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1
PASTAGENS: IMPLANTAÇÃO, MANEJO E RECUPERAÇÃO
Ano 4 no 2 agosto/2020
MÓDULO 3
Pastagens: 
implantação, manejo e recuperação
Embrapa
Juiz de Fora, MG
2020
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Gado de Leite
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
Carlos Renato Tavares de Castro
Ano 4, nº 2, agosto / 2020 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx... [et al.]. - 
 Juiz de Fora : Embrapa, 2020. 
 17 p. : il. color. ; 29 cm x 27 cm.
 ISBN 
 
 
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Gado de Leite
© Embrapa 2020
Unidade responsável pelo conteúdo
Embrapa Gado de Leite 
Comitê de Publicações de Embrapa Gado de Leite
Presidente
Pedro Braga Arcuri
Secretária-executiva
Inês Maria Rodrigues
Membros
Cláudio Antônio Versiani Paiva, Deise Ferreira Xavier, Edna 
Froeder Arcuri, Fábio Homero Diniz, Fausto de Souza 
Sobrinho, Fernando César Ferraz Lopes, Francisco José 
da Silva Ledo, Frank Ângelo Tomita Bruneli, Jackson Silva e 
Oliveira, José Luiz Bellini Leite, Julieta de Jesus da Silveira N. 
Lanes, Letícia Sayuri Suzuki, Vilmar Gonçaga e Virgínia de 
Souza Columbiano Barbosa.
1ª edição
Unidade responsável pela edição
Embrapa Gado de Leite 
Coordenação editorial
Cláudio Antônio Versiani Paiva, Luiz Ricardo da Costa
Supervisão editorial
Cláudio Antônio Versiani Paiva, Luiz Ricardo da Costa
Adaptação de linguagem e conteúdo
Luiz Ricardo da Costa, Rita de Cássia Bastos de Souza, 
Cláudio Antônio Versiani Paiva, Vanessa Maia Aguiar de 
Magalhães e Rosangela Zoccal
Revisão editorial e organização
Rosangela Zoccal
Revisão Gramatical
Luiz Ricardo da Costa, Rita de Cássia Bastos de Souza
Adaptação pedagógica
Rita de Cássia Bastos de Souza
Normalização bibliográfica
Inês Maria Rodrigues (CRB 6/1689)
Projeto gráfico, editoração eletrônica e 
tratamento das ilustrações
Luiz Ricardo da Costa 
Colaboração
Marcelo Dias Muller, Carlos Augusto de Miranda Gomide, 
Domingos Sávio Campos Pacciulo
Equipe editorial
Cláudio Antonio Versiani Paiva, Luiz Ricardo da Costa, Rita 
de Cássia Bastos de Souza, Rosangela Zoccal, Vanessa 
Maia Aguiar de Magalhães 
Capa
Luiz Ricardo da Costa
Foto
Luiz Ricardo da Costa
 CDD 628.3 
Autor
Carlos Renato Tavares de Castro
Engenheiro agrônomo, D.Sc., pesquisador – Embrapa Gado de 
Leite, Juiz de Fora, MG
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Gado de Leite
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
O curso “Forrageiras para a produção de leite a pasto” aborda o planejamento forrageiro para a produção de leite, 
as diferentes espécies de capins para a formação dos pastos, a implantação e manutenção das pastagens e as dife-
rentes formas que o pasto pode ser manejado. Esses assuntos estão em quatro Módulos com os seguintes objetivos 
em cada um deles:
1 - Planejamento forrageiro.
O foco no primeiro Módulo é de oferecer conhecimento para que o aluno seja capaz de planejar as mudanças que 
devem ser realizadas na propriedade leiteira e atingir os objetivos propostos, começando com o levantamento das in-
formações disponíveis e o melhor sistema de produção de acordo com as condições disponíveis. Vai aprender como 
realizar o planejamento forrageiro para atender de forma adequada o rebanho leiteiro, incluindo os cálculos de consu-
mo de matéria seca de cada categoria e a área necessária de pastagem.
2 – Espécies de forrageiras.
No segundo Módulo, o foco do aprendizado é a avaliação das principais características agronômicas e nutricionais, 
como a produção de matéria seca, proteína bruta e digestibilidade de cultivares de gramíneas e leguminosas mais 
utilizadas, para a formação de pastagens nas diferentes regiões, incluindo algumas espécies de forrageiras de inverno 
e a palma forrageira. 
