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Bactérias são organismos unicelulares procariontes , menores e menos complexos do que células eucarióticas. → não possuem núcleo definido nem organelas membranosas. TAMANHO → Uma célula bacteriana tem dimensões microscópicas que variam de 0,2 a 1,5 micras de diâmetros e de 1 a 6 micras de comprimento em média. MORFOLOGIA → COCOS: esférica: grupo homogêneo em relação ao tamanho, sendo células menores (0,2 a 1,5μm). - São as formas em que as bactérias se agrupam, os cocos são as células bacterianas com maior tendência ao agrupamento. → BACILOS: cilíndricas: forma de bastão, podendo ser longos ou delgados, pequenos ou grossos, extremidade reta, ou arredondada. - Os bacilos, ao contrário dos cocos, possuem poucos agrupamentos. → ESPIROQUETAS: são flexíveis e locomovem-se provavelmente às custas de contração do citoplasma → ESPIRILOS: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos. → VIBRIÕES: espirilos muito curtos, assumindo formas de vírgula. - As bactérias espiraladas nunca se agrupam, mas possuem características diferentes. ESTRUTURA CÁP�U�� → Polímero viscoso e gelatinoso situado externamente à parede celular, composto de polissacarídeo e/ou polipeptídeo. forma muco-(biofilme). → Protege a bactéria contra o sistema imune. FU�ÇÃO da cápsula → Proteção da célula bacteriana contra desidratação. → Aderência - auxiliam na ligação da bactéria à superfícies bióticas ou abióticas. → Proteção - resistência à fagocitose pelas células de defesa do corpo (fator virulência). → =>bactérias encapsuladas são mais VIRULENTAS do que são as não encapsuladas. PA���� CE����R → confere rigidez estrutural à célula. → proteção contra lise osmótica. → sítio receptor para proteínas e outras moléculas. → constituída de peptidoglicano. Parede celular Gram positiva → várias camadas de peptideoglicano (cerca de 90% da parede) → Ácido teicoico (polissacarídeo ácido com resíduo de glicerol fosfato) → coram de azul Parede celular gram negativa → poucas camadas de peptidoglicano (cerca de 10%) → membrana externa: uma bicamada lipídica assimétrica contendo proteína. A estrutura da superfície interna da membrana assemelha-se à membrana celular (camada de fosfolipídeos e lipoproteínas, ancorada ao peptideoglicano), enquanto a superfície externa é composta de moléculas de lipopolissacarídeo (LPS). → Substâncias de baixo peso molecular, como açúcares e aminoácidos, entram através de canais proteicos especializados da membrana externa, conhecidos como porinas. → O LPS da membrana externa, a endotoxina de bactérias Gram-negativas, é liberado somente durante a lise celular. Os principais componentes da molécula LPS são o núcleo polissacarídeo ligado ao lipídeo A e à longa cadeia lateral externa polissacarídica. → As cadeias polissacarídicas laterais das moléculas LPS estimulam a produção de anticorpos e correspondem aos antígenos somáticos (O) usados para sorotipagem de células Gram-negativas. → O lipídeo A é o componente molecular no qual reside a atividade endotóxica (Diarreia, vómitos, febre e choque potencialmente fatal). Por conta de sua composição, a membrana externa exclui moléculas hidrofóbicas e confere a bactérias Gram-negativas resistências a alguns detergentes que são letais para bactérias Gram-positivas → coram de vermelho ME��R��� �EL���� → São estruturas flexíveis, compostas de fosfolipídios e de proteínas. Observadas somente ao microscópio eletrônico e são estruturalmente semelhantes à membrana de células eucarióticas FU�ÇÃO → Tem como principais funções o transporte de nutrientes para dentro da célula e eliminação dos catabólitos. → Barreira de permeabilidade da célula que separa o citoplasma do ambiente, faz transporte passivo de pequenas moléculas: água, O2 e CO2. → Processos de obtenção de energia (para transporte de nutriente) → Respiração celular por transporte de elétrons. CO���N���ES ����P�A�MÁTI��� → CI���L���A : circundado pela membrana celular, é essencialmente um fluido aquoso contendo material nuclear, ribossomos, nutrientes, enzimas e outras moléculas envolvidas em síntese, manutenção celular e metabolismo. → NU���ÓID� O� GE���� BA���R�A��: (codificam funções vitais da célula) cromossomo bacteriano, DNA circular, dupla hélice, contém informações necessárias à sobrevivência da célula capacidade de replicação. Durante a replicação, a hélice de DNA se desenrola, e as duas células-filhas, produzidas por fissão binária, recebem uma cópia do genoma original. → P�A�MÍDE� : pequenas moléculas com fragmentos de DNA, circular menores que cromossomo, também podem se replicar. Genes não essenciais mas podem conferir vantagens seletivas (Ex: proporcionar resistência a antibióticos ou produção de toxinas). - Cópias de plasmídeos podem ser transferidas de célula para célula durante a fissão binária ou a conjugação. Vários plasmídeos diferentes podem estar presentes em células bacterianas individuais. → G�ÂNU��� DE RE���V� : podem estar presentes sob certas condições ambientais, geralmente aquelas desfavoráveis para o crescimento bacteriano. Esses grânulos, que podem ser compostos de amido, glicogênio, polifosfatos ou outros compostos, são frequentemente identificáveis pelo uso de corantes especiais. → RI���S��O� : toda a síntese protéica é realizada nos ribossomos. O ácido ribonucléico ribossomal (RNAr) está complexado com várias proteínas diferentes e compreende cerca de 80% do RNA da célula. Pequenas quantidades de RNA-transportador (RNAt) e de RNA-mensageiro (RNAm) compreendem o restante do RNA celular. Os ribossomos podem estar presentes no citoplasma ou associados à superfície interna da membrana celular. Durante o crescimento bacteriano ativo e a rápida síntese proteica, os ribossomos individuais estão unidos ao RNAm, formando longas cadeias chamadas de polissomos F�A��L�� → Os flagelos são geralmente mais longos do que a própria célula bacteriana e são compostos de uma proteína chamada flagelina. → Consistem de filamento, gancho e corpo basal. O gancho funciona como uma ligação entre o filamento e o corpo basal, este está ancorado na parede e na membrana celulares. → A posição na qual o flagelos estão inseridos na célula bacteriana varia e pode ser características de um gênero ou família. Bactérias móveis podem deslocar-se dentro de microambientes adequados em resposta a estímulos físicos ou químicos. → Função: locomoção através de movimentos rotatórios FÍM��I�S/PI�� → Apêndices finos e retos, semelhantes a fios de cabelo, chamados de pili ou fímbrias e constituídos de proteína pilina estão presos na parede celular de várias bactérias. → O número de pili em cada célula bacteriana varia muito. → São mais comuns em bactérias Gram-negativas e podem ter diferentes funções. → Pili F - transferência de material genético durante a conjugação EN�ÓS�O��S → Corpos dormentes altamente resistentes, são formados por algumas bactérias para garantir a sobrevivência durante condições ambientais adversas. Servem para garantir a sobrevivência da bactéria e não de reprodução. → Os únicos gêneros de bactérias patogênicas que formam endósporos são Bacillus e Clostridium. → São produzidos dentro das células bacterianas, mostram variações na forma, no tamanho e na posição no interior da célula-mãe. → São resistentes ao calor, desidratação, valores extremos de pH, radiação. → Quando os endósporos são reativados, ocorre germinação em três estágios: ativação, iniciação e crescimento. A ativação pode ocorrer em resposta a certos fatores, como: breve exposição ao calor, abrasão da capa do endósporo ou ambiente ácidos. Se outras condições ambientais são favoráveis, incluindo a presença de nutrientes adequados, pode ocorrer o início da germinação. O córtex e as capas do endósporo são degradados, a água é absorvida, o dipicolinato de cálcio é liberado, e o crescimento começa. O crescimento