Imunologia 
celular e molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo - Patologia. 8. ed. Rio de Janeiro: 
Gen, Guanabara Koogan, 2011. 
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N.; MITCHELL, R. N. 
Robbins. Patologia básica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

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