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Tuberculose Humana e Animal - @Laravet studies

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Tuberculose 
Introdução: 
 A tuberculose é uma doença granulomatosa, 
de caráter crônico, causada pelo 
Mycobacterium-tuberculosis no ser humano; 
 É uma doença infecciosa de grande 
importância global; 
 Na década de 1990 reemergiu como doença 
de grande importância devido à mortalidade 
registrada entre pacientes portadores de HIV; 
 A tuberculose animal, que é transmissível ao 
ser humano, constitui desse modo, um fator 
importante associado a problemas de saúde 
humana. 
Histórico: 
 A tuberculose é uma doença muito antiga. Foi 
identificada em fósseis datados de 1500 a 
2000 anos a.C. 
 O termo tísico (consumação) veio da descrição 
feita por Hipócrates, na Grécia, em 460 a.C 
 M. Tuberculosis também foi identificado em 
fóssil de cão do sec. XVI, no Canadá (registro 
mais antigo de tuberculose canina) 
 Identificado o Mycobacterium por Robert 
Koch em 1882. Ficou conhecido como bacilo de 
Koch. 
 Em meados de 1940 foi descoberta a 
estreptomicina, que foi um avanço no 
tratamento da tuberculose. 
 No Brasil a tuberculose foi introduzida no 
período colonial, durante o século 16, trazida 
pelos europeus. Causou grande mortalidade 
entre indígenas. 
 
 
 Desde o final do século 19 vários países 
implementaram programas para erradicar a 
tuberculose 
 Em 1993 a tuberculose volta a ser 
considerada emergência global pela OMS, 
decorrente da epidemia de AIDS, e 
surgimento de patógenos resistentes a 
antimicrobianos 
 Séc. XXI: estima-se uma morte a cada 3 
minutos, causada pela tuberculose 
 
Histórico no Brasil: 
 No Brasil pouco foi feito para controlar e 
erradicar a tuberculose bovina. A primeira 
medida regulamentada só foi estabelecida em 
2001, com o PNCEBT 
 PNCEBT: 
 Credenciamento de veterinários para 
realizar testes diagnósticos de brucelose e 
tuberculose 
 Credenciamento para compra de 
antígenos 
 Padronização dos testes diagnósticos 
 Abate sanitário de animais positivos 
 Comunicação compulsória de animais 
reagentes positivos para os órgãos oficiais 
Etiologia: 
 Bactéria é um bacilo imóvel, não esporulado e 
aeróbio, resistente a álcool e ácido (BAAR) 
 Micobactérias do complexo M. tuberculosis: 
principais causadores de tuberculose nos 
mamíferos 
@Laravet.studies 
 M. tuberculosis: principal agente 
causador de tuberculose humana 
 M. bovis: patogênica para várias espécies 
domésticas (principalmente bovinos, 
bubalinos e caprinos) e silvestres. 
Potencialmente zoonótico 
 M. africanum: importante causador de 
tuberculose humana no continente 
africano 
 Bovinos, homem e aves são os hospedeiros que 
mantém o bacilo na natureza. 
 
 A tuberculose no ser humano pode ser 
causada por 4 espécies de bactérias do 
gênero Mycobacterium: 
 M. tuberculosis 
 M. africanum 
 M. orygis 
 M. bovis: possui 95% de homologia 
gênica com o M. tuberculosis, podendo 
causar doença em humanos 
 
 Micobactérias do Complexo MAIS (ou MAC): 
 Mycobacterium avium 
 Mycobacterium intracellulare 
 Mycobacterium scrofulaceum 
 Pode causar lesões granulomatosas em 
linfonodos do TGI de suínos 
 Pode causar infecções em humanos 
imunossuprimidos 
 Provoca sensibilização a teste tuberculínico 
em bovinos e bubalinos 
 
 
 
 
 
 
Resistência do M. bovis ao 
meio ambiente: 
 
 Exposição direta à luz solar destrói o bacilo 
em12h 
 Resiste em sombra (até 34 °C) por até 8 
meses, cerca de1 ano em águas doces, por 
30 dias em carcaças enterradas e 10 
meses em carcaças não enterradas. Pode 
permanecer viável por 2 a 6 meses em 
fezes 
 Resistente a desinfetantes comuns 
 Destruído por soluções de fenol 3%, que 
devem ser aplicadas após remoção da 
matéria orgânica, seguido de enxágue. 
Comedouros de madeira ou outros 
materiais porosos devem ser substituídos 
por plástico, que também devem ser 
desinfetados com soluções de fenol 
 Destruído por pasteurização 
 
Epidemiologia: 
 Em 2016 a OMS estimou 10,4 milhões de 
novos casos humanos no mundo, causando 
1,7 milhões de óbitos. Estima-se ainda que 
10% destes novos casos sejam em 
pacientes portadores de HIV, e que 40% 
deles morrem em decorrência da 
tuberculose (OMS, 2016) 
 Distribuição global, mas representa 
problema mais grave no continente 
africano. 
 