3 - Implantação e manutenção de pastagens
No Módulo 3, estão todas as recomendações e cuidados no momento da implantação da pastagem e manutenção para 
se obter um pasto produtivo por muitos anos. Estão também informações específicas sobre as sementes, o plantio, a 
adubação, o controle de plantas daninhas, de insetos-pragas e doenças.
4 - Manejo da pastagem
No Módulo 4, o foco do aprendizado é o manejo adequado da pastagem para rebanhos leiteiros, considerando os di-
ferentes sistemas de pastejo, a altura mais adequada de entrada e saída dos animais e as opções de aproveitamento 
do excedente de forragem.
Roberta Aparecida Carnevalli
FORRAGEIRAS 
PARA A PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO
Sumário do módulo 1 - Implantação da pastagem
Sumário do módulo 2 - Manejo das pastagens
Sumário do módulo 3 - Recuperação de pastagens degradadas
2. Estratégias para a recuperação de pastagens degradadas
1. Introdução
2.1 Recuperação direta de pastagens degradadas
2.2 Recuperação indireta de pastagens degradadas
3. A importância das leguminosas na recuperação das pastagens degradadas
4. Considerações finais
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PASTAGENS: IMPLANTAÇÃO, MANEJO E RECUPERAÇÃO
Módulo 3. Recuperação de pastagens degradadas
1. Introdução
Segundo estimativas da Embrapa, pelo menos metade dos 180 milhões de hectares de pastagens 
que o Brasil possui encontra-se em algum estágio de degradação, comprometendo diretamente a 
sustentabilidade da pecuária leiteira nacional.
Frequentemente tal processo de degradação não tem causa única e acomete de forma indiscriminada 
as pastagens de todos os estados brasileiros, comprometendo a exploração integral da capacidade 
forrageira dessas áreas, com evidentes reflexos na produtividade animal.
Há algumas situações em que os fatores que desencadeiam a degradação da pastagem estão 
relacionados a falhas no seu estabelecimento, como: uso de espécie/cultivar forrageira não adequada/
não adaptada ao solo/clima e objetivos da atividade pecuária; falhas no preparo e na adoção de práticas 
conservacionistas do solo; uso de técnicas não apropriadas para a semeadura, bem como aquisição de 
sementes de baixa qualidade.
Geralmente a causa primária do processo de degradação reside na percepção equivocada de alguns 
pecuaristas que não concebem a pastagem como sendo uma cultura semiperene que carece de 
periódicas adubações de manutenção/reposição. Outro fator diretamente envolvido nesse processo 
está relacionado às falhas de “manejo dos animais nas pastagens” (aqui restringimos essa 
expressão ao controle da pressão de pastejo por meio da regulação da entrada e saída dos animais nas 
pastagens), seja pela sobrecarga animal imposta ao pasto (superpastejo) ou pela sua baixa utilização 
(subpastejo), ambas práticas lesivas e com repercussões negativas sobre a persistência e longevidade 
das forrageiras no campo. As questões inerentes à adubação de manutenção/reposição e ao manejo 
das pastagens foram anteriormente abordadas no Módulo 2.
As pastagens quando não são submetidas a fertilizações periódicas, visando reposição dos nutrientes 
extraídos pelos animais durante o pastejo, tornam-se mais suscetíveis ao ataque de pragas e às doenças 
e essa situação é agravada quando são inadequadamente manejadas, compondo um somatório de 
fatores favoráveis ao processo degenerativo das plantas forrageiras que culmina com a degradação 
das pastagens.
O primeiro sintoma de degradação da pastagem é o declínio da sua produtividade, o qual pode ser mais 
ou menos acentuado conforme os fatores causais já elencados (adubação de manutenção/reposição e 
manejo) sejam mais ou menos negligenciados pelo pecuarista.
Muitas vezes o início do processo de degradação não é facilmente perceptível e daí advém a importância 
do monitoramento da Capacidade de Suporte (CS) da pastagem desde o seu estabelecimento. 
