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Vict�ria K. L. Card�so Distócias Introdução Trata-se da impactação óssea do diâmetro biacromial fetal entre o púbis e o promontório sacral materno, sendo uma das emergências obstétricas mais temidas e imprevisíveis do parto. Dificuldades no parto por fatores como: ● Canal: distócia de trajeto → parte mole e parte óssea. ○ Varizes. ○ Colo rígido. ○ Septo vaginal. ○ Condiloma... ● Força contrátil: distócia funcional → útero e musculatura abdominal e diafragmática. ● Feto: distócia fetal. Divisões da pelve: ● Pelve maior: porção integrante da cavidade abdominal. ● Pelve menor: ○ Estreito superior, médio e inferior. Fatores de risco: ● Peso adequado: 50%. ● Macrossomia fetal. ● Diabetes gestacional materno controlado. ● 1 ou 2 períodos de trabalho de parto prolongados. ● Gestação prolongada. ● Parto instrumentalizado. ● Trabalho de parto precipitado, induzido ou prolongado. ● Distócia de ombro em parto anterior. Distócia de ombro Ocorre quando há desprendimento cefálico sem progressão de desprendimento do diâmetro biacromial, após 60 segundos. Geralmente não ocorre a rotação externa espontânea e observa-se a “chubby face” (cabeça de tartaruga), mesmo bebês com peso adequado apresentam a face comprimida contra a vulva materna, com mento fixo e compressão das partes moles da face, que causam a impressão de gordura facial excessiva. Vict�ria K. L. Card�so ● A tração do polo cefálico e ou pressão fundida uterina é PROSCRITA, pois causará aumento da impactação óssea. Ajuda: solicitar ajuda, avisar a paciente, chamar a anestesia e a pediatria e controlar o tempo (30-60 seg para cada passo). Levantar as pernas: posição McRoberts (hiperflexão das coxas). Externa: pressão supra púbica externa (manobra Rubin I). Episiotomia: ampla. Retirar braço posterior. Toque: manobras internas. Alterar posição da parturiente: prece maometana. Importante: ● A gestante deve ser informada sobre a necessidade de manobras para retirada do bebê. ● Ampliar a equipe para atendimento da emergência (2 obstetras experientes para o manejo, equipe de enfermagem de apoio, neonatologista para atendimento do recém nascido e anestesiologista caso sejam necessários procedimentos mais invasivos). ● Após 60s do desprendimento cefálico, o assistente deve realizar a rotação externa da apresentação fetal (reconstituindo a rotação interna) e tracionar o polo cefálico com cuidado e firmeza, mantendo os parietais sob as palmas das mãos. ○ Essa tração não deve exceder em força se houver a percepção da real impactação óssea do biomaterial na pelve. - resolução da distócia em até 7 min - Correção de distócias: ● Aumentar o diâmetro ântero-posterior da pelve materna. ● Diminuir o diâmetro biacromial do feto. ● Alterar as relações entre a pelve materna e o biacromial fetal. ● Alterar as relações entre a pelve materna e o biacromial fetal. Manobras Manobra de Mcroberts + Rubin I ● McRoberts: As coxas são abduzidas e hiper-flexionadas para alargar a pelve e aplica-se pressão supra púbica auxiliar para rotacionar e desprender o ombro anterior. ● Rubin I: é feita pelo auxiliar que estiver no lado do dorso occipito fetal e deve ser Vict�ria K. L. Card�so realizada por 30 seg de forma contínua na diagonal, na tentativa de aduzir o ombro anterior. Caso não haja sucesso, mantém se a manobra por mais 30 seg em pulsos (como uma massagem cardíaca). ○ Essa manobra pode ser realizada com o punho fechado ou com a mão espalmada. Rubin II, Woods e Woods reversa: ● Rubin II: sempre considerar a partir da medida menos invasiva para a mais invasiva. ○ Colocam-se os dos dedos indicador e médio sobre a escápula posterior fetal, empurrado o concepto com o biacromial no diâmetro anteroposterior para um diâmetro oblíquo, com leve tração da cabeça simultaneamente para desprendimento. ● Woods: caso a manobra de Rubin II não dê certo, mantêm-se os dedos e os dedos indicador e médio da mão contralateral do assistente devem ser posicionados sobre a clavícula fetal, anteriormente, repetindo a tentativa de rotação. ● Woods reverso ou parafuso: se ainda assim não tiver sucesso, os dedos indicador e médio do assistente são colocado sobre a escápula fetal devem deslocar-se anteriormente sobre a clavícula ipsilateral e os dedos sobre a clavícula posterior devem deslizar para a escápula posterior, realizando a rotação no sentido inverso. Manobra de Gaskin: ● Muito eficaz para o aumento do diâmetro anteroposterior da pelve, além de permitir a mudança das relações entre os diâmetros fetais e maternos. ● Com a parturiente posicionada em quatro apoios, o assistente deve repetir a manobra de tração do polo cefálico para desprendimento. ● Resolve cerca de 80% das distocias. Posição de Running start: Vict�ria K. L. Card�so ● Caso não se resolva com as manobras anteriores, com a parturiente ainda em 4 apoios, pode-se solicitar que ela eleve e dobre o joelho do lado do dorso fetal, como a posição de corrida, o que maximiza a mobilidade da pelve. Manobra de Jacquemier: ● Ocorre a retirada do ombro posterior pode ser realizada com a parturiente em Gaskin ou em posição de litotomia e é realizada introduzindo-se a mão que se encontra no lado da face do feto na chanfradura sacrociática da pelve materna passando pela face e ventre fetal até alcançar o braço posterior. ● A mão fetal deve ser tracionada delicadamente passando pelo ventre e pela face fetal. Se nada mais der certo: ● Fratura de uma ou de ambas as clavículas fetais. ● Manobra de Zavanelli: cesariana para resolução da distócia → recoloca-se a cabeça fetal dentro do útero mediante anestesia geral. Há evidências de que além de 7-8 minutos para extração fetal, tem-se maior probabilidade de danos neurológicos permanentes para o feto, além do risco de óbito neonatal. Complicações de uma distócia de ombro: ● Complicações maternas: hemorragias, lesão de reto, laceração de vagina e de colo, atonia vesical, �ístula, rotura uterina, disjunção púbica e neuropatia femoral. ● Complicações fetais: escoriações, lesão plexo braquial, fratura úmero e clavícula, paralisia facial e do diafragma, sofrimento fetal, encefalopatia hipóxico isquêmica e óbito.
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