 
 
 
 
MYCOBACTERIUM 
TUBERCULOSIS: 
Causa tuberculose em 
humanos, primatas e 
cães 
MYCOBACTERIUM 
BOVIS: 
Infectam bovinos, 
caprinos, ovinos, 
cavalos, suínos, cães, 
gatos, pássaros e 
humano 
MYCOBACTERIUM 
AVIUM: 
Mantido nas aves, pode 
infectar também 
suínos, primatas e 
humanos 
 
 Homem e animais são reservatórios dos bacilos 
após infecção. Homem é o reservatório do M. 
tuberculosis 
 Bovinos: reservatórios principais do M. bovis 
 Maior prevalência em criações intensivas do 
que extensivas 
 Em regiões onde a prevalência é baixa ou 
quase erradicada, animais silvestres assumem 
importância como reservatórios (texugo na 
Europa, cervídeos nos EUA) 
 Mais freqüente em rebanhos leiteiros do que 
de corte. 
 
Transmissão: 
 
 
 
 
 
 
 
 Eliminação do bacilo começa antes do início 
dos sintomas 
 Principal porta de entrada é a via 
respiratória. TGI também é importante 
 SERES HUMANOS: transmissão de M. bovis 
por consumo de queijos artesanais, leite e 
derivados produzidos a partir de leite não 
pasteurizado, doença ocupacional 
 ANIMAIS: importância da densidade 
populacional, cuidado com introdução de 
animais novos no rebanho. 
Tuberculose Humana: 
 Porta de entrada: via inalatória ou oral 
 Macrófagos alveolares fagocitam os bacilos 
 Em 90% dos infectados, as infecções são 
controladas pela resposta imune inicial e 
linfócitos TCD4+ específicos ativados, 
controlando a multiplicação da bactéria por 
anos, caracterizando a tuberculose latente 
 Em crianças, idosos e imunossuprimidos há 
progressão para o desenvolvimento das lesões 
granulomatosas, principalmente em pulmões 
(M. tuberculosis) 
 
Manifestações Clínicas: 
 Febre, dispneia, tosse não produtiva 
 Nos indivíduos imunocompetentes, o 
desenvolvimento da resposta imune 
adaptativa provoca a resolução do quadro 
sem tratamento 
 A infecção primária pode ser detectada em 
diagnóstico por imagem, pela observação de 
pequenas lesões calcificadas no parênquima 
pulmonar e linfonodos (complexo de Ghon) 
 A infecção latente pode ser reativada em 1 a 
2 anos, desencadeando quadro de tosse 
Fonte de infecção: 
Indivíduos (animais ou humanos) doentes 
ou portadores 
Via de eliminação: 
Secreções nasais ou orofaríngeas, leite, 
urina, fezes, sêmen, secreções vaginais 
e uterinas 
produtiva (purulenta e/ou sanguinolenta), 
sudorese noturna, dispneia, anorexia e perda 
de peso 
 Formas clínicas: pulmonar, pleural, ganglionar, 
meningoencefálica, osteoar1cular 
 
Diagnóstico: 
 Diagnóstico por imagem; 
 Bacteriológico; 
 PCR (teste rápido molecular para tuberculose) 
a partir de escarro, lavado broncoalveolar ou 
gástrico, líquor; 
 Prova tuberculínica: utilizada para investigar 
infecção latente em adultos e crianças; TB 
ativa em crianças. 
 
 
 
Tratamento: 
 A escolha da droga antimicrobiana deve 
considerar a localização do foco de 
tuberculose e resistência a fármacos. Podem 
ser indicados rifampicina, isoniazida, 
pirazinamina, etambutol 
 Protocolos no Manual de Recomendações 
para Controle da Tuberculose no Brasil (Min. 
Saúde) 
Prevenção e Controle: 
 Vacinação (BCG – Bacilo Calmette-Guérin); 
 Busca ativa de sintomáticos respiratórios; 
 Acompanhamento dos pacientes em 
tratamento; 
 Controle de contatos; 
 Ações estratégicas em populações específicas: 
portadores de HIV, encarcerados, população 
em situação de rua, indígenas.
Tuberculose Bovina: 
Patogenia: 
 Porta de entrada: via inalatória ou oral 
 Macrófagos fagocitam os bacilos 
 Nos bovinos o sistema imune não é capaz de 
conter a infecção, resultandona doença 
progressiva. Ocorre infecção no parênquima 
pulmonar, disseminação para os linfonodos do 
mediastino e desenvolvimento das lesões 
tuberculosas. Quando a infecção é via oral, as 
lesões tuberculosas desenvolvem-se nos 
linfonodos da orofaringe e, posteriormente, 
nos linfonodos do mesentério. 
 Formam-se os granulomas tuberculosos, 
caracterizados por material caseoso central, 
foco necrótico e cápsula de tecido fibroso 
 Após aproximadamente 15 dias da infecção 
inicia-se o processo de sensibilização, que se 
completa após 6 a 8 semanas 
 Por fim, o caseum se liquefaz e o bacilo 
prolifera, resultando em progressão da 
doença. 
 