Recordando que a CS é uma medida do potencial produtivo da pastagem, definida como o 
número de Unidades-Animal que apastagem é capaz de comportar sem comprometer sua 
sustentabilidade nem o desempenho animal (vide Módulo 2), o monitoramento desse índice irá 
revelar precocemente os primeiros sinais da degradação pois se em anos consecutivos a CS (número 
de animais possível de ser mantido na pastagem) for declinando, essa será uma forte evidência de sua 
degradação. Após a detecção desses primeiros sintomas, caso não sejam tomadas medidas corretivas 
em caráter emergencial, a degradação irá acentuar, havendo surgimento de áreas de solo descoberto e 
elevação do percentual de plantas invasoras, já comprometendo o desempenho animal em decorrência 
do decréscimo da produção forrageira.
Caso nenhuma medida corretiva seja adotada, o nível de degradação da pastagem irá acentuar cada 
vez mais, vindo a comprometer o componente edáfico, apresentando sinais evidentes de erosão e 
culminando, inclusive, em profunda degradação do solo, com o surgimento de voçorocas naquelas 
áreas mais declivosas. Quanto mais avançado for o estágio de degradação da pastagem, mais difíceis 
e laboriosas serão as operações necessárias à sua recuperação, demandando muito mais tempo e 
recursos financeiros dos pecuaristas.
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PASTAGENS: IMPLANTAÇÃO, MANEJO E RECUPERAÇÃO
2. Estratégias para a recuperação de pastagens degradadas
A RECUPERAÇÃO de uma pastagem degradada implica em proporcionar condições favoráveis ao 
restabelecimento da produção de forragem próximo ao potencial produtivo máximo da espécie forrageira 
prévia e originalmente implantada. É importante não confundir RECUPERAÇÃO com RENOVAÇÃO de 
pastagem, pois essa última intervenção implica na introdução de uma nova espécie/cultivar forrageira 
em substituição àquela anteriormente presente na pastagem que se encontra degradada. A REFORMA 
da pastagem é outro termo ambíguo que frequentemente gera dúvidas, sendo mais apropriado para 
caracterizar pequenas/médias e eventuais correções que por ventura se façam necessárias após o 
estabelecimento da pastagem.
No contexto do presente documento, iremos considerar somente a RECUPERAÇÃO da pastagem 
degradada, admitindo que o seu estabelecimento prévio tenha sido realizado com a espécie forrageira/
cultivar adequada às condições edafoclimáticas da região e aos propósitos da exploração pecuária.
A recuperação de uma pastagem degradada pode ser efetuada de FORMA DIRETA, envolvendo 
somente práticas mecânicas, químicas e agronômicas, sem cultivos intermediários; ou de FORMA 
INDIRETA, quando além das práticas mencionadas são adotados cultivos intermediários de espécies 
forrageiras de ciclo curto ou de lavouras graníferas anuais.
2.1 Recuperação direta de pastagens degradadas
Essa modalidade de recuperação apresenta menores riscos para o pecuarista e é a estratégia 
recomendada quando, além da baixa disponibilidade de recursos financeiros, há necessidade de 
reintegrar em curto prazo a pastagem já recuperada ao sistema produtivo.
Quanto mais avançado for o estágio de degradação da pastagem, mais profunda será a intervenção, 
requerendo maior número de operações mecânicas e resultando na elevação do custo final do processo 
de recuperação. A RECUPERAÇÃO DIRETA pode ser classificada conforme a intensidade das 
operações efetuadas na vegetação remanescente presente na pastagem degradada: sem eliminação 
da vegetação; com eliminação parcial da vegetação; com eliminação total da vegetação.
2.1.1 Recuperação direta de pastagens degradadas sem eliminação da vegetação
Estratégia recomendada para recuperar pastagens que ainda se encontram nos estágios iniciais da 
degradação, quando essa decorre principalmente, de falhas na reposição de nutrientes (adubação de 
manutenção deficiente ou inexistente) ou do manejo inadequado dos animais (superlotação). 
A pastagem deve ter sido anteriormente estabelecida de forma adequada, bem formada, com presença 
mínima de invasoras, sem áreas de solo descoberto, compactado e sem erosão. A recuperação 
consiste em poucas atividades e envolve operações simples, sem preparo prévio do solo, como a 
aplicação superficial a lanço de corretivos e fertilizantes, cujas doses devem ser calculadas com 
base na interpretação da análise química da fertilidade da área por profissional capacitado. Uma vez 
recuperada a pastagem degradada, é preciso fazer o ajuste da carga animal e adequação do sistema 
de manejo conforme a produtividade almejada.