é um período de biossíntese ativa e termina com a divisão da nova célula vegetativa. → Os esporos produzidos por alguns actinomicetos filamentosos são diferentes de endósporos,sendo sua principal função está mais relacionada à reprodução do que à sobrevivência. CRESCIMENTO BACTERIANO → Aumento do número de indivíduos presentes na população bacteriana, depende da disponibilidade de nutrientes básicos para a divisão da célula bacteriana - COLÔNIA BACTERIANA. QU���� FA��� P���CI���� → FA�� LA�: a primeira corresponde a fase lag, durante a qual ocorre intensa atividade metabólica; contudo, as células não se dividem. Essa fase pode durar de alguns minutos a muitas horas. → FA�� LO� (ou exponencial): nesta fase se observa rápida divisão celular das células bacterianas sobreviventes e bem adaptadas, irão se reproduzir em grande escala, até colonizar todo o meio. → FA�� ES����ONÁRI�: ocorre quando a depleção de nutrientes ou os produtos tóxicos provocam uma diminuição no crescimento até que o número de células novas produzidas equilibra-se com o número de células que morrem resultado em um steady state (estado de equilíbrio). Essa fase pode permanecer em algumas horas, dias ou anos, dependendo das condições ambientais, havendo pouca competição não há motivos para crescer ou morte celular, podendo entrar em declínio a qualquer momento por algum fator desfavorável. → FA�� DE MO��� o� DE��ÍNI�: corresponde à fase final, caracterizando-se por um declínio no número de células bacterianas viáveis. REPRODUÇÃO BACTERIANA → As bactérias apresentam reprodução assexuada por fissão ou divisão binária. Ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma posterior divisão em duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito rapidamente quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20 minutos) → Outras formas de transferência de material genético entre as bactérias, classificadas como: - transformação - transferência de fragmentos livres de DNA de uma bactéria para outra do mesmo gênero - transdução - fragmentos de DNA carreados por bacteriófagos - conjugação - transferência de plasmídeo (DNA) através do pili NECESSIDADES NUTRICIONAIS → os nutrientes essenciais para o crescimento bacteriano devem estar presentes em um meio de cultivo e podem ser divididos em: - fonte de ENERGIA: compostos orgânicos, luz, composto inorgânicos. - fonte de CARBONO: bactérias autotróficas -> os autotróficos utilizam o CO2 como sua principal ou única fonte de carbono. bactérias heterotróficas - os heterotróficos utilizam compostos orgânicos como sua principal fonte de carbono, obtendo tais moléculas a partir do meio, ou ingerindo organismos autotróficos ou mesmo heterotróficos - fonte de NITROGÊNIO: é a parte essencial dos aminoácidos, que formam as proteínas. - Outros compostos: -Enxofre - é necessário para a biossíntese dos aminoácidos cisteína, cistina e metionina. - Fósforo - é essencial para a síntese de ácidos nucléicos e ATP - Magnésio - Ureia… CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS QUANTO A ATMOSFERA AMBIENTAL (necessidade de O2) → Anaeróbios estritos: Ex: Clostridium → Aeróbios obrigatórios: Mycobacterium → Aeróbios facultativos: a maioria das bactérias → Micro aerófilo: baixa concentração de O2. → Anaeróbio aerotolerantes: toleram O2 assim como sua ausência CLASSIFICAÇÃO CONFORME A EXIGÊNCIA DE TEMPERATURA → Psicrófilas: se reproduzem em baixas temperaturas, de no máximo 20 °C, e possuem uma temperatura ótima de crescimento de até 15 °C. Muitas espécies vivem em regiões com frio abaixo de zero. → Psicrotróficas: são capazes de multiplicar a temperatura de refrigeração e podem causar alterações sensoriais em produtos lácteos devido à produção de lipases e/ou proteases. → Mesófilas: predominam em situações de higiene deficiente na ordenha e ausência de resfriamento do leite. Correspondem à grande maioria daqueles de importância em alimentos, inclusive