 
 
 
 
Patogenia (Bovina): 
 Generalização precoce da tuberculose bovina: 
 Resposta imune inicial ineficaz; 
 O patógeno se dissemina pela circulação 
sanguínea e linfática maciçamente; 
 O animal evolui para estado de caquexia, 
graves problemas respiratórios e morte; 
 Ao exame necroscópico, encontra-se 
grande número de pequenos focos com 
conteúdo caseoso (tuberculose de 
pequenos nódulos). 
 
 
Manifestações Clínicas: 
 Febre discreta e inconstante, apatia, 
alteração de apetite, emagrecimento com 
evolução para caquexia e morte; 
 Tosse freqüente e outros sinais de 
comprometimento pulmonar (estertores, áreas 
de silêncio); 
 Mastite tuberculosa: não é frequente, mas se 
caracteriza por hipertrofia e endurecimento 
da glândula mamária, redução da produção. 
 
Tuberculose Canina e 
Felina: 
 Cães e gatos são suscetíveis a infecção por 
M. tuberculosis e M. bovis 
 Porta de entrada mais comum para M. 
tuberculosis é via inalatória, e para M. bovis, 
trato gastrointestinal (ingestão de leite e 
carne contaminados). Também via inoculação 
traumática por pele. 
Infecção via 
Trato 
Gastrointestinal 
Causa infecções do TGI e 
linfonodos intra-abdominais 
Infecção via 
Inalação 
Causa pneumonia 
Infecção via 
Cutânea 
Causa nódulos subcutâneos 
localizados, com alopecia, 
espessamento de pele, 
podendo apresentar lesões 
supurativas que não 
cicatrizam 
 
 Não é indicado tratamento pelo risco de 
disseminação devido à eliminação por 
secreções respiratórias e fezes, sendo 
indicada a eutanásia. 
Diagnóstico Animal: 
 Isolamento é o diagnóstico padrão ouro: 
cultura microbiana de leite, fragmento de 
órgãos, conteúdo de granulomas ou caseum, 
confirmados por técnicas moleculares (PCR). 
O PNCEBT sugere diagnóstico bacteriológico 
para condições específicas; 
 Anatomopatológico: nódulos purulentos ou 
caseosos principalmente em linfonodos 
(mediastínicos, retrofaríngeos, bronquiais, 
parotídeos, cervicais, mesentéricos), pulmão e 
fígado; 
 Histopatológico: fragmentos dos tecidos com 
lesões podem ser utilizados, conservados em 
formaldeído10%; 
 Tuberculinização. 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO EM REBANHOS: 
 Teste de tuberculinização intradérmica ou 
diagnóstico alérgico-cutâneo: baseia-se em 
reação cutânea de hipersensibilidade do tipo 
IV (tardia) 
 Base dos programas de controle e erradicação 
no mundo todo, devido à sua sensibilidade e 
especificidade satisfatórias. 
 TUBERCULINIZAÇÃO INTRADÉRMICA: 
 Antígenos de caldos de cultura de M. bovis 
e M. avium purificados, constituindo a 
tuberculina PPD (purified protein derivative) 
 Testes: aplicação na prega anocaudal, 
intradérmica cervical simples, intradérmica 
cervical dupla comparativa. 
 
Profilaxia e Controle em Animais: 
 Animais novos a serem introduzidos no rebanho devem ficar em quarentena por 60 dias, em local 
apropriado; 
 Abate sanitário de todos os animais positivos; 
 Cuidado de funcionários que tiveram contato com animais doentes; 
 Não consumir ou produzir derivados de leite não fervido (fervura por 5min) ou pasteurizado; 
 Desinfecção de instalações com fenol 3%; 
 Uso de cochos de plástico ou outro material não poroso; 
 Avaliação de todos os animais acima de 2 meses pelo teste cervical duplo comparativo a cada 4 meses 
na ocorrência de positividade, ou a cada 6 meses após 2 testes consecutivos sem animais reagentes 
positivos.

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