2.1.2 Recuperação direta de pastagens degradadas com eliminação parcial da 
vegetação
Estratégia recomendada para recuperar pastagens que estejam em estágios intermediários de 
degradação, em decorrência principalmente, de falhas em seu estabelecimento e posteriores carências 
nutricionais advindas da adubação de manutenção deficiente/inexistente aliadas ao manejo inadequado 
dos animais (superlotação); nesses estágios de degradação é comum haver compactação do solo, cuja 
correção pode requerer o uso de implementos mais pesados (subsoladores) após prévia dessecação 
da massa forrageira. 
Naquelas situações em que não há compactação do solo é possível realizar o replantio direto da 
gramínea forrageira (a mesma espécie/cultivar originalmente estabelecida, misturada, ou não, a 
uma espécie de leguminosa forrageira herbácea que por ventura se deseje incluir na pastagem em 
recuperação) com o uso de semeadoras apropriadas. 
9
PASTAGENS: IMPLANTAÇÃO, MANEJO E RECUPERAÇÃO
2.1.3 Recuperação direta de pastagens degradadas com eliminação total da 
vegetação
Estratégia recomendada para recuperar pastagens que estejam em estágios avançados de degradação, 
quando já ocorre queda acentuada da produtividade forrageira, havendo grande incidência de áreas 
com solo descoberto e elevada ocorrência de plantas invasoras, com crescente expansão dos 
cupinzeiros e formigueiros; nessa situação, além da pastagem degradada, o solo também encontra-
se em acelerado processo de degradação, compactado, com baixa fertilidade, elevada acidez e 
progressiva erosão. Dado o estágio avançado de degradação, essa estratégia de recuperação requer 
investimentos mais vultosos por demandar operações mais complexas que envolvem o preparo total do 
solo e a fundamental adoção de práticas conservacionistas. A semeadura da mesma espécie/cultivar 
de gramínea originalmente estabelecida, misturada ou não, a uma leguminosa forrageira herbácea 
deve ser realizada imediatamente após o preparo da área utilizando equipamento adequado para tanto.
Essa técnica é indicada para a recuperação de pastagens que tenham atingido estágios mais avançados 
de degradação, com intenso decréscimo da produtividade forrageira. O método implica em eliminação 
total da vegetação remanescente e preconiza o plantio de uma cultura anual (forrageira e/ou granífera), 
intermediária, durante o processo de recuperação da pastagem degradada. 
Além de promover a elevação da fertilidade do solo, por meio da ação residual dos corretivos e adubos 
utilizados na cultura anual, essa técnica interrompe o ciclo de pragas, doenças e plantas invasoras 
ocorrentes nas pastagens, proporcionando também, diversificação produtiva na propriedade rural e 
mais eficiente utilização da mão de obra e equipamentos. 
Uma opção consiste em fazer nova semeadura da mesma espécie de gramínea forrageira anteriormente 
estabelecida (misturada, ou não, a uma espécie de leguminosa forrageira herbácea que por ventura 
se deseje incluir na pastagem em recuperação) com plantio simultâneo ou sequenciado de outra 
espécie forrageira anual (milheto, aveia, sorgo forrageiro, etc.) ou cultura granífera anual (milho, 
arroz, sorgo granífero, etc.), sistema que proporcionará amortização dos custos da recuperação da 
pastagem degradada, seja por meio da alimentação do rebanho com a forrageira anual ou por meio da 
comercialização dos grãos colhidos na lavoura. 
Outra opção consiste no plantio solteiro de uma cultura anual (milho, feijão, soja, etc.) com posterior 
semeadura da gramínea forrageira (misturada ou não, a uma espécie de leguminosa forrageira 
herbácea)por ocasião da sua colheita. Essa opção flexibiliza a semeadura da gramínea forrageira, que 
pode ser realizada após a colheita da lavoura no primeiro ano ou, com novos plantios, após sua colheita 
no segundo ou terceiro anos, conforme avaliação do pecuarista quanto às vantagens econômicas de se 
produzir grãos em detrimento da obtenção do produto animal por mais tempo.