a maior parte dos patógenos de interesse. → Termófilas: conseguem sobreviver e se multiplicar em altas temperaturas, geralmente em uma faixa entre 40 a 70 °C. Grande parte dos membros desse grupo vivem em águas quentes associadas a atividades vulcânicas ou fontes hidrotermais. GRUPO MÍNIMO ÓTIMA MÁXIMA Termófilos 40 - 45 55 - 75 60 - 90 Mesófilos 5 - 15 30 - 45 35 - 47 Psicrófilos -5 - +5 12 - 15 15 - 20 Psicrotróficos -5 - +5 25 - 30 30 - 35 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PRESENÇA DE ÁGUA → Os microrganismos precisam de água disponível para realizar suas reações químicas; → A água é adicionada aos meios de cultura sendo portanto um elemento indispensável para o crescimento bacteriano. → As espécies podem variar muito sua suscetibilidade à dessecação. A capacidade de tolerar a dessecação é determinada pela composição da parede celular e pelo microambiente. EFEITO DO pH NO CRESCIMENTO BACTERIANO → A maioria das bactérias possui crescimento ótimo em pH neutro; os meios de cultura são tamponados com pH ao redor de 7. DIAGNOSTICO LABORATORIAIS DE IDENTIFICAÇÃO → Exames de esfregaços corados: - Esfregaços de tecidos ou exsudatos corados pela técnica de Gram são procedimentos rápidos e úteis para demonstrar bactérias presentes em grande número. - O contraste entre bactérias Gram-positivas e restos teciduais em esfregaços é mais fácil de ser detectado do que no caso das bactérias Gram-negativas. Coloração de Gram baseia-se na diferença química e espessura das paredes bacterianas de que depende a permeabilidade ao álcool e a acetona e, em consequencia, a dissolução mais ou menos rápida de complexos corados no citoplasma. - A coloração de Ziehl-Neelsen é usada para detectar micobactérias patogênicas. - Os métodos de coloração com anticorpos fluorescentes fornecem identificação rápida e específica de patógenos bacterianos em esfregaços e em cortes de tecidos congelados. → Culturas bacterianas: - A seleção de meios de cultura, de condições atmosféricas e de outros fatores essenciais para isolamento são determinados pela suspeita de um patógeno bacteriano. O isolamento de rotina de muitos patógenos envove inovulação em pacas de ágar-sangue e ágar MacConkey, seguidas de incubação por 24 a 48 hrs. → Técnicas bioquímicas: - A catalase, enzima produzida por muitas bactérias anaeróbias facultativas e aeróbias, faz a quebra do peróxido de hidrogênio em oxigênio e água. Um teste positivo para oxidase indica a presença de citocromo oxidase C na célula bacterina. As reações no meio de oxidação-fermentação (OF) podem ser usadas para identificar requerimentos atmosféricos de certos patógenos. → Técnicas imunológicas: - Coloração com anticorpos fluorescentes, podem ser usadas para identificar bactérias patogênicas. A captura de antígenos e o ELISA direto têm sido desenvolvidos para algumas bactérias patogênicas e requerem a imobilização, em uma fase sólida, de anticorpos específicos. → Técnicas moleculares: - Podem ser usadas para detectar e enumerar bactérias patogênicas. Essas técnicas, junto com fagotipagem e sorotipagem, também podem ser empregadas em investigações epidemiológicas. Além disso, técnicas moleculares auxiliam na determinação da virulência de um isolado pela identificação de genes associados a propriedades patogênicas. → Sorologia: - Muitas bactérias potencialmente patogênicas estão presentes como parte da microbiota normal de um hospedeiro ou são casuais no ambiente. Como os animais estão frequentemente expostos a essas bactérias, podem produzir anticorpos contra tais microrganismos. - Anticorpos demonstráveis em uma amostra de soro evidenciam exposição a um agente infeccioso, mas não confirmam necessariamente um papel etiológico para esse agente. Apesar dessas limitações, testes sorológicos são muito usados para confirmar infecções com patógenos específicos em animais suscetíveis.
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