2.2 Recuperação indireta de pastagens degradadas
O Nitrogênio é apontado como sendo o principal elemento responsável pela persistência e manutenção 
da produtividade das gramíneas forrageiras e considerando que uma das causas primárias que 
desencadeiam o processo de degradação das pastagens decorre de deficiências na reposição de 
nutrientes no sistema solo-planta, a inclusão de leguminosas forrageiras herbáceas em muito contribui 
para o êxito da recuperação de pastagens degradadas e a posterior preservação de sua produtividade.
As leguminosas são capazes de se associar a bactérias fixadoras de N atmosférico, disponibilizando 
esse nutriente no solo e tornando-o acessível às gramíneas constituintes da pastagem, contribuindo 
efetivamente para a maior disponibilização de massa forrageira de mais elevado Valor Nutritivo para os 
animais em pastejo.
3. A importância das leguminosas na recuperação de pastagens degradadas
10
PASTAGENS: IMPLANTAÇÃO, MANEJO E RECUPERAÇÃO
Apesar dos reconhecidos benefícios da associação das leguminosas forrageiras às pastagens, sua 
inclusão nos sistemas de produção animal ainda é limitada, embora haja evidências demonstrando 
recente aumento do interesse dos pecuaristas por esse tipo de consorciação. As demandas da 
sociedade contemporânea, nela incluso o setor produtivo, referentes à sustentabilidade econômica e 
ambiental, explicam parte dessa mudança, uma vez que a fixação biológica de Nitrogênio atmosférico 
pelas bactérias dos gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium em simbiose com leguminosas forrageiras 
atende à demanda pela redução dos custos de produção ao proporcionar uma fonte barata e eficiente 
desse nutriente para uso na recuperação de pastagens degradadas, contribuindo efetivamente para a 
posterior manutenção de sua produtividade.
Dentre os gêneros de leguminosas forrageiras tropicais o Stylosanthes sobressai por sua ampla 
adaptação às condições edafoclimáticas do Brasil, sendo aquele com maior número de cultivares 
consorciadas com pastagens; as espécies S. guianensis, S. capitata e S. macrocephala são as 
principais espécies com potencial de uso no País.
O Estilosantes Mineirão (S. guianensis) se destaca por seu vigor, sendo recomendado tanto 
para a recuperação de pastagens degradadas quanto para a formação de bancos de proteína. O 
Estilosantes Campo Grande (mistura varietal de sementes de S. macrocephala e S. capitata, 20% e 
80%, respectivamente) é a cultivar mais adotada e proporciona, além de melhoria no desempenho 
animal, a cobertura complementar do solo, contribuindo significativamente para reduzir suas perdas 
por processos erosivos. O Estilosantes Bela (mistura física, em igual proporção, de sementes das 
cultivares de Stylosanthes guianensis BRS GROF 1463 e BRS GROF 1480), com persistência média 
de dois anos nas pastagens, foi lançado pela Embrapa em 2019 e consiste em excelente opção para a 
melhoria do desempenho de bovinos.
Outra leguminosa com grande potencial forrageiro é o BRS Mandobi, primeira cultivar de amendoim 
forrageiro (Arachis pintoi) propagada por sementes, desenvolvida pela Embrapa, e que apresenta 
excelente capacidade de consorciação com gramíneas, elevado vigor e produtividade de forragem de 
alta qualidade.
A recuperação efetiva das pastagens depende da posterior continuidade da aplicação de práticas 
adequadas de manejo. 
O manejo apropriado às peculiaridades da espécie forrageira e condições edafoclimáticas, representado 
principalmente por período de descanso e ocupação dos pastos, acompanhados de resíduos de pastejo 
adequados, e da recomposição da fertilidade do solo, são fundamentais para o êxito do processo de 
recuperação da pastagem degradada e quando negligenciados conduzirão o sistema novamente ao 
processo de degradação.
Nas pastagens em recuperação se tem observado ao longo dos anos aumentos no teor de matéria 
orgânica dos solos e na cobertura vegetal da área, que garantem melhor aproveitamento da água, 
evitando a possibilidade de compactação e de erosão das áreas de pastagens, além de dificultar a 
infestação por plantas daninhas.
Uma vez recuperada, a pastagem submetida a manejo adequado, tanto da planta quanto do solo, pode 
persistir durante décadas, sem necessidade de reforma.
5. Considerações